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À sombra da pátria - Curso de Florais de Bach

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4 Peregrino<br />

Informação, Cultura e Livre Expressão<br />

Gran<strong>de</strong>s homens grávidos<br />

Mesmo quem não viu o inocente<br />

filme “Junior” on<strong>de</strong> o cientista,<br />

interpretado por Arnold<br />

Schwarzenegger, fica literalmente<br />

grávido, po<strong>de</strong> imaginar a cena um<br />

tanto quanto bizarra: um homenzarrão<br />

musculoso e enorme<br />

invadido pela incontrolável força<br />

reprodutiva <strong>da</strong> natureza, exibindo<br />

uma redon<strong>da</strong> barrigona, mamas<br />

incha<strong>da</strong>s, enjôos, <strong>de</strong>sejos alimentares<br />

exóticos, lágrimas e humores<br />

à flor <strong>da</strong> pele.<br />

O personagem <strong>da</strong> ficção<br />

certamente revela uma fantasia real<br />

do imaginário masculino. Talvez<br />

muitos homens, em seus mais<br />

secretos pensamentos, já tenham se<br />

imaginado carregando o próprio<br />

filho no ventre, tendo <strong>de</strong>sejos,<br />

vonta<strong>de</strong>s, sentindo o neném se<br />

mexendo e <strong>de</strong>senvolvendo <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong><br />

barriga, <strong>de</strong>pois parindo e até mesmo<br />

amamentando. Mas... a natureza,<br />

sábia ou talvez injusta, não<br />

proporcionou ao sexo masculino<br />

nenhuma <strong>de</strong>stas intensas vivências<br />

e sensações. Sabedoria ou injustiça,<br />

o fato é que muitos homens têm <strong>de</strong><br />

enfrentar na vi<strong>da</strong> a frustração <strong>de</strong><br />

nunca po<strong>de</strong>rem gerar ou sentir a<br />

vi<strong>da</strong> em formação <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si.<br />

Muitas tribos primitivas realizavam<br />

rituais on<strong>de</strong> marcavam a<br />

passagem do cui<strong>da</strong>do e criação dos<br />

filhos <strong>da</strong> mãe para o pai, o chamado<br />

“ritual <strong>de</strong> couva<strong>de</strong>”. Esse ritual era<br />

sempre marcado pela vivência física<br />

ou espiritual <strong>da</strong> dor, como na<br />

circuncisão, ou no lamento choroso<br />

dos homens durante o parto <strong>da</strong><br />

mulher, com o intuito <strong>de</strong> atrair os<br />

maus espíritos para si, mantendoos<br />

longe do recém-nascido. Após os<br />

lamentos e o parto, o recém-pai é<br />

quem ficava <strong>de</strong> resguardo e recebia<br />

os cumprimentos <strong>da</strong> tribo, recebendo<br />

o bebê que agora ficava sobre<br />

os seus cui<strong>da</strong>dos. Esses rituais<br />

possibilitavam a vivência física e<br />

social do envolvimento íntimo entre<br />

pais e filhos, favorecendo uma<br />

importante vivência para ambos.<br />

Hoje não temos nem rituais <strong>de</strong><br />

couva<strong>de</strong> e nem mesmo a ciência se<br />

aproxima <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

permitir que os homens engravi<strong>de</strong>m.<br />

O gestar, amamentar e<br />

cui<strong>da</strong>r <strong>da</strong> cria, em nossa socie<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

