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Colonização - Centro de Documentação e Pesquisa Vergueiro

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■<br />

^<br />

F<br />

^üHíS<br />

tÇTTM<br />

pubücoçõt doGEA<br />

<strong>Colonização</strong><br />

A violência no campo<br />

IIBil<br />

Romaria da Terra<br />

^A volta aos tempos<br />

/* das cavernas.<br />

MARÇO/ABRIL <strong>de</strong> 84<br />

Política Agrícola<br />

Agrotdxicos<br />

FETAG<br />

Um freio na luta<br />

SEMI<br />

fcfelMl<br />

BANQUETE SEM FUTUR01<br />

1


PRESIDENTE DO SINDICATO<br />

DE ■<br />

Orm^j^uf^<br />

DOS TRABALHADORES RURAIS DE BELA VISTA<br />

.Abapco.publicántós a carta què recebenps do STR <strong>de</strong> Bela Vista, <strong>de</strong>nunciando e re-<br />

pudiando as ameaças <strong>de</strong> morte que tem recefeido seu presi<strong>de</strong>nte, valoroso companheiro /<br />

Nelson <strong>de</strong> Assis Teles. Publicamos a carta, como um exemplo do que é o sindicalismo /<br />

combativo, que nao se afugenta diante <strong>de</strong> ameaças, na esperança que possa ser um docu<br />

mento <strong>de</strong> reflexão para os sindicalistas aqui do sul. Ao mesmo tempo, hipotecamos toí<br />

ao se S u p^idtnte a ^ ^ trabalhadores rurais <strong>de</strong> ^1* Vista, ao seu sindicato e<br />

_ '0 Sindicato dos Trabalhadores Rurais <strong>de</strong> Bela Vista,<br />

Goiás, vem <strong>de</strong>nunciar a todos os trabalhadores brasileiros<br />

da cida<strong>de</strong> e do campo as ameaças <strong>de</strong> morte que pesam sobre<br />

seu presi<strong>de</strong>nte, o companheiro NELSON DE ASSIS TELES, mem-<br />

bro da direção nacional da Central Onica dos Trabalhado -<br />

res-O/T.<br />

Coerente com a <strong>de</strong>fesa dos Direitos dos Trabalhado-<br />

res, o conpanheiro NELSON DE ASSIS TELES em nome do Sindi<br />

cato, assuniu a tarefa costumeira <strong>de</strong> convocar a pedido dê<br />

dois associados do Sindicato, o gerente da Fazenda Quilom<br />

bo, Sr. José Gabriel para resolver una disputa trabalhis-<br />

ta. Os dois associados fizeram una empreitada na fazenda<br />

citada ao preço total <strong>de</strong> Cr$ 60.000,00, combinando o paga<br />

mento em duas parcelas: Cr$ 20.000,00 na entrada e os res<br />

tantes Cr$ 40.000,00 no final do serviço.<br />

Os trabalhadores receberama entrada <strong>de</strong> Cr$ 20.000,00<br />

e quando terminaram o serviço não foram pagos os Cr$ ...<br />

40.000,00 restantes. Procuraram o Sindicato. Como <strong>de</strong> cos-<br />

tume, a direção do sindicato enviou ofício ao gerente con<br />

vidando-o para esclarecer a questão. O Sr. José Gabriel<br />

compareceu ao Sindicato na data indicada. Mas estava visi<br />

velmente orientado para não aceitar acordos. Assumiu uma<br />

posição agressiva <strong>de</strong>sacatando o presi<strong>de</strong>nte do Sindicato e<br />

os trabalhadores presentes à reunião. Agindo com firmeza,<br />

o conçjanheiro Nelson exigiu que o Sr. José Gabriel respei<br />

tasse a entida<strong>de</strong> e os trabalhadores e buscasse una atitu-<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong> entrar em acordo para a solução do problema.<br />

Um dos trabalhadores envolvidos na questão inter-<br />

viu na discussão e disse que o vereador Faraí<strong>de</strong>s Bonifa -<br />

eio Guimarães, do FMDB, político ligado ao proprietário da<br />

Fazenda Quilombo, ja estava <strong>de</strong> posse do dinheiro para o<br />

pagamento da empreitada. Diante disso, o Sr. José Gabriel<br />

se dispôs a buscar o dinheiro e efetuar imediatamente o pa<br />

gamento, tendo recebido das mãos dos lavradores o recibo<br />

correspon<strong>de</strong>nte.<br />

No último dia 12, o mesmo Sr. José Gabriel, diante<br />

<strong>de</strong> testemunhas, inclusive o companheiro Vicente Donizete<br />

<strong>de</strong> Oliveira, membro da Diretoria do Sindicato, afirmou nu<br />

ma conversa com o Sr. Faraí<strong>de</strong>s Guimarães que tinha "quê<br />

dar un sumiço nesse presi<strong>de</strong>nte do Sindicato, e <strong>de</strong>pois vou<br />

para a casa dos meus irmãos que moram em S. Paulo. Depois<br />

eu volto". Ao que o vereador Faraí<strong>de</strong>s respon<strong>de</strong>u: "Não pre<br />

cisa nem sair. Basta ficar uns dois (2) dias fora. Depois<br />

você volta que nos assunimos. Agora nós é que mandamos aqui.<br />

Nao e mais como no tenpo do PDS que ele (o presi<strong>de</strong>nte do<br />

sindicato) <strong>de</strong>itava e rolava".<br />

0 Sindicato dos Trabalhadores Rurais <strong>de</strong> Bela Vista<br />

nao aceita pressões e vai continuar a realizar sua tarefa<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o Direito dos Trabalhadores. E responsabiliza<br />

os indivíduos citados, Sr. Faraí<strong>de</strong>s Guimarães e José Ga-<br />

briel por qualquer violência que vier a acontecer ao pre-<br />

•si<strong>de</strong>nte do Sindicato. Advertimos que essa violência não<br />

vai ficar impune.VJ<br />

mar ' d0 '" e ac °" tece ' ã "- cta miiiiiiiiiiiiiiii -<br />

"Prezados Companheiros:<br />

posseixos^Ssf SiT **** ^ P* 3 ^ ^ **nal * Bonito oo^rovando a situação dos<br />

Gran<strong>de</strong>. TS^^Í JSS^mSeín'^ "^ Joã0 Lln0 Itodri ^ s e nora em Canço<br />

Sebastião ^i^TTéc^S^^iJ^ 3 ^ 0 ? P 08861108 «» volver. Seu nom^é<br />

cs nala^ é o^^L 0 ^^-^^^^ ^ SffSSrF* ^^ *<br />

Uma onda <strong>de</strong> violência está para eclodir<br />

na Fazenda Baia Negra, antigo lote Marabá,<br />

a 70 Km da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bonito (MS) on<strong>de</strong> mais*<br />

<strong>de</strong> 100 posseiros vivem constantemente amea<br />

çados por invasores e mandatos judiciais."<br />

0 antigo lota Marabá constitui um total<br />

da mais <strong>de</strong> 4 mil hectares, que no <strong>de</strong>correr<br />

dos anos, nas constantes remarcações da ter<br />

ra ficou reduzido em mil e oitocentos ha,"<br />

on<strong>de</strong> os colonos estão vivendo constantemen<br />

te momentos <strong>de</strong> incerteza e ameaças.<br />

_£^_J0RNflL DE BONiTO<br />

100 Colonos da Fazen<br />

'BAÍA MEGRA" SÂ0 AMEAÇADOS E DEFENDEM UM ACÜDE<br />

O PROBLEMA É O AÇUDE<br />

4, reportagem do Jornal <strong>de</strong> Bonito ficou<br />

sabendo que está para eclodir naquela locali-<br />

da<strong>de</strong>, Fazenda Baía Negra, uma onda <strong>de</strong> vio-<br />

lências <strong>de</strong> conseqüências imprevisíveis. Mais<br />

<strong>de</strong> uma centena <strong>de</strong> colonos que lá vivem la-<br />

vrando o chão para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>rem o pão <strong>de</strong> ca-<br />

da dia, dispõe <strong>de</strong> um único açu<strong>de</strong> <strong>de</strong> água po-<br />

tável para o consumo <strong>de</strong> todos. Ultimamente<br />

lá apareceu um tal <strong>de</strong> "João Vermelho" tam-<br />

bém "dono" das terraa e anunciou qu© vai aol<br />

tar uma manada <strong>de</strong> gado e, evi<strong>de</strong>ntemente, re-<br />

