D. FR. BALTASAR LIMPO NO CONCILIO DE TRENTO ( )
D. FR. BALTASAR LIMPO NO CONCILIO DE TRENTO ( )
D. FR. BALTASAR LIMPO NO CONCILIO DE TRENTO ( )
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
2. O Matrimónio<br />
Alguns dias depois da sua chegada a Bolonha, ou mais precisamente,<br />
desde 19 de Setembro, quando se iniciou o exame<br />
dos cânones matrimoniais, propostos havia 10 dias ( 19 ), Dom Limpo<br />
começou a assistir de novo às reuniões ( 20 ). Na Congregação<br />
Geral de 22 de Setembro apresentou parecer sobre os cânones ( Z1 ):<br />
Cânone 1: O Matrimónio não é verdadeiro sacramento da<br />
Lei evangélica divinamente instituído, mas de invenção humana<br />
na Igreja.<br />
Embora concordasse com o conteúdo do cânone, Limpo considerou-o<br />
supérfluo, por já ser condenado pelo próprio Concílio<br />
Tridentino ( 22 ), e anteriormente nos Concílios de Constança e de<br />
Florença.<br />
Cânone 2: os matrimónios clandestinos, contraídos, embora,<br />
por livre consenso, não são verdadeiramente válidos; por isso dependerá<br />
dos pais convalidá-los ou os irritar, ainda que a Igreja<br />
os queira proibir por causas boas e razoáveis.<br />
A condenação deste cânone agradou a Dom Limpo, pois ele<br />
considerava os matrimónios clandestinos válidos em si. A redacção<br />
poderia ser mais clara, acrescentando-se-lhe, por exemplo,<br />
depois de «válidos», as palavras «porque clandestinos».<br />
Igualmente desejava condenação mais clara da afirmação que os<br />
pais tivessem poder de irritar quaisquer matrimónios dos filhos,<br />
já que Cristo disse: «Os que Deus uniu, os homens não podem<br />
separar» ( 23 ), e ainda Deus mesmo: «Por isso abandonarão o pai<br />
e a mãe» ( M ). Quanto à última parte, era de opinião que a Igreja,<br />
havendo causa, podia invalidar os matrimónios clandestinos, assim<br />
como proibiu outros matrimónios sob a pena de nulidade.<br />
Cânone 3: A mulher que caiu em adultério, deixa de ser esposa,<br />
de forma que seja permitido a ambos os cônjuges, ou ao<br />
menos à parte inocente que não tenha dado causa ao adultério,<br />
(19) C. T. VI pp. 445-447.<br />
(20) C. T. VI p. 472.<br />
(21) C. T. VI pp. 477-478.<br />
(22) Sessão Sétima, Os Sacramentos em Geral, cânon 1: C. T. V p. 994; D. B.<br />
(23) Mt. 19, 6; Mc. 10, 9.<br />
(24) Gén. 2, 24; Mt. 19, 5.