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Baixar - Fundação Tarso Dutra

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há um bem comum familiar; há um bem comum do bairro, da cidade, do<br />

estado e do país; e há um bem comum à humanidade inteira. É da noção<br />

de bem comum que surge a consciência ecológica; e é da noção de bem<br />

comum que se pode realizar aquela reunião entre a CUT e a CNI<br />

mencionada no capítulo de que tratamos da solidariedade.<br />

Já se vê que o bem comum é um princípio indispensável à organização<br />

do Estado (sendo ele mesmo, o Estado, parte do bem comum<br />

nacional) e se formos apontar uma finalidade à Política, aí também<br />

estará a construção do bem comum como o seu mais nobre e legítimo<br />

objetivo.<br />

O princípio do bem comum é flagrantemente contraditório ao<br />

individualismo, que o rejeita com todas as forças de sua alma egoísta. A<br />

filosofia social individualista contrapõe ao bem comum o conceito de<br />

bem geral, formado não por um conjunto de bens efetivamente comuns<br />

mas pelo somatório dos bens particulares dos indivíduos e organizações.<br />

Pouco lhe importa o número de dígitos que cada um aporte a essa<br />

soma esdrúxula, nem lhe interessa se ela resultar algébrica pela soma<br />

dos números positivos de uns com os negativos de outros.<br />

Bem ao contrário do que decorra dessa matemática patrimonial, a<br />

experiência revela que, não raro, o bem comum resulta muito mais das<br />

renúncias de cada um do que dos ganhos que os indivíduos aufiram.<br />

Por paradoxal que possa parecer, o princípio do bem comum é<br />

contraditório, também, à filosofia social dos coletivismos, mesmo<br />

daqueles que, como o comunismo, sustentam o caráter comum dos<br />

bens. Para compreender razão disso é preciso perceber o caráter não<br />

pluralista e não democrático dos coletivismos, onde o único bem que<br />

conta é o bem do coletivo dominante: a nação no fascismo, a raça no<br />

nazismo e a classe social no comunismo. Portanto, no comunismo, até<br />

mesmo pela ausência de bens pessoais que possam conferir liberdade e<br />

autonomia aos indivíduos, a transferência dos bens econômicos ao<br />

Estado se converte em fonte de dominação política.<br />

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