GESTÃO DE FONTES RADIOATIVAS SELADAS ... - Ipen
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significativa das fontes, e em particular aquelas com maior risco radiológico a longo prazo,<br />
por exemplo Rádio-226, Amerício-241 e Amerício-241-Berílio, terão decaído para valores<br />
inócuos somente após vários milênios. O repositório deve ficar, portanto, isolado da<br />
biosfera por um período equivalente.<br />
Quando se avalia a questão da intmsão humana no repositório, a proftmdidade da<br />
zona de deposição das fontes tem, também, importância significativa. Ainda que a escolha<br />
do local seja feita considerando-se a ausência de minerais de interesse econômico, as<br />
chances de intmsão inadvertida ou intencional, pelas populações futuras, devem ser<br />
mmimizadas. Nesse sentido, a colocação dos rejeitos a algumas centenas de metros de<br />
profundidade diminui a probabilidade de encontro fortuito entre as fontes e pessoas no<br />
fiituro, por exemplo, os trabalhadores em obras de estradas, túneis, edificações, ou outras<br />
obras civis capazes de remodelar o relevo do terreno. É também um desincentivo à<br />
escavação arqueológica, pelo custo elevado e dificuldade de penetração em uma rocha sã<br />
de granito, sem uma recompensa visível para jusfificá-la.<br />
O ponto seguinte de comparação está relacionado com o material de revestimento<br />
do poço. A escolha de um revestimento de aço proporciona maior estabilidade da estmtura<br />
em comparação com os polímeros orgânicos, que se degradam e perdem as suas<br />
propriedades estmturais por ataque químico, por radiólise, por aumento da temperatura ou<br />
pela ação bacteriana. A seqüência de materiais empregados no conceito de barreiras<br />
múhiplas do repositório proposto também aumenta o grau de isolamento dos rejeitos, em<br />
comparação com o similar. A primeira barreira é o revestimento com pasta de cimento,<br />
entre a camisa de aço e a formação geológica hospedeira. Essa tecnologia é empregada no<br />
revestimento de poços de petróleo e é efetiva sob as altas pressões e temperaturas<br />
encontradas nos poços profundos de prospecção e extração. A segunda barreira é a camisa<br />
de aço. A terceira barreira é a embalagem de chumbo, um material de grande inércia<br />
química e de grande durabilidade. A taxa de corrosão do chumbo, observada em diversos<br />
meios agressivos naturais, permite esfimar a durabilidade das embalagens em vários<br />
milhares de anos.<br />
O penúltimo ponto a ser analisado está relacionado com o processo de imobilização<br />
das fontes nas embalagens de deposição. No conceito desenvolvido neste trabalho, levou-<br />
se em consideração os aspectos operacionais de tratamento das fontes. A remoção das<br />
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