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casamento com festas, lua-de-mel e muitos filhos. Acabaram sendo enganadas<br />

e exploradas. Com o passar do tempo, abandonadas e desiludidas,<br />

vieram terminar seus dias naquele antro. A maioria não tinha filhos<br />

ou não sabia onde eles estavam.<br />

Os homens, normalmente, tinham repugnância e fugiam delas durante<br />

o dia. Mas, no início da noite, na escuridão, tudo se transformava. Os<br />

homens que as haviam repelido durante o dia as procuravam à noite.<br />

Lutavam e brigavam; alguns morriam por elas na madrugada. Os seus<br />

críticos mais ferozes eram os que mais as amavam e buscavam esse lenitivo<br />

que lhes fornecia paz e prazer, por algumas horas. Na cama, à noite,<br />

esses homens lhes davam abraços carinhosos, sussurravam, com voz<br />

doce e suave, desejos escondidos. Por minutos, em troca do difícil dinheiro,<br />

carinhos ilusórios, é certo, mas, mesmo esses, não eram recebidos<br />

de ninguém; nem da esposa, nem mesmo dos filhos. Que poder teriam<br />

essas mulheres?<br />

Alguns chegavam a se apaixonar por elas, outros passaram a viver com<br />

essa mulheres. Diziam alguns - como sempre, há discordância - que elas,<br />

uma vez fora do seu ambiente, jamais voltavam a viver onde sofreram.<br />

Outros, entretanto, falavam o oposto: que elas jamais abandonavam o<br />

padrão de vida de mulheres fáceis, viciadas no sexo.<br />

Elas brigavam por qualquer motivo; jamais levavam desaforos para casa.<br />

Por que tudo aquilo? Seria uma obrigação carregar pela vida afora a<br />

marca ruim, para que todos soubessem identificar sua nódoa estigmatizante,<br />

mesmo depois de muitos anos? Seria um castigo imposto por<br />

Deus?<br />

Ali por perto, na mesma rua, mulheres um pouco mais bem cuidadas<br />

dançavam sonolentas, cansadas e deprimidas, com homens tímidos,<br />

que furavam um cartão para cada dança recebida. Os donos delas as<br />

esperavam às três horas da manhã, na porta do Montanhês, do Rádio,<br />

do Chantecler. Nessa hora, gigolôs, de sapatos pretos e terno de linho<br />

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