EDITORIAL
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Digressões homossexuais_<br />
Introdução<br />
fin de construir un análisis dinámico centrada en personas con un aspecto<br />
de la lengua, en este caso, con Bajuba. Decidí realizar entrevistas no<br />
estructuradas y observación participante con el fin de establecer una<br />
conexión entre las referencias simbólicas y la realidad práctica de la<br />
homosexualidad individual, analizando el "armario" de la experiencia vivida<br />
en Belén comprobado que el uso de Bajuba compone parte de la salida que<br />
viene y que sirve como los momentos agregador de sociabilidad.<br />
Palabras clave: homosexualidad, saliendo; bajuba.<br />
Este trabalho teve como base uma<br />
incursão etnográfica, realizada nos anos de<br />
2007 e 2009, na cidade de Belém, a partir das<br />
técnicas de observação direta e participante e<br />
da realização de seis entrevistas no estilo<br />
história de vida, com o objetivo de:<br />
compreender as rotinas e atividades<br />
cotidianas dos interlocutores, as<br />
representações acerca da homossexualidade:<br />
absorver e entender um léxico particular, o<br />
bajubá, que faz parte de um processo de<br />
sociabilidade e de formação de identidades<br />
lésbicas, gays, bissexuais, travestis e<br />
transexuais (LGBT), que ajuda nas<br />
performances pela cidade, esta o locus<br />
privilegiado para a disseminação desta gíria<br />
urbana, entendendo-a como forma ritualística<br />
de aceitação aos grupos/pares de iguais.<br />
Os estudos sobre sexualidade na<br />
Amazônia, nas últimas duas décadas, revelam<br />
avanços pontuais para os entendimentos e<br />
construções de saberes sobre as<br />
sexualidades, principalmente sexualidade que<br />
escapam à heterossexualidade e/ou<br />
identidade de gênero que se performatizam<br />
fora do binário masculino e feminino, como<br />
os trabalhos sobre travestilidade e<br />
transexualidade. Porém, numa comparação<br />
com a produção do eixo sul-sudeste, as<br />
produções da região Norte encontram-se<br />
localizadas na Universidade Federal do Pará.<br />
Na década de 1970, a cidade de Belém<br />
serviu de campo para o antropólogo inglês<br />
Peter Fry (1982) enxergasse as relações entre<br />
os cultos afro-brasileiros e a<br />
homossexualidade masculina; estas ajudaram<br />
na construção analítica de um dos principais<br />
paradigmas da teoria construtivista da<br />
(homo)sexualidade no Brasil: os modelos<br />
hierárquico e igualitário. Nesta chave de<br />
análise, as relações entre os homens no norte<br />
do país seguiriam uma linha em que as<br />
relações de gênero atravessariam a relação<br />
sexual e/ou identidade sócio-sexual dos<br />
participantes de uma relação homossexual<br />
dependendo da posição adotada no ato<br />
sexual, ou seja, "homens de verdade"<br />
poderiam "comer" as "bichas" sem que sua<br />
masculinidade fosse posta a prova, isto<br />
demonstraria a influência das convenções<br />
sociais de gênero na construção da identidade<br />
homossexual nesta parte do Brasil. De<br />
maneira diferente, mais ao sul do país, os<br />
homossexuais tenderiam a se comportar, por<br />
estarem em contato com um ideal moderno e<br />
individualista, de maneira mais igualitária, não<br />
importando mais a posição que assumiriam<br />
no ato sexual, mas o sexo do parceiro, ou a<br />
identidade sócio-sexual, ou a identidade de<br />
gênero do mesmo.<br />
Depois de um hiato de quinze anos,<br />
desde a pesquisa de Fry, no final da década<br />
de 1980, é realizada uma etnografia pela<br />
antropóloga Telma Amaral Gonçalves (1989),<br />
estudante do curso de Ciências Sociais à<br />
época, acerca das representações, do<br />
preconceito e discriminação contra<br />
homossexuais na capital paraense; sendo<br />
escrita numa época em que os homossexuais<br />
ainda sofriam com o atrelamento à chamada<br />
"peste gay" (AIDS), que estigmatizava e<br />
marcava as pessoas que mantivesse relações<br />
afetivo-sexuais com outras do mesmo sexo.<br />
Este trabalho é, sem dúvida, um libelo da<br />
Rev. NUFEN [online]. v.4, n.1, janeiro-junho, 44-58, 2012. 45