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teologia trinitária da revelação na história proposta - FaJe

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Nesse período, o advento <strong>da</strong> racio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de científica endossa a necessi<strong>da</strong>de de se<br />

verificar e comprovar a existência de Deus. Instala-se crise advin<strong>da</strong> <strong>da</strong> impossibili<strong>da</strong>de de tal<br />

demonstração empírica. A filosofia, por sua vez, se debruça sobre a busca de argumentos<br />

racio<strong>na</strong>is sobre a existência divi<strong>na</strong>, por ain<strong>da</strong> considerar relevante tal questão. Isso porque a<br />

moderni<strong>da</strong>de<br />

pode caracterizar-se, de fato, por ser domi<strong>na</strong><strong>da</strong> pela ideia <strong>da</strong> <strong>história</strong> do pensamento<br />

como uma ‘ilumi<strong>na</strong>ção’ progressiva, que se desenvolve com base <strong>na</strong> apropriação e<br />

<strong>na</strong> reapropriação ca<strong>da</strong> vez mais ple<strong>na</strong> dos ‘fun<strong>da</strong>mentos’, que frequentemente são<br />

pensados também como as ‘origens’, de modo que as revoluções teóricas e práticas<br />

<strong>da</strong> <strong>história</strong> ocidental se apresentam e se legitimam <strong>na</strong> maioria <strong>da</strong>s vezes como<br />

‘recuperações’, re<strong>na</strong>scimentos, retornos. 10<br />

Mais tardiamente, a experiência do pós-guerra, reveladora <strong>da</strong>s atroci<strong>da</strong>des <strong>da</strong> razão<br />

huma<strong>na</strong>, bem como a utilização dos avanços tecnológicos em prol <strong>da</strong> destruição, contribuem<br />

para a dissolução dos valores <strong>da</strong> moderni<strong>da</strong>de11 . O desencanto humano diante do progresso e<br />

<strong>da</strong> técnica conduz, desse modo, ao esgotamento <strong>da</strong> eter<strong>na</strong> busca do novum. Reforça tal<br />

frustração a crescente toma<strong>da</strong> de consciência dos limites humanos, ecológicos e econômicos.<br />

Diante do exposto, gra<strong>da</strong>tivamente se corroem os pilares do edifício moderno.<br />

O teólogo Bruno Forte, por sua vez, explora a metáfora <strong>da</strong> luz como o mais intenso<br />

princípio inspirador <strong>da</strong> moderni<strong>da</strong>de. Característica <strong>da</strong> pretensiosa razão adulta no percalço de<br />

compreender e domi<strong>na</strong>r o mundo. “Segundo esse projeto – que está <strong>na</strong> base do Iluminismo em<br />

to<strong>da</strong>s as suas expressões – compreender racio<strong>na</strong>lmente o mundo significa tor<strong>na</strong>r o homem<br />

fi<strong>na</strong>lmente livre, senhor e protagonista do próprio amanhã, emancipando-o de qualquer<br />

possível dependência” 12 . A ideia de emancipação perpassa os processos de transformação<br />

histórica <strong>da</strong> moderni<strong>da</strong>de, a partir dos anseios do “século <strong>da</strong>s luzes” e dos germes lançados<br />

pela Revolução Francesa, responsáveis por incutir marcas profun<strong>da</strong>s <strong>na</strong> cultura ocidental.<br />

Para Bruno Forte, associa<strong>da</strong> à metáfora <strong>da</strong> luz, emerge a imagem <strong>da</strong> embriaguez que<br />

caracteriza a atitude de presunção <strong>da</strong> razão absoluta. “A expressão completa dessa embriaguez<br />

é a ‘ideologia’: a moderni<strong>da</strong>de, tempo do sonho emancipatório, é também o tempo <strong>da</strong>s visões<br />

totais do mundo, próprias <strong>da</strong>s ideologias” 13 . A expansão dessa ideologia revela-se violenta e<br />

10 VATTIMO, G. O fim <strong>da</strong> moderni<strong>da</strong>de, op. cit., p. VI.<br />

11 Para Bruno Forte, “a crise <strong>da</strong>s guerras mundiais e dos totalitarismos se expressa <strong>na</strong> denúncia crítica dos<br />

limites e <strong>da</strong>s presunções <strong>da</strong> razão emancipante [...]” (FORTE, B. Nos caminhos do uno: metafísica e <strong>teologia</strong>.<br />

São Paulo: Pauli<strong>na</strong>s, 1992. p. 190).<br />

12 FORTE, B. A essência do cristianismo. Petrópolis: Vozes, 2003. p. 13. Acerca dessa temática ver também:<br />

FORTE, B. Para onde vai o cristianismo? São Paulo: Loyola, 2003. p. 10-23.<br />

13 FORTE, B. A essência do cristianismo, op. cit., p. 14.<br />

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