Baixar - Fundação Tarso Dutra
Baixar - Fundação Tarso Dutra
Baixar - Fundação Tarso Dutra
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Reconhecer a necessidade de se reduzir o porte do Estado não<br />
significa avalizar teses próprias do individualismo liberal. Por outro<br />
viés, defender a ação forte, ética e competente do Estado na promoção do<br />
bem comum não significa subscrever teses inerentes ao coletivismo. Os<br />
individualistas recusam o princípio da subsidiariedade por estarem<br />
ligados pelo umbigo à idéia de cada um por si e Deus por todos. Os<br />
coletivistas - especialmente os de perfil marxista - o rejeitam pelo<br />
excesso oposto: para eles, a pessoa e as instituições da sociedade é que<br />
são subsidiárias ao Estado. Se formos olhar bem, resta depositada no<br />
fundo desse caldo ideológico a questão do direito à propriedade privada.<br />
9. O DIREITO À PROPRIEDADE PRIVADA<br />
Suponha que você tenha dedicado anos de sua vida pesquisando<br />
algo que pudesse dar solução a um determinado problema da<br />
humanidade. Você se empenhou, renunciou a muitas horas de lazer,<br />
investiu recursos que poderiam ser aplicados em benefício imediato seu<br />
e de sua família. Por fim, encontrou o que buscava e com isso se tornou<br />
detentor de um conhecimento técnico e de uma tecnologia que só você<br />
tem. Trata-se de um bem intelectual, guardado no cofre de sua mente.<br />
Será difícil conceber uma propriedade tão pessoal: é seu e só você sabe<br />
que existe. Mas existe, é seu e tem valor. Para o coletivismo marxista,<br />
esse conhecimento não lhe pertence. Aliás, se você se apresentasse com<br />
ele ao poder público, na condição de cidadão de um estado coletivista,<br />
enfrentaria problemas sérios por ter desenvolvido seu trabalho fora do<br />
órgão oficial correspondente. Ali, não existe apropriação privada de<br />
conhecimento técnico e menos ainda de seus frutos.<br />
Já um individualista lhe dirá que você pode fazer o que bem<br />
entender com o conteúdo de seu cofre metal. O sagrado direito de<br />
propriedade lhe permite usar ou não usar do que sabe. O que você fizer<br />
com o que lhe pertence, para si ou para outrem é problema seu. Vender,<br />
emprestar, dar, alugar ou jogar fora são alternativas do proprietário.<br />
Contudo, essa propriedade, a exemplo de qualquer outra, tem uma<br />
função social. Você está moralmente obrigado a colocar esse bem a<br />
serviço dos demais. É lícito para você determinar o modo como fará isso:<br />
26