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yemag #08

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: Por que você trabalha preferencialmente com o Terceiro<br />

Setor?<br />

Raimo: Minha estrutura de trabalho é muito enxuta e, quando<br />

preciso, tenho uma rede de fornecedores, como fotógrafos,<br />

editores etc. Vou para a reunião com o cliente, roteirizo, pego<br />

a câmera, filmo, edito, escrevo o texto da locução, edito. Esse<br />

contexto se encaixa bem ao perfil do Terceiro Setor.<br />

Como começou o relacionamento com esse setor?<br />

Acabei ingressando no Terceiro Setor porque mantenho contato<br />

muito próximo e me preocupo muito com o cliente. O que ofereço<br />

é realmente trabalhar ao lado e entender a fundo as questões<br />

com as quais esses clientes lidam. Trabalho muito bem com<br />

problemáticas sociais, atividades de educação ou com pessoas<br />

com deficiência, por exemplo. Consigo chegar perto, olhar no<br />

olho. Os resultados acabam aparecendo na tela.<br />

Como sua atividade artística influencia o trabalho da produtora?<br />

Quando eu trabalho com arte, fico livre para criar aquilo que<br />

quero. Desse laboratório, aproveito aspectos ligados à linguagem.<br />

Um estilo novo de animação feita à mão ou um exercício<br />

de colagem podem virar o estilo de vinheta gráfica para ser incorporado<br />

a um trabalho comercial, por exemplo. Quando você<br />

trabalha artisticamente, é o dono do pedaço. Você arrisca mais<br />

e erra mais também. Desses erros e acertos, você consegue, filtrando,<br />

tirar coisas que eventualmente use dentro de um roteiro<br />

um pouco mais formal, mais comercial.<br />

Você imprime com intensidade o lado pessoal artístico no<br />

profissional. É importante essa interação quando se trabalha<br />

com comunicação?<br />

É uma faca de dois gumes que, às vezes, ajuda e, às vezes, atrapalha.<br />

Minha opção por fazer um pouco essa mistura é que não<br />

poderia ser de outra maneira. Para mim, formalizar demais seria<br />

perder o brilho, o encanto. E deixar muito informal seria perder<br />

os clientes. Esse é o único jeito que eu quero de trabalhar. E enquanto<br />

tenho demanda de trabalho, nada me motiva a ser diferente.<br />

Não pretendo crescer mais no meu business, quero que<br />

continue de uma forma que eu mantenha o controle total sobre<br />

ele. Não quero ser dono de um grande negócio com dezenas de<br />

funcionários. Quero ter colaboradores, em sua maioria freelancers,<br />

de fato trabalhando comigo. Então, é isso que me leva a ter esse<br />

tipo de postura pessoal e profissional.<br />

Como você encontra profissionais alinhados a seu modo de<br />

trabalhar?<br />

Tenho uma rede de contatos, que montei nos últimos 15 anos.<br />

Ao longo desse tempo, fiz mais de mil trabalhos e tive a oportunidade<br />

de conhecer muita gente e muitos fornecedores. Essas<br />

pessoas são o tipo de gente que vai despontar no mercado num<br />

futuro muito próximo. Há muitos anos tenho tido o cuidado de<br />

manter o contato com ex-alunos, desde o primeiro curso que<br />

dei, em 1999. Tive muitos alunos que voaram, estão aí, fazem<br />

as coisas. E sempre acaba acontecendo uma colaboração nos<br />

trabalhos. E não é da maneira formal, como o mercado está<br />

acostumado a fazer.<br />

O contato próximo, a relação<br />

humana que tenho com o<br />

cliente, é a atração e o forte fator<br />

de conexão com esse cliente.”<br />

Você desenvolve um trabalho diferenciado, até na forma<br />

como apresenta sua empresa. Por que seus clientes escolhem<br />

uma produtora com esse perfil?<br />

O contato próximo, a relação humana que tenho com o cliente,<br />

é a atração e o forte fator de conexão com esse cliente. Assim, a<br />

taxa de clientes que vêm trabalhar comigo e permanecem fiéis<br />

é muito grande. Eu mantenho o contato pessoal, acompanho<br />

todo o trabalho muito de perto. Então, esse é o grande barato<br />

de trabalhar com o Estúdio B. É saber que vai ser super bem<br />

atendido, que vai receber um produto muito bem acabado. No<br />

final, o cliente vai receber um trabalho muito parecido com o<br />

que seria realizado por uma grande produtora e, em algumas<br />

oportunidades, melhor. E, pelo fato de não ter que sustentar<br />

uma estrutura grande, o preço é supercompetitivo. Consigo<br />

apresentar orçamentos que são muito menores do que o do mercado<br />

normal. •<br />

magazine 13

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