universidade estadual paulista “julio de mesquita filho” – unesp ...
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importantes foram colocadas em evidência e <strong>de</strong>batidas durante<br />
esta gestão: a preocupação com a oferta <strong>de</strong> espaços livres<br />
para a população e a elaboração <strong>de</strong> um plano urbanístico para<br />
a cida<strong>de</strong>. (COUTINHO, 2002: 19).<br />
Como po<strong>de</strong>mos ver, o prefeito Fábio Prado tinha uma visão urbanística<br />
bastante contun<strong>de</strong>nte e avançada para a época. Muitas <strong>de</strong> suas obras são<br />
importantes até os dias <strong>de</strong> hoje. Seu governo dava ênfase à educação e à<br />
cultura. Cria em 1933 a Escola <strong>de</strong> Sociologia e Política seguindo o mo<strong>de</strong>lo<br />
americano e, em 1934, cria a Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, projeto <strong>de</strong> Júlio <strong>de</strong><br />
Mesquita Filho encomendado a Fernando <strong>de</strong> Azevedo.<br />
A Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Filosofia, Ciências e Letras era sonhada nos encontros<br />
na casa <strong>de</strong> Paulo Duarte, on<strong>de</strong> os artistas e intelectuais se encontravam <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
a Semana <strong>de</strong> 22, sendo a menina dos olhos <strong>de</strong>ssa gestão. Através <strong>de</strong>la<br />
buscavam controlar a participação política e conter o avanço do comunismo.<br />
Para os “ilustrados”, como eram conhecidos “a luta política contra o comunismo<br />
<strong>de</strong>veria se dar principalmente no campo i<strong>de</strong>ológico e cultural”. 4<br />
Fábio Prado nomeia como chefe <strong>de</strong> seu Gabinete o advogado e<br />
jornalista Paulo Duarte, que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da gestão foi responsável pela<br />
reforma administrativa da Prefeitura. Entre outras mudanças, previa a criação<br />
<strong>de</strong> um órgão <strong>de</strong> cultura em seu organograma, antigo sonho que partilhava com<br />
os amigos mo<strong>de</strong>rnistas que frequentavam sua residência <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o final da<br />
década <strong>de</strong> 1920. Entre eles, os intelectuais Mário <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, Sergio Milliet,<br />
Antônio <strong>de</strong> Alcântara Machado, Tácito <strong>de</strong> Almeida, Rodolfo Homem <strong>de</strong> Mello e<br />
Rubens Borba <strong>de</strong> Moraes entre outros. Ali nasceu o Departamento <strong>de</strong> Cultura,<br />
nas reuniões semanais, em volta <strong>de</strong> uma mesa <strong>de</strong> granito, aquecidas por bons<br />
vinhos. Sonhavam transformar a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo numa metrópole cultural<br />
e um dia ter apoio da elite para realizar uma organização brasileira <strong>de</strong> estudos<br />
<strong>de</strong> coisas brasileiras (DUARTE,1977: 49).<br />
Esses sonhos, por falta <strong>de</strong> capital, ficaram engavetados por anos.<br />
Vieram revoluções, vieram misérias e lutas, Paulo Duarte fora exilado em Paris<br />
durante parte <strong>de</strong> 1932 e por todo ano <strong>de</strong> 1933, mas o grupo não se dissolveu e<br />
4 Citação <strong>de</strong> discurso <strong>de</strong> Armando Salles <strong>de</strong> Oliveira. (ABANUR apud COUTINHO, 2002: 20)<br />
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