ViraVida, um projeto em defesa da juventude

Fabiana Fernandes
E o mundo não acabou. A vida
seguiu. Muitos em festa pelo Natal e
Ano Novo. Tantos cheios de esperança.
Outros serenos e em silêncio. Alguns
em profunda tristeza. A vida não para
só porque é Natal. Chegar ao final
de mais um ano é o primeiro passo
para começar tudo de novo. Com o
ano em branco, vêm as chuvas, raios,
acidentes nas estradas, violência nas
ruas. Se o mundo acabasse, nada disso
seria notícia. Nem haveria notícia.
O fim de um ano velho se parece com
uma corrida de rua, daquelas que não
é necessário ser o primeiro colocado. O
objetivo do corredor é não interromper a
corrida no meio do caminho, mas apenas
chegar ao final da competição.
E como o mundo não acabou e nós
seguimos aqui, é tempo de tomar decisões.
Alguns chamam resoluções, sonhos para
o ano novo. Uma vez fiz uma lista, numa
lanchonete, ao lado de alguém especial.
Devo tê-la guardado. (Que medo de
encontrá-la!) Faço listas o ano todo, mas,
não costumo fazer listas de resoluções para
um ano inteiro. Imagine o tamanho que ela
teria! Minhas listas de ano novo costumam
ser mentais. Assim, posso apagar o que
quiser se perceber que não vou realizar.
Jornalista
21 Revista Entre Lagos • Edição 82 • DEZ-2012
Matutando
Quanto tempo o tempo tem?
Minha filha faz listas há alguns anos.
Com ela aprendi que, para enumerarmos
essas metas, temos que observar algumas
coisas importantes, que divido aqui
com você, leitor. Nada de listas longas,
intermináveis. Faz sentido. E isso me
lembra uma entrevista que fiz em 2012
com uma organizadora profissional. “Se
vai arrumar um armário inteiro, não dá
pra tirar tudo do lugar. É provável que
você vá parar no meio. Eleja uma parte
e faça aquele pedaço que você escolheu.
Depois, faça outro. Possivelmente, isso
não acontecerá no mesmo dia”, ensinou a
especialista aos ouvintes.
Reformular a vida inteira e alcançar
todos os nossos objetivos num único
ano parece improvável. Por isso, a dica é
fazer listas curtas, que são mais fáceis de
realizar. E não precisa ser algo complicado
– podemos incluir coisas simples, que até
já poderíamos ter feito, mas que ainda
não fizemos, não conseguimos fazer,
não alcançamos. Uma amiga colocou em
sua lista uma posição de ioga, difícil de
executar. Tomara que ela realize.
A lista é pessoal, só serve para quem
a fez. E é fundamental guardá-la. Isso
significa não esconder a lista de você
mesmo. É necessário consultá-la de vez
em quando para lembrarmos o que um dia
desejamos conquistar, o que colocamos na
lista. Acredito que muitas coisas podem
ser adaptadas a uma nova realidade, a
um novo momento, no meio do ano. Um
problema de saúde, por exemplo, pode nos
impedir de alcançar algo que queremos.
Uma mudança de cidade ou de trabalho
pode nos obrigar a mudar algum objetivo.
Por que não adaptar a lista a esta nova
condição?
De uns tempos pra cá parece que os
anos passam mais rápido do que antes.
Acabamos de viver o Natal e daqui a pouco
ele vai chegar de novo. Parece que foi ontem
o Carnaval e a Páscoa do ano passado, mas
eles já estão à nossa porta outra vez. Tudo
gira rápido demais. Conheço alguém que
diz que isso é sinal de que o mundo está
acabando. Mas eu não acredito no fim do
mundo.
Se vai fazer a sua lista para 2013, é hora
de colocar em prática. Pequena, possível de
realizar, sincera. Enquanto tenta fazer a
sua lista acontecer, que tal viver cada um
dos dias que antecedem o 31 de dezembro
de 2013 como se fosse a sua primeira vez,
o primeiro dia, o primeiro encontro, a
primeira palavra, a primeira gargalhada, a
primeira respiração. A primeira ou a última,