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28 DE DEZEMBRO DE 2008 CAUSA OPERÁRIA ECONOMIA 3<br />

RETROSPECTIVA 2008<br />

O ano em que o capitalismo entrou em colapso<br />

2008 foi o ano em que o mundo viu a eclosão daquela que será a maior e mais profunda etapa da crise histórica do capitalismo, explicitando<br />

aos olhos de todos o seu esgotamento histórico e impulsionando ainda mais convulsões, guerras e revoluções, que sinalizam a sua derrocada<br />

pela ação revolucionária dos explorados em todo o mundo<br />

Depois de passar o ano de<br />

2007 tentando apresentar as<br />

tendências recessivas da economia<br />

capitalista mundial como um<br />

problema inexistente ou um mal<br />

específico de um setor da economia<br />

norte-americana, o imobiliário;<br />

alguns setores da burguesia<br />

tiveram que lançar no<br />

começo de 2008 as primeiras<br />

avaliações realistas sobre a situação<br />

e destacar que a “a recessão<br />

já não é uma previsão, mas<br />

uma realidade”, conforme divulgou<br />

o relatório de um dos exprincipais<br />

bancos de investimentos<br />

dos Estados Unidos,o<br />

Merrill Lynch.<br />

Ao final da primeira semana<br />

do ano o economista-chefe<br />

dessa instituição declarou: “de<br />

acordo com nossa análise, a<br />

recessão já não é uma previsão,<br />

mas uma realidade” (Daily Telegraph,<br />

8/1/2008).<br />

As conclusões procuravam<br />

apontar ainda naquele momento<br />

para uma freada na economia<br />

da maior potência capitalista, os<br />

EUA, diante dos últimos dados<br />

econômicos divulgados sobre<br />

as altas taxas de desemprego,<br />

produção industrial, inadimplência<br />

no setor imobiliário, renda,<br />

atividade dos setores industrial<br />

e de comércio, baixa confiança<br />

do consumidor e falta de credito<br />

para as instituições.<br />

Naquele momento, a taxa de<br />

desemprego nos Estados Unidos<br />

ultrapassava a marca de 5%,<br />

aumentando em quase 100% ao<br />

longo do ano.<br />

Como anunciou Causa Operária<br />

em sua primeira edição do<br />

ano, “sob a suspeita de que seria<br />

contestado por outros órgãos de<br />

economia, o relatório ainda denunciou<br />

que em Wall Street<br />

existe um consenso de fazer<br />

“vistas grossas” para a crise,<br />

pois a melhor forma de evitar a<br />

crise é fingir que ela não existe”.<br />

“Mais ou menos<br />

grávida”<br />

Ainda em janeiro, o National<br />

Bureau, órgão que classifica a<br />

situação da economia norteamericana,<br />

disse que o que está<br />

acontecendo não é uma recessão,<br />

mas “um declínio significativo<br />

na atividade econômica,<br />

mas disseminado na economia<br />

– a duração é maior do que<br />

apenas poucos meses”. No seu<br />

relatório, entretanto, a Merrill<br />

Lynch ridicularizou esse tipo de<br />

análise, ao assinalar que “dizer<br />

que o cenário é ‘parecido com<br />

o de uma recessão’ pode ser<br />

comparado a um obstetra dizer<br />

a uma mulher que ela está ‘mais<br />

ou menos grávida’” (BBC Brasil,<br />

8/1/2008).<br />

Até mesmo a ONU (Organização<br />

das Nações Unidas) foi<br />

obrigada a reconhecer que os<br />

Estados Unidos estavam em<br />

recessão, num esforço coletivo<br />

da burguesia mundial e suas organizações<br />

para tentar ocultar a<br />

profundidade da crise histórica<br />

do capitalismo.”Um desaquecimento<br />

mais marcado da primeira<br />

