TEMA Nº 11 MARCADOS, HOJE, PELO ESPÍRITO - Paróquia de ...
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CONFIRMAR <strong>HOJE</strong><br />
Catequeses <strong>de</strong> Preparação para o Crisma P á g i n a | 165<br />
possível. Não po<strong>de</strong> tratar-se duma simples "<strong>de</strong>sobriga", "<strong>de</strong>sarrisca" ou "confêsso", mas duma festa <strong>de</strong><br />
conversão, dum regresso feliz à casa paterna, dum momento privilegiado com o Pai. Mais que um<br />
julgamento <strong>de</strong> tribunal ou uma confissão-lavagem ou <strong>de</strong>spejo é um dom misericordioso do Pai que em<br />
Cristo, na Igreja, nos regenera para uma vida nova.<br />
Os momentos principais ou condições do sacramento da Reconciliação (que po<strong>de</strong>mos reconhecer no<br />
episódio do filho pródigo), são:<br />
a) Exame <strong>de</strong> consciência ou da vida: "caindo em si".<br />
Dar-se conta da própria miséria, consequência do afastamento da casa paterna. Examinar as suas<br />
relações com Deus, com os outros, com o mundo e consigo mesmo.<br />
b) Contrição ou arrependimento: "levantar-me-ei e irei ter com o meu Pai".<br />
O reconhecimento sincero do mal feito leva consigo um propósito firme <strong>de</strong> emenda: "Vai e não tornes a<br />
pecar"; "São-lhe perdoados muitos pecados porque muito amou". O arrependimento volta-nos mais para<br />
o futuro do que para o passado: "esquecendo o passado, corro para a frente", diz S. Paulo. O<br />
arrependimento não é simples <strong>de</strong>scontentamento psicológico, mas pena <strong>de</strong> ter ofendido o Amor; exige a<br />
fé e a esperança na conversão. Isso não significa impecabilida<strong>de</strong>; amanhã po<strong>de</strong>mos recair, mas hoje<br />
somos sinceros.<br />
c) Acusação ou confissão do mal feito e do propósito <strong>de</strong> conversão: "Irei ter com o meu Pai e dir-lhe-ei:<br />
Pai, pequei".<br />
Dizendo o pecado em voz alta, melhor nos damos conta da sua gravida<strong>de</strong> e nos sentimos arrependidos e<br />
aliviados. Evitar os ro<strong>de</strong>ios. É a Deus que confessamos, não ao padre; este representa Deus. Além dos<br />
pecados graves é bom confessar alguma inclinação ou disposição fundamental errada. Não nos percamos<br />
em relatos minuciosos. Se é para mentir ou omitir a verda<strong>de</strong>, não <strong>de</strong>vemos confessar-nos.<br />
d) Perdão e absolvição: "Quando o Pai o viu, correu a lançar-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o <strong>de</strong> beijos".<br />
É o abraço amoroso com o Pai que já nos esperava e preparou o nosso regresso. É o momento da festa:<br />
"Tínhamos <strong>de</strong> fazer uma festa e alegrar-nos". É o sacramento da Alegria.<br />
e) Satisfação ou penitência: "Já não sou digno <strong>de</strong> ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus<br />
jornaleiros".<br />
Em princípio, a satisfação <strong>de</strong>via prece<strong>de</strong>r a absolvição (era assim na Igreja antiga), mas actualmente<br />
cumpre-se <strong>de</strong>pois. O Pai não quis saber dos sentimentos do Filho e continuou a tratá-lo como filho e<br />
ainda com mais amor. Entretanto ele tinha esbanjado todos os bens e procura compensar. Por isso, o<br />
sacramento da reconciliação é ponto <strong>de</strong> partida mais do que <strong>de</strong> chegada.<br />
É certa a graça superabundante <strong>de</strong> Cristo, mas os teólogos falam também da pena ou reparação dos<br />
danos. O pecado acarreta prejuízos graves. Deus perdoa, mas apenas o mal fica feito. Foi <strong>de</strong>struído o<br />
núcleo do pecado; porém, continuam as suas consequências nefastas. Temos <strong>de</strong> reparar o mal,<br />
empenhando-nos agora com mais ardor no bem, comprometendo a própria vida. Isso não significa<br />
andarmos eternamente curvados sob o peso da culpa batendo no peito. Seria dispersar forças<br />
inutilmente. Acreditemos no perdão do Senhor e vivamos na paz e na alegria.