15.04.2013 Views

Os Meus Amores - Nautilus

Os Meus Amores - Nautilus

Os Meus Amores - Nautilus

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

erro e pregando-lhe em cima com o ás, o José<br />

Bernardo.<br />

– Não vale! Foi engano! Largue! pensei que<br />

era um seis! –protestava muito alto o lavrador.<br />

– Larga o quê?! Está jogada! Então isto é<br />

bisca de rapazes?! – defendia-se o mestre barbeiro.<br />

– Leve lá agora esse terno! Jogue-lhe!<br />

Perdeu também esse jogo o lavrador; e<br />

enquanto não começava a desforra, disse ao filho<br />

que fosse à despensa por uma pinga. Deu um estalo<br />

com a língua o José Bernardo; e como o António,<br />

já de pichel na mão, oferecesse o bico da candeia<br />

ao gamão que a irmã acendera, o barbeiro alvitrou<br />

por graça:<br />

– Ó Sr. António, se vossemecê não quer,<br />

deixe que eu vou à cuba...<br />

Riram-se os rapazes.<br />

– Que estão vocês a rir? – perguntou,<br />

fingindo-se zangado, o José Bernardo. – Ora<br />

sempre quero saber qual de vocês, ouviram? qual<br />

de vocês dois há-de encontrar este ano, pla Páscoa,<br />

um ninho de perdiz.<br />

– Aonde? – perguntou o André.<br />

– Aonde? – estranhou o José Bernardo. –<br />

Quem sabe lá! No domingo de Páscoa, inda de<br />

noite, o primeiro que for à torre e tocar o sino<br />

encontra um ninho de perdiz.<br />

– Ora! – disseram os dois sem acreditar.<br />

– Não é «ora», é isto mesmo! – confirmou o<br />

José Bernardo.<br />

O José Lorna pôs-se a rir. Contou que no seu<br />

tempo, devia ter os seus doze anos, fora ele que<br />

209

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!