potência econômica do mundo<br />

[EUA] dará um forte golpe em<br />

inúmeros países pobres, porque<br />

desacelerará o comércio mundial<br />

e conterá a disparada dos<br />

preços dos produtos de base da<br />

qual eles se beneficiaram nos<br />

últimos anos” (Associated<br />

France Press, 9/1/2008), anunciou<br />

esse covil mundial do imperialismo.<br />

O mês de janeiro registrou<br />

perdas dos principais mercados<br />

financeiros de todo mundo da<br />

ordem de US$ 5,2 trilhões , si-<br />

JANEIRO<br />

Banco norteamericano<br />

perde US$<br />

10 bilhões<br />

Depois que o Citigroup, o JP<br />

Morgan e Wells Fargo, três dos<br />

maiores bancos de investimento<br />

dos Estados Unidos anunciaram<br />

perdas com a crise da hipotecas,<br />

o Merrill Lynch anuncia prejuízo<br />

no balanço de 2007<br />

nalizando um comportamento<br />

que se transformaria em rotina<br />

ao longo do ano provocando a<br />

queima de mais de US$ 30 trilhões<br />

em 2008.<br />

Colapso geral<br />

O verdadeiro colapso que se<br />

expressou em toda economia<br />

mundial nos meses seguintes,<br />

evidenciou que a crise não estava<br />

limitada aos EUA, mas que<br />

a crise deste, era o motor de uma<br />

crise generalizada do capitalismo<br />

em todo o planeta.<br />

A crise e falência instituições<br />

financeiras das maiores potências<br />

capitalistas, como Merril<br />

Lynch, Citigroup, Credit Suisse,<br />

Freddie Mac, Fannie Mae<br />

etc.etc. forneceram argumento<br />

para os propagandistas da burguesia<br />

(disfarçados de analistas)<br />

ainda tentarem ocultar a recessão<br />

mundial afirmando de que se<br />

tratava apenas da crise do setor<br />

financeiro e que a verdadeira<br />

derrama de dinheiro publico, ou<br />

seja, de impostos pagos pelos<br />

trabalhadores para salvar os<br />

bancos seriam suficientes para<br />

garantir melhores condições de<br />

liquidez para o mercado e que se<br />

generalizasse o contagio do que<br />

os economistas burgueses denominam<br />

como “economia<br />

real”, ou seja, as empresas industriais,<br />

agrícolas e comerciais.<br />

Os trilhões gastos pelos<br />

governos capitalistas, que se<br />

mostraram cada vez mais como<br />

verdadeiras ditaduras capitalistas,<br />

em primeiro lugar dos<br />

banqueiros não modificaram a<br />

marcha da crise.<br />

A cada dia deste ano de 2008,<br />

ficou mais claro para milhões de<br />

explorados “uma verdade incontestável:<br />

nos governos dos<br />

especuladores, só há dinheiro<br />

para os banqueiros. Agora, a<br />

ditadura internacional dos banqueiros<br />

vai fazer o mundo todo<br />

pagar com seu suor para que um<br />

punhado de parasitas do sistema<br />

financeiro sobreviva” (Causa<br />

Operária nº 502, 05/10/08)<br />

O monstro da crise emergiu<br />

em todos os países e em todas<br />

as áreas da economia mundial.<br />

Em junho, o jornal O Globo<br />

anunciava como “descida sem<br />

freio” a virtual falência da gigante<br />

GM – uma das maiores montadoras<br />

do mundo – ao mesmo<br />

tempo em que destacava uma<br />

nova onda de queda das Bolsas<br />

de todo o mundo. O “mercado<br />

de urso” (bear market) é a definição<br />

da situação de sucessivas<br />

baixas que levaram a uma<br />

desvalorização de 20% ou mais<br />

os principais indicadores norteamericanos,<br />

o Dow Jones e a<br />

Nasdaq.<br />

A crise mundial, com toda a<br />