fica totalmente restrito ao universo<br />

<strong>da</strong> mãe-mulher e os pais <strong>de</strong> hoje<br />

muitas vezes não encontram seu<br />

espaço apropriado neste triângulo.<br />

Mas, ain<strong>da</strong> assim, tenho visto<br />

surgirem ca<strong>da</strong> vez mais “homens<br />

grávidos”. Homens que buscam<br />

estar afetivamente próximos <strong>da</strong><br />

mulher grávi<strong>da</strong> e do filho ain<strong>da</strong> na<br />

barriga. Homens que querem<br />

participar do processo todo <strong>da</strong><br />

gestação, ultra-som, pré-natais, do<br />

próprio parto e que vivenciam até<br />

mesmo fisicamente a gravi<strong>de</strong>z e<br />

assim enjoam, engor<strong>da</strong>m, têm<br />

<strong>de</strong>sejos exóticos. Homens que<br />

conversam com o feto no ventre, que<br />

tentam sanar as cólicas do recémnascido<br />

e compartilham as noites<br />

mal dormi<strong>da</strong>s com a mãe. Homens,<br />

enfim, que permitem sentir-se<br />

impotentes e apenas observar e<br />

apoiar a explosão máxima do<br />

feminino em suas esposas,<br />

sentindo-se orgulhosos e preenchidos<br />

em vê-las gerando,<br />

parindo, amamentando e provendo<br />

vi<strong>da</strong> aos seus filhos.<br />

Um gran<strong>de</strong> ganho tem o filho<br />

<strong>de</strong> um pai que se permite<br />

“engravi<strong>da</strong>r”. Ele po<strong>de</strong> estar certo<br />

<strong>de</strong> que terá sempre presente um<br />

gran<strong>de</strong> pai, mo<strong>de</strong>lo forte <strong>de</strong> relação<br />

rica e ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira, mo<strong>de</strong>lo que irá<br />

perdurar em seu interior, norteando<br />

sua vi<strong>da</strong> por todo o sempre.<br />

Eleonora <strong>de</strong> Moraes<br />

Psicóloga – Coor<strong>de</strong>nadora do<br />

<strong>Curso</strong> para casais gestantes<br />

“Nove Luas”<br />

Tel.: (16) 9705 8922 / 3941 3669<br />

eleonoramoraes@hotmail.com<br />

Não é só por causa <strong>da</strong> <strong>sombra</strong><br />

que os três velhinhos elegeram<br />

aquele banco e <strong>de</strong>baixo <strong>da</strong> mangueira<br />

encontram-se to<strong>da</strong>s as manhãs.<br />

Quem me garante isso é minha<br />

amiga Yole, cujas caminha<strong>da</strong>s<br />

matinais <strong>de</strong>screvem uma tangente<br />

em relação ao círculo dos três. O<br />

banco, segundo ela, fica na praça 7<br />

<strong>de</strong> Setembro beirando a rua<br />

Floriano Peixoto. São símbolos <strong>da</strong><br />

<strong>pátria</strong> <strong>de</strong> que eles, tacitamente,<br />

julgam-se os mantenedores por uma<br />

espécie <strong>de</strong> usucapião. Não que<br />

tenham chegado a conhecer o<br />

Marechal, mas porque, provavelmente,<br />

as primeiras notícias que<br />

tiveram <strong>de</strong>le foram <strong>de</strong> transmissão<br />

oral. Sabe, o Floriano? Dizem que<br />

brigou com a mulher. Coisas assim,<br />

familiares, como <strong>de</strong> um ser ao<br />

alcance <strong>da</strong> mão.<br />

Pois apesar <strong>da</strong> imensa responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> representarem o<br />

passado, as tradições <strong>de</strong> nossa<br />

<strong>pátria</strong>, para que não se percam os<br />

débeis índices <strong>de</strong> nossa i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

nacional, as conversas entre eles são<br />

conversas <strong>de</strong> seres apegados ao<br />

presente e à vi<strong>da</strong>.<br />

No mês passado, um dos<br />

velhinhos não apareceu durante<br />

alguns dias, e os outros dois, em<br />

lugar <strong>da</strong>s discussões acalora<strong>da</strong>s,<br />

puseram-se a jogar <strong>da</strong>mas, taciturnos,<br />

silenciosos. Quando o<br />

absenteísta finalmente retornou,<br />

ocupando o lugar que se tornara<br />

vago por algum tempo, apareceu <strong>de</strong><br />

bigo<strong>de</strong>. Basto e branco bigo<strong>de</strong>, para<br />

gáudio e espanto dos amigos.<br />

- Você, com essa bigo<strong>de</strong>ira... -<br />

começou um <strong>de</strong>les.<br />

- ... ficou com mais cara <strong>de</strong><br />

homem - acrescentou o outro.<br />

FALAR BEM...<br />

Prezado Leitor, nesta coluna, espero po<strong>de</strong>r esclarecer algumas dúvi<strong>da</strong>s a<br />