sultará na poluição do açu<strong>de</strong>, o que os colo-<br />

nos não concordam <strong>de</strong> maneira alguma.<br />

TERRAS DEVOLUTAS<br />

Segundo as questões que tramitam na Jus-<br />

tiça por causa da fazenda "Baía Negra", o<br />

mais certo é que as terras são <strong>de</strong>volutas e exis<br />

tem vários donos.<br />

Desta maneira os colonos que lá trabalham<br />

há mais <strong>de</strong> seis anos vão proibir que "Jo&o<br />

Vermelho" coloque gado na área sem que uma<br />

cerca <strong>de</strong> arame farpado seja estendida em<br />

torno do aludido açu<strong>de</strong>.<br />

Falando para a reportagem do Jornal <strong>de</strong><br />

Bonito, os colonos disseram que <strong>de</strong>sejam so-<br />

mente a paz e a garantia das autorida<strong>de</strong>s, pois<br />

os verda<strong>de</strong>iros grileiros os ameaçam constan<br />

temente,


■A OPINIÃO DO GEA-<br />

400 mil pessoas em São Paulo !<br />

300 m-M pessoas em Belo Horizonte !<br />

1 milhão <strong>de</strong> pessoas no Rio <strong>de</strong> Janeiro !<br />

300 mil pessoas em Goiânia !<br />

200 mil pessoas em Porto Alegre !<br />

£ mais Recife, Salvador, Fortaleza, Curitiba...E todo o Brasil em coro que está e<br />

xigindo ELEIÇÕES LIVRES E DIRETAS, JAT -<br />

E o maior movimento <strong>de</strong> massas visto na historia do Brasil!<br />

Mesmo assim o grupo palaciano, embora meio dividido,prossegue nesta empreitada <strong>de</strong><br />

novamente se colocar contra os interesses da imensa maioria da população.<br />

0 dia 25 se avizinha. Para a aprovação da Emenda Dante <strong>de</strong> Oliveira i necessário '<br />

que 77 <strong>de</strong>putados mais 23 senadores^do PDS acompanhem a oposição. Senão nada feito.<br />

A Campanha pelas Diretas, até agora, ja foi muito valiosa porque milhões <strong>de</strong> pes -<br />

soas experimentaram novamente o gosto <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r se manifestar, dizendo claramente que<br />

chega <strong>de</strong> regime militar. Mas concretamente, se a Emenda Dante <strong>de</strong> Oliveira não for apro-<br />

vada e se não fizermos mais nada, po<strong>de</strong>mos ter absoluta certeza que iremos engolir um An<br />

dreazza, um Maluf ou mesmo um Aureliano Chaves (<strong>de</strong>mocrata <strong>de</strong> última hora) por mais 4, 5<br />

ou 6 anos.<br />

0 caso i : 0 QUE IREMOS FAZER CASO 0 CONGRESSO NAO APROVE A EMENDA DANTE DE 0LIVE<br />

IRA ?<br />

Vamos nos resignar aos <strong>de</strong>stinos do Colégio Eleitoral ?<br />

Vamos aceitar novamente Delfin, Galvêas, Andreazza, Maluf e outros tantos que nes<br />

tes 20 anos a<strong>de</strong>ixaram o pais e a classe trabalhadora nesta situação <strong>de</strong>sesperadora?<br />

Nao! Isso seria colocar um manto nestes 3 meses <strong>de</strong> intensa mobilização que tantas<br />

esperanças fizeram brotar nos trabalhadores brasileiros. Seria a volta ã escuridão que<br />

amargamos nestes últimos 20 anos.<br />

0 que po<strong>de</strong>mos fazer então?<br />

Quando iniciou aCampanha pelas Diretas, muita gente tinha dúvidas da a<strong>de</strong>são da<br />

socieda<strong>de</strong>. Mas os milhões foram as ruas e os Partidos <strong>de</strong> oposição.tiveram um papel mui<br />

to importante neste chamamento ao povo. ~<br />

Está provado e comprovado que este regime está podre e moribundo. Por outro lado,<br />

os Partidos, respaldados na massa que sem dúvidas já julgou e <strong>de</strong>cidiu, po<strong>de</strong>m aceitar a<br />

farsa do Colégio Eleitoral(e alguns "oposicionistas" ja admitem isso) ou novamente cha<br />

mar o povo e partir para formas que não sejam só <strong>de</strong> pressão, mas que <strong>de</strong>monstrem nã<br />

pratica, QUE NAO QUEREMOS E QUE NAO VAMOS ACEITAR UM PRESIDENTE QUE SAIA DESTE COLÉGIO.<br />

QUE FORMAS SERIAM ESTAS?<br />

Os trabalhadores têm uma força que é incalculável. Somos nós que fizemos este pa<br />

is andar. Somos nos que produzimos, nos campos e nas cida<strong>de</strong>s, toda a riqueza <strong>de</strong>ste pais<br />

que inclusive e exportada para pagar uma divida que não foi nós que fizemos<br />

POR QUE NAO PODEMOS PARAR ESTE PAlS?<br />

POR QUE TEMOS QUE RESPEITAR UMA MEIA DÜZIA QUE E A ELITE DOMINANTE E QUE NAO RES<br />

PEITA A MAIORIA DA POPULAÇÃO? -<br />

No dia 25, estaremos <strong>de</strong> orelha em pé, todo mundo acompanhando pelo rádio ou pela<br />

televisão e vamos marcar quem esta contra nós. Mas se a emenda não passar,não vamos nos<br />

mixar, porque como tem sido repetido nos comícios: «W.<br />

"A GREVE GERAL DERRUBA GENERAL!" ^%*<br />

TERR AGEM TE ^J^k "^/^^<br />

uma publicação do GEA- *pssf fyffir/ 0 * 4c^iSs,<br />

^^'«fcStf<br />

caixa postal 10.507-90.000 porto aleare.rs ^V^_ 6 ^ 0 rs<br />

s _<br />

NOME:<br />

ASSINATURA DO TERRAGENTE<br />

RUA: NO CAIXA POSTAL;<br />

LOCALIDADE:<br />

CIDADE:<br />

CEP -- ESTADO:<br />

®


ITAIPU<br />

A primeira turbina <strong>de</strong> Itai<br />

pu entrará em funcionamento ge<br />

rando 700 mil quilowates, sen<br />

do gue <strong>de</strong>stes apenas 300 miT<br />

serão absorvidos pelo Paraguai.<br />

Os outros 400 mil Kwterão que<br />

ser absorvidos pelo Brasil quô<br />

já conta com excesso <strong>de</strong> capa-<br />

cida<strong>de</strong>.<br />

Some-se a istoo fatoda usi<br />

na nuclear Angra I estar com<br />

600 Kw totalmente <strong>de</strong>snecessá-<br />

rios.<br />

Dessa forma, sÓ com Angra I<br />

e a primeira turbina <strong>de</strong> Itai-<br />

pu em funcionamento, teremos<br />

1 milhão <strong>de</strong> Kw sobrando. Ima-<br />

ginem o que acontecerá quando<br />

estiver funcionando todas as<br />

18 turbinas <strong>de</strong> Itaipu, geran-<br />

do 12,6 milhões <strong>de</strong> quilowats.<br />

E eles ainda querem cons-<br />

truir 25 barragens no rio Uru<br />

guai.<br />

DIVIDA EXTERNA - BRASILEIRO<br />

B0NZINH0<br />

0 Balanço <strong>de</strong> Pagamento do<br />

Brasil, em 83^ apontou que fo<br />

ram pagaos, so <strong>de</strong> juros da dí<br />

vida externa, a espantosa quaji<br />

tia <strong>de</strong> 14 bilhões <strong>de</strong> dólares.<br />

Para se ter idéia,isto sig<br />

nifica nada menos do valor gas<br />

to para construir Itaipu.<br />

Se daria para construir ou<br />

tra Itaipu, quantos hospitai?,<br />

escolas e outras obras sociais<br />

não daria para serem construí<br />

das?<br />

Outro dado importante, di-<br />

vulgado pela Revista Exame, e<br />

que nestes <strong>de</strong>z últimos anos",<br />

somente <strong>de</strong> juros o Brasil pa-<br />

gou a "bagatela" <strong>de</strong> 54 bilhões<br />

<strong>de</strong> dólares, ou seja, aproxima<br />

damente a meta<strong>de</strong> da nossa dt-<br />

vida externa atual.<br />

Começou com 650 milhões <strong>de</strong><br />

dólares, em 74, foi para 2 bi<br />

Ihões, em 77, 6 bilhões, em STJ<br />

e 11,4 bilhõesJem82.<br />

Assim não ha quem agüente,<br />

tem que cortar subsidio e re-<br />

duzir salários e encher o boi<br />

so dos gringos <strong>de</strong> dinheiro. '<br />

V<br />

-^fe" pinga-f ogo<br />

PELEGUISMO E PICARETAGEM<br />

Tavares é um pequeno muni-<br />

cípio localizado entre a La-<br />

goa dos Patoseomar. Foi eman<br />

cigado politicamente em 83^<br />

após o <strong>de</strong>smembramento <strong>de</strong> Mos-<br />

tardas.<br />

90% do seu território S o-<br />

cupado pelo minifúndio, que pro<br />

duz a 2? maior safra <strong>de</strong> cebo"<br />

Ia do estado.<br />

Os colonos da cebola são a<br />

maior "classe" do município ,<br />

que vive em função <strong>de</strong>sta cul-<br />

tura.<br />

Devido também a localiza-<br />

ção geográfica e dificulda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> estradas i uma colônia mui<br />