clareza, entrou uma nova etapa<br />

de aprofundamento, atingindo<br />

todo o mercado, já debilitado por<br />

anos de crise que ficou oculta<br />

com medidas de parasitismo<br />

Petróleo chega a<br />

U$100 e Opep declara<br />

que preço “não é<br />

muito elevado”<br />

O presidente da Organização<br />

dos Países Exportadores de Petróleo<br />

(Opep) e ministro argelino do<br />

Petróleo Chakib Khelil, afirmou não<br />

considerar o preço do barril de<br />

petróleo em US$ 100 “necessariamente<br />

muito elevado”.<br />

Bush quer salvar EUA<br />

O verdadeiro colapso que se expressou em toda economia<br />

mundial nos meses seguintes, evidenciou que a crise não<br />

estava limitada aos EUA, mas que a crise deste, era o motor<br />

de uma crise generalizada do capitalismo em todo o planeta.<br />

estatal e especulação financeira<br />

que, no entanto, apesar de todas<br />

as promessas dos capitalistas,<br />

não conseguiram recuperar, de<br />

fato, minimamente a economia<br />

real.<br />

Em julho, o colunista do Wall<br />

Street Journal, Robert Powell,<br />

alertou: “recessão ou não, os<br />

tempos estão se tornando cada<br />

vez mais difíceis, e tempos difíceis<br />

podem levar a decisões<br />

ruins,informando que a “Autoridade<br />

Reguladora da Indústria<br />

Financeira [Finra, na sigla em<br />

inglês] alertou os investidores<br />

para que pensem duas vezes<br />

antes de tomar medidas que<br />

possam comprometer suas<br />

‘cestas de ovos’, tal como resgatar<br />

hipotecas retroativas,<br />

obter cartões de débito direto<br />

dos investimentos em fundos de<br />

pensão privados ou sacar suas<br />

apólices de seguros de vida para<br />

se contrapor a duros tempos<br />

financeiros”.<br />

O verdadeiro pânico desencadeado<br />

pelas perdas no mercado<br />

financeiro colocou em estado<br />

de alerta todos os fundos de<br />

investimento e alternativas à<br />

poupança oferecidas a qualquer<br />

soma de dinheiro nas mãos do<br />

cidadão comum.<br />

Temendo que o capital dos<br />

bancos evapore com uma verdadeira<br />

corrida contra as carteiras<br />

de hipotecas e seguros, um<br />

dos mais importantes jornais do<br />

mercado financeiro fez dos<br />

conselhos do Finra suas palavras:<br />

“[ao invés de sacar sua<br />

hipoteca] pode-se vender a casa<br />

e então partir para algo menor,<br />

ou alugar, ou então tomar um<br />

empréstimo sobre a hipoteca”.<br />

Nenhum grande banqueiro quer<br />

– nem pode – pagar o preço do<br />

saque simultâneo de hipotecas<br />

na terra da especulação imobiliária.<br />

O problema, para os que se<br />

esforçam para enxergar uma<br />

saída não-revolucionária para a<br />

crise, está no desenvolvimento<br />

da própria crise da economia<br />

real, da qual a recessão norteamericana<br />

é um sinal. A falência<br />

generalizada das maiores<br />

empresas, dos mais importantes<br />

ramos da indústria mundial<br />

ameaçar fazer o estouro da bolha<br />

de qualquer mercado financeiro<br />

parecer uma explosão de<br />

estalinhos com os quais as crianças<br />

brincam nas praças.<br />

Sem alternativas<br />

O fracasso histórico da Rodada<br />

de Doha, convocada pela<br />

Organização Mundial do Comércio<br />

(OMC), em julho, expressou<br />

o completo esgotamento<br />

da crise econômica mundial<br />

As expectativas de um fim rápido para a crise estão esvanecendo rapidamente.<br />

