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VISÃO JUDAICA • abril de 2003 • Nissan / Iyar • 5763

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<strong>VISÃO</strong> <strong>JUDAICA</strong> <strong>•</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2003</strong> <strong>•</strong> <strong>Nissan</strong> / <strong>Iyar</strong> <strong>•</strong> <strong>5763</strong><br />

O Mapa da Infâmia<br />

* Herman Glanz<br />

é representante do Likud<br />

no Rio <strong>de</strong> Janeiro, foi um dos<br />

fundadores do Grupo Universitário<br />

Hebraico do Brasil, foi diretor da<br />

FIERJ e exerceu cargos na<br />

Organização Sionista do Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro e do Brasil. Atualmente é<br />

secretário do Comitê Eleitoral<br />

Regional da Organização Sionista<br />

do Brasil e 1° secretário da<br />

Chevra Kadishá do<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

Herman Glanz*<br />

jogo acabou. A guerra <strong>de</strong><br />

Bush ao Iraque ainda ocupando<br />

o cenário político<br />

mundial, mas também está<br />

na Or<strong>de</strong>m do Dia o Mapa da<br />

Estrada da Paz (o tal Road Map), o<br />

plano <strong>de</strong> paz do Quarteto, isto é, um<br />

processo <strong>de</strong> paz para Israel e palestinos,<br />

sob a égi<strong>de</strong> dos quatro: Estados<br />

Unidos, União Européia,<br />

Rússia e ONU. Em síntese,<br />

um plano <strong>de</strong> paz<br />

em que Israel se<br />

ren<strong>de</strong> ao terror<br />

e se forma um<br />

Estado palestinoin<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

e<br />

soberano.<br />

Por que<br />

será que os<br />

Estados Unidos<br />

e a Inglaterra<br />

não prepararam<br />

um Mapa da<br />

Estrada da paz para<br />

Saddam Hussein? Por<br />

que será que preferiram a guerra<br />

a Saddam Hussein, a guerra ao<br />

terror e ao povo do Iraque? Por que<br />

não foram propostas soluções <strong>de</strong> dois<br />

estados para dois povos, ou três estados<br />

para três povos, já que há curdos,<br />

xiitas e sunitas, nem um processo<br />

<strong>de</strong> paz, do tipo <strong>de</strong> Oslo, nem<br />

reunião do Quarteto, ou um Septeto,<br />

VJ INDICA<br />

FILMES DAVID<br />

O relato autobiográfico do cineasta Amos<br />

Gitai (Kadosh) em “O Dia do Perdão”<br />

oferece uma visão visceral e <strong>de</strong>vastadora<br />

sobre os horrores da guerra. Ele narra as<br />

experiências <strong>de</strong> uma pequena unida<strong>de</strong><br />

médica atuando na linha <strong>de</strong> frente da<br />

Guerra do Yom Kipur, em 1973, na qual<br />

forças sírias e egípcias lançaram um<br />

ataque surpresa contra Israel num dos<br />

dias mais sagrados do judaísmo - Yom<br />

Kipur, ou Dia do Perdão.<br />

As cenas iniciais do filme não<br />

preparam o espectador para o realismo<br />

extraordinário do material sobre a<br />

frente <strong>de</strong> batalha. Amos Gitai<br />

tinha apenas 23 anos quando a<br />

invasão surpresa aconteceu e ele<br />

viveu em primeira mão os<br />

acontecimentos retratados no<br />

filme, no qual é representado pelo<br />

personagem Weinraub (Liron<br />

incluindo-se a Índia, a China e a Arábia<br />

Saudita, por exemplo, nem tampouco<br />

penosas concessões – o presi<strong>de</strong>nte<br />

Bush <strong>de</strong>u a Saddam Hussein 48<br />

horas para cair fora, ou a guerra, que<br />

acabou em três semanas, expulsando<br />

Saddam, que, até agora, ninguém<br />

sabe para on<strong>de</strong> foi. Não foram propostas<br />

soluções que exigissem que<br />

Saddam nomeasse um Primeiro-Ministro,<br />

transferindo o po<strong>de</strong>r para esse<br />

Primeiro-Ministro, nem negociaram<br />

com Saddam, nem tampouco o compartilhamento<br />

da sua Bagdá como<br />

capital dos dois ou três estados in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />

