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Os Meus Amores - Nautilus

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cortinha onde lavravam, dissera-lhe ele cá do<br />

caminho:<br />

– Ó Sr. José! saberá que lhe andavam uns<br />

porcos no seu nabal, e lá lhos botou fora o Ti Zé<br />

Bernardo.<br />

– Hã, rapaz! Tu que dizes?!<br />

– Uns porcos no seu nabal.<br />

– E de quem? – perguntou já zangado o José<br />

Lorna.<br />

– Não sei – tornou-lhe o rapaz a gritar. – Eu<br />

ia a passar cá no caminho, e não sei.<br />

– Sejam muito boas testemunhas! – vociferou<br />

o lavrador para os obreiros, atordoado com a má<br />

nova, como se se tratasse de um caso de morte.<br />

– Mas testemunhas de quê, ó Sr. José? –<br />

perguntara um dos obreiros, que ia sendo uma vez<br />

preso por jurar verdade. – Testemunhas de quê?!<br />

– Em como diz aquele rapaz que me<br />

andavam uns porcos no nabal!<br />

– Ai, lá isso sim! – fizeram todos. – Isso<br />

ouvimos nós.<br />

De modo que nem quase jantou, o José<br />

Lorna, como a Teresa disse à mãe, e estava todo<br />

enfrenesiado – jurando também o filho, o<br />

António...<br />

– Ele que jurou, esse inimigo?! – perguntou a<br />

mãe muito assustada, pondo a mão na testa para se<br />

benzer.<br />

– ... que ainda havia de partir as pernas aos<br />

porcos, mais a quem os deixa andar a comer o que<br />

é dos outros, e ir dali para a cadeia, com umas<br />

algemas!<br />

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