10.04.2013 Views

livro todo tomo II.qxd - Academia Brasileira de Letras

livro todo tomo II.qxd - Academia Brasileira de Letras

livro todo tomo II.qxd - Academia Brasileira de Letras

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

672 DISCURSOS ACADÊMICOS<br />

ao seio do mar reunir-se à formosa Aretusa, que nunca lhe saíra do coração.<br />

Foi <strong>de</strong>sta sorte premiada a sua constância.<br />

Eis o caso. A <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Letras</strong>, pelo influxo <strong>de</strong> um po<strong>de</strong>r<br />

mágico, recebe hoje a saudação afetuosa do seu velho admirador, sempre cativo<br />

<strong>de</strong>sta <strong>de</strong>usa, que tem aqui altares e uma plêia<strong>de</strong> brilhante <strong>de</strong> levitas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

amável benjamim da tribo – o distinto cantor das Últimas Cigarras, – até o<br />

aclamado príncipe dos nossos poetas, – o laureado cinzelador do Livro <strong>de</strong> Ema.<br />

A Ca<strong>de</strong>ira que <strong>de</strong>vo ocupar, Srs. Acadêmicos, graças ao vosso generoso<br />

acolhimento, tem por patrono Araújo Porto-Alegre, nome dos mais justamente<br />

venerados assim na literatura como nas Artes e na História Nacional, –<br />

patrono que eu talvez escolhesse também, quando em 1897 tive a honra <strong>de</strong><br />

ser convidado para constituir o grupo <strong>de</strong> fundadores da <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong>, distinção<br />

que me foi oferecida pelo egrégio Lúcio <strong>de</strong> Mendonça e pelo saudosíssimo<br />

brasileiro José Veríssimo <strong>de</strong> Matos.<br />

Efetivamente Porto-Alegre foi um dos ídolos da minha mocida<strong>de</strong>, particularmente<br />

ante a eloqüência máscula dos seus discursos proferidos nas sessões<br />

magnas do Instituto.<br />

Passados tantos anos, julgo <strong>de</strong> meu <strong>de</strong>ver prestar-lhe esta homenagem, a<br />

primeira que se lhe ren<strong>de</strong> na <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong>, porque só agora a sua Ca<strong>de</strong>ira vagou.<br />

Outras já o Instituto Histórico tributou ao eminente rio-gran<strong>de</strong>nse pela voz do<br />

conselheiro Olegário Herculano <strong>de</strong> Aquino e Castro, em 1880, e a Escola Nacional<br />

<strong>de</strong> Belas Artes, em 1916, pela palavra brilhante <strong>de</strong> Basílio <strong>de</strong> Magalhães.<br />

Fora abusar da vossa bonda<strong>de</strong> traçar aqui com pormenores o quadro da<br />

longa e trabalhosa vida <strong>de</strong>sse ilustre patrício, artista, professor, poeta e escritor<br />

insigne; como testemunho da minha admiração serão bastantes as linhas<br />

gerais do seu perfil no cenário da Pátria, à qual amorosamente ele serviu.<br />

Rio-gran<strong>de</strong>nse do Sul, viu a luz do dia a 29 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1806, na<br />

então vila e hoje cida<strong>de</strong> do Rio Pardo, naquele mesmo torrão pátrio em que<br />

abri os olhos para o mundo. Foram seus progenitores Francisco José <strong>de</strong><br />

Araújo e dona Francisca Antônia Viana.<br />

Seu primeiro nome – Manuel José <strong>de</strong> Araújo – esse ao tempo da nossa<br />

In<strong>de</strong>pendência, por sentimento nativista, muito em voga naquela época,<br />

mudou para Manuel <strong>de</strong> Araújo Porto-Alegre.<br />

672

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!