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Diario da Justi a 29-05-2001 - Tribunal de Justiça da Paraíba

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DIÁRIO DA JUSTIÇA • Terça-feira, 01 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2003<br />

retidão <strong>de</strong> consciência. Pregava a seu modo...<br />

Não era arte <strong>da</strong> oratória nem tom <strong>de</strong> conversa<br />

comum. Ia <strong>de</strong>bulhando suas convicções. Suas<br />

palavras mais pareciam pe<strong>da</strong>ços <strong>de</strong> si mesmo. Só<br />

então entendi porque não consegui imitá-lo. Ele<br />

não precisa pregar. Bastava ser. Era diferente<br />

porque nos era semelhante. A admiração do povo<br />

<strong>de</strong> Deus, o respeito que no clero gozava, na<strong>da</strong><br />

alterava seu modo <strong>de</strong> ser, na<strong>da</strong> gerava distância<br />

entre nós. Não se convencia <strong>da</strong> gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> alma<br />

que lhe atribuíam. Um dia soube que ele an<strong>da</strong>va<br />

doente, muito doente. A noite <strong>de</strong>sceu sobre sua<br />

consciência. Esperou sua madruga<strong>da</strong>. Estranhamente,<br />

<strong>da</strong> morte não tinha medo algum. Seu abandono<br />

nas mãos do Absoluto o fazia indiferente a<br />

estar aqui ou Além. Para ele era trocar Deus por<br />

Deus. Trocou domingo passado, na madruga<strong>da</strong>,<br />

falecia um dos homens que mais me impressionaram.<br />

Seus familiares escreveram na lápi<strong>de</strong>: aqui<br />

jaz Monsenhor Fernando Montenegro Abath”.<br />

Sejam minhas últimas palavras, ungi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> gratidão<br />

e <strong>de</strong> sau<strong>da</strong><strong>de</strong>, aquelas que proferiu o saudoso<br />

Cônego Francisco Gomes Lima, <strong>de</strong> quem tive<br />

a fortuna <strong>de</strong> ter sido aluno, em oração fúnebre<br />

proferi<strong>da</strong> na Matriz <strong>de</strong> Itabaiana, em julho <strong>de</strong> 1953,<br />

em homenagem ao Vigário falecido, Monsenhor<br />

Francisco Coelho <strong>de</strong> Albuquerque: “Descansa<br />

peregrino, peregrino do Absoluto! Repousa, romeiro,<br />

romeiro do Infinito! Descansa, repousa,<br />

porque não obstante o teu longo e aci<strong>de</strong>ntado<br />

trajeto pela “treva cerra<strong>da</strong> <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>”, nunca manchaste<br />

os teus pés no lodo <strong>de</strong> “uma civilização<br />

<strong>de</strong>scri<strong>da</strong>”. Nunca manchaste o teu manto <strong>de</strong> romeiro<br />

no pó <strong>da</strong>s sen<strong>da</strong>s. Descansa, repousa, porque<br />

nunca per<strong>de</strong>ste <strong>de</strong> vista, no <strong>de</strong>serto, “a eterna<br />

e sempre bela Jerusalém, a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> mística <strong>de</strong><br />

Deus, que apareceu radiante nas visões evangélicas<br />

do último profeta!...”Cremos por isto, que<br />

tua alma generosa subiu até o seio <strong>de</strong> Deus nas<br />

asas <strong>da</strong> morte, “como o orvalho <strong>da</strong> terra se alevanta<br />

ao céu num raio <strong>de</strong> sol”. Subiste até o seio<br />

<strong>de</strong> Deus, para <strong>de</strong>le receberes o galardão dos fortes.”<br />

Era o que tinha a dizer, Senhor Presi<strong>de</strong>nte.<br />

(*)notas taquigráficas. Ato contínuo, o Eminente<br />

Desembargador proponente manifestou que após<br />

aprova<strong>da</strong> a referi<strong>da</strong> moção, seja a mesma comunica<strong>da</strong><br />

ao Arcebispo <strong>da</strong> <strong>Paraíba</strong>, D. Marcelo Pinto<br />