to pobre. Os produtores todos<br />

os anos são vitimados cruel-<br />

mente pela exploração dos in-<br />

termediários que agem impunes<br />

na região, impondo e manipu-<br />

lando preços.<br />

A ação dos agiotas § faci-<br />

litada ainda mais pela existên<br />

cia <strong>de</strong> um fraco Sindicato dê<br />

Trabalhadores Rurais, que as-<br />

sim i justamente por estar nas<br />

mãos <strong>de</strong> um antigo pelego.<br />

0 sindicato não serve pra<br />

mais nada alem <strong>de</strong> arrancar <strong>de</strong>n<br />

te e atendimento médico (e as<br />

sim mesmo com um serviço mui-<br />

to precário).<br />

0 maior serviço que já fez<br />

foi facilitar a campanha elej^<br />

tora! <strong>de</strong> seu presi<strong>de</strong>nte pra ve<br />

reador do PDS (antes eleito em<br />

Mostardas e por último em Ta-<br />

vares).<br />

Pois, este Senhore tão preo<br />

cupado com a classe que diz re<br />

presentar, que há muito nao ^<br />

lhe sobra mais tempo para tra<br />

balhar na roça. Por isso, ten<br />

ta ganhar a vida por outro?<br />

meios.<br />

No dia 7 <strong>de</strong> março passado,<br />

a ZERO HORA noticiou um escan<br />

dalo em que ele está envolvi"<br />

do.<br />

0_prefeito <strong>de</strong> Tavares, que<br />

também é do PDS, está proces-<br />

sando ele e outros vereadores<br />

por estarem ven<strong>de</strong>ndo terrenos<br />

clan<strong>de</strong>stinos na cida<strong>de</strong>.<br />

Como vereador, nada origi-<br />

nal. Como "sindicalista rural"<br />

<strong>de</strong>veria ser premiado comotro<br />

féu PICARETA URBANO.<br />

■®-<br />

ETA GOVERNO "BEM-INTENCIONADO"<br />

Das negociações do governo<br />

brasileiro com o FMI todo mun<br />

do ja sabe. 0 que a maioria<br />

das pessoas talvez <strong>de</strong>sconheça<br />

é que o "bem intencionado" go<br />

verno brasileiro já está nego<br />

ciando a QUINTA carta <strong>de</strong> inten<br />

ções com o FMI.<br />

As quatro cartas anterior-<br />

mente estabelecidas pelos"téic<br />

nicos do FMI", emconjunto com<br />

o governo, foram simplesmente<br />

jogadas no lixo, pois o gover<br />

no brasileiro não teve condi-<br />

ções políticas <strong>de</strong> cumprir ne-<br />

nhuma <strong>de</strong>las.<br />

Se a situação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempre-<br />

go e miséria ja é dramática a<br />

gora, imaginem como será quan<br />

do o "nosso"(??!) "bem inten^<br />

cionado" governo cumpriroque<br />

promete aos banqueiros estran<br />

geiros.<br />

30 MILHÕES DE CRIANÇAS DESNU-<br />

TRIDAS<br />

8.6% das crianças brasllelraa Já na»<br />

cem <strong>de</strong>snutridas; 88% com peso Insufi-<br />

ciente; em algumas regtóes do Ceará,<br />

<strong>de</strong> mil crianças que nascem a meta<strong>de</strong><br />

morre antes <strong>de</strong> fazer um ano; <strong>de</strong> 15 mi-<br />

lhões e 500 mil crianças que morreram<br />

no mundo, em 81, 18 milhões eram <strong>de</strong><br />

países sub<strong>de</strong>senvolvidos.<br />

A existência <strong>de</strong> 80 milhões <strong>de</strong> crian-<br />

ças brasileiras <strong>de</strong>snutridas, em <strong>de</strong>cor-<br />

rência da situação sócio econômica do<br />

Pais, <strong>de</strong>verá levar á formação <strong>de</strong> sub*<br />

grupos <strong>de</strong> indivíduos "<strong>de</strong> condiçfto infe-<br />

rior": mais baixos, com menos peso e<br />

com déficit intelectual, oferecendo pos-<br />

sibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser mais facilmente mani-<br />

pulados, "com poucas chances <strong>de</strong> fazer<br />

qualquer coisa, muito menos relvlndl-<br />

Estas informações sãodaSo<br />

cieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Pedia-<br />

tria que está fazendo uma pe£<br />

quisa em todo o Brasil. Segun<br />

do eles "nossas crianças es-<br />

tão morrendo é <strong>de</strong> fome porque<br />

as condições sócio-economicas<br />

são ina<strong>de</strong>quadas para 70% dos<br />

brasileiros". Quando as criaji<br />

ças conseguem ultrapassara in<br />

fãncia, esta legião <strong>de</strong> <strong>de</strong>snu-<br />

tridos vai se transformar em<br />

adultoscom QI (Quociente <strong>de</strong><br />

Inteligência) mais baixo, até<br />

18% inferior aos Tndices nor-<br />

mais e com prejuízo no cresci^<br />

mento e <strong>de</strong>senvolvimento físi-<br />

co.<br />

Se não forem tomadas sérias<br />

atitu<strong>de</strong>s para alterar este qu£<br />

dro dramático, nosso futuro es<br />

tá seriamente comprometido.


OPOSIÇÃO VITORIOSA<br />

EM EREXIM<br />

No último dia 21 <strong>de</strong> março, recebemos<br />

no GEA a visita dos presi<strong>de</strong>ntes dos STRs<br />

<strong>de</strong> Erva! Gran<strong>de</strong> e Erexim. este último re-<br />

cem-eleito.<br />

As eleições para o STR <strong>de</strong> Erexim ocor<br />

reram no dia 9 <strong>de</strong> março e a ogosição con-<br />

seguiu "<strong>de</strong>rrubar" mais um notório pelego<br />

que ha 12 anos "mandava" no sindicato.<br />

Esta importante vitória tem um gran<strong>de</strong><br />

significado para o sindicalismo combativo,<br />

afinal i mais uma chapa oposicionista que<br />

assume a diretoria <strong>de</strong> um sindicato; soman<br />

do-se assim um elo a mais nesta corrente<br />

autentica que, aos poucos, vai varrendo o<br />

peleguismo das bandas do Rio Gran<strong>de</strong>.<br />

0 novo presi<strong>de</strong>nte, Paulo Roberto Fari<br />

na, nos contou, no dia <strong>de</strong> sua visita,que,<br />

apesar <strong>de</strong> todas as manobras feitas pela aji<br />

tiga diretoria, a oposição somou 1.387 vo<br />

tos contra 923 da situação. Este resulta"<br />

SINDICALISMO^<br />

do significa uma expressiva diferença <strong>de</strong><br />

464 votos a favor da oposição, que toma<br />

posse no dia 19 <strong>de</strong> maio. Além <strong>de</strong> Paulo Ro<br />

berto Farina (presi<strong>de</strong>nte), a diretoria tem<br />

como secretário Firmino LuTs Cavaletieco<br />

mo tesoureiro Osmar João Bragagnholo. TT<br />

eles e aos <strong>de</strong>mais componentes da nova di-<br />

retoria <strong>de</strong>sejamos um mandato <strong>de</strong> muita lu-<br />