Por que os americanos<br />

não tomaram medidas a fim <strong>de</strong> construir<br />

um “ambiente confiável” para<br />

que Saddam concordasse em negociar?<br />

Por que será que os americanos<br />

preferiram o uso excessivo <strong>de</strong> força<br />

contra o fraco Iraque? Por que será<br />

que os americanos preferiram atirar<br />

primeiro, dizendo que <strong>de</strong>veriam, antes<br />

<strong>de</strong> tudo, garantir a vida dos seus<br />

soldados diante dos homicidas-suicidas-bombas,<br />

mas Israel <strong>de</strong>veria se<br />

abster <strong>de</strong>ssa prática? Por que será,<br />

que Saddam <strong>de</strong>veria ser caçado vivo<br />

ou morto diferentemente <strong>de</strong> Yasser<br />

Arafat? Em que o tirano Arafat difere<br />

do tirano Saddam? Afinal, Arafat já é<br />

sabido ser um terrorista, que matou<br />

muita gente, que vem espalhando o<br />

terror, e o presi<strong>de</strong>nte Bush, coerente<br />

em não dialogar com terroristas, nunca<br />

recebeu Arafat. Por que Saddam<br />

<strong>de</strong>veria sumir ou morrer e Arafat con-<br />

“Dia do Perdão” filma carnificina da guerra do Yom Kipur<br />

STRATTON<br />

Levo). Este é um intelectual <strong>de</strong>scabelado<br />

que subscreve a filosofia <strong>de</strong> Marcuse e<br />

rejeita o materialismo. Ele e seu amigo<br />

ruivo Tuso estão passando o feriado <strong>de</strong><br />

Yom Kipur na cida<strong>de</strong> tranqüila e <strong>de</strong>serta.<br />

Ao receberem a notícia do ataque, eles<br />

partem no Fiat velho <strong>de</strong> Weinraub para as<br />

colinas <strong>de</strong> Golã para se juntarem à<br />

unida<strong>de</strong> especial do Exército na qual<br />

foram alistados. Mas tudo é caos, as<br />

estradas estão bloqueadas e eles não<br />

conseguem encontrar a unida<strong>de</strong>. Eles<br />

topam com o Dr. Klauzner (Uri Ran<br />

Klauzner), um médico cujo carro quebrou,<br />

e lhe dão carona até uma base da Força<br />

Aérea, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m juntar-se a uma<br />

