16.04.2013 Views

universidade estadual paulista “julio de mesquita filho” – unesp ...

universidade estadual paulista “julio de mesquita filho” – unesp ...

universidade estadual paulista “julio de mesquita filho” – unesp ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

aproximação intelectual <strong>de</strong> Mário <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> e Oswald <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>,<br />

responsáveis por dar forma, impulso e i<strong>de</strong>ias à Semana <strong>de</strong> 22.<br />

Segundo Paulo Men<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Almeida, a amiza<strong>de</strong> <strong>de</strong> Oswald e Mário foi<br />

fundamental para o Movimento Mo<strong>de</strong>rnista. Essa união intelectual produziu<br />

uma rica colaboração, formando uma dupla coesa, e transmitindo ao grupo dos<br />

mo<strong>de</strong>rnistas, audácia, segurança e entusiasmo. Eram tão diferentes e se<br />

completavam:<br />

Mário era ruminante. Desconfia do fácil e da própria<br />

facilida<strong>de</strong>. Era homem <strong>de</strong> pensar e repensar. A ele, pois, se<br />

a<strong>de</strong>quava, perfeitamente, o papel <strong>de</strong> teorista documentado.<br />

Oswald, ao contrário, se entregava às primeiras i<strong>de</strong>ias, quando<br />

ainda eram mais sensações ou sentimentos do que i<strong>de</strong>ias. Era<br />

uma inteligência a jato, com admirável po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> síntese.<br />

(ALMEIDA apud REZENDE, 2006: 13)<br />

Depois, em 1929, se separaram e nunca mais se falaram. Nunca se<br />

soube ao certo o que ocorrera, mas tudo indica que provavelmente Oswald,<br />

piadista que era, tenha feito alguma piada com Mário, o magoando<br />

profundamente. Oswald por diversas vezes tentou reatar a amiza<strong>de</strong>, mas Mário<br />

nunca permitiu. Mesmo assim, sempre se trataram com respeito e admiração,<br />

mesmo que distantes.<br />

Monteiro Lobato, segundo a maioria dos historiadores, era consi<strong>de</strong>rado<br />

conservador, <strong>de</strong>fendia o nacionalismo e o naturalismo, sentiu-se ofendido com<br />

as obras <strong>de</strong> Anita Malfatti, consi<strong>de</strong>rando-as “anormais”. Ele critica<br />

violentamente a artista expressionista <strong>de</strong> forma implacável no jornal O Estado<br />

<strong>de</strong> São Paulo e na Revista do Brasil. Posteriormente, continuou criticando<br />

duramente as ações do movimento Mo<strong>de</strong>rnista. A crítica à Anita foi tão forte<br />

que influenciou a socieda<strong>de</strong> <strong>paulista</strong>na a estigmatizar a artista. Compradores<br />

chegaram a <strong>de</strong>volver três quadros que estavam vendidos. Essa movimentação<br />

em torno da exposição <strong>de</strong> Anita Malfatti, em 1917, provocou a solidarieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

jovens como Mário <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> e Oswald. Mário chegou a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a artista e<br />

Oswald <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, meio escondido nas suas iniciais O.A., foi o único a<br />

publicar um artigo no Jornal do Comércio <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo o pioneirismo e<br />

originalida<strong>de</strong> da artista. A partir <strong>de</strong>sse momento se unem a Mário e Oswald,<br />

46

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!