ta e vitorias, voltado para os interesses<br />

da classe roceira.<br />

FETAG<br />

UM FREIO NA LUTA<br />

Dia 22 <strong>de</strong> março foi realizada, na se-<br />

<strong>de</strong> da FETAG, uma Assembléia Estadual dos<br />

sindicatos dos trabalhadores rurais. Os as<br />

suntos em pauta foram: Prestação <strong>de</strong> Con~<br />

tas; Previdência-Projeto do Prev-Rural;Lu<br />

ta dos sem terras; e Eleições Diretas.<br />

Os temas são importantes. Mas como <strong>de</strong><br />

hábito esta Assembléia não tirou qualquer<br />

proposta objetiva para encaminhar as quês<br />

toes em gauta.<br />

Também pu<strong>de</strong>ra^ Da atual direção da...<br />

FETAG nunca <strong>de</strong>u prã esperar nada. Des<strong>de</strong> que<br />

assumiu, sempre se caracterizou por duas<br />

coisas: primeiro, pela gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong><br />

em embananar e manobrar as <strong>de</strong>cisões nas reu<br />

nioes, manifestações e Assembléias, impe"<br />

dindo com isto uma ação mais objetiva da<br />

classe. E, segundo, pela total incapacida<br />

<strong>de</strong> e falta <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer o que é dê<br />

terminado e <strong>de</strong>cidido. Muito antes pelo co?í<br />

trário. 0 que faz é espalhar confusão en~<br />

tre os sindicatos. Com isto atrapalha mui<br />

to mais que ajuda.<br />

Isto explica os resultados <strong>de</strong>sta As-<br />

sembléia.<br />

Prestação <strong>de</strong> Contas: a única coisa po<br />

sitiva da l-UAG, em 1983, foi o balanço?<br />

Sobraram mais <strong>de</strong> 100 milhões quemuitobem<br />

po<strong>de</strong>riam ter sido empregados no reforço<br />

das lutas dos trabalhadores rurais.<br />

Previdência: na questão da previdên -<br />

cia analisou-se quais os itens do projeto<br />

discutido e encaminhado pelos trabalhado-<br />

res rurais do pais que po<strong>de</strong>riam ser nego-<br />

®<br />

ciados com o Ministro Passarinho. Isto é,<br />

que itens po<strong>de</strong>riam ser <strong>de</strong>ixados <strong>de</strong> lado.<br />

Enquanto isto, a realida<strong>de</strong> dramática do<br />

atendimento aos colonos não mereceu qual-<br />

quer atenção. Não foi fixada uma posição'<br />

quanto ao flagrante <strong>de</strong>scumprimento da atu<br />

ai legislação da Previdência Rural, em es<br />

pecial da Portaria nÇ 2576, que garante o<br />

atendimento gratuito aos segurados e que<br />

continua em vigor.<br />

E <strong>de</strong> ser perguntar ao Sr. EzTdio Pi-<br />

nheiro e companhia: <strong>de</strong> que adianta lutar<br />

por uma nova legislação, se nem a atual<br />

conseguimos fazer cumprir?<br />

0 certo é que e muito mais fácil dis-<br />

cutir sobre um projeto do que enfrentar a<br />

realida<strong>de</strong> e adotar medidas para mudá-lo.<br />

Luta dos sem terra: a FETAG escolheu<br />

COIMU prionda<strong>de</strong>_para 1984 a questão dos<br />

SEM TERRA. E prã começar bem, ja tomou duas<br />

medidas. Adiou a conclusão do levantamen-<br />

to dos sem terra do estado para <strong>de</strong>zembro<br />

<strong>de</strong> 1984 e <strong>de</strong>smarcou uma manifestação dos<br />

SEM TERRA programada para 25 <strong>de</strong> julho em<br />

alguma área<strong>de</strong> conflito do estado.<br />

A Direção da FETAG não teve coragem <strong>de</strong><br />

assumir publicamente o motivo porque esta<br />

va voltando atrás quanto a manifestação.' 7 '<br />

Mas, seus diretores comentavam fora da As^<br />

sembleia que tinham medo <strong>de</strong> serem <strong>de</strong>smora<br />

lizados por juntarem menos gente que a Rü<br />

MARIA DA TERRA. Vejam só que baita motivo.<br />

Eleições diretas: quanto em todo o pj*<br />

is se suce<strong>de</strong>m manifestações pelas diretas.


=SINDICALISMO<br />

a FETAG teve coragem <strong>de</strong> apresentar uma no<br />

ta <strong>de</strong> apoio da entida<strong>de</strong> às Eleições Dire~<br />

tas, mas não especificou para quando. E e<br />

bom lembrar gue Figueiredo, Maluf, Andréa<br />

za etc. também são a favor das diretas.So<br />

que para 1990.<br />

Felizmente alguns sindicalistas perce<br />

beram a manobra e exigiram gue o apoio fos<br />

se pelas diretas já, o que foi aprovado." r<br />

É claro queda parte da FETAG, esta luta<br />

vai ficar s5 na nota <strong>de</strong> apoio. 0 que, con<br />

venhamos, e muito pouco.<br />

A JOGADA<br />

DA FETA6<br />

Falamos do atraso que é a FETAG para<br />

as lutas dos trabalhadores rurais. Edapa<br />

ra comprovar isto. Senão vejamos: em 19827<br />

a priorida<strong>de</strong> era o leite. Após muita luta,<br />

toda a mobilização foi colocada por água<br />

abaixo pela vergonhosa <strong>de</strong>cisão da comissão<br />

do leite em <strong>de</strong>smarcar o boicote que havia<br />

sido <strong>de</strong>cidido por 10.000 colonos em Assem<br />

b2éia no Araújo Viana-Porto Alegre. Vejam<br />

sõ. Foi <strong>de</strong>srespeitada a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> 10.000<br />

colonos e por quem? Por uma comissão <strong>de</strong> 9<br />

sindicatos coor<strong>de</strong>nados pela FETAG,dps quais<br />

so três votaram a favor dos produtores.<br />

Em 1983, a priorida<strong>de</strong> foi a previdên-<br />

cia. Muito se lutou, mas a FETAG este sem<br />

pre ausente. E o resultado foi que, ape~<br />

sar das lutas, em 1983 o problema da Pre-<br />

Fome, miséria, <strong>de</strong>semprego e <strong>de</strong>sespero.<br />

Esta é a dramática e cruel realida<strong>de</strong> dos<br />

trabalhadores. Esta é a conseqüência <strong>de</strong> 2Ç<br />

anos <strong>de</strong> ditadura militar, totalmente submis-<br />

sa aos interesses dos capitalistas nacionais e<br />

internacionais (FMI) e dos latifundiários que<br />

exploram e reprimem violentamente os<br />

trabalhadores da cida<strong>de</strong> e do campo. Esta é a<br />

pior crise da história brasileira.<br />

O Governo se isola cada vez mais. Hoje,<br />

um gran<strong>de</strong> clamor empolga milhões <strong>de</strong><br />

brasileiros: eleições diretas em todos os níveis<br />

já! Trau-se <strong>de</strong> uma clara manifestação <strong>de</strong><br />

repúdio ao regime militar e a tudo o que ele<br />

representa. Trata-se <strong>de</strong> um anseio da vonta<strong>de</strong><br />

soberana do povo brasileiro para dar um<br />

basta <strong>de</strong>finitivo à farsa do Colégio Eleitoral,<br />

espúrio e ilegítimo, instrumento <strong>de</strong> perpetua-<br />

ção do regime. Assim, a CUT repudia<br />

veementemente o Colégio Eleitoral, ou<br />

qualquer outro que venha a ser constituído e<br />

se une à luta por eleições diretas em todos o»<br />

níveis, integrando-se nos comitês formados<br />

hoje, em todo o território nacional.<br />

Mas, que eleições interessam aos trabalha-<br />

dores? O povo, em outras ocasiões, já elegeu<br />

, Manifesto da<br />

-Central Única dos Trabalhadores<br />

ao povo brasileiro<br />

diretamente todos os seus governantes,<br />

inclusive o Presi<strong>de</strong>nte da República, e nem<br />

por isso a sua situação melhorou.<br />

Interessam aos trabalhadores eleições<br />

diretas com ampla liberda<strong>de</strong>: sem LSN (Lei<br />

<strong>de</strong> Segurança Nacional), sem 'J anti-greve,<br />

sem intervenção nos sindicatos (sem proibi-<br />

ção aos diretores cassados <strong>de</strong> concorrerem às<br />

eleições), sem repressão, com ampla liberda-<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong> manifestação, organização c propagan-<br />