Carvalheira, e a família do extinto, na pessoa <strong>da</strong><br />

professora Célia Montenegro Abath, irmã do pranteado.<br />

Em segui<strong>da</strong>, o Eminente Desembargador<br />

Presi<strong>de</strong>nte submeteu a propositura ao plenário,<br />

tendo sido a mesma aprova<strong>da</strong> por uníssona votação,<br />

acostando-se a douta Presidência, bem como<br />

o representante do Ministério Público, Doutor<br />

José Di Lorenzo Serpa, Procurador-Geral <strong>de</strong> <strong>Justi</strong>ça,<br />

em exercício. Logo após, <strong>da</strong><strong>da</strong> a palavra ao<br />

Eminente Desembargador Marcos Antônio Souto<br />

Maior, que na ocasião propôs ao Colendo Colegiado<br />

um voto <strong>de</strong> profundo pesar pelo falecimento<br />

do ex-Governador Clóvis Bezerra Cavalcanti,<br />

enaltecendo-o como um homem <strong>de</strong> uma biografia<br />

exemplar que marcou época em nosso Estado.<br />

Aprova<strong>da</strong> a moção à unanimi<strong>da</strong><strong>de</strong>, acostando-se<br />

a mesma o representante do Ministério Público,<br />

Doutor José Di Lorenzo Serpa, e a Douta Presidência<br />

que <strong>de</strong>terminou a comunicação <strong>da</strong> referi<strong>da</strong><br />

propositura à família enluta<strong>da</strong>. Por fim, o Eminente<br />

Desembargador Presi<strong>de</strong>nte levou ao conhecimento<br />

<strong>da</strong> Excelsa Corte, que em diálogo<br />

recente com o Presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Aca<strong>de</strong>mia Paraibana<br />

<strong>de</strong> Letras, Doutor Joacil <strong>de</strong> Brito Pereira, o mesmo<br />

sugeriu, que a exemplo do <strong>Tribunal</strong> Regional<br />

Eleitoral, esta Corte também <strong>de</strong>veria homenagear<br />

o Desembargador Osias Nacre Gomes, que foi<br />

Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>ste <strong>Tribunal</strong>, professor <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Direito por vários anos, jurista dos mais<br />

ilustres <strong>da</strong> <strong>Paraíba</strong> e escritor. Por conseguinte,<br />

propôs o Eminente Desembargador Presi<strong>de</strong>nte a<br />

constituição <strong>de</strong> uma comissão composta <strong>de</strong> três<br />

Desembargadores, para cui<strong>da</strong>r <strong>de</strong>ssa <strong>da</strong>ta em que<br />

a Corte <strong>de</strong>verá homenagear aquele ilustre homem<br />

público, por todos os títulos. Acrescentou<br />

na ocasião, que a referi<strong>da</strong> comissão <strong>de</strong>veria ser<br />

constituí<strong>da</strong> dos seguintes membros: Desembargador<br />

Antônio Elias <strong>de</strong> Queiroga que, como ele, é<br />

professor <strong>de</strong> Direito Civil; o Desembargador Marcos<br />

Antônio Souto Maior, já que veio <strong>da</strong> nobre<br />

classe dos Advogados e Desembargador Júlio<br />

Aurélio Moreira Coutinho, para que tratem <strong>da</strong><br />

homenagem ao Desembargador Osias Gomes, em<br />

<strong>da</strong>ta a ser apraza<strong>da</strong> por esta Comissão. Dando<br />

prosseguimento, o Excelentíssimo Senhor Desembargador<br />

Presi<strong>de</strong>nte submeteu à apreciação do<br />

Augusto Colegiado a Pauta <strong>de</strong> Julgamento constante<br />

dos itens adiante discriminados. 1º - PRO-<br />

CESSO ADMINISTRATIVO nº <strong>2001</strong>.004732-5. Relator:<br />

Exmo. Sr. Des. Antônio <strong>de</strong> Pádua Lima Montenegro.<br />

Indiciado: José Djacy Soares Alves, Juiz<br />

<strong>de</strong> Direito <strong>da</strong> 2ª Vara <strong>da</strong> Comarca <strong>de</strong> Cajazeiras.<br />

(Advs. José Valeriano <strong>da</strong> Fonseca e Val<strong>de</strong>mir Neco<br />

<strong>de</strong> Souza). DECISÃO: “À UNANIMIDADE, APLICOU-<br />

SE A PRESCRIÇÃO”. 2º - EXPEDIENTE nº<br />

2002.0013567-4. Relator: Exmo. Sr. Des. Plínio Leite<br />

Fontes (Presi<strong>de</strong>nte). Sugestão <strong>de</strong> Instauração <strong>de</strong><br />

