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teologia trinitária da revelação na história proposta - FaJe

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despedi<strong>da</strong> <strong>da</strong> concepção de ver<strong>da</strong>de como reflexo de um <strong>da</strong>do metafísico objetivo ou, no<br />

âmbito <strong>da</strong>s ciências, meramente descritivo e delinea<strong>da</strong>mente determi<strong>na</strong>do. A possibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

ver<strong>da</strong>de <strong>da</strong> qual trata o autor não se traduz em mero objeto de conhecimento. Não se deixa<br />

apreender pela evidência, estabili<strong>da</strong>de, certeza, que lhe conferiam outrora a metafísica. Antes<br />

implica a forma de uma experiência a transformar aquele que a faz.<br />

Na perspectiva estética, Vattimo pensa a experiência <strong>da</strong> ver<strong>da</strong>de como produto do<br />

encontro com a arte, sobretudo de vanguar<strong>da</strong>, por seu caráter contestador e libertário. Anos após<br />

a reflexão de Heidegger e de Ga<strong>da</strong>mer, o autor insiste <strong>na</strong> recuperação <strong>da</strong> arte como experiência<br />

<strong>da</strong> ver<strong>da</strong>de, “[...] contra a mentali<strong>da</strong>de cientificista moder<strong>na</strong>, que limitou a ver<strong>da</strong>de ao campo <strong>da</strong>s<br />

ciências matemáticas <strong>da</strong> <strong>na</strong>tureza, relegando to<strong>da</strong>s as outras experiências, mais ou menos<br />

explicitamente, ao domínio <strong>da</strong> poesia, <strong>da</strong> pontuali<strong>da</strong>de estética [...]” 49 . Desse modo, a<br />

experiência <strong>da</strong> ver<strong>da</strong>de instaura<strong>da</strong> por meio <strong>da</strong> obra de arte, assim se configura, porque modifica<br />

aquele que a faz, não em vista de uma adequação, mas de uma ulterior libertação. Origi<strong>na</strong>lmente,<br />

não se deixa descrever por meio dos termos apolíneos de harmonia, luminosi<strong>da</strong>de, perfeição.<br />

Trata-se antes, <strong>da</strong> experiência crepuscular <strong>da</strong> finitude, do limite e <strong>da</strong> mortali<strong>da</strong>de. Implica<br />

abertura à experiência enquanto condição de possibili<strong>da</strong>de do ser-no-mundo. Experiência e<br />

ver<strong>da</strong>de se entrecruzam, pois quanto mais se experimenta a ver<strong>da</strong>de, mais a própria experiência<br />

se revela como processo de abertura não arraiga<strong>da</strong> a dogmatismos.<br />

No tocante ao niilismo Vattimo evidencia, enquanto intérprete e propagador <strong>da</strong> obra<br />

de Nietzsche, os traços <strong>da</strong> influência recebi<strong>da</strong>:<br />

Se, ao contrário, o niilismo tem a coragem de aceitar que Deus está morto, ou seja,<br />

que não existem estruturas objetivas <strong>da</strong><strong>da</strong>s, tor<strong>na</strong>-se ativo em pelo menos dois<br />

sentidos: antes de tudo, não se limita a desmascarar o <strong>na</strong><strong>da</strong> que está <strong>na</strong> base de<br />

significados, estruturas, valores; produz e cria, também, novos valores e novas<br />

estruturas de sentido, novas interpretações. 50<br />

De Heidegger, por sua vez, Vattimo retoma sobretudo a reflexão sobre o fim <strong>da</strong><br />

metafísica e o enfraquecimento do ser51 . Ao contrapor o pensamento de Nietzsche e de<br />

49 VATTIMO, G. O fim <strong>da</strong> moderni<strong>da</strong>de, op. cit., p. 122.<br />

50 VATTIMO, G. Diálogo com Nietzsche, op. cit., p. 243, grifo do autor. Considerar também: VATTIMO, G. Il<br />

soggetto e la maschera: Nietzsche e il problema della liberazione. Bolog<strong>na</strong>: Tascabili Bompiani, 2007. p.<br />

114: “Tutto il significato consolante e rassicurante della verità, contro cui si dirige così spesso la polemica di<br />

Nietzsche in Umano troppo umano e nelle opere conesse, si riporta dunque al nesso esistente tra metafisica e<br />

ricerca della sicurezza. Nata in u<strong>na</strong> situazione di mi<strong>na</strong>ccia e di violenza, la metafisica è essa stessa, a sua<br />

volta, un atto violento”.<br />

51 A reflexão estética do autor contempla a problemática heideggeria<strong>na</strong> <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong>de do acesso à ver<strong>da</strong>de<br />

também por meio <strong>da</strong> obra de arte. A tese doutoral de Vattimo discute a ontologia de Heidegger em “Ser e<br />

tempo”, sobretudo no tangente à obra de arte, à linguagem e à hermenêutica.<br />

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