Tàpies e seus Corpos: um Olhar Sexuado Anníbal Montaldi - Unesp
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dentro da sua casa, pois, seu pai e sua mãe, que gostavam muito das obras<br />
eruditas, mantinham-nas presentes durante a infância e adolescência do pintor.<br />
“De este modo conocí Bach, Beethoven, Wagner y todos los<br />
románticos, (…) Bach era, claro está, el s<strong>um</strong>m<strong>um</strong>. (…)<br />
Escuchábamos, por otro lado, muchas obras de Richard Strauss,<br />
(…) Sch<strong>um</strong>ann (…) de los cuales mi padre iba explicando el<br />
‘programa’ con todo o detalle. O de Stravinsky, (…) que en casa<br />
considerábamos como lo más avanzado y atrevido.” (TÀPIES,<br />
2003:94) 11<br />
No entanto, em relação à pintura, seu pai não tinha nenh<strong>um</strong>a<br />
compreensão à produção contemporânea do seu período, ao contrário, o gosto<br />
era acadêmico, tanto que este foi motivo de desapontamento para o pintor anos<br />
mais tarde, segundo seu pronunciamento sobre a fala de seu pai, frente a sua<br />
própria produção artística:<br />
“Escucha, en lugar de pintar estas tonterías tan poco serias,<br />
vamos a ver si serías capaz de hacer-me un tema h<strong>um</strong>ano como el<br />
siguiente: un grupo de niños con caritas angelicales, que miran un<br />
teatro de marionetas, y su padre, que desde el escenario mueve<br />
los muñecos y asoma la cabeza por un lado para contemplar las<br />
reacciones de sus hijos queridos.” (TÀPIES, 2003:94) 12<br />
Tal fato foi, de certo modo, irrelevante para a percepção e a concepção<br />
artística de Antoni <strong>Tàpies</strong>, ou se tornou referência de “mau gusto”. Pelo menos<br />
escritas deste período, tanto pelo simbolismo e figuras retratadas, quanto pela proximidade<br />
imagética inerente em alg<strong>um</strong>as de suas obras.<br />
11 “Deste modo conheci Bach, Beethoven, Wagner e todos os românticos, (...) Bach era,<br />
evidentemente, el s<strong>um</strong>m<strong>um</strong> (...). Escutávamos, por outro lado, muitas obras de Richard Strauss,<br />
(...) Sch<strong>um</strong>ann (...) dos quais meu pai ia explicando o ‘programa’ com todos detalhes. O de<br />
Stravinsky, (...) que em casa considerávamos como o mais vanguarda e atrevido.” (Tradução livre<br />
do autor).<br />
12 “Escuta, em lugar de pintar estas besteiras tampouco sérias, vamos ver se seria capaz de fazer<br />
para mim <strong>um</strong> tema h<strong>um</strong>ano como o seguinte: <strong>um</strong> grupo de crianças como rostos angelicais, que<br />
olham <strong>um</strong> teatro de marionetes, e seu pai que, atrás do cenário, move os bonecos e inclina a<br />
cabeça para o lado para contemplar as reações de <strong>seus</strong> filhos queridos”. (Tradução livre do<br />
autor).<br />
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