14.04.2013 Views

Visite nosso site! - Galeno Alvarenga

Visite nosso site! - Galeno Alvarenga

Visite nosso site! - Galeno Alvarenga

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

tes.<br />

Assentado na cadeira, tentando balançar para frente, mas quase caindo<br />

para trás, ele recordava, emocionado, aquela cena.<br />

No DCE, Dr. Adamastor, entusiasmado com a receptividade, imaginou<br />

poder ir mais longe. Cauteloso por instinto, costume e mineirice, continuou,<br />

por certo tempo, olhando para o chão. Aos poucos, foi ficando<br />

hipnotizado pelos grandes olhos azuis - naquela noite, mais azuis e<br />

brilhantes ainda, olhos sensuais, de gazela espantada, no cio. Bêbado,<br />

irrefletidamente, ele partiu para a aproximação. Ela olhava-o com suas<br />

duas jóias incrustadas nas órbitas enormes, redondas... Ao balançar o<br />

bumbum, em gingados lascivos, suas carnes tenras e exuberantes atraíam<br />

o desejo de todos os admiradores de mulheres cheias.<br />

Despedaçado pela paixão alucinante, ele aproximou-se da moça, como<br />

a frágil e pequena limalha é atraída e presa por um poderoso ímã. Ele,<br />

como sapo hipnotizado, caminhou, sem perceber, para a boca da cobra<br />

que iria assimilá-lo totalmente. Ele e ela, entrelaçados, a partir daquele<br />

encontro, que podia não ter ocorrido, misturaram-se, formaram um só<br />

e estranho nó. Ambos, a partir daquele momento, foram perdendo a<br />

individualidade, começaram a enterrar a sonhada liberdade, que cada<br />

um buscava.<br />

A fuzarca do carnaval continuava barulhenta. Dr. Adamastor colocou,<br />

com cuidado, suas mãos desajeitadas e pesadas na cintura de Rosária,<br />

segurando-a, inicialmente, com delicadeza. À medida que o medo de<br />

dançar diminuía, ele passou a pular pelo salão, enroscado à presa, agora<br />

de cabeça erguida. Sorria sozinho, orgulhoso da conquista ou por ter<br />

sido conquistado. De tempos em tempos, tirava do bolso um velho lenço<br />

marrom, amarrotado e esgarçado, naquele momento, bastante umedecido<br />

de suor. Passava-o na nuca, depois no pescoço, testa e cabeça; retirava<br />

o líquido espesso que emergia dos poros de sua face. Após se enxugar e,<br />

sem notar, passava sua grande língua nos lábios molhados do suor que<br />

escorria e, em seguida, gentilmente, oferecia o lenço imundo a ela, que<br />

<strong>Vi<strong>site</strong></strong> <strong>nosso</strong> <strong>site</strong>! www.galenoalvarenga.com.br<br />

22

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!