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TEMA Nº 11 MARCADOS, HOJE, PELO ESPÍRITO - Paróquia de ...

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CONFIRMAR <strong>HOJE</strong><br />

Catequeses <strong>de</strong> Preparação para o Crisma P á g i n a | 164<br />

Mas nos primeiros séculos a Confissão era ministrada raramente e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> longa penitência. Apenas<br />

três crimes eram objecto <strong>de</strong> confissão: apostasia (idolatria), homicídio e adultério (mais tar<strong>de</strong> também o<br />

roubo), e só quando eram pecados públicos, que causavam escândalo. Além disso o sacramento era<br />

administrado uma só vez na vida, provavelmente pela expectativa do fim iminente do mundo e ainda<br />

como medida contra o laxismo (afrouxamento da vida - "<strong>de</strong>ixar correr"). Assim, os penitentes <strong>de</strong>ixavam<br />

o sacramento normalmente para a velhice ou para a hora da morte. Alguns Padres da Igreja, como S.<br />

Agostinho, comparavam-no a um segundo baptismo.<br />

Portanto, nos primeiros séculos, tínhamos: confissão pública, acompanhada <strong>de</strong> longa penitência, talvez<br />

uma só vez na vida e apenas <strong>de</strong> pecados graves públicos.<br />

Cerca do ano 600 <strong>de</strong>u-se uma mudança <strong>de</strong>cisiva na história <strong>de</strong>ste sacramento, por influência dos monges<br />

orientais e irlan<strong>de</strong>ses que introduziram o costume <strong>de</strong> confessar pecados ocultos, em confissão privada,<br />

seguida da absolvição (nos primeiros séculos só era concedida após penitência pública prolongada; agora<br />

também a penitência se torna particular). E começou a receber-se mais vezes na vida este sacramento.<br />

No século IX já se exige uma prática periódica e regular do sacramento da penitência.<br />

No século XII, a confissão anual torna-se obrigatória. O Concílio <strong>de</strong> Latrão (1215) exige-a aos que pecam<br />

mortalmente. Introduz-se as listas <strong>de</strong> pecados e da penitência respectiva.<br />

No Concílio <strong>de</strong> Florença (meados do século XV) a confissão entrou <strong>de</strong>finitivamente no septenário<br />

sacramental: "O quarto sacramento é a penitência... O efeito <strong>de</strong>sse sacramento é a absolvição dos<br />

pecados".<br />

Aquando da reforma protestante (século XVI) um gran<strong>de</strong> abalo sofreu este sacramento. Os protestantes<br />

diziam que bastava ter fé para obter <strong>de</strong> Deus o perdão e a salvação. O Concílio <strong>de</strong> Trento, então, afirmou<br />

novamente este sacramento e obrigou a confessar todos os pecados mortais.<br />

O Concílio Vaticano II aparece como o gran<strong>de</strong> sinal do Espírito nos nossos tempos. A Igreja procura<br />

reencontrar a sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> no regresso à pureza das fontes. O sacramento da reconciliação surge neste<br />

enquadramento com perspectivas comunitárias. Deve ser a celebração da reconciliação realizada na vida<br />

dos crentes a todos os níveis: familiar, professional, social, etc. É a comunida<strong>de</strong> inteira que se sente<br />

chamada a romper com o pecado. As relações das comunida<strong>de</strong>s cristãs <strong>de</strong>vem processar-se em clima <strong>de</strong><br />

verda<strong>de</strong> e autenticida<strong>de</strong>, a fim <strong>de</strong> que o sacramento seja vivido comunitariamente. É entendido como um<br />

momento forte da conversão à comunhão. Por outro lado, cada membro da comunida<strong>de</strong> é convidado a<br />

tornar-se, no meio on<strong>de</strong> vive, um agente <strong>de</strong> reconciliação com os irmãos.<br />

A Reconciliação é alimento da vida cristã, a qual só po<strong>de</strong> crescer em comunida<strong>de</strong>. É neste sentido que se<br />

orientam as novas perspectivas da Reconciliação. A comunhão com Deus só é real na medida em que o<br />

homem está reconciliado com os irmãos.<br />

4. NATUREZA E CONDIÇÕES DO SACRAMENTO DA PENITÊNCIA<br />

Jesus institucionalizou o seu perdão no sacramento da Reconciliação, embora nos possa perdoar em<br />

todos os momentos e lugares. Durante a vida, <strong>de</strong>monstrou que podia perdoar os pecados ("os teus<br />

pecados te são perdoados" - Mc 2,1-13), e <strong>de</strong>u a Pedro e aos Apóstolos o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> "ligar e <strong>de</strong>sligar". Na<br />

tar<strong>de</strong> da Ressurreição confirmou esse po<strong>de</strong>r aos discípulos (Jo 20, 21-24). Instituiu assim o sacramento<br />

do perdão, também chamado "segundo baptismo", porque nos salva e nos insere <strong>de</strong> novo em Cristo.<br />

É claro que Deus tem outros meios <strong>de</strong> perdoar, mas o sacramento é a forma ordinária, oficial e mais<br />

expressiva da reconciliação, sendo obrigatório recebê-lo em caso <strong>de</strong> pecado mortal, e sempre que seja

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