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de intelectual. Assim, sugere-se uma política industrial<br />

que, em linhas gerais, deve incentivar o investimento em<br />

novos setores ex ante e eliminar setores pouco produtivos<br />

ex post. O incentivo deve ser dado somente à firma<br />

pioneira, e, não, às imitadoras. Proteção comercial e subsídios<br />

à exportação seriam pouco adequados, pois não<br />

é possível a discriminação entre pioneiros e imitadores.<br />

Empréstimos e garantias por parte do governo, embora<br />

consigam atingir as firmas de forma discriminada, sofrem<br />

de sérios problemas associados à influência política no<br />

direcionamento dos recursos, corrupção e moral hazard.<br />

2.4 Barreiras à Entrada e Externalidades<br />

Associadas à Exportação<br />

Alguns autores argumentam que existem externalidades<br />

associadas à atividade exportadora. Nesse caso, seria<br />

reforçada a necessidade de algum tipo de política pública.<br />

A esse respeito, Aitken, Hanson e Harrison (1997)<br />

utilizam microdados de firmas mexicanas e encontram<br />

evidências de que a probabilidade de uma firma exportar<br />

é maior se esta se localiza nas proximidades de uma<br />

empresa multinacional, mas não é alterada com a proximidade<br />

de uma firma exportadora doméstica.<br />

Esse resultado parece indicar que as externalidades<br />

não estão relacionadas à atividade exportadora em si,<br />

mas a algum outro aspecto da atividade das empresas<br />

multinacionais. Elas podem ser geradas, por exemplo,<br />

pelo aumento de produtividade das firmas domésticas<br />

por meio da transferência de tecnologia e modelos de<br />

organização mais modernos (mais detalhes na próxima<br />

seção). Essa conjectura é reforçada por evidências de<br />

que, para empresas de países em estágios mais desenvolvidos,<br />

normalmente mais atualizadas em termos<br />

tecnológicos e organizacionais, as externalidades<br />

associadas à exportação não são significativas. 40<br />

Também é possível argumentar que existem barreiras<br />

à entrada de firmas domésticas em mercados estrangeiros.<br />

Além de barreiras tarifárias, quotas de importação<br />

e especificações sanitárias, existem também barreiras<br />

à entrada associadas ao estabelecimento de contatos<br />

comerciais e ao conhecimento do mercado estrangeiro.<br />

18<br />

Nesse sentido, a presença de multinacionais parece gerar<br />

externalidades associadas à criação de novas conexões<br />

exportadoras (maior diversidade de produtos e destinos),<br />

pelo menos para empresas chinesas. 41<br />

Ademais, se os consumidores incorrem em custo para<br />

experimentar novos produtos e conhecem a qualidade do<br />

produto local, mas não a do produto importado, esse custo<br />

se transforma em barreira à entrada para as exportações<br />

de outros países. 42 Nesse caso, algum tipo de subsídio à<br />

exportação poderia ser justificado, mas apenas quando a<br />

diferença entre o produto de alta qualidade e o de baixa<br />

qualidade é significativa, quando a diferença no custo de<br />

produção entre esses produtos é baixa, quando o grau de<br />

diferenciação entre o produto exportado e o produzido no<br />

exterior é alto, e quando o mercado de destino da exportação<br />

é muito protegido. De qualquer modo, o subsídio<br />

deve ser diminuído ao longo do tempo, conforme o problema<br />

de assimetria for sendo reduzido. No entanto, em vez<br />

de subsídios, parecem ser mais adequadas medidas que<br />

reduzam diretamente a assimetria informacional, como,<br />

por exemplo, promoção do país como produtor de bens de<br />

qualidade e investimentos na certificação de produtos.<br />

2.5 Externalidades do Investimento Direto<br />

Estrangeiro<br />

Muitos países lançaram mão de políticas de atração de investimento<br />

direto estrangeiro, com a justificativa de que<br />

existem externalidades associadas a ele. Basicamente,<br />

as firmas multinacionais poderiam gerar spillovers para<br />

as firmas domésticas por três canais: (i) pela geração de<br />

externalidades na atividade exportadora; (ii) pelo aumento<br />

da competição no mercado local; (iii) pela transferência de<br />

tecnologia e de métodos organizacionais.<br />

O primeiro canal foi objeto da seção anterior. Com relação<br />

ao segundo canal, Greenaway, Sousa e Wakelin (2004)<br />

encontram indícios de que o principal canal pelo qual o investimento<br />

direto estrangeiro aumenta as exportações de<br />

firmas britânicas é pelo aumento da competição. De qualquer<br />

modo, existem outros instrumentos mais apropriados<br />

do que a promoção de investimento direto estrangeiro<br />

para garantir e reforçar a competição no mercado domés-

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