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: Por que você trabalha preferencialmente com o Terceiro<br />
Setor?<br />
Raimo: Minha estrutura de trabalho é muito enxuta e, quando<br />
preciso, tenho uma rede de fornecedores, como fotógrafos,<br />
editores etc. Vou para a reunião com o cliente, roteirizo, pego<br />
a câmera, filmo, edito, escrevo o texto da locução, edito. Esse<br />
contexto se encaixa bem ao perfil do Terceiro Setor.<br />
Como começou o relacionamento com esse setor?<br />
Acabei ingressando no Terceiro Setor porque mantenho contato<br />
muito próximo e me preocupo muito com o cliente. O que ofereço<br />
é realmente trabalhar ao lado e entender a fundo as questões<br />
com as quais esses clientes lidam. Trabalho muito bem com<br />
problemáticas sociais, atividades de educação ou com pessoas<br />
com deficiência, por exemplo. Consigo chegar perto, olhar no<br />
olho. Os resultados acabam aparecendo na tela.<br />
Como sua atividade artística influencia o trabalho da produtora?<br />
Quando eu trabalho com arte, fico livre para criar aquilo que<br />
quero. Desse laboratório, aproveito aspectos ligados à linguagem.<br />
Um estilo novo de animação feita à mão ou um exercício<br />
de colagem podem virar o estilo de vinheta gráfica para ser incorporado<br />
a um trabalho comercial, por exemplo. Quando você<br />
trabalha artisticamente, é o dono do pedaço. Você arrisca mais<br />
e erra mais também. Desses erros e acertos, você consegue, filtrando,<br />
tirar coisas que eventualmente use dentro de um roteiro<br />
um pouco mais formal, mais comercial.<br />
Você imprime com intensidade o lado pessoal artístico no<br />
profissional. É importante essa interação quando se trabalha<br />
com comunicação?<br />
É uma faca de dois gumes que, às vezes, ajuda e, às vezes, atrapalha.<br />
Minha opção por fazer um pouco essa mistura é que não<br />
poderia ser de outra maneira. Para mim, formalizar demais seria<br />
perder o brilho, o encanto. E deixar muito informal seria perder<br />
os clientes. Esse é o único jeito que eu quero de trabalhar. E enquanto<br />
tenho demanda de trabalho, nada me motiva a ser diferente.<br />
Não pretendo crescer mais no meu business, quero que<br />
continue de uma forma que eu mantenha o controle total sobre<br />
ele. Não quero ser dono de um grande negócio com dezenas de<br />
funcionários. Quero ter colaboradores, em sua maioria freelancers,<br />
de fato trabalhando comigo. Então, é isso que me leva a ter esse<br />
tipo de postura pessoal e profissional.<br />
Como você encontra profissionais alinhados a seu modo de<br />
trabalhar?<br />
Tenho uma rede de contatos, que montei nos últimos 15 anos.<br />
Ao longo desse tempo, fiz mais de mil trabalhos e tive a oportunidade<br />
de conhecer muita gente e muitos fornecedores. Essas<br />
pessoas são o tipo de gente que vai despontar no mercado num<br />
futuro muito próximo. Há muitos anos tenho tido o cuidado de<br />
manter o contato com ex-alunos, desde o primeiro curso que<br />
dei, em 1999. Tive muitos alunos que voaram, estão aí, fazem<br />
as coisas. E sempre acaba acontecendo uma colaboração nos<br />
trabalhos. E não é da maneira formal, como o mercado está<br />
acostumado a fazer.<br />
O contato próximo, a relação<br />
humana que tenho com o<br />
cliente, é a atração e o forte fator<br />
de conexão com esse cliente.”<br />
Você desenvolve um trabalho diferenciado, até na forma<br />
como apresenta sua empresa. Por que seus clientes escolhem<br />
uma produtora com esse perfil?<br />
O contato próximo, a relação humana que tenho com o cliente,<br />
é a atração e o forte fator de conexão com esse cliente. Assim, a<br />
taxa de clientes que vêm trabalhar comigo e permanecem fiéis<br />
é muito grande. Eu mantenho o contato pessoal, acompanho<br />
todo o trabalho muito de perto. Então, esse é o grande barato<br />
de trabalhar com o Estúdio B. É saber que vai ser super bem<br />
atendido, que vai receber um produto muito bem acabado. No<br />
final, o cliente vai receber um trabalho muito parecido com o<br />
que seria realizado por uma grande produtora e, em algumas<br />
oportunidades, melhor. E, pelo fato de não ter que sustentar<br />
uma estrutura grande, o preço é supercompetitivo. Consigo<br />
apresentar orçamentos que são muito menores do que o do mercado<br />
normal. •<br />
magazine 13