da recessão com<br />

pacote de US$ 150<br />

bilhões<br />

O presidente dos Estados Unidos,<br />

diante da situação de recessão,<br />

apresenta ao Congresso norte-americano<br />

um pacote anti-recessão<br />

que prevê a injeção de 1%<br />

do PIB do país para aquecer a economia<br />

FEVEREIRO<br />

50 mil desempregados<br />

e prejuízos de US$ 7,7<br />

trilhões nos EUA<br />

Relatórios divulgados dizem<br />

e a incapacidade do imperialismo<br />

em tentar garantir sua própria<br />

sobrevivência encontrando<br />

saídas negociadas para a crise.<br />

O encontro que tinha como<br />

objetivo redefinir as regras do<br />

comércio internacional na tentativa<br />

de dar mais fôlego para a<br />

crise econômica mundial foi à<br />

ruína ante diante da recusa dos<br />

norte-americanos da proposta<br />

dos países atrasados em fazer<br />

concessões para acelerar o desenvolvimento<br />

destes últimos.<br />

“É um fracasso coletivo”, concluiu<br />

o comissário de Comércio<br />

que crise financeira promoveu 52<br />

mil demissões nos EUA e prejuízos<br />

de mais de US$ 7 trilhões no<br />

mundo<br />

MARÇO<br />

Maior inflação em 11<br />

anos na China: 8,7%<br />

Governo chinês informou que<br />

no segundo mês do ano, a inflação<br />

chegou a 8,7% , este é o maior<br />

índice dos últimos 11 anos. A crise<br />

financeira mundial, e a crise de<br />

abastecimento contribuíram para<br />

o aumento do preço dos alimentos<br />

e combustíveis.<br />

Inflação atinge o Brasil<br />

da União Européia, Peter Mandelson<br />

(O Estado de S. Paulo,<br />

30/7/2008).<br />

Os países imperialistas tentaram<br />

convencer os países explorados<br />

a cederem mais mercado<br />

para o imperialismo e não obtiveram<br />

qualquer êxito.<br />

O imperialismo fracassou em<br />

tentar reciclar seu modelo econômico<br />

conhecido pelo nome de<br />

“globalização”, um modelo que<br />

pelo menos nas últimas duas<br />

décadas só pôde levar o mundo<br />

a catástrofes sociais e financeiras<br />

colossais, bancarrotas de<br />

países inteiros, o aumento da<br />

fome, do desemprego e da destruição<br />

dos direitos trabalhistas.<br />

Em suma, um modelo para sufocar<br />

ainda mais as condições de<br />

vida dos trabalhadores para sustentar<br />

a crise criada pelos próprios<br />

capitalistas.<br />

Evidenciou-se, uma vez mais<br />

que a não se trata de uma crise<br />

qualquer. Está em questão a<br />

própria sobrevivência do capitalismo,<br />

que não consegue encontrar<br />

mais nenhuma válvula de<br />

escape para sair de sua crise<br />

histórica.<br />

Em agosto, durante retiro<br />

anual do Federal Reserve (Fed),<br />

banco central norte-americano,<br />

expressou-se o sentimento de<br />

depressão completa em relação<br />

à crise econômica de todos analistas<br />

presentes.<br />

Na oportunidade, John Lipsky,<br />

representante do Fundo<br />

Monetário Internacional (FMI),<br />

lamuriou-se pelo fato de que “este<br />

distúrbio não irá embora rápido<br />

e irá exigir esforços sérios para<br />

que seja superado”, acrescentando<br />

que “o humor neste ano é de<br />

mais claridade, digamos que é<br />

um pouco mais melancólico” .<br />

As despencadas das Bolsas se<br />

seguiram no último semestre<br />

acompanhando a divulgação do<br />

aumento do desemprego nos<br />

EUA – que só no segundo semestre<br />

atingiu mais de 600 mil trabalhadores<br />

e de outros resultados<br />

desastrosos da economia capitalistas<br />

por todas as partes.<br />

As expectativas de um fim<br />

rápido para a crise estão esvanecendo<br />

rapidamente. “Acho que<br />

vai durar muito mais do que talvez<br />

nós tenhamos previsto”,<br />

disse Anne Mulcahy, executivachefe<br />

da Xerox Corp, em outubro.<br />

Como assinalou Causa Operária,<br />

em novembro, “O siste-<br />

ma financeiro norte-americano<br />

lembra um paciente na UTI. O<br />

corpo está tentando combater<br />

uma doença que está se espalhando,<br />

e enquanto esta o faz, o<br />

corpo entra em convulsão, se<br />

acomoda por um tempo e depois<br />

entra em convulsão novamente.<br />

A doença parece estar<br />

superando as tendências do<br />

mercado a se curar sozinho. Os<br />

médicos encarregados estão se<br />

recorrendo a um tratamento<br />

cada vez mais invasivo, e agora<br />

estão experimentando remédios<br />

que não tinham sido nunca apli-<br />