Processo Administrativo contra Exmo. Sr. Dr. Gilberto<br />

Rolim <strong>de</strong> Moura, Juiz <strong>de</strong> Direito <strong>da</strong> 8ª Vara<br />

Cível <strong>da</strong> Comarca <strong>da</strong> Capital. DECISÃO: “DECI-<br />

DIU-SE, À UNANIMIDADE, ORDENAR A INSTAURA-<br />

ÇÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO E, POR MAI-<br />

ORIA DE VOTOS, AFASTAR O JUIZ. IMPEDIDOS OS<br />

JUÍZES CONVOCADOS JOSÉ AURÉLIO DA CRUZ<br />

E MÁRCIO MURILO DA CUNHA RAMOS”. 3º - EXPE-<br />

DIENTE nº 2002.0014614-5. Relator: Exmo. Sr. Des.<br />

Plínio Leite Fontes (Presi<strong>de</strong>nte). Sugestão <strong>de</strong> Instauração<br />

<strong>de</strong> Processo Administrativo contra Exmo.<br />

Sr. Dr. Gilberto Rolim <strong>de</strong> Moura, Juiz <strong>de</strong> Direito<br />

<strong>da</strong> 8ª Vara Cível <strong>da</strong> Comarca <strong>da</strong> Capital. DECI-<br />

SÃO: “À UNANIMIDADE, DECIDIU-SE NOTIFICAR<br />

O MAGISTRADO PARA EXIBIR DEFESA”. 4º - EXPE-<br />

DIENTE nº 2002.0015024-0. Relator: Exmo. Sr. Des.<br />

Plínio Leite Fontes (Presi<strong>de</strong>nte). Sugestão <strong>de</strong> Instauração<br />

<strong>de</strong> Processo Administrativo contra Exmo.<br />

Sr. Dr. Gilberto Rolim <strong>de</strong> Moura, Juiz <strong>de</strong> Direito<br />

<strong>da</strong> 8ª Vara Cível <strong>da</strong> Comarca <strong>da</strong> Capital. DECI-<br />

SÃO: “À UNANIMIDADE, DECIDIU-SE NOTIFICAR<br />

O MAGISTRADO PARA EXIBIR DEFESA”. 5º - RE-<br />

CLAMAÇÃO nº 2002.010766-2. Relator: Exmo. Sr.<br />

Des. Plínio Leite Fontes (Presi<strong>de</strong>nte). Reclamante:<br />

José Edísio Simões Souto. (Adv. em causa própria).<br />

Reclamado: Exmo. Sr. Dr. Gilberto Rolim<br />

<strong>de</strong> Moura, Juiz <strong>de</strong> Direito <strong>da</strong> 8ª Vara Cível <strong>da</strong><br />

Comarca <strong>da</strong> Capital. (Advs. Paulo Américo Maia<br />

<strong>de</strong> Vasconcelos e Joás <strong>de</strong> Brito Pereira). DECI-<br />

SÃO: “DECIDIU-SE, À UNANIMIDADE, ORDENAR A<br />

INSTAURAÇÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO E,<br />

POR MAIORIA DE VOTOS, AFASTAR O JUIZ. IMPE-<br />

DIDOS OS JUÍZES CONVOCADOS JOSÉ AURÉLIO<br />

DA CRUZ E MÁRCIO MURILO DA CUNHA RAMOS”.<br />

6º- PEDIDO DE INTERVENÇÃO ESTADUAL nº<br />

2002.012616-1. Relator: Exmo. Sr. Des. Plínio Leite<br />

Fontes (Presi<strong>de</strong>nte). Requerente: O Ministério<br />

Público Estadual. Requerido: O Município <strong>de</strong><br />

Guarabira, representado por sua Prefeita Constitucional,<br />

MARIA HÁILEA ARAÚJO TOSCANO. (Advs.<br />

Fábio Meireles Fernan<strong>de</strong>s <strong>da</strong> Costa, Marcos dos<br />

