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patrícia susana pinho castanheira liderança e gestão das escolas ...

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Enquadramentos organizacionais<br />

sustentada por princípios abstractos legítimos. Já a autoridade carismática encontra-se<br />

relacionada com a personalidade do superior (Clegg, 1998: 39; Weber, 1990: 3-7). Para<br />

Weber, uma organização para ser eficiente terá que ser burocrática já que apenas esta<br />

estrutura de organização será racional, permitindo a aplicação sistemática de regras que<br />

uniformizam o funcionamento do sistema, a existência de competências específicas, a<br />

organização segundo uma hierarquia, a regulação do desempenho de um cargo através de<br />

regras, a separação da administração e da propriedade dos meios de produção, a não-<br />

monopolização dos cargos e o estabelecimento por escrito <strong>das</strong> regras, decisões e actos<br />

administrativos (Etzioni, 1984; Weber, 1990: 12). A burocracia, apesar de não percepcionada<br />

de uma forma positiva pelas opiniões populares, é vista pelos teóricos <strong>das</strong> organizações<br />

como garantia da racionalidade organizacional, visto ter como princípio o tratamento de<br />

cada membro organizacional de acordo com o seu estatuto sem levar em conta qualquer<br />

atributo que não se encontre formalmente especificado nos documentos e políticas da<br />

organização. A racionalidade organizacional associada à burocracia realça os princípios do<br />

universalismo burocrático já que cada indivíduo tem direitos, responsabilidades, normas e<br />

deveres que decorrem do seu status organizacional, sendo os seus direitos individuais<br />

enquanto homem ou mulher, europeu ou asiático independentes <strong>das</strong> suas funções<br />

organizacionais e, por isso, irrelevantes (Clegg, 1998: 5; Weber, 1990: 12-15).<br />

Segundo Weber, a organização burocrática não constituía um fenómeno moderno. A<br />

inovação nas novas formas de burocracia prendia-se com o tipo de autoridade dominante já<br />

que em lugar de uma autoridade de tipo patrimonial que era dominante anteriormente, a<br />

nova autoridade é de tipo legal e racional de modo a fazer face à especificidade da cultura<br />

moderna que exige a previsibilidade exacta dos resultados e a racionalização de todos os<br />

aspectos da vida social (Clegg, 1998: 40-41; Weber, 1999: 101).<br />

O modelo burocrático tal como definido por Weber constituía um tipo ideal dificilmente<br />

concretizável na realidade da<strong>das</strong> as tensões existentes entre os técnicos (os burocratas) e os<br />

administradores (os políticos) (Weber, 1999: 100). Este modelo ideal de burocracia<br />

caracterizar-se-ia pela tendência para a especialização de tarefas de forma a garantir um<br />

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