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Cada vez mais presente nas prefeituras de todo o Brasil - Aequus ...

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ecadação <strong>de</strong> tributos municipais e tampouco possuem<br />

empresas que geram Valor Adicionado Fiscal<br />

(VAF) em níveis suficientes que lhes garantam uma<br />

participação satisfatória na distribuição do Imposto<br />

sobre a Circulação <strong>de</strong> Mercadorias e serviços (ICMs).<br />

Ao mesmo tempo, não são bem servidas pelo Fundo<br />

<strong>de</strong> participação dos Municípios (FpM), cuja função<br />

primordial é dotar <strong>de</strong> recursos as municipalida<strong>de</strong>s<br />

menos habitadas.<br />

Com efeito, o ICMs médio por habitante dos municípios<br />

do g100 em 2008 foi <strong>de</strong> r$ 131,2, contra r$ 368,4<br />

<strong>nas</strong> cida<strong>de</strong>s com <strong>mais</strong> <strong>de</strong> 80 mil habitantes. no caso<br />

do FpM, o valor médio por habitante das cida<strong>de</strong>s<br />

brasileiras foi <strong>de</strong> r$ 276,9 e <strong>nas</strong> cida<strong>de</strong>s do g100<br />

foi <strong>de</strong> ape<strong>nas</strong> r$ 160,2. para as cida<strong>de</strong>s com até 10<br />

mil habitantes o valor alcançou r$ 817,1. no espírito<br />

santo, por exemplo, o valor transferido pela união <strong>de</strong><br />

FpM por habitante para Cariacica, em 2009, foi <strong>de</strong><br />

r$ 102,3, contra uma média estadual <strong>de</strong> r$ 244,8,<br />

portanto, menos da meta<strong>de</strong>. As transferências estaduais<br />

<strong>de</strong> ICMs, por sua <strong>vez</strong>, alcançaram r$ 156,7<br />

em Cariacica e r$ 475,1 na média do estado, nesse<br />

caso três <strong>vez</strong>es menor.<br />

os baixos níveis da receita por habitante têm sérias<br />

consequências no gasto das cida<strong>de</strong>s. segundo a<br />

legislação vigente no <strong>Brasil</strong>, os municípios <strong>de</strong>vem<br />

aplicar, no mínimo, 25% da receita <strong>de</strong> impostos em<br />

educação e 15% em saú<strong>de</strong>, as duas áreas que <strong>mais</strong><br />

<strong>de</strong>mandam recursos dos orçamentos municipais e das<br />

quais <strong>mais</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m as pessoas financeiramente<br />

<strong>mais</strong> carentes.<br />

os municípios do g100 aplicaram em educação, em<br />

2008, r$ 1.984,20 por aluno, praticamente a meta<strong>de</strong><br />

(54,9%) das <strong>de</strong><strong>mais</strong> cida<strong>de</strong>s com <strong>mais</strong> <strong>de</strong> 80<br />

mil habitantes. na saú<strong>de</strong> a situação foi semelhante.<br />

enquanto as <strong>de</strong><strong>mais</strong> com mesmo perfil populacional<br />

aplicaram r$ 368,80 por habitante, <strong>nas</strong> cida<strong>de</strong>s do<br />

g100 esse valor foi, em média, <strong>de</strong> r$ 199,10. Com<br />

base nos dados <strong>de</strong> 2009, é possível i<strong>de</strong>ntificar que,<br />

enquanto a média dos municípios capixabas aplicou<br />

r$ 3.285,0 por aluno, em Cariacica o valor foi <strong>de</strong><br />

r$ 2.450,9. na saú<strong>de</strong>, a comparação é <strong>de</strong> r$ 297,8<br />

contra r$ 100,9.<br />

Assim, é forçoso se concluir que, por <strong>mais</strong> que zelem<br />

e melhorem a qualida<strong>de</strong> da aplicação dos recursos<br />

públicos e possam fazer <strong>mais</strong> com menos, os dados<br />

acima não <strong>de</strong>ixam dúvidas quanto à dificulda<strong>de</strong> enfrentada<br />

pelos municípios do g100 para ofertar serviços<br />

que atendam a<strong>de</strong>quadamente às <strong>de</strong>mandas sociais.<br />

106 FInAnçAs Dos MunICípIos CApIxABAs - 2010<br />

É preciso que se tenha consciência <strong>de</strong> que, além <strong>de</strong><br />

baixa receita por habitante, nessas cida<strong>de</strong>s resi<strong>de</strong> a<br />

população que <strong>mais</strong> necessita dos serviços públicos.<br />

um farto número <strong>de</strong> indicadores socioeconômicos<br />

<strong>de</strong>monstra <strong>de</strong> forma contun<strong>de</strong>nte que <strong>nas</strong> cida<strong>de</strong>s<br />

populosas e <strong>de</strong> baixa receita resi<strong>de</strong> uma população<br />

com maior grau <strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong> social, fortemente<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte das políticas públicas.<br />

enten<strong>de</strong>-se por vulnerabilida<strong>de</strong> social, conforme ruben<br />

Kaztman, a “incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma pessoa ou <strong>de</strong><br />

um domicílio para aproveitar-se das oportunida<strong>de</strong>s,<br />

disponíveis em distintos âmbitos socioeconômicos,<br />

para melhorar sua situação <strong>de</strong> bem-estar ou impedir<br />

sua <strong>de</strong>terioração”. Ainda segundo o pesquisador, “as<br />

fontes <strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong> social <strong>mais</strong> importantes<br />

na atualida<strong>de</strong> estão ligadas aos fenômenos <strong>de</strong> precarieda<strong>de</strong><br />

e instabilida<strong>de</strong> no trabalho, vinculados ao<br />

funcionamento do mercado, e com a falta <strong>de</strong> proteção<br />

e insegurança ligada ao encolhimento do estado e ao<br />

processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>bilitação das instituições primordiais:<br />

família e comunida<strong>de</strong>.”<br />

A partir <strong>de</strong> dados do IBGe é possível i<strong>de</strong>ntificar que o produto<br />

Interno Bruto (pIB) por habitante médio das cida<strong>de</strong>s<br />

do g100 foi <strong>de</strong> r$ 7 mil em 2006 (em Cariacica foi <strong>de</strong><br />

r$ 6.728,00), valor que equivale a pouco <strong>mais</strong> <strong>de</strong> um<br />

terço do indicador das <strong>de</strong><strong>mais</strong> cida<strong>de</strong>s com população<br />

acima <strong>de</strong> 80 mil habitantes e 54% da média nacional.<br />

economias com baixo dinamismo geram poucos empregos<br />

e renda para sua população. Com base nos dados da<br />

relação Anual <strong>de</strong> Informações sociais (rais) do Ministério<br />

do trabalho e emprego, as economias das cida<strong>de</strong>s<br />

do g100 geraram em média 140,8 empregos for<strong>mais</strong><br />

para cada mil habitantes, menos da meta<strong>de</strong> (45,6%) do<br />

indicador das <strong>de</strong><strong>mais</strong> cida<strong>de</strong>s brasileiras com <strong>mais</strong> <strong>de</strong> 80<br />

mil habitantes. em Cariacica o indicador foi <strong>de</strong> 118,3,<br />

valor abaixo até mesmo da média do g100.<br />

Emprego formal por mil habitantes - 2008<br />

118,3<br />

* não inclui Brasília<br />

140,8<br />

208,2<br />

309,1<br />

Cariacica g100 <strong>Brasil</strong> Acima <strong>de</strong> 80 mil<br />

habitantes<br />

sem g100*

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