da, inclusive nos meios <strong>de</strong> comunicação d«<br />

massa. Enfim, eleições diretas sem o regime<br />

militar.<br />

Interessa aos trabalhadores a luta pelas<br />

eleições diretas, se ela for travada juntamente<br />

com a luta pela conquista dos seus principais<br />

objetivos:<br />

• Pelo fim da política econômica<br />

do Governo<br />

• Por liberda<strong>de</strong> e autonomia sindical<br />

• Pelo salário-<strong>de</strong>semprego<br />

• Pela estabilida<strong>de</strong> no emprego<br />

• Pela Reforma Agrária sob o contrai*<br />

dos trabalhadores<br />

• Pelo fim do Regime Militar.<br />

(D<br />

vidência terminou pior que começou. Por<br />

quê? Porque só alguns sindicatos assumi -<br />

ram a luta e estes isolados não têm força<br />

suficiente para arrancar do governo mais<br />

dinheiro para a saú<strong>de</strong>. Precisava a FETAG<br />

pegar junto.<br />

E agora, 1984 é o ano dos "SEM TERRA".<br />

A FETAG começa <strong>de</strong>smarcando a manifestação<br />

e adiando o levantamento. Que os SEM TER-<br />

RA fiquem alertas. Se <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r da FETAG na<br />

da vão conseguir este ano. -<br />

Na verda<strong>de</strong>, cabe aos sindicalistas com<br />

bati vos, estes que realmente estão dispo?<br />

tos a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>rem os interesses dos que re<br />

presentam, tomarem a iniciativa para mu~<br />

dar esta situação. Para isto, é mais que<br />

urgente que encontrem uma forma <strong>de</strong> se ar-<br />

ticularem, <strong>de</strong> trabalharem em conjunto pa-<br />

ra vencer o manobrismo e falta <strong>de</strong> inicia-<br />

tiva da FETAG em assumir as lutas.<br />

Por que a jogada da FETAG e muito pe-<br />

rigosa para o movimento sindical combati-<br />

vo. As bases que estão sendo mobilizadas'<br />

ha vários anos, ainda não conseguiram sen<br />

tir o gosto <strong>de</strong> uma vitória concreta. E <strong>de</strong>s<br />

se jeito não ha espirito <strong>de</strong> luta que re~<br />

sista. Daqui há pouco os colonos vão ter<br />

ate razão em não mais confiarem nas suas<br />

direções e nos seus sindicatos. E isto sÓ<br />

interessa para um tipo <strong>de</strong> sindicalismo que<br />

<strong>de</strong> tao conhecido nem precisa ser chamado<br />

pelo seu nome.<br />

A luta por eleições diretas, com este<br />

caráter, representa um importante passo para<br />

o avanço dos trabalhadores no processo <strong>de</strong><br />

transformação profunda da socieda<strong>de</strong><br />

brasileira. A CUT enten<strong>de</strong> que outras formas<br />

<strong>de</strong> luta precisam ser utilizadas pelos<br />

trabalhadores, além das manifestações<br />

maciças realizadas em todo o país, uma vez<br />

aue, mesmo com a conquista das eleições<br />

diretas, a situação dos trabalhadores não<br />

estará automaticamente resolvida. Os<br />

interesses dos trabalhadores serão garantidos<br />

quando eles avançarem nas suas formas <strong>de</strong><br />

organização e serem capazes <strong>de</strong> usar um <strong>de</strong><br />

seus principais instrumentos <strong>de</strong> luta no<br />

momento — a GREVE GERAL.<br />

Ness* sentido, a CUT foz uma conclama-<br />

çio a todos os setores i<strong>de</strong>ntificados com o<br />

sentimento <strong>de</strong> oposição ao regime, a<br />

f>articiparem, através <strong>de</strong> comitês pró-diretaa<br />

i organizados ou que venham a se organizar,<br />

no processo <strong>de</strong> discussão'da Greve Geral,<br />

teodo o mês <strong>de</strong> abril como data-referènda<br />

para a <strong>de</strong>flagração <strong>de</strong> uma arma po<strong>de</strong>rosa<br />

usada historicamente pelos trabalhadores, na<br />

conquista dos seus direitos.


POLíTICA AGRíCOLA<br />

Plante, mas o João nada garante !w<br />

i ^E7^<br />

A SAFRA 83/84 ESTA SAINDO DAS LAVOURAS.<br />

0 QUE ESTA ACONTECENDO E 0 QUE AINDA VAI ACONTE<br />

CER COM OS PREÇOS? 0 QUE TEM A VER UMA CARROÇA~DE<br />

MILHO COM O FMI? OU, EM OUTRAS PALAVRAS, QUEM ES<br />

TA METENDO A MAO NA NOSSA COLHEITA? *<br />

Todo o santo ano a história se repete:<br />

do inTcio da safra ate o momento que o pro<br />

dutor segura em casa a colheita, os pr.e-<br />

ços dos produtos agrícolas se mantêm lá era<br />

baixo. ~<br />

^Depois que estiver estocado, na mão das<br />

indústrias e comerciantes, vão lá pra co-<br />

roa da lua.<br />

Os serviçais do regime explicam o fa-<br />

to através da lei da oferta e da procurai<br />

Sabemos que na verda<strong>de</strong> trata-áedà eòs<br />

tumeira manipulação <strong>de</strong> mercado, feita em<br />

interesse próprio pelos comerciantese agro<br />

industrias. E com o consentimento do go-<br />

verno.<br />

Este governo que <strong>de</strong>clarou priorida<strong>de</strong>'<br />

a agricultura, para cumprir ã risca as or<br />

<strong>de</strong>ns do FMI, elevou as taxas <strong>de</strong> juros do?<br />

financiamentos agrícolas a nTveis nunca aji<br />

tes registrados no país.<br />

Etem mais, agora na próxima safra não<br />

haverá mais nada <strong>de</strong> subsidio (a correção<br />

monetária será igual ã taxa da inflação).<br />

rar<br />

FMI<br />

for<br />

Da mesma forma, para "hon<br />

os compromissos com o<br />

vai exportar tudo o que<br />

possível e ate o imposs7vel<br />

(veja matéria sobre Expor<br />

tação <strong>de</strong> Milho)<br />

E sabido que o governo'<br />

não dispõe <strong>de</strong> estoques regula<br />

dores dos produtos da alimentação<br />

básica. Dentro das <strong>de</strong>sa<br />

tinadas medidas imediatas7~Ta<br />

Iam em liberar a exportação ^<br />

<strong>de</strong> todos os produtos agrico<br />

Ias. Para <strong>de</strong>pois importar, se<br />

for preciso, como aconteceu '<br />

com o milho no ano passado,<br />

Alim^disso, a Política <strong>de</strong><br />

preços mínimos na verda<strong>de</strong> só<br />

garante o lucro dos industria<br />

is e comerciantes.<br />

Com esta polTtca, não dá<br />

outra: a maior praga da lavou<br />

ra nao e a lagarta, e o prcT<br />

prio governo.<br />

A respeito <strong>de</strong> preços-nrfnii<br />

mos, estamos observando mais<br />

uma falta <strong>de</strong> iniciativa da FE<br />

TA6: A FEARR0Z (Fe<strong>de</strong>ração das<br />

Cooperativas dos Arrozeiros)'<br />

está pressionando o governo<br />

para que o preço mínimo do ar<br />

roz seja corrigido mensalmen"<br />

te ate^agora em abril ( pela<br />

lei, só foicorrigido monetariamente<br />

até fevereiro).<br />

Relatório Reservado<br />

18 <strong>de</strong> março 84<br />

MILHO<br />

Pergunta-se: porque a FETA6 não faz o<br />

mesmo em relação ao milho ?<br />

Tem colono apertado entregando o saco<br />

do milho a Cr$ 6.800,00. Ea FETAG esta fa<br />

zendo o quê ?!...<br />

Balanço financeiro 83<br />

—(fonte: Jornal do Comércio)<br />

*** Lucro Líquido: 15 bilhões, 392 mi-<br />

lhões e 57 cruzeiros ***<br />

Isto representa um lucro <strong>de</strong> 626% su<br />

perior ao lucro do ano anterior (a in-<br />

flação foi <strong>de</strong> 230%).<br />

É o equivalente a 1.100.000<br />

Ihão e cem mil) sacos <strong>de</strong> soja,<br />

14.000,00, cada.


