Tàpies e seus Corpos: um Olhar Sexuado Anníbal Montaldi - Unesp
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terceiros. A pesquisa bibliográfica compreende as obras literárias de análise,<br />
crítica e observações sobre o trabalho do artista e mesmo os estudos por ele<br />
escritos, já que <strong>Tàpies</strong> sempre esteve presente no pensamento artístico, tanto na<br />
feitura quanto na filosofia. O artista escreveu textos de grande relevância para<br />
as questões da arte do seu tempo. Ao me deparar com as fontes que existiam e<br />
com o recorte feito na produção artística de <strong>Tàpies</strong>, defini por <strong>um</strong>a pesquisa<br />
qualitativa. Porém, as minhas percepções, como pesquisador, estão em destaque<br />
nas conclusões finais do estudo, pois essas fontes de informações são utilizadas a<br />
partir de <strong>um</strong>a abordagem do fenômeno como subsídio pessoal e da gestalt para a<br />
minha interpretação sensível do trabalho de <strong>Tàpies</strong>. Os pontos que privilegio são<br />
os conceitos de sexualidade subentendidos na obra e que são tratados em ordem<br />
principal, sem que sejam desconsideradas as questões histórico-sociais.<br />
As incertezas pairavam sobre o espírito do homem europeu por causa da<br />
situação político-social-econômica predominante. O pensamento era regido por<br />
<strong>um</strong>a “onda existencialista”, que deixava o homem ao seu próprio destino. Desse<br />
modo, é de grande relevância buscar as referências que estão contidas em sua<br />
obra dentro do pensamento filosófico deste período, levantar comparações e<br />
possíveis ligações entre a produção de <strong>Tàpies</strong> e os pensadores que melhor<br />
expuseram a angústia desse homem e <strong>seus</strong> sofrimentos. Não diferente dos <strong>seus</strong><br />
contemporâneos, esses pensamentos possuíram grande relevância na vida e no<br />
pensamento de Antoni <strong>Tàpies</strong>, que influenciaram o seu modus vivendis e, por<br />
conseqüência, o seu trabalho. Além do mais, <strong>Tàpies</strong> sempre se interessou por<br />
filosofia, ele próprio destacou a importância de Ramon Llull sobre o pensamento<br />
cristão do período e do taoísmo para o seu trabalho. Também considero as<br />
abordagens como visões complementares de historiadores e críticos da arte,<br />
como Giulio Carlo Argan, que escreveu partes da biografia e das idéias sobre o<br />
trabalho de <strong>Tàpies</strong> e do período; e Karl Ruhrberg, com posições bem nítidas da<br />
produção artística e do pensamento exercido; e autores especialistas em <strong>Tàpies</strong><br />
e na sua produção, como Agustí, Raillard, Franzke, Marí e Borja-Villel, entre<br />
outros. No desvelar da linguagem “tapiniana”, por meio da visão<br />
fenomenológica, levo em conta a teoria de Merleau-Ponty. Para considerar o<br />
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