equipe improvisada <strong>de</strong> resgate que irá <strong>de</strong><br />

helicóptero até a linha <strong>de</strong> frente para<br />

levar socorro médico aos feridos.<br />

Poucas vezes na longa história dos<br />

filmes <strong>de</strong> guerra o espectador se viu<br />

tinuar? A resposta é uma só: Arafat<br />

mata ju<strong>de</strong>us. Por isso, um Mapa da<br />

Estrada da Paz para Israel com Arafat,<br />

e não houve um Mapa da Estrada<br />

da Paz para o Iraque... Infâmia<br />

Além do mais, Bush promove uma<br />

odiosa discriminação contra pessoas,<br />

ferindo direitos humanos. Exige que<br />

cesse a ampliação <strong>de</strong> assentamentos<br />

nas áreas <strong>de</strong>socupadas da Margem<br />

Oci<strong>de</strong>ntal, nome eufemístico para a<br />

Judéia e Samaria, como era chamada<br />

até antes da Guerra dos Seis Dias <strong>de</strong><br />

1967. Por caso é sabido que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

1967, Israel erigiu 144 assentamentos<br />

e os palestinos 261 nas terras<br />

ocupadas? Por que os cidadãos <strong>de</strong><br />

Israel não têm o direito <strong>de</strong> se estabelecer<br />

em seu território, mas os<br />

palestinos <strong>de</strong>vem ter o direito <strong>de</strong> se<br />

estabelecer em território que ocuparam?<br />

Por acaso é sabido por que os<br />

palestinos se colocaram do lado <strong>de</strong><br />

Saddam Hussein? A explicação é simples:<br />

a maioria dos chamados “palestinos”<br />

são iraquianos que chegaram<br />

à Terra Santa, atraídos pelo <strong>de</strong>senvolvimento<br />

produzido pelo sionismo<br />

e trazidos pelos ingleses. Já falamos,<br />

certa vez da inversão dos fatos,<br />

em que a Terra Santa passou a Palestina<br />

árabe, passou a território ocupado<br />

por Israel, quando, pelo contrário,<br />

a Palestina sempre foi judaica.<br />

Mas, o que é esse tal <strong>de</strong> Road Map,<br />

o Mapa da Estrada da Paz? Bem, no<br />

final, um prêmio ao terror, que os<br />

Estados Unidos negam a Bagdá, mas<br />

tão diretamente no meio da<br />

carnificina. Gitai evita <strong>de</strong> propósito<br />

oferecer qualquer informação sobre o<br />

passado dos personagens. Sabemos<br />

praticamente nada sobre eles, exceto<br />

que a família <strong>de</strong> Tuso vem <strong>de</strong> Milão.<br />

Num momento <strong>de</strong> crise e caos nacional,<br />

o indivíduo fica em segundo plano<br />

diante da urgência do trabalho que<br />

precisa ser feito e esses médicos e sua<br />

equipe, <strong>de</strong> certo modo heróis, mas<br />

também apenas pessoas comuns que<br />

tentam fazer o melhor possível sob<br />

condições pavorosas, são extremamente<br />

reais. Assim como se nega a fazer uma<br />

narrativa convencional, Gitai tampouco<br />

oferece ao espectador não familiarizado<br />

com a história do Oriente Médio nas<br />

últimas décadas qualquer informação<br />

sobre o contexto político da situação, as<br />

razões do ataque ou suas repercussões.<br />

com Israel é diferente. O Road Map<br />

estabelece claramente um Estado<br />

palestino, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e soberano,<br />

com o máximo <strong>de</strong> contigüida<strong>de</strong>, que<br />

é mais do foi tratado nos Acordos <strong>de</strong><br />

Oslo. O Road Map não exige o reconhecimento<br />

do direito <strong>de</strong> Israel existir,<br />

nem que cessem os incitamentos<br />

contra Israel, nem que cesse a doutrinação<br />

do ódio a Israel, através,<br />

inclusive, do currículo e livros escolares.<br />

Não trata <strong>de</strong> fronteiras seguras,<br />

mas do retorno a 1967, fronteiras<br />

que Abba Eban, antigo Ministro<br />

do Exterior <strong>de</strong> Israel, chamava <strong>de</strong><br />

“fronteiras <strong>de</strong> Auschwitz”. Trata do<br />

problema dos chamados refugiados,<br />

segundo a Resolução 194 da ONU, e<br />

Jerusalém <strong>de</strong>verá ser compartilhada.<br />

Enfim, um prêmio ao terror. E mais,<br />

o problema fica internacionalizado,<br />

com a participação do Quarteto, on<strong>de</strong><br />

a maioria dos membros, já se posicionou<br />

contra Israel e on<strong>de</strong> a União<br />

Européia financia Arafat e sua administração<br />

corrupta. Ainda agora, o<br />

político israelense <strong>de</strong> esquerda, Yossi<br />

Beilin, um dos arquitetos dos fracassados<br />

Acordos <strong>de</strong> Oslo, escreveu:<br />

“<strong>de</strong> que adiantaram todas as medidas<br />

do governo Sharon contra Arafat,<br />

se Israel está sendo submetido<br />

à pressão do Road Map?” Não teria<br />

sido melhor agüentar o terror como<br />

fato consumado?<br />

Por isso fica um grito <strong>de</strong> indignação<br />

que se não po<strong>de</strong> calar: Infâmia<br />

e covardia!<br />

Insurreição<br />

DVD e VHS<br />

Heróis do seu tempo...e <strong>de</strong> todos os<br />

tempos, uma história inspiradora sobre<br />

a resistência à guerra.<br />

A Polônia foi o primeiro país<br />

conquistado por Hitler e os ju<strong>de</strong>us<br />

poloneses foram os que mais sofreram<br />

com isso. Em Varsóvia todos os ju<strong>de</strong>us<br />

foram confinados em um gueto. Sob a<br />

supervisão cruel <strong>de</strong> oficiais nazistas,<br />

milhares viviam em condições<br />

precárias. Um grupo não aceitou a<br />

situação. Esse grupo <strong>de</strong> bravos resistiu<br />

secretamente. Quando o gueto foi<br />

transferido para<br />

campos <strong>de</strong><br />

concentração, este<br />

grupo li<strong>de</strong>rado por<br />

More<strong>de</strong>chai Anilevitch,<br />

fez o que os nazistas<br />

menos esperavam.<br />

Eles resistiram.

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