^POLÍTICA AGRÍCOLA.<br />

ELETRIFICAÇÃO RURAL<br />

Frau<strong>de</strong><br />

* ▼ ^ em Três Passos<br />

, No último dia 22.03.84 foi <strong>de</strong>nunciada<br />

mais uma frau<strong>de</strong> em nosso estado. Desta vez<br />

TOI no município <strong>de</strong> Três Passos, on<strong>de</strong> uma<br />

verba <strong>de</strong> 600 milhões <strong>de</strong> cruzeiros <strong>de</strong>stina<br />

dos a eletrificação rural simplesmente"<strong>de</strong><br />

sapareceu". -<br />

A <strong>de</strong>núncia das irregularida<strong>de</strong>s foi fei<br />

ta por um <strong>de</strong>putado oposicionista, <strong>de</strong>pois<br />

que o STR <strong>de</strong> Três Passos, através do seu<br />

presi<strong>de</strong>nte - Ivo Franke, apresentou docu-<br />

mentos que as comprovam.<br />

Os 600 milhões <strong>de</strong> cruzeiros eqüivalem<br />

as contribuições feitas pelos agriculto -<br />

res da região, que. <strong>de</strong> 1976 ati 1980, pa-<br />

garam pela instalação <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> ele-<br />

trificação rural que até hoje não foram im<br />

plantadas. Com esta soma seriam beneficia<br />

das 240 famílias que agora jã nem sabem sê<br />

as obras irão realmente ser efetuadas.<br />

„ A Companhia responsável pela realiza-<br />

ção das obras (Elektron-Engenharia Elétri<br />

ca Comércio e Representações) diz,através<br />

<strong>de</strong> seu presi<strong>de</strong>nte, que não recebeu o mate<br />

rlalj enquanto que um funcionário da mes-<br />

ma empresa acusou o recebimento da maior<br />

parte <strong>de</strong>ste. Por outro lado, a Elektron <strong>de</strong><br />

monstra, através <strong>de</strong> notas fiscais, que en<br />

tregou o material ã prefeitura <strong>de</strong> Três Pas<br />

SOS. -<br />

Outro fato curioso é que no ano passa<br />

ao o prefeito <strong>de</strong> Três Passos - Renato Jo-<br />

sé Oppermann - chamou os li<strong>de</strong>res do STR e<br />

pediu para que estes "acalmassem" os agri<br />

cultores prejudicados, prometendo que a?<br />

obras iniciariam em outubro <strong>de</strong> 1983 e se-<br />

riam terminadas em abril <strong>de</strong>ste ano. Como<br />

as obras nao foram sequer iniciadas, os a<br />

gncultores cansados <strong>de</strong> esperar, resolve"<br />

ram entrar com uma ação na justiça para<br />

acionar os responsáveis porv esta frau<strong>de</strong>.<br />

Na verda<strong>de</strong>, as irregularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste<br />

caso ainda nao foram completamente escla-<br />

recidas, pois há alguns indícios <strong>de</strong> que no<br />

tas fiscais foram tiradas com valores com<br />

pletamente astronômicos. Este é o caso dã<br />

nota fiscal <strong>de</strong> n9 961 <strong>de</strong> 04.11.82. on<strong>de</strong> o<br />

valor atinge 700 mil cruzeiros e. segundo<br />

cálculos feitos em 08.09.83, os produtos<br />

constantes naquela nota teriam um valor <strong>de</strong><br />

aproximadamente 350 mil cruzeiros.<br />

0 que esperamos é que esta triste si-<br />

tuação nao acabe prejudicando exatamente<br />

aquelas pessoas que. agindo <strong>de</strong> boa-fé.cum<br />

priram com a sua parte no contrato, ou sê<br />

ja, os agricultores. ""<br />

Fatos como este é que reforçam a im-<br />

portância <strong>de</strong> sindicatos combativos, que<br />

sirvam para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r os interesses da cias<br />

se rural, fiscalizando obras como esta.<br />

(D<br />

A triste realida<strong>de</strong><br />

da fumícultura<br />

A cada colheita que passa a situa-<br />

ção dos^fumicultores torna-se mais in-<br />

sustentável. 0 crédito está cada vez mais<br />

difícil ao mesmo tempo em que os preços<br />

da ultima safra nem sequer acompanharam<br />

a inflação.<br />

Quando a última safra <strong>de</strong> fumo esta-<br />

va para ser colhida, os produtores fica<br />

ram sabendo que as indústrias "não po<strong>de</strong><br />

riam pagar preços que acompanhassem J<br />

inflação", segundo os donos das compa-<br />

nhias <strong>de</strong> fumo. Na hora <strong>de</strong> serem fixados<br />

os preços, os agricultores receberam um<br />

"aumento" <strong>de</strong> 180% para algumas varieda-<br />

<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> 185% para outras. Isto signifi<br />

cava que, em media, os preços ficariam" 1 "<br />

30% abaixo da inflação.<br />

Como se não bastasse a má remunera-<br />

ção, o crédito está cada vez mais escas<br />

so e mais caro. Se antes os fumiculto -<br />

res tomavam empréstimos com taxas <strong>de</strong> 60%<br />

da correção monetária, hoje estes mes-<br />

mos agricultores estão pagando 100% da<br />

correção monetária mais 3% <strong>de</strong> juros so-<br />

bre^o valor dos empréstimos por ei es con<br />

traídos. ""<br />

A situação está chegando a um nível<br />

em que o agricultor que preten<strong>de</strong> plan-<br />

tar fumo <strong>de</strong>ve solicitar crédito, somen-<br />

te se for necessário e procurar financi<br />

ar apenas os insumos indispensáveis a"<br />

produção (fertilizantes, se necessária,<br />

a lenha). Mas sempre alertando para que<br />

o produtor evite <strong>de</strong> tomar empréstimos que<br />

mais tar<strong>de</strong> ele não possa vir a resgatar.<br />

Fora isto, é importante que os agricul-<br />

tores tenham em seus sindicatos e na...<br />

AFUBRA, diretores combativos, que lutem<br />

por preços realmente justos para que os<br />

produtos que são vendidos garantam uma<br />

condição <strong>de</strong> vida boa aos produtores.<br />

Em suma, não adianta somente produ-<br />

zir fumo procurando gastar o mínimo em<br />

insumos e_não tomando financiamentos na<br />

re<strong>de</strong> bancária se os agricultores não es^<br />

tiverem efetivamente organizados para ga<br />

rantir bons preços pelos seus produtos?


—^ POLÍTICA AGRÍCOLA'<br />

,_ Diversificar. começando pelo governo _<br />

ESTA ABSOLUTAMENTE PROVADO AO PEQUENO PRODUTOR RURAL QUE A MONOCULTURA NAO LHE<br />

SERVE. DELA SO TIRAM PROVEITO OS 6RANJEIR0S E FAZENDEIROS.<br />

MUITAS COOPERATIVAS E POLÍTICOS, PRINCIPALMENTE OS DE OPOSIÇÃO, JA SE DERAM CON<br />

TA DESTE FATO.<br />

POR ISSO, DE UNS TEMPOS PARA CA, MUITA GENTE VEM PREGANDO A DIVERSIFICAÇÃO DE<br />

CULTURAS COMO REMÉDIO CAPAZ DE DEVOLVER O FÔLEGO A PEQUENA PROPRIEDADE. E DE FATO,TEM<br />

COOPERATIVAS INVESTINDO EM EQUIPAMENTOS PARA RECEBER TAMBÉM OUTROS PRODUTOS DE SEUS<br />

ASSOCIADOS.<br />

L<br />

-Ditadura e monocultura<br />

Mas, se ê fácil <strong>de</strong> enxergar, i difTcil<br />

<strong>de</strong> executar.<br />

Por que?<br />

Porque e resultado <strong>de</strong> uma política eco<br />

nômica autoritária que:<br />

19) Atribui ã agricultura a função <strong>de</strong><br />

sustentar a industrialização [comprar tra<br />

tores, adubos químicos, aqrotoxicos, etcj<br />

e produzir para exportar.(Quantas vezes o<br />

governo já importou leite, feijão, milho,<br />

etc.?),<br />

29) Usa todos os mecanismos<strong>de</strong> polTtj<br />

ca agrícola (o principal e o crédito ru^<br />

ral) condicionando o produtora plantar so<br />

o que o governo quer.<br />

39) Amarra as cooperativas agrícolas a<br />

todo este esquemão e através da legisla-<br />

ção cooperativista, dificulta a <strong>de</strong>mocra-<br />

cia na tomada das <strong>de</strong>cisões,^fortalecendo 1<br />

a cooperativa como mais um órgão executor<br />

da política agrícola.<br />

49) Torna a pequena proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>sca^<br />

pitaiizada e por isso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte dos ban-<br />