respeito <strong>da</strong> Língua Portuguesa.<br />

1. O comentário foi:<br />

—A moça é tão PÚDICA!!!<br />

Ribeirão Preto - SP - Julho/2004<br />

<strong>À</strong> <strong>sombra</strong> <strong>da</strong> <strong>pátria</strong><br />

E era assim que eles falavam:<br />

emparceirados pelos muitos anos<br />

em que vinham compartilhando do<br />

mesmo banco.<br />

O portador do mais recente<br />

moustache, então, resolveu explicar-se:<br />

tivera <strong>de</strong> trocar <strong>de</strong> prótese<br />

- aparelho assim mesmo <strong>de</strong>signado<br />

pelos <strong>de</strong>ntistas e que mortais, como<br />

nós, chamam <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntadura - e a<br />

boca ficara um pouco murcha, meio<br />

chupa<strong>da</strong>. A idéia do bigo<strong>de</strong> fora<br />

concebi<strong>da</strong> por sua filhinha, uma<br />

garota <strong>de</strong> sessenta e dois anos,<br />

muito esperta para as coisas <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>.<br />

Ontem a Yole me contou que<br />

vinha passando aperta<strong>da</strong> em seu<br />

moletom, sua<strong>da</strong> e com pressa,<br />

quando ouviu a algazarra dos<br />

velhinhos. Resolveu diminuir o<br />

passo, curiosa.<br />

- Eu olho mesmo - dizia o<br />

primeiro - pra mulher eu olho.<br />

- Principalmente pra boca. Eu<br />

me encanto é com boca <strong>de</strong> mulher.<br />

- Mas não mexo, - completou o<br />

último - nunca mexi e não é agora<br />

que vou começar a mexer.<br />

Quando cruzava pela frente dos<br />

três, conta minha amiga, levantaram-se,<br />

fizeram uma continência<br />

e voltaram a sentar-se. Os três<br />

juntos e sem acordo prévio. Maravilhados,<br />

encantados com as<br />

doçuras <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>.<br />

O Floriano Peixoto que me<br />

perdoe pela falta <strong>de</strong> respeito<br />

patriótico, mas para<strong>da</strong> por para<strong>da</strong>,<br />

eu estou é com os velhinhos.<br />

Colaboração: Menalton Braff<br />

menalton@sernet.com.br<br />

Será mesmo??? Não sou contra moças, pessoas pudicas...mas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a<br />

pronúncia e escrita estejam corretas.<br />

Veja, Prezado Leitor: PUDICA—que tem pudor, recata<strong>da</strong>, tími<strong>da</strong>,<br />

envergonha<strong>da</strong>...<br />

A palavra é paroxítona (a sílaba tônica, “forte”, é a penúltima, no DI) e<br />

não proparoxítona (a sílaba tônica seria antepenúltima, no PU).<br />

2. Domingo... a família reuni<strong>da</strong> e D. Maria resolveu caprichar no frango<br />

assado.<br />

DESTRINCHOU o frango para a queri<strong>da</strong> família!!!<br />

Ninguém comeu!!! D. Maria, um frango assado como um bom prato<br />

gastronômico precisa ser TRINCHADO...<br />

TRINCHAR: é o verbo correto, isto é, cortar em pe<strong>da</strong>ços a carne que se<br />

serve à mesa.<br />

DESTRINCHAR (ou Destrinçar): significa expor com minúcias, resolver,<br />

particularizar.<br />

Ex.: Destrinchou um assunto.<br />

Colaboração: Renata Carone Sborgia<br />

Advoga<strong>da</strong> e Profª <strong>de</strong> Português e Inglês<br />

renatacs@freemail.convex.com.br

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