Evolução das características físico-químicas e da maturação
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Capítulo 1 – Matéria-prima – o leite<br />
C14). A proporção de ácido linoleico (C18:2) vai aumentando ao longo <strong>da</strong> lactação.<br />
Quanto à fracção proteica do leite utilizado no fabrico de queijo é um dos factores com maior<br />
influência no processo de coagulação, condicionando as <strong>características</strong> <strong>da</strong> coalha<strong>da</strong> e do<br />
produto final obtido. A concentração e a dimensão <strong><strong>da</strong>s</strong> micelas de caseína bem como a sua<br />
proporção relativa e ain<strong>da</strong> o teor de cálcio coloi<strong>da</strong>l solúvel, são algumas <strong><strong>da</strong>s</strong> principais<br />
<strong>características</strong> <strong>físico</strong>-<strong>químicas</strong> inerentes ao leite que variam entre espécies e dentro <strong>da</strong> mesma<br />
espécie, dependentes <strong>da</strong> raça, sendo responsáveis pelas proprie<strong>da</strong>des particulares aos queijos<br />
de vaca, de cabra e de ovelha. São também determinantes para o comportamento do leite<br />
durante a coagulação e para as <strong>características</strong> do gel, as quais podem condicionar o tipo de<br />
trabalho que a coalha<strong>da</strong> pode sofrer (Vieira Dias et al., 2008).<br />
Para entender a dinâmica de coagulação, bem como os processos ocorridos durante a cura, foi<br />
fun<strong>da</strong>mental definir um modelo aceitável para o comportamento <strong><strong>da</strong>s</strong> moléculas de proteína bem<br />
como para as alterações que se vão verificando ao longo dos processos mais importantes<br />
durante a obtenção do queijo: a coagulação, a sinérese e a cura.<br />
As moléculas de proteína encontram-se associa<strong><strong>da</strong>s</strong> em partículas que são conheci<strong><strong>da</strong>s</strong> como<br />
micelas de caseína e contêm cerca de 80% <strong>da</strong> proteína do leite. A sua estrutura é coloi<strong>da</strong>l, a<br />
forma pode ser considera<strong>da</strong> esférica e são compostas por várias moléculas agrupa<strong><strong>da</strong>s</strong> em<br />
diferentes tipos αs1-, αs2-, e caseínas k (Dalglish, 1999).<br />
Em todos os modelos de organização estrutural conhecidos, a caseína k aparece na superfície<br />
<strong>da</strong> micela e desempenha um papel fun<strong>da</strong>mental na estabili<strong>da</strong>de do coloide (Dalglish, 1999).<br />
Destes, o mais difundido é o de Schmidt proposto em 1982 e pode observar-se na Figura 1.<br />
Moléculas de caseína k<br />
Centro hidrofóbico<br />
º Ligação Ca9 (PO4)6<br />
A B<br />
A: Subuni<strong>da</strong>de micelar<br />
B: Micela<br />
Figura 1 - Estrutura <strong>da</strong> micela de caseína a<strong>da</strong>ptado de Alvarenga, 2008.<br />
P Gomes (2011). Instituto Superior de Agronomia.<br />
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