cos. 59) Explora os trabalhadores urbanos<br />

através do salário miserãve>, impedindo com<br />

isso que haja um mercado consumidor dos<br />

produtos da colônia.<br />

Sem se alongar muito, vê-se que a má-<br />

quina que nos oprime é bem pensada. Afi-<br />

nal, ela tem <strong>de</strong> produzir lucros,muitos lu<br />

cros para os gran<strong>de</strong>s capitalistas.<br />

-Democracia e diversificação- 1<br />

Diversificar a produção agropecuária'<br />

exige:<br />

19) Uma política econômica preocupada<br />

com a aiimentaçãoe saú<strong>de</strong> dos brasileiros,<br />

on<strong>de</strong> a agricultura seja encarada como fa-<br />

tor <strong>de</strong> segurança nacional, capaz <strong>de</strong>,em pn<br />

mei^o lugar, alimentar o povo.<br />

«S**?: ^<br />

29) Colocar,, os<br />

instrumentos <strong>de</strong> po<br />

litica agrícola a<br />

serviço da constru<br />

ção<strong>de</strong> uma agricuT<br />

türa nacional.<br />

39) Acabar com a<br />

criminosa re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

atravessadores que<br />

explora o produtor<br />

e o consumidor.<br />

49) Democratiza<br />

ção das cooperatT<br />

vas agrícolas. ""*<br />

59) Uma política <strong>de</strong> salários que faça<br />

justiça social e econômica, criando e man<br />

tendo um mercado consumidor interno {na~<br />

cional).<br />

Sem dúvida, diversificar a produção £<br />

xige muita luta da colônia e dos trabalha<br />

dores da cida<strong>de</strong>, para juntos enterrarem a<br />

monocultura e o "monogoverno" que a criou.<br />

ò ò ò IVIAR PIE ILAIVIA NO BNCC A<br />

0 Banco Nacional <strong>de</strong> Cre_dito Cooperai^<br />

vo sempre foi uma instituição discreta,com<br />

poucos recursos e sem muita força para creis<br />

cer. Quando Amaury Stãbile nomeou para sua<br />

presidência o amigo e ex-colega do Citibank,<br />

T. Shibuya, começaram os problemas.<br />

As duas personagens centrais <strong>de</strong> todo<br />

o escândalo são Shibuya e Byron Coelho -<br />

(D<br />

<strong>de</strong>mitidos dia 19 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro -, gue leva-<br />

ram para o BNCC quase 200 funcionários com<br />

uma característica comum: quase todos ha-<br />

viam passado pelo Citibank ou Banco Lar Bra<br />

sileiro - e não tinham nenhuma experiên-<br />

cia em cooperativismo.<br />

Para levar o banco a crescer, começa-<br />

ram a facilitar a liberação <strong>de</strong> recursos.'


«POLÍTICA AGRÍCOLA'<br />

Cooperativas e empresas particulares fo-<br />

ram beneficiadas com uma expressiva soma<br />

<strong>de</strong> milhões <strong>de</strong>jiolares, a titulo <strong>de</strong> adian-<br />

tamentos <strong>de</strong> cambio por exportações frias.<br />

Não se sabe ate hoje quanto foi <strong>de</strong>sviado,<br />

mas somente a Central <strong>de</strong> Cooperativas <strong>de</strong><br />

Produtores Rurais do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul '<br />

(CENTRALSUL) recebeu US$ 100 milhões.A Co<br />

operativa Vale do Taquari (Copave), mai?<br />

US$ 15 milhões. Depois das maxi-<strong>de</strong>svalori<br />

zações, nenhuma teve condições <strong>de</strong> pagar e<br />

engrossou-se a lista <strong>de</strong> inadimplentes.<br />

capemí e centralsul<br />

Mas isto não é tudo. 0 BNCC está in-<br />

teiramente ligado ã CAPEMI: Shibuya<strong>de</strong>uum<br />

aval, sem garantias, ã Capemi, para que<br />

contratasse junto ao Banco Nacional <strong>de</strong> Pa<br />

ris um empréstimo US$ 27,2 milhões. A Ca-<br />

pemi nao pagou, nem os juros. 0 BNCC foi<br />

citado e pagou todas as parcelas dos juros<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o segundo semestre <strong>de</strong> 1982 e o prin<br />

cipal em quatro prestações mensais, a par<br />

tir <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 83. Por ter dado<br />

o aval, Toshio foi afastado do BNCC e con<br />

tratado pelo Banco Vaibras, do grupo Sharp.<br />

Em seu lugar ficou Byron. Antes <strong>de</strong> saírem,<br />

Toshio e Byron ainda encontraram tempo pa<br />

ra a liberação <strong>de</strong>_Cr$ 10 bilhõesã CENTRAI<br />

SUL, para, em caráter inédito, financiar a<br />

"antecipação <strong>de</strong> créditos representados pe<br />

los prejuízos acumulados a ratear com nojs<br />

sas filiadas". Foram apresentados como ga<br />

rantia imóveis que jã tinham quatro hipo-<br />

tecas e não valiam Cr$ 200 milhões, embo-<br />

ratenham sido liberados mais <strong>de</strong> Cr$ 25 bi<br />

lhoes, a operação é consi<strong>de</strong>rada até pelo<br />

Banco Central como "criminosa". Operações<br />

como essas foram muito comuns em sua adnn<br />

nistração.<br />

f unciondrio fantasma<br />

e <strong>de</strong>svios<br />

Mas as <strong>de</strong>núncias mais gravese que aca<br />

baram por levar Stábile, primeiro, a <strong>de</strong>mT<br />

tir mais dois diretores e a seguir, <strong>de</strong>rni"<br />

tir-se, foram:<br />

1) Através <strong>de</strong> convênio com a Confe<strong>de</strong>-<br />

ração Brasileira <strong>de</strong> Eletrificação Rural ,<br />

presidida por S.Dreyer - por coincidência-<br />

presi<strong>de</strong>nte da cooperativa gaúcha Coopave,<br />

envolvida nos <strong>de</strong>svios dos adiantamentos <strong>de</strong><br />

cambio frios -, eram gastos mensalmente '<br />

<strong>de</strong> Cr$ 30 a Cr$ 40 bilhões, para o paga-<br />

mento <strong>de</strong> funcionários "fantasmas". Entre<br />

eles as mulheres <strong>de</strong> oito superinten<strong>de</strong>ntes<br />

(para complemento <strong>de</strong> seu salário), outros<br />

funcionários e até o secretário-geral do<br />

Ministério,<br />

0 Convênio com a Conbracer servia ain<br />

da para o pagamento <strong>de</strong> funcionários ou co]i<br />

si<strong>de</strong>rados funcionários do Jornal da Feira<br />

e Co<strong>de</strong>con, dirigidos pela filha do minis-<br />

tro <strong>de</strong> forma inteiramente irregular.<br />

2) A pedido da sra. do ministro,foram<br />

gastos cerca <strong>de</strong> Cr$ 10 milhões para a cons<br />

trução <strong>de</strong> uma casa na comunida<strong>de</strong> Nova Be-<br />

tãnia; <strong>de</strong>stinada ao atendimento <strong>de</strong> meno-<br />

res carentes. Os recursos saíram do convê<br />

nio com a Combracer, que tinha como execu<br />

tor H. Penaforte, amigo <strong>de</strong> Stábile e que,<br />

com muita dificulda<strong>de</strong>, a atual administra<br />

çao do BNCC conseguiu <strong>de</strong>mitir no fim do ano.<br />

Os recursos foram_J ibera dos a fundo perdi^<br />

do, <strong>de</strong> formatambém irregular, pois a fun<br />

ção do BNCC é financiar cooperativas.<br />

3) Um genro <strong>de</strong> Stábile, presi<strong>de</strong>nte do<br />

Grupo Executivo <strong>de</strong> Eletrificação Rural do<br />

Ministério da Agricultura, também era fun<br />

cionário "fantasma" do BNCC, com salário<br />

<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> Cr$ 600 mil. Foi <strong>de</strong>mitido no<br />

final <strong>de</strong> janeiro.<br />

4) Uma empresa paulista começou a ageji<br />

ciar empréstimos <strong>de</strong> cooperativas junto ao<br />

banco, recebendo comissões, que estão do-<br />

cumentadas. Foram liberados vultosos re-<br />

cursos a cooperativa Cooperformoso, do Dij;<br />

trito Fe<strong>de</strong>ral, todos <strong>de</strong>sviados para o mer<br />

