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Aparentemente, as medidas governamentais surti-<br />

ram o efeito desejado. A Noruega é atualmente um dos<br />

líderes mundiais na produção de petróleo e gás natural.<br />

Adicionalmente, algumas empresas norueguesas – Aker<br />

Kvaerner e StatoilHydro – fazem parte de um seleto grupo<br />

de multinacionais do setor. O país também conta com<br />

uma estrutura industrial repleta de pequenos e médios<br />

fornecedores, totalizando mais de 500 empresas. A relevância<br />

do setor na economia é crescente. Em 2002, o<br />

setor correspondia a 18,6% do PIB norueguês. No entanto,<br />

o setor aumentou sua participação para 23,7% em 2007,<br />

mesmo com redução de quase 30% na produção de petróleo<br />

e gás. Tal resultado é explicado pelas exportações<br />

de bens e serviços relacionados ao setor, visto que 10%<br />

de toda a receita mundial com serviços nessa indústria<br />

estão com fornecedores da Noruega. 92<br />

Um dos pilares das políticas de fomento à indústria<br />

local associada à extração de petróleo na Noruega foi<br />

o incentivo não somente para o desenvolvimento da<br />

economia local, mas também para a transferência de<br />

tecnologia. Exemplos desse esforço foram os Goodwill<br />

Agreements, acordos que garantiam aumento das chances<br />

em licitações futuras para empresas de outros países<br />

que investissem em pesquisa e desenvolvimento junto a<br />

instituições norueguesas de pesquisa voltadas para o setor<br />

de petróleo e gás. 93 Quanto maior fosse o envolvimento,<br />

maiores eram as chances. Se a empresa fornecesse<br />

somente suporte financeiro, suas chances aumentariam<br />

para a próxima rodada de concessões. Se além dos recursos<br />

financeiros, houvesse também a transferência de<br />

know-how, a empresa ganharia ainda mais pontos para a<br />

concessão seguinte. Esse sistema só foi abolido quando<br />

a Noruega ingressou na União Européia.<br />

O governo norueguês também incentivou investimentos<br />

em pesquisa e desenvolvimento por meio de redução<br />

de tributos. As despesas com essa atividade eram<br />

dedutíveis, o que significava um investimento do governo<br />

de 78% dos custos dessas despesas, visto que isso seria o<br />

imposto caso não houvesse a dedução. Além de estímulos<br />

tributários, o governo norueguês também foi a principal<br />

fonte de recursos para investimentos em pesquisa e<br />

36<br />

desenvolvimento até meados da década de 1990. Desde<br />

então, os fundos privados passaram a financiar mais de<br />

50% das despesas com a atividade. 94<br />

Além disso, o governo norueguês adotou políticas<br />

para o desenvolvimento dos recursos humanos locais,<br />

visando basicamente dois objetivos: (i) facilitar a transferência<br />

de know-how entre os funcionários das empresas<br />

nacionais e estrangeiras por meio de instituições específicas;<br />

(ii) incentivar a capacitação de mão-de-obra especializada<br />

por meio de instituições de ensino. 95<br />

Foi criada a Norwegian Petroleum Consultants – NPC,<br />

instituição voltada para facilitar a interação e troca de<br />

informações entre empregados de empresas transnacionais<br />

e domésticas para o desenvolvimento das capacitações<br />

locais. Ela foi criada por dez empresas norueguesas<br />

e tinha como objetivo torná-las aptas para competir com<br />

empresas estrangeiras em termos de abrangência e profundidade<br />

de capacitações. 96<br />

Também foi fundada a Universidade de Stavanger em<br />

1969, com foco no atendimento às necessidades locais<br />

de mão-de-obra para indústria de petróleo e gás. A localização<br />

da universidade, perto da indústria de petróleo<br />

e gás, proporcionou melhor interação entre academia e<br />

iniciativa privada. Inicialmente, a indústria influenciava<br />

fortemente nos cursos oferecidos pela universidade,<br />

pois ela fazia parte dos comitês de desenvolvimento dos<br />

currículos. Adicionalmente, havia um grande intercâmbio<br />

de pessoas entre a universidade e as empresas, o que<br />

proporcionava uma sintonia mais fina entre os cursos<br />

universitários e as práticas nas empresas. 97 O sucesso da<br />

universidade pode ser evidenciado pelo fato de ser hoje<br />

em dia a principal formadora de mestres em áreas associadas<br />

a petróleo e gás na Noruega.

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