universidade estadual paulista “julio de mesquita filho” – unesp ...
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O Departamento <strong>de</strong> Cultura nasce nesse contexto, recebendo<br />
influências mo<strong>de</strong>rnistas, influências <strong>de</strong> conceito <strong>de</strong>mocrático recebidas pelo<br />
movimento educacional da “Escola Nova”, apresentando espírito crítico <strong>de</strong><br />
pesquisa e experimentação. Paulo Duarte e Mário <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, com o apoio <strong>de</strong><br />
jornalistas e intelectuais, como já citado, constroem o projeto que irá criar o DC<br />
da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, com apoio do então prefeito Fábio Prado e do<br />
governador do estado <strong>de</strong> São Paulo, Armando <strong>de</strong> Salles Oliveira.<br />
Em carta à Murilo Sales, Mário <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> expressa sua satisfação em<br />
<strong>de</strong>senvolver o projeto do DC e a preocupação com “o povo” em sua primeira<br />
experiência como gestor público:<br />
[...] estou completamente cheio com esta aventura do<br />
<strong>de</strong>partamento em que me meti... o que será <strong>de</strong> mim, ainda não<br />
sei bem, sei que a vida mudou... estou cheio, trabalhando com<br />
paixão, com violenta paixão, nesta primeira vida minha em que<br />
tomo contato burocrático com o povo e com a vida.<br />
(SCHELLING, 1991: 176)<br />
O Departamento <strong>de</strong> Cultura surgiu como prolongamento da Universida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> São Paulo. Nos planos originais, seria o germe <strong>de</strong> um Instituto Paulista <strong>de</strong><br />
Cultura com jurisdição em todo o Estado, que serviria <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo para o<br />
Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Cultura, ponto <strong>de</strong> pauta para o programa <strong>de</strong> governo<br />
fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Armando <strong>de</strong> Salles Oliveira.<br />
Para Fábio Prado, tal empreendimento iria oferecer ao povo “assistência<br />
ao espírito” tanto quanto “assistência material”, pois era necessário cuidar das<br />
“mazelas do espírito do <strong>paulista</strong>no”:<br />
Tratava-se em essência <strong>de</strong> um projeto político, fruto da<br />
ambição do Partido Democrático <strong>de</strong> levar a presidência da<br />
República o seu lí<strong>de</strong>r Armando Salles. Na periferia do PD e em<br />
torno do seu órgão, o Diário Nacional, aglutinaram-se um grupo<br />
<strong>de</strong> intelectuais <strong>de</strong> esquerda mo<strong>de</strong>rada, alguns como Mário <strong>de</strong><br />
Andra<strong>de</strong>, egressos do movimento mo<strong>de</strong>rnista. A i<strong>de</strong>ia inicial era<br />
criar um Instituto Paulista <strong>de</strong> Cultura, que <strong>de</strong>veria transformarse,<br />
em âmbito nacional, no Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Cultura.<br />
(WERNECK, 1989: 46)<br />
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