Anjos Pires Bezerra e outros). Reclamante: Mônica<br />

Macena Soares. (Adv. Humberto Trocoli Neto).<br />

DECISÃO: “ACOLHIDO, POR MAIORIA, O PEDIDO<br />

DE INTERVENÇÃO”. 7º- PEDIDO DE INTERVEN-<br />

ÇÃO ESTADUAL nº 2002.012632-2. Relator: Exmo.<br />

Sr. Des. Plínio Leite Fontes (Presi<strong>de</strong>nte). Requerente:<br />

O Ministério Público Estadual. Requerido:<br />

O Município <strong>de</strong> Guarabira, representado por sua<br />

Prefeita Constitucional, MARIA HÁILEA ARAÚJO<br />

TOSCANO. (Advs. Fábio Meireles Fernan<strong>de</strong>s <strong>da</strong><br />

Costa, Marcos dos Anjos Pires Bezerra e outros).<br />

Reclamante: Pedro Paulo Araújo Peixoto. (Adv.<br />

Humberto Trocoli Neto). DECISÃO: “ACOLHIDO,<br />

POR MAIORIA, O PEDIDO DE INTERVENÇÃO”. 8º-<br />

EXPEDIENTE do Exmo. Sr. Des. José Rodrigues<br />

<strong>de</strong> Ataí<strong>de</strong> requerendo a prorrogação <strong>de</strong> licença<br />

para tratamento <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> por mais 45 (quarenta e<br />

cinco) dias, ao tempo em que indica o Exmo. Sr.<br />

Dr. Márcio Murilo <strong>da</strong> Cunha Ramos, Juiz <strong>de</strong> Direito<br />

<strong>da</strong> 11ª Vara Cível <strong>da</strong> Comarca <strong>da</strong> Capital, para<br />

continuar substituindo-lhe neste Egrégio <strong>Tribunal</strong><br />

Pleno, bem como na Colen<strong>da</strong> Primeira Câmara<br />

Cível, a partir do dia 19 (<strong>de</strong>zenove) do fluente<br />

mês e ano, término <strong>da</strong> referi<strong>da</strong> licença. DECISÃO:<br />

“INDICADO O JUIZ MÁRCIO MURILO DA CUNHA<br />

RAMOS”. 9º- QUESTÃO DE ORDEM na Representação<br />

nº 2002.011772-2. Relator: Exmo. Sr. Des. Plínio<br />

Leite Fontes (Presi<strong>de</strong>nte). Representante: O<br />

Ministério Público. Representado: Marconi Edson<br />

dos Santos, também conhecido por Marcone Edson<br />

dos Santos. DECISÃO: “ACOLHIDA, POR MAI-<br />

ORIA DE VOTO, A QUESTÃO DE ORDEM SUSCITA-<br />

DA PELA PRESIDÊNCIA, CONTRA OS VOTOS DOS<br />

DESEMBARGADORES ANTÔNIO ELIAS DE QUEI-<br />

ROGA, RAPHAEL CARNEIRO ARNAUD, JOSÉ MAR-<br />

TINHO LISBOA E ANTÔNIO DE PÁDUA LIMA MON-<br />

TENEGRO. Na<strong>da</strong> mais ocorrendo, o Exmo. Sr.<br />

Des. Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>u por encerra<strong>da</strong> a sessão às<br />

11:25 hs, <strong>da</strong> qual foi lavra<strong>da</strong> a presente Ata. Des.<br />

Plínio Leite Fontes – PRESIDENTE - Bel. Orlando<br />

Gonçalves Lima - SECRETÁRIO-GERAL.<br />

6ª (SEXTA) SESSÃO ORDINÁRIA REALIZADA EM 19<br />

(DEZENOVE) DE MARÇO DE 2003 (DOIS MIL E<br />

TRÊS). Sob a Presidência do Excelentíssimo Senhor<br />

Desembargador Plínio Leite Fontes e presentes<br />

os Excelentíssimos Senhores Desembargadores<br />

Antônio Elias <strong>de</strong> Queiroga, Raphael Carneiro<br />

Arnaud, José Aurélio <strong>da</strong> Cruz (Juiz Convocado),<br />

Marcos Antônio Souto Maior, Alexandre<br />

Targino Gomes Falcão (Juiz Convocado), Júlio<br />

Aurélio Moreira Coutinho, Antônio <strong>de</strong> Pádua Lima<br />

Montenegro, João Antonio <strong>de</strong> Moura, Luiz Sílvio<br />

Ramalho Júnior, Raiff Fernan<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Carvalho<br />

