Guia do Professor - Globo Livros

Histórias dentro
de histórias
Entre os personagens do Sítio, Emília
foi a que mais “cresceu e apareceu”. Seu
destaque foi tão grande que ganhou um livro
inteiro para contar, inventar, escrever e
falar sobre o que fez, faz e pensa: Memórias
da Emília.
Numa narrativa composta de histórias
dentro de histórias, onde diferentes narradores
se revezam para contá-las e na qual
se discute a própria escrita de memórias e
a produção de livros – seus aspectos textuais,
gráficos e ideológicos –, percebemos um
caso claro de metalinguagem, característica
relevante desta obra.
A intertextualidade é outro aspecto
importante de Memórias da Emília. Na narrativa,
conta-se um episódio onde crianças
Memórias da Emília
inglesas visitam o Sítio para conhecer um
anjinho trazido do céu. Entre elas encontram-se
tradicionais personagens daquele
país: Peter Pan, Alice e Capitão Gancho. Há
ainda a presença de um representante do
moderno cinema americano da época – Popeye
– que, ao tentar raptar o anjo, fará o papel
de vilão.
Como se não bastasse toda esta mescla
de personagens vivenciando junto aos Picapaus
uma aventura diferente das de suas
narrativas, no final do livro Emília ainda
conta uma memória inventada. Nela figura
uma atriz mirim dos tempos lobatianos,
Shirley Temple, que com a boneca encenará
a história de Dom Quixote, fazendo assim
referência a um dos maiores personagens da
literatura universal.
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