com o aumento em<br />

18% nos produtos<br />

importados<br />

Depois da prosperidade quase<br />

eterna, divulgada pela burguesia<br />

brasileira e mundial, o Brasil aprofunda<br />

sua crise econômica com o<br />

aumento dos importados e da inflação<br />

ABRIL<br />

Bancos vão ter prejuízo<br />

de US$ 690 bilhões<br />

O banco Credit Suisse informou<br />

que bancos têm uma estimativa<br />

de perdas da ordem de US$<br />

650 bilhões com o mercado de<br />

crédito<br />

cados” (nº 507, 05/11/2008.<br />

O fracasso dos<br />

planos e pacotes<br />

No final de setembro, quando<br />

pensava que aprovaria no Congresso<br />

dos EUA um pacote de<br />

USS 750 bilhões de ajuda aos<br />

bancos, o presidente Bush discursou<br />

aos americanos: “Sei que<br />

muitos de vocês estão frustrados<br />

com a situação quando o governo<br />

lhes pede que paguem pelos<br />

erros de Wall Street. Não parece<br />

justo”.<br />

Warren Duffet, o homem que<br />

salvou - por enquanto - a Goldman<br />

Sachs com a aplicação de US$ 5<br />

bilhões, descreveu o panorama de<br />

forma ainda mais simples:”Isto é<br />

pior que Pearl Harbor”.<br />

A crise avança em passos largos<br />

e já atravessou o oceano. O<br />

governo britânico anunciou a<br />

nacionalização do banco Bradford<br />

& Bingley (B&B), afetado pela<br />

crise de crédito, na segunda nacionalização<br />

feita pelo governo<br />

trabalhista do primeiro-ministro<br />

Gordon Brown neste ano.<br />

Desesperados em socorrer os<br />

bancos, Bush, o presidente eleito<br />

Obama e seus colegas especuladores<br />

não mediram esforços para<br />

que o Congresso aprovasse o<br />

acordo<br />

Enquanto mais de um bilhão de<br />

pessoas passam fome no mundo,<br />

trilhões foram perdidos da metade<br />

do ano passado para cá com<br />

esta crise. Os governos foram<br />

obrigados a estatizar os bancos<br />

falidos jogando bilhões dos contribuintes<br />

na fogueira da crise<br />

capitalista.<br />

Em novembro, o porta-voz<br />

dos investidores norte-americanos,<br />

o Wall Street Journal, reproduziu<br />

a estimativa do banco Goldman<br />

Sachs sobre o tamanho do<br />

rombo no mercado financeiro:<br />

US$ 1,15 trilhões, ou 9,16% dos<br />

US$ 11,3 trilhões em empréstimos<br />

para compra de imóveis, e<br />

ainda 4,24% dos empréstimos<br />

comerciais.<br />

Em uma discussão sobre o<br />

tema, o presidente francês, Nicolas<br />

Sarkozy, aliado estreito de<br />

Bush, afirmou que “a idéia de um<br />

mercado todo-poderoso sem regras<br />

e qualquer intervenção política<br />

é loucura. A auto-regulação<br />

acabou. O laisser faire acabou. O<br />

mercado todo-poderoso que está<br />

sempre certo, se acabou”. Pobre<br />

epitáfio para a ideologia “neoliberal”.<br />

Sarkozy acrescentou ainda<br />

que “Esta crise não é a crise do<br />

capitalismo. É a crise de um sistema<br />

que está muito além dos<br />

valores do capitalismo e que traiu<br />

o capitalismo”. Pura bobagem. O<br />

que está falido, após a tentativa de<br />

resgate “neoliberal” é justamente<br />

o capitalismo que nada mais tem<br />

a oferecer além do que está aí.<br />

Como assinalamos no Editorial<br />

da edição especial de nº 500 de<br />

Causa Operária (21/09/08),<br />

“contra a política econômica da<br />

grande burguesia e do imperialismo,<br />

é preciso levantar um programa<br />

econômico socialista da classe<br />

operária: estatização do sistema<br />

financeiro; não pagamento da<br />

dívida aos especuladores; estatização<br />

dos ramos econômicos<br />

chave como petróleo e mineração;<br />

confisco do latifúndio, reforma<br />

agrária com distribuição de<br />

terras aos camponeses sem-terra;<br />

controle operário da produção;<br />

monopólio estatal do comércio<br />

exterior, aumento salarial; redução<br />

da jornada de trabalho e investimento<br />

estatal na saúde, educação<br />

e moradia com o confisco do<br />

capital nestas áreas”.<br />

MAIO<br />

Cesta básica sobe<br />

21,61%, salário<br />

mínimo 9,21%<br />

Lula aumentou o salário mínimo<br />

em 9,21%, mas cesta básica<br />

sobe mais do que duas vezes este<br />

percentual<br />

China registra 8,5% de<br />

inflação, a maior em<br />

12 anos<br />

Com uma inflação de 8,5% no<br />

últimos meses país vive aumento<br />

generalizado do custo de vida

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