A Prece Segundo o Evangelho - Autores Espíritas Clássicos
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sem procurar desviar-lhes os golpes. Se Deus lhe<br />
concedeu raciocínio e inteligência, foi para que deles se<br />
servisse, assim como lhe deu a vontade para querer, a<br />
atividade para ser posta em ação. O homem, pela<br />
liberdade que tem de agir em outro sentido, é que faz<br />
com que seus atos lhe tragam para si e para outrem<br />
conseqüências derivadas do que ele praticou ou deixou<br />
de praticar. Da sua iniciativa se originam acontecimentos<br />
que escapam forçosamente à fatalidade e que nem por<br />
isso destroem a harmonia das leis universais, do mesmo<br />
modo que o adiantamento ou o atraso do ponteiro de um<br />
relógio não derroga a lei do movimento a que está sujeito<br />
o mecanismo.<br />
Assim, Deus pode aceder a certos pedidos sem<br />
infirmar a imutabilidade das leis que regem o conjunto,<br />
dependendo sempre isso do assentimento de sua vontade.<br />
7. Seria ilógico concluir desta máxima: «Tudo<br />
quanto pedirdes pela prece vos será concedido», que<br />
baste pedir para obter; como injusto fora acusar a<br />
Providência por não anuir a todos os pedidos que lhe são<br />
feitos, porquanto, melhor que nós, ela sabe o de que<br />
necessitamos. Dessa maneira é que procede o pai<br />
prudente: recusa ao filho o que seja contrário ao interesse<br />
deste. Em geral, o homem só vê o presente. Ora, se o<br />
sofrimento é útil à sua felicidade futura, claro está que<br />
Deus o deixará sofrer, como o cirurgião deixa que o<br />
doente sofra numa operação que lhe trará a cura.<br />
O que Deus poderá conceder, se confiante o homem<br />
lha suplicar, é a coragem. Na paciência e na resignação,<br />
igualmente encontra ele meios de escapar aos embaraços,<br />
pelo auxílio das idéias que os bons Espíritos lhe<br />
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