Tàpies e seus Corpos: um Olhar Sexuado Anníbal Montaldi - Unesp

que se tenía que copiar a Courbet eternamente y que los
arenques de Nonell eran un modelo para siempre jamás, (ver
figura 3, p.7) (…) tantos y tantos convencidos de que su ‘realismo’
era el único auténtico y que gracias a ellos tendríamos
bodegones, paisajes y figuras que nuestros tenderos irían
vendiendo por los siglos y siglos.” (TÀPIES, 2003:175-6) 14
Nos anos seguintes, no início do governo franquista, como dito, a política
era totalitarista e repressora em todos os segmentos da sociedade, não por
menos a seria no âmbito artístico. Havia grande dificuldade de aquisição de
literatura especializada que informasse a produção artística fora do âmbito
nacional espanhol. Há também que levar em consideração a pouca quantidade de
produção européia, já que se encontrava em plena II Guerra Mundial 15 .
Graças a uma única publicação do ano de 1934, durante o período
republicano, Tàpies havia tido contato com a arte de vanguarda produzida tanto
no território espanhol como em outros países, tais como a França e Alemanha.
Uma publicação especial natalina do periódico D’ací i d’allà (figura 4, p. 27),
“dedicado al arte del siglo XX”. Tal publicação acompanhou o artista e foi uma
forte presença para o desenvolvimento de sua linguagem artística — as questões
ligadas à produção artística de Tàpies e ao conteúdo desta revista serão
abordados posteriormente.
Como dito anteriormente, no período subseqüente à Guerra Civil
Espanhola, Tàpies tem a sua saúde agravada — desde criança teve diversos
afastamentos dos estudos devidos a estados doentios —, as febres se tornam
14 “A política favorecia, claramente, a alguns falsos profetas e sábios do país — os que
precisamente obtinham espaço na imprensa daquele momento —, mas também fazia perdurar os
defeitos mais antigos. (...) todos os que acreditavam que tinham que copiar a Courbet
eternamente e que os arenques de Nonell eram um modelo para todo sempre, (...) muitos
convencidos que o seu ‘realismo’ era único e autêntico e que graças a eles teríamos naturezasmortas,
paisagens e figuras que nossos comerciantes venderiam por todos os séculos e séculos.”
(Tradução livre do autor).
15 A produção de revistas ou livros especializados de arte que poderia ser adquirida na Espanha,
em língua castelhana, freqüentemente era produzida na América do Sul, para ser mais exato, em
Buenos Aires, através da Editorial Sudamericana, fundada por um conterrâneo do artista, o
catalão López Llausàs.
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