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A teoria do parceiro
A noção de interseção libidinal exprime que, no nível radical, o
campo do Outro se reduz ao objeto. No lugar da mônada primitiva do
gozo, há sem dúvida uma relação com o Outro, reduzida porém a um
objeto necessário para que a pulsão faça seu circuito. Essa é uma posição
em que o Outro não existe, mas o objeto a consiste. Essa perspectiva foi
anunciada por Lacan em seu "O Seminário, livro 16: de um Outro ao
outro", o Outro sendo considerado aqui como um Outro, porque ali é
variável, enquanto o artigo definido é atribuído ao objeto. Esse parceiro,
o objeto a, sempre é para vocês o (le). Há sempre um deles.
Que parceiro revestirá esse objeto? Aqui é um outro, ou ainda
outro. Isso não merece a mesma singularidade que o objeto. Dito de
outro modo, o que completa nosso Outro que não existe é exatamente
o fato de que o Outro consiste quando está cm estado de objeto. O que
consiste propriamente falando é o objeto pulsional, mas em sua condição
de oco, vazio, dobra ou borda.
A pulsão, o gozo, o Outro reduzido à consistência do objeto a
como consistência lógico-topológica, tal é o fundamento da relação com
o Outro.
O parceiro-sintoma
Já afirmei que o sexo não é exitoso em tornar os seres humanos, os
parlêtres, parceiros. Desenvolverei que apenas o sintoma é bem-sucedido
quanto a isso. O verdadeiro fundamento do casal é o sintoma. Se
consideramos o casamento como um contrato legal que liga as vontades,
abordarei o casal como, se assim posso dizê-lo, um contrato ilegal
de sintomas.
Em que um e outro estão de acordo, no sentido mesmo da harmonia?
A experiência analítica mostra que é o sintoma de um que entra em
consonância com o sintoma do outro. A expressão "parceiro-sintoma"
não era usual até este momento. Convém então fundá-la.
Indo direto ao assunto, lembrarei o que Lacan desenvolveu arespeito
do que podemos chamar de o parceiro-falo, a redução do parceiro
ao status fálico.
O parceiro-falo
É nessa perspectiva que se insere ''A significação do falo" (1958) e a
relcitura dos textos de Freud sobre a vida amorosa.
Lacan distingue e articula três modalidades de casal, três casais, se
excluímos da série o casal da necessidade. Este é composto por aquele
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