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tor de EHMO. Conforme já salientado, trata-se de mecanismo<br />

importante de difusão e absorção de tecnologia e<br />

tende a gerar externalidades em termos de qualificação<br />

de mão-de-obra.<br />

Nesse sentido, o estudo prospectivo da ABDI levanta a<br />

preocupação com o fato de que boa parte da produção doméstica<br />

de EMHO é feita por grandes empresas multinacionais.<br />

Em particular, há o temor de que decisões da matriz<br />

impliquem descontinuidade da produção de determinado<br />

equipamento em território brasileiro de forma repentina.<br />

Desse modo, segundo o mesmo estudo, haveria necessidade<br />

de manter o centro decisório de determinados segmentos<br />

no Brasil, para não ficar dependendo de escolhas de<br />

investimento feitas por multinacionais.<br />

No entanto, entende-se que, mais do que determinar a<br />

necessidade de manutenção do centro decisório das empresas<br />

do setor no Brasil, essa realidade sinaliza, de fato, a<br />

necessidade de se manter um ambiente propício para o investimento<br />

e produção em bases competitivas. Os mesmos<br />

fatores de competitividade que levam uma empresa multinacional<br />

a fechar uma fábrica no Brasil são enfrentados<br />

pelos produtores de capital nacional, podendo igualmente<br />

culminar com a interrupção da produção.<br />

3.<br />

CONCLUSÕES<br />

O eixo central da política industrial brasileira voltada para<br />

o setor de EHMO parece ser a definição de margens de<br />

preferência em compras do Governo. Embora o poder de<br />

compra do Governo possa ser usado como ferramenta poderosa<br />

de política industrial, aparentemente o objetivo da<br />

política é a proteção do mercado doméstico, e não o fomento<br />

à inovação ou ganhos de competitividade. 82 Nesse<br />

sentido, a proteção excessiva e por tempo indeterminado<br />

tende a desestimular o investimento em inovação. Embora<br />

estejam previstas para durar cinco anos, nada impede<br />

que as margens sejam renovadas no final desse período.<br />

Desse modo, sugere-se que a ênfase da política industrial<br />

do setor seja desviada para políticas industriais<br />

33<br />

leves, que melhorem a competitividade das empresas<br />

domésticas. Na verdade, embora seja possível identificar<br />

algumas iniciativas nessa direção, elas claramente têm<br />

se mostrado insuficientes para atingir o objetivo almejado.<br />

Por exemplo, mesmo nos programas voltados especificamente<br />

para financiamento das empresas do complexo<br />

industrial de saúde, as empresas do setor de EHMO<br />

têm uma participação muito pequena. O mesmo pode ser<br />

dito sobre iniciativas mais horizontais como a Lei de Inovação<br />

e Lei do Bem.<br />

Em suma, mais do que maximizar a produção doméstica<br />

(ou minimizar o déficit na balança comercial do setor),<br />

o objetivo da política industrial para EHMO deveria<br />

ser alcançar a competitividade internacional em alguns<br />

segmentos. Nesse caso, o uso de políticas industriais pesadas,<br />

quando necessário, deve ser feito com moderação<br />

e em alguns poucos setores. Caso contrário, os custos<br />

da política industrial em termos de bem-estar provavelmente<br />

irão superar os benefícios.<br />

Nesse sentido, essa prescrição se mostra ainda mais<br />

importante do que no setor de P&G. Um dos custos associados<br />

à definição de margens de preferência nas compras<br />

públicas de EHMO é o aumento dos preços pagos<br />

por esses produtos no âmbito do MS. Em outras palavras,<br />

como o orçamento do MS é limitado, menos pessoas<br />

terão acesso a esses componentes e equipamentos na<br />

rede pública de saúde. Em se tratando de um país onde o<br />

acesso à saúde ainda é limitado, esses custos não deveriam<br />

ser negligenciados.

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