Júnior (Corregedor-Geral <strong>da</strong> <strong>Justi</strong>ça), José Gue<strong>de</strong>s<br />

Cavalcanti Neto (Juiz Convocado), Abraham<br />

Lincoln <strong>da</strong> Cunha Ramos, Jorge Ribeiro Nóbrega,<br />

Márcio Murilo <strong>da</strong> Cunha Ramos (Juiz Convocado),<br />

Júlio Paulo Neto, Genésio Gomes Pereira<br />

Filho, Maria <strong>de</strong> Fátima Moraes Bezerra Cavalcanti<br />

e Nilo Luiz Ramalho Vieira. Representando o Ministério<br />

Público, a Excelentíssima Senhora Doutora<br />

Lúcia <strong>de</strong> Fátima Maia <strong>de</strong> Farias, Procuradora-<br />

Geral <strong>de</strong> <strong>Justi</strong>ça, em exercício, e funcionando na<br />

Secretaria o Bel. Orlando Gonçalves Lima, Secretário-Geral,<br />

às 09:00 hs, no horário regimental, e<br />

havendo número legal, foi aberta a presente sessão.<br />

Li<strong>da</strong> e aprova<strong>da</strong>, sem restrições, a ata <strong>da</strong><br />

reunião anterior. Iniciados os trabalhos, o Eminente<br />

Desembargador Plínio Leite Fontes, Presi<strong>de</strong>nte,<br />

comunicou a Egrégia Corte que recebeu<br />

uma mensagem <strong>de</strong> Belo Horizonte, do Presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>da</strong> Associação Nacional dos Magistrados Estaduais,<br />

<strong>da</strong>ndo conta do lançamento <strong>de</strong> uma nota <strong>de</strong><br />

protesto e <strong>de</strong> indignação pelo assassinato do<br />

Juiz Paulista Antônio José Machado Dias, Corregedor<br />

<strong>de</strong> Presídios no interior <strong>de</strong> São Paulo, inclusive<br />

do presídio <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Bernar<strong>de</strong>s. Informando<br />

ain<strong>da</strong>, o Eminente Desembargador Presi<strong>de</strong>nte,<br />

que autorizou a divulgação <strong>da</strong> nota <strong>da</strong><br />

Associação Nacional dos Magistrados para a imprensa<br />

paraibana. Ato contínuo, o Excelentíssimo<br />

Senhor Desembargador Antônio <strong>de</strong> Pádua<br />

Lima Montenegro, Presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Associação dos<br />

Magistrados <strong>de</strong>ste Estado, discorrendo sobre o<br />

tema que a Douta Presidência abordou, manifestou<br />

que também tomou a iniciativa <strong>de</strong> oficiar ao<br />

Presi<strong>de</strong>nte do <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Justi</strong>ça do Estado <strong>de</strong><br />

São Paulo, externando soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong> a Magistratura<br />

paulista, bem como para o Juiz Diretor do<br />

Fórum <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte e também para a<br />

viúva, a Juíza Dra. Cristina Escher. Informando<br />

por fim, que ontem, o Jornal do Brasil trouxe<br />

artigo, ocasião em que solicitou que fosse o mesmo<br />

integrado a ata <strong>da</strong> presente Sessão, constante<br />

do seguinte teor: (*) “Disse o Superinten<strong>de</strong>nte <strong>da</strong><br />

Polícia Fe<strong>de</strong>ral do Rio <strong>de</strong> Janeiro: “Quem matou<br />

o juiz? Esta é a pergunta que todos fazem. Antes<br />

<strong>de</strong> respondê-la, <strong>de</strong>vemos verificar quem era a vítima,<br />

a razão <strong>de</strong> sua morte e quem foram os autores.<br />

Ele era um ser humano, era um magistrado,<br />

era filho <strong>de</strong> seus pais, irmão <strong>de</strong> seus irmãos,<br />

amigo <strong>de</strong> seus amigos, marido <strong>de</strong> sua mulher e<br />

pai <strong>de</strong> seus filhos. Era mais um bom ci<strong>da</strong>dão<br />

brasileiro, cumpridor <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>veres e obrigações.<br />

