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TEMA Nº 11 MARCADOS, HOJE, PELO ESPÍRITO - Paróquia de ...

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CONFIRMAR <strong>HOJE</strong><br />

Catequeses <strong>de</strong> Preparação para o Crisma P á g i n a | 141<br />

O símbolo, por fim, é aquilo que torna possível a expressão do que <strong>de</strong> maior levamos <strong>de</strong>ntro e, portanto,<br />

é a realização da nossa vida. Quando nos expressamos realizámo-nos e, po<strong>de</strong>mos realizar-nos, porque<br />

nos expressamos simbolicamente.<br />

Se os sacramentos são símbolos, isto quer dizer que são também uma resposta à condição simbólica do<br />

homem, que torna possível a sua realização humana, necessária para po<strong>de</strong>r expressar a sua fé, celebrar<br />

a salvação <strong>de</strong> Cristo, comunicar-se com Deus.<br />

1.2 O rito: sentido e funções<br />

O símbolo, quase sempre, está unido ao rito. O rito é como que o símbolo posto em acção. Por exemplo,<br />

a Eucaristia é o símbolo cristão por excelência, e já sabemos como este símbolo se representa e realiza<br />

através <strong>de</strong> gestos, palavras, ritos. Os ritos são a parte fundamental do símbolo religioso. Também os<br />

ritos são algo <strong>de</strong> permanente e constante na vida dos homens. Vejam-se, por exemplo, as formalida<strong>de</strong>s<br />

sociais, as festas populares, a inauguração <strong>de</strong> umas Olimpíadas... O mesmo acontece na vida religiosa,<br />

on<strong>de</strong> se procura expressar algo <strong>de</strong> mais profundo e transcen<strong>de</strong>nte.<br />

De um ponto <strong>de</strong> vista antropológico-sacramental, são atribuídas ao rito as seguintes funções:<br />

São uma mediação entre a consciência pré-reflexiva e a consciência reflexiva: a consciência projecta-se<br />

no mundo pelo corpo e seus gestos e ritos e, através <strong>de</strong>le, passa a ser consciência reflexiva. Daí que o<br />

rito seja como que o garante da saú<strong>de</strong> mental pois harmoniza as sensações e emoções da consciência<br />

pré-reflexiva com o pensamento e a cultura.<br />

O rito é, em si mesmo, linguagem e explicação: uma explicação pré-verbal, primordial e global, que<br />

revela o universo e a forma <strong>de</strong> nele estar. O rito é linguagem corporal. Por isso temos <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r o<br />

ritual da mesma forma que apren<strong>de</strong>mos a linguagem.<br />

O rito é a sacramentalização da existência: a vida diária está repleta <strong>de</strong> ritos que expressam os <strong>de</strong>sejos e<br />

intenções mais profundos. Isto manifesta-se em dois factos muitos carnais: o comer e a sexualida<strong>de</strong>. O<br />

ritual torna estes actos conscientes, põe-nos em conexão com a realida<strong>de</strong> transcen<strong>de</strong>nte e religiosa,<br />

eleva-os à esfera do <strong>de</strong>finitivo, sacramentaliza-os...<br />

O rito é ponto <strong>de</strong> concentração do espaço e do tempo: através do rito, o tempo e o espaço recebem<br />

forma, convertem-se em ponto <strong>de</strong> concentração, em lugar <strong>de</strong> referência. O passado, o presente e o<br />

futuro recapitulam-se no ritual. O espaço, as dimensões acima-abaixo, <strong>de</strong>ntro-fora, direita-esquerda...<br />

concentram-se igualmente pelo rito que se <strong>de</strong>senvolve num lugar, por exemplo, num templo ou numa<br />

casa.<br />

O rito comunica e forma comunida<strong>de</strong>: através do rito as pessoas entram em comunicação e em<br />

comunhão. Participar no mesmo rito é partilhar as mesmas significações, adoptar as mesmas atitu<strong>de</strong>s,<br />

comprometer-se na mesma tarefa. É <strong>de</strong>scobrir a verda<strong>de</strong>ira personalida<strong>de</strong>, a verda<strong>de</strong>ira comunida<strong>de</strong> e<br />

união, fomentando-a e alimentando-a ao mesmo tempo.<br />

O rito é uma mediação para o encontro pessoal: o encontro com um "tu" também é mediação. Estas<br />

mediações fundamentais são os ritos. Não sem razão dizemos que os momentos mais importantes do<br />

encontro existencial (iniciação, matrimónio, morte) estão envoltos e articulados em forma ritual. A<br />

participação no rito não <strong>de</strong>strói o encontro, mas possibilita-o e potencia-o. O rito intensifica a presença,<br />

torna-a mais transparente, revela-a, <strong>de</strong>fine um em relação ao outro. Assim se explica a função do rito<br />

também nos pequenos grupos.

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