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TD_António Rego.pdf - Universidade Aberta

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Olhando as narrativas da história, uma das múltiplas perspectivas possíveis<br />

de abordagem da sociedade, constata-se que as principais e porventura as<br />

maiores mudanças sociais ocorreram a partir da revolução industrial, nos finais do<br />

século XVIII e início de século XIX, e nos finais das duas Grandes Guerras<br />

Mundiais, sobretudo após a segunda. O ritmo das mudanças começou em<br />

aceleração na década de 60, 70 e 80 do século passado, para atingir, hoje, um<br />

ritmo “esquizofrenizante”, fruto dos avanços técnico e científico, da abertura e<br />

dinâmica social que o provocou, assimilou e exigiu.<br />

Vive-se, hoje, um momento histórico que urge ser compreendido, porque as<br />

mudanças, até hoje sofridas, atingiram profundamente a família, propondo-lhe<br />

novos desafios, não isentos de riscos, mas também de perdas e ganhos.<br />

Vive-se um tempo de globalização, de hipermodernidade, de individualismo,<br />

de exagero, do hoje, do agora, do já e da instabilidade, da insegurança, da<br />

incerteza, do efémero e o futuro ainda não existe.<br />

Em todas as áreas do mundo do trabalho, a gestão exige dos trabalhadores<br />

flexibilidade, “flexitempo”, polifuncionalidade, disponibilidade total, abertura à<br />

mudança, produção e produtividade, supercompetição, propondo, em<br />

contrapartida, “flexissegurança” de duvidosa efectivação e proveito. Entretanto, o<br />

desemprego e o emprego precário impossibilitam um plano de carreira e a<br />

concretização de projectos de vida individuais e familiares. Como confiar na<br />

flexissegurança? Quem se arrisca? Mas “ quem não arrisca, não petisca”, diz o<br />

provérbio português. Como é que tudo isto aconteceu e acontece, que<br />

implicações tem nas famílias e que transformações potencia?<br />

Que caminhos foram percorridos para se chegar onde se está hoje,<br />

preocupado? É óbvio que os indivíduos e as famílias influenciam a sociedade e<br />

esta exerce grande influência recíproca.<br />

“Um dos méritos desse pioneiro dos antropólogos que foi Lewis Henry<br />

Morgan foi chamar a atenção para o papel da propriedade na formação da família<br />

moderna. Ele salientou que o significado primitivo do latim “família” era lar e<br />

património, não descendência ou parentesco, que estavam associados a “gens”.<br />

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