Por cumpri-los <strong>de</strong> forma correta e a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>,<br />

tornou-se vítima <strong>da</strong> violência, do tráfico <strong>de</strong><br />

drogas e do crime organizado. Alguns, cegos <strong>de</strong><br />

tanto ver, ain<strong>da</strong> insistem em não enxergar o óbvio<br />

e reafirmam que na<strong>da</strong> disso existe. Este é um<br />

crime com autores diretos, co-autores, autores<br />

intelectuais e com autores imateriais. Os autores<br />

diretos foram, sem dúvi<strong>da</strong>, os facínoras que friamente<br />

executaram a ação, fechando o carro e apertando<br />

o gatilho <strong>de</strong> forma covar<strong>de</strong>. Os co-autores<br />

são os que auxiliaram na execução. Os autores<br />

intelectuais foram os que encomen<strong>da</strong>ram e planejaram<br />

a morte. Já os autores imateriais são<br />

todos aqueles que, <strong>de</strong> alguma forma, contribuíram<br />

para que atingíssemos o atual estado <strong>de</strong> insegurança,<br />

possibilitando que esta morte ocorresse<br />

e que muitas outras ficassem impunes. Ca<strong>da</strong><br />

usuário <strong>de</strong> droga - maconha, cocaína, heroína,<br />

êxtase, LSD etc. - existente neste país, que com o<br />

seu dinheiro abasteceu o comércio ilegal, o traficante<br />

e a corrupção, matou o juiz. Ca<strong>da</strong> policial,<br />

que se ven<strong>de</strong>u ao crime, matou o juiz. Ca<strong>da</strong> político,<br />

eleito com o dinheiro proveniente do tráfico,<br />

matou o juiz. Ca<strong>da</strong> juiz, que ven<strong>de</strong>u uma<br />

sentença ou um acórdão, matou o juiz. Ca<strong>da</strong> governante,<br />

que <strong>de</strong> alguma maneira, fez um acordo<br />

com a criminali<strong>da</strong><strong>de</strong>, matou o juiz. Quando um<br />

policial é morto, quem está sendo atacado é o<br />

Estado, pois o policial é a representação física<br />

nas ruas do po<strong>de</strong>r estatal. Quando um jornalista<br />

7<br />

é morto, quem está sendo ataca<strong>da</strong> é a liber<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> imprensa. Quando um parlamentar é morto,<br />

quem está sendo atacado é o regime <strong>de</strong>mocrático.<br />

Quando um juiz é assassinado, morre a lei,<br />

morre a noção <strong>de</strong> justiça, morre o estado <strong>de</strong> direito.<br />

Quando um ci<strong>da</strong>dão é morto, todos morrem<br />

um pouco. Muitos são os culpados <strong>de</strong>sta<br />

morte. Muitos são os atores <strong>de</strong> mais uma tragédia<br />

<strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, <strong>da</strong> qual todos somos vítimas. É preciso<br />

acabar com a hipocrisia, reverter à conjuntura e<br />

limpar <strong>de</strong> vez as estruturas.” (*) notas taquigráficas.<br />

O Eminente Desembargador Antônio <strong>de</strong> Pádua<br />

Lima Montenegro após leitura do referido<br />

artigo manifestou-se com as seguintes palavras:<br />

(*) “Eu fiz questão <strong>de</strong> ler esse artigo para fazer<br />

constar <strong>da</strong> ata, porque acho muito expressiva a<br />

forma como o Superinten<strong>de</strong>nte, Marcelo Itagiba,<br />

observou, no sentido <strong>de</strong> que muitos são responsáveis<br />

por esse trágico acontecimento que se abate<br />

sobre a família do Juiz, como também sobre o<br />

Judiciário do país todo, porque, a essa altura<br />

dos acontecimentos, todos nós Juízes, se bem<br />

que não estejamos intimi<strong>da</strong>dos com a ousadia do<br />

crime e <strong>da</strong> bandi<strong>da</strong>gem, mas, <strong>de</strong> qualquer modo,<br />

todos nós nos sentimos ameaçados no exercício<br />

pleno <strong>da</strong> nossa jurisdição, do nosso Ministério<br />

judicante. E, o pior <strong>de</strong> tudo é sabermos que há<br />

outro tipo <strong>de</strong> PCC que, segundo se diz, teria sido<br />

ele o autor material e intelectual <strong>da</strong> morte do<br />

Juiz. Há outro tipo <strong>de</strong> PCC, um branco, sem face,<br />

invisível, que procura atuar nos bastidores pressionando<br />

o Juiz para arrancar <strong>de</strong>cisões, prisão<br />

preventiva infun<strong>da</strong><strong>da</strong>, que, lamentavelmente, temos<br />

conhecimento. É preciso encorajarmos e<br />

apoiarmos os nossos Juízes para que eles consigam<br />

manter a sua in<strong>de</strong>pendência, isenção, imparciali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

e po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> discernimento para <strong>de</strong>cidir<br />

