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universidade federal da bahia escola de administração núcleo

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eduzi-la “<strong>de</strong> um modo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> a um fato <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>”, vez que “a sua eliminação completa”<br />

parece “ain<strong>da</strong> está além <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> humana” (CAIDEN, 1988).<br />

2.2.6 Corrupção no Brasil: buscando algumas explicações<br />

Conforme apresentado no capítulo <strong>da</strong> introdução <strong>de</strong>sta pesquisa, a história recente <strong>da</strong><br />

política brasileira está rechea<strong>da</strong> <strong>de</strong> casos que evi<strong>de</strong>nciam a presença <strong>da</strong> corrupção em todos os<br />

po<strong>de</strong>res constituídos. Para Iquiapaza e Amaral (2007) essa avalanche <strong>de</strong> escân<strong>da</strong>los e<br />

<strong>de</strong>núncias divulga<strong>da</strong>s pelos meios <strong>de</strong> comunicação sobre a corrupção, nos últimos anos,<br />

produz uma percepção <strong>de</strong> que a mesma está aumentando <strong>de</strong> forma significativa no Brasil.<br />

Sabe-se, entretanto, que o fenômeno recorrente não é novo, pois qualquer reflexão que se faça<br />

a respeito <strong>da</strong>s bases histórico-sociais <strong>da</strong> formação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e do Estado brasileiro, pouco<br />

esforço é exigido para que vários outros casos sejam localizados.<br />

Entretanto, antes <strong>de</strong> fixarmos mais niti<strong>da</strong>mente os holofotes nas particulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

histórico-sociais que, <strong>de</strong> acordo com a literatura pesquisa<strong>da</strong>, fornecem explicações para a<br />

pereni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> corrupção no Brasil, convêm apresentar, a partir dos ensinamentos encontrados<br />

em Filgueiras (2009), um breve resumo sobre as vertentes explicativas para a existência, <strong>de</strong><br />

modo geral, <strong>da</strong> corrupção. Afirma o autor a predominância <strong>de</strong> uma abor<strong>da</strong>gem funcionalista<br />

no exame <strong>da</strong> corrupção para a qual “a corrupção seria típica <strong>de</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s sub<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s,<br />

representando um tipo <strong>de</strong> prática aceita diante <strong>da</strong> baixa institucionalização política” (I<strong>de</strong>m, p.<br />

10). Nesta abor<strong>da</strong>gem, a corrupção “po<strong>de</strong> cumprir uma função <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, uma vez<br />

que ela força a mo<strong>de</strong>rnização” (i<strong>de</strong>m, p.10). Já se sabe que tal visão, conforme exposto na<br />

seção anterior quando se discutiram os trabalhos <strong>de</strong> Elliott (2002), Cai<strong>de</strong>n (1988) e outros,<br />

atualmente está supera<strong>da</strong> na literatura especializa<strong>da</strong>, mas com base em Filgueiras (2009) tem-<br />

se a notícia <strong>de</strong> que a visão que imediatamente a seguiu foi a que consi<strong>de</strong>ra o papel <strong>da</strong> cultura<br />

política, “partindo <strong>da</strong> premissa que a cultura é proeminente em relação ao político e ao<br />

econômico” (I<strong>de</strong>m, p. 11). Nessa argumentação, que vigorou durante os anos 70, o sistema <strong>de</strong><br />

valores praticados na socie<strong>da</strong><strong>de</strong> passa a ser <strong>de</strong>cisivo para a existência e tolerância à corrupção<br />

sendo que esta “representa, antes <strong>de</strong> tudo, a permanência <strong>de</strong> elementos tradicionais que<br />

utilizam, especialmente, o nepotismo, a patronagem, o clientelismo e a penetração junto à<br />

autori<strong>da</strong><strong>de</strong> política para obter vantagens e privilégios” (I<strong>de</strong>m, p.11). Já nos anos 80 ocorre<br />

outra mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> foco passando a predominar uma visão econômica atenta aos custos <strong>da</strong><br />

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