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Introdução<br />

N o Brasil, o debate sobre as diretrizes da política industrial voltou a<br />

ganhar importância com o lançamento da Política Industrial, Tecnológica<br />

e de Comércio Exterior (PITCE), em 2003. No entanto, foi com a valo-<br />

rização da moeda brasileira, a partir de 2008 (breve interrupção entre<br />

setembro de 2008 a abril de 2009), junto com a crise econômica mundial,<br />

que o debate ganhou destaque na agenda de políticas públicas.<br />

A valorização cambial poderia levar a uma possível desindustrialização (doença holandesa)<br />

da economia, mas esta não seria a única causa. O acirramento da concorrência chinesa<br />

no mercado doméstico, e em terceiros mercados, apontava para questões já enfatizadas nas<br />

políticas governamentais. O tema da inovação tecnológica trazido pela PITCE, e reforçado com<br />

a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) de maio de 2008, já era identificado como um<br />

dos principais desafios a serem enfrentados pelas políticas públicas e o setor empresarial, se<br />

o objetivo era conferir competitividade à indústria brasileira. O aumento da participação do<br />

Brasil nas exportações mundiais estaria diretamente dependente da elevação da produtividade,<br />

onde a inovação tecnológica teria um papel crucial.<br />

Em setembro de 2008, a crise mundial passou a ser o centro das atenções. O Brasil, como<br />

membro do G-20, foi um participante ativo na defesa do monitoramento e do alerta para que<br />

a recessão não fosse motivo de medidas protecionistas, postura que é mantida até hoje nas<br />

reuniões do grupo.<br />

Em abril de 2011, o governo lançou um novo plano, que foi depois ampliado, em 2012,<br />

o ”Plano Brasil Maior”. O núcleo central do plano seguiu as diretrizes dos planos anteriores<br />

— inovação como elemento chave para o aumento da produtividade — e consolidou<br />

como objetivo o adensamento produtivo e tecnológico das cadeias produtivas. Entre os<br />

instrumentos que foram eleitos para assegurar esse adensamento constam as políticas<br />

de conteúdo local.<br />

Entretanto, políticas de conteúdo local podem configurar exigências de desempenho<br />

para o investidor estrangeiro e, logo, estariam em desacordo com as regras da Organização<br />

Mundial do Comércio (OMC). A justificativa para essa interpretação é que medidas de<br />

conteúdo local distorcem os fluxos de comércio ao reduzirem o potencial de importações<br />

e, logo, seria uma medida protecionista. Contudo, este estudo parte da seguinte premissa:<br />

antes de rejeitar qualquer consideração sobre o tema de conteúdo local, à luz das regras da<br />

OMC (sempre passíveis de interpretações), a questão principal é analisar se o instrumento<br />

cumpre as funções que os governos desejam.<br />

Guimarães (2012) distingue duas motivações para as políticas de conteúdo local. Uma<br />

de natureza macroeconômica e de curto prazo com o objetivo de garantir a demanda doméstica.<br />

A segunda com objetivos específicos e de longo prazo associados ao desenvolvimento<br />

industrial.<br />

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