<strong>de</strong> acordo com a própria consciência e não<br />

em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> pressão <strong>de</strong> quem quer que seja.<br />

Então, há dois tipos <strong>de</strong> PCC, um que matou o<br />

Juiz <strong>de</strong> São Paulo e, outro que atua no país todo,<br />

em todo o Po<strong>de</strong>r Judiciário, funcionando nos<br />

subterrâneos, chegando aos Gabinetes dos Juízes,<br />

telefonando e pressionando através <strong>de</strong> autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

Nós sentimos isso; a nível <strong>de</strong> exemplo,<br />

quinta-feira fui a um julgamento e um Advogado,<br />

que teria sido o meu colega na Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Direito, no caminho, entre o meu Gabinete e a<br />

Câmara, insinuou que eu pedisse vista <strong>de</strong> um<br />

processo, porque, possivelmente, o Relator votaria<br />

contrário aos seus interesses; isso é uma<br />

forma <strong>de</strong> matar a alma. Porque, se um Juiz se<br />

curvar, aceitando este tipo <strong>de</strong> influência, ele está<br />

matando a sua própria digni<strong>da</strong><strong>de</strong> e personali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Esse mal existe, mas precisamos nos unir<br />

para apoiar nossos Juízes, <strong>de</strong> qualquer instância,<br />

para que sejamos corajosos o suficiente para<br />

resistir bravamente a qualquer assédio <strong>de</strong> quem<br />

quer que seja, para que <strong>de</strong>ci<strong>da</strong>mos <strong>de</strong> acordo<br />

com nossa consciência e não para aten<strong>de</strong>r a conveniência<br />

<strong>de</strong> outrem. Então, era isso que queria<br />

<strong>de</strong>clinar, Senhor Presi<strong>de</strong>nte, inclusive, já reiterando<br />

a soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong>, falando como Presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>da</strong> Associação dos Magistrados <strong>da</strong> <strong>Paraíba</strong> à Magistratura<br />

Paulista, que foi duramente atingi<strong>da</strong><br />

quando se assassinou um dos seus membros”.<br />

(*) notas taquigráficas. Em segui<strong>da</strong>, o Eminente<br />

Desembargador Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>feriu o pedido <strong>de</strong><br />

registro do referido artigo publicado no Jornal<br />

do Brasil, na ata dos trabalhos. Pela or<strong>de</strong>m, <strong>da</strong><strong>da</strong><br />

a palavra ao Eminente Desembargador Marcos<br />

Antônio Souto Maior, que discorrendo sobre o<br />

tema em tela, assim manifestou-se: (*) “Egrégio<br />

<strong>Tribunal</strong>, esses fatos que acontecem com a Magistratura<br />

brasileira, para mim, não é nenhuma<br />

novi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Des<strong>de</strong> que ingressei na Magistratura,<br />

sempre tive esse temperamento aberto, disposto,<br />

sem medo <strong>de</strong> na<strong>da</strong>, só o compromisso com os<br />

julgamentos, todos <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> lei e <strong>da</strong> minha consciência.<br />

Lembro-me do meu tempo na Câmara<br />

Criminal, ao lado dos ilustres pares, quando o<br />

Desembargador Queiroga e eu tivemos os nossos<br />

carros sabotados, <strong>de</strong> uma maneira tão inteligente,<br />

que, até hoje, não se conseguiu nenhum<br />

indício <strong>de</strong> como tinha acontecido. Naquela época,<br />

meu carro faltou freio, mas não cortando as<br />

mangueiras, nem os burrinhos, foi na peça hidráulica,<br />

que ninguém abre, mas foi aberta e ninguém<br />

sabe como. O Desembargador Queiroga foi<br />

o célebre “espeto <strong>de</strong> churrasco”, na mangueira<br />

<strong>da</strong> condução do combustível do tanque para o<br />

motor e a lâmina, faiscando no chão para pegar<br />

fogo, e o carro subir pelos ares. Nós não nos

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