cado financeiro. Foi <strong>de</strong>scontada uma duplT<br />

••fr sa*<br />

KgS?*^*<br />

O<br />

cata fria da Usina Santa Terezinha, <strong>de</strong> Per<br />

nambuco, contra a Cooperativa Central do<br />

Amazonas, quando o açúcar "vendido" nunca<br />

chegou ao <strong>de</strong>stino.<br />

5) Um Fiat comprado pelo banco estava<br />

em uso particular pela mulher do secretá-<br />

rio-geral do Ministério.<br />

stdbile é acionista<br />

da sharp<br />

De outra parte, o escândalo também tem<br />

estado muito relacionado com o grupo Sharp.<br />

Foram <strong>de</strong>sviados quase Cr$ 3 bilhões <strong>de</strong> re-<br />

cursos da União, captados como Impostos <strong>de</strong><br />

Renda na Fonte, para <strong>de</strong>pósito no Banco Vai<br />

brás, quando po<strong>de</strong>riam ter ficado no BNCC<br />

por quase um mês, a custo zero. Existem do<br />

cumentos <strong>de</strong>monstrando que um alto funciona"<br />

rio recebeu uma comissão <strong>de</strong> Cr$ 180 milhões,<br />

por ter favorecido o Vaibrás. Stábile tem<br />

10% do capital da Sharp Financeira, sua mu<br />

lher outros 5% e o próprio ministro foi dj<br />

retor.<br />

Em 8 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1980, o <strong>de</strong>putado Hé-<br />

lio Duque (PMDB-PR) <strong>de</strong>nunciou da tribuna da


Câmara, que Stabile já havia procurado fa-<br />

vorecer a Sharp na compra <strong>de</strong> um milhão <strong>de</strong><br />

hectares <strong>de</strong> terra que a Cotriguaçu-Central<br />

<strong>de</strong> Cooperativas do Oeste do Paraná- possu-<br />

ía em Aripuana, no norte <strong>de</strong> Mato Grosso. A<br />

Quem é Nestor Jost?<br />

0 NOVO MINISTRO DA AGRICULTURA<br />

É gaúcho <strong>de</strong> Can<strong>de</strong>lária. Já foi <strong>de</strong>puta<br />

do estadual e fe<strong>de</strong>ral. Foi candidato ao se<br />

nado flaglorosamante <strong>de</strong>rrotado pela oposT<br />

ção em 74.<br />

Como prêmio da sua <strong>de</strong>rrota para o se-<br />

nado, recebeu a presidência do Banco do<br />

Brasil.<br />

Esta boquinha <strong>de</strong> ministro, ele estava<br />

aguardando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1979, e enquanto isto foi<br />

Secretário-Executivo do Projeto Carajás (ex<br />

tração mineral) no Pará.<br />

Ê homem <strong>de</strong> confiança <strong>de</strong> Delfim e mui-<br />

to ligado a fazen<strong>de</strong>iros e industriais ru-<br />

rais. Inclusive é o presi<strong>de</strong>nte da ABIFUM3<br />

- Associação Brasileira das Indústrias do<br />

Fumo - entida<strong>de</strong> que representa os interes<br />

ses multinacionais que atuam na área do fu<br />

mo, como a Souza Cruz, Philips Morris,etc.<br />

Nestor Jost também é presi<strong>de</strong>nte do Con<br />

selho <strong>de</strong> Administração da GRANÕLBO S/A <strong>de</strong><br />

Porto Alegre (trabalha cem soja), indús-<br />

tria que só nos primeiros 9 meses do ano<br />

passado faturou mais <strong>de</strong> 6 bilhões <strong>de</strong> cru-<br />

zeiros.<br />

POLíTICA AGRíCOLA^<br />

Sharp, 22 horas <strong>de</strong>pois, <strong>de</strong>sistia do nego-<br />

cio e nunca se soube exatamente quais se-<br />

riam as vantagens com que o ministro procu<br />

rava beneficiar a empresa.(ESP-02.03.84) '<br />

O seu Nestor é acusado <strong>de</strong> estar envol<br />

vido no escândalo da CENTRALSÜL, protegen<br />

do o seu Hermann Strobel, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

da CENTRALSÜL na gestão <strong>de</strong> Ari Dalmolin '<br />

que assumiu a presidência quando este re-<br />

nunciou, e que também estaria envolvido<br />

com irregularida<strong>de</strong>s.<br />

Afora isto, outra acusação diz respei<br />

to ao fato <strong>de</strong> dois ex-funcionários,envolvi<br />

dos nos escândalos, ao saírem da CENTRALSIJLT<br />

tiveram logo guarida na empresa <strong>de</strong> Jost,a<br />

Granóleo. E outra é que um advogado, que<br />

também foi advogado da CENTPALSUL, hoje é<br />

seu assessor no Ministério da Agricultura.<br />

Para ccnpletar a "fichinha"-, nosso Mi<br />

nistro da Agricultura ainda tem umas face<br />

tas "à Ia Newton Cruz", há poucos dias quan<br />

do interpelado por um repórter sobre o seu<br />

envolvimento con todas estas pessoas im-<br />

plicadas nos escândalos da CENTRALSÜL, ir<br />

ritou-se e, <strong>de</strong>satinadamente, chamou o re^<br />

porter do jornal Estado <strong>de</strong> São Paulo <strong>de</strong> mo<br />

leque, bobalhão e idiota. ~<br />

Resultado: o repórter não se assustou<br />

e está processando o rinheirão.<br />

1984 - ANO DE MUITA LAGARTAE DE MUITA MOR<br />

TE. PARECE QUE VAMOS BATER A TRISTE MARCA DE ...<br />

1983: 192 CASOS DE INTOXICAÇÃO REGISTRADOS E, EN<br />

TRE ELES, 7 MORTES. JA INICIAMOS "BEM", COM VÁ-<br />

RIOS CASOS DE INTOXICAÇÃO E ALGUMAS MORTES. SO NO<br />

PLANALTO MÉDIO OCORRE 1 CASO DE INTOXICAÇÃO POR<br />

DIA.<br />

Nesse ritmo nós vamos alcançar Santa<br />

Catarina ligeirinho (em 1983: 1500 casos<br />

registrados <strong>de</strong> intoxicação por agrotoxi -<br />

cos!).<br />

Mas, não vamos cair na conversa <strong>de</strong> que<br />

e o surto da lagarta que vem causando to-<br />

do esse groblema, Ele e bem anterior. Nos,<br />

agora, so estamos vendo parte dos resulta<br />

(Si)<br />

dos <strong>de</strong>sastrosos <strong>de</strong> uma polTtica agrTcola<br />

adotada a partir <strong>de</strong> 1964. PolTtica agrTco<br />

Tá essa que visava a exportação em grandS"<br />

escala, não importando o preço. Em cima<br />

<strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> exportaçãoj baseado na mo<br />

nocultura, foram criados vários incenti"<br />

vos ao consumo em larga^escala <strong>de</strong> insumos<br />

e, entre eles, os agrotõxicos (isenção do<br />

ICM, juros baixos...). Esse incentivo ao<br />

consumo visava um gran<strong>de</strong> aumento na produ<br />

tivida<strong>de</strong>, o que não ocorreu.<br />

^Bom, o que aconteceu <strong>de</strong>pois disso tu-<br />

do e que tivemos um gran<strong>de</strong> estoque <strong>de</strong> agro<br />

tóxicos no mercado (produzidos por multi"<br />

nacionais e muitas vezes não usados nos<br />

países <strong>de</strong> origem). E bom ressaltar que a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> agrotõxicos foi<br />

calculada sobre uma visão otimista (no tem<br />

po do "milagre econômico" - meados <strong>de</strong> ,.7<br />

1970) <strong>de</strong> que a agricultura continuaria crês<br />

cendo em torno <strong>de</strong> 7% ao ano, o que também<br />

não ocorreu. E_a7, o que fazer com esse ex<br />

cesso <strong>de</strong> agrotõxicos no mercado? Empurrar


POLÍTICA AGRÍCOLA^<br />

para cima do agricultor <strong>de</strong> qualquer jeito,<br />

t o que vem ocorrendo no estado, em que<br />

exemplos <strong>de</strong> vendas ilegaisJl sem a apresen<br />

tação do receituãrio agronômico, não fal-<br />

tam. Aliado ao excesso no mercado ainda te<br />

mos o <strong>de</strong>sconhecimento por parte do agri-<br />

cultor <strong>de</strong> como lidar com os agrotÕxicos,<br />

o que vem causando bastante vítimas. Além<br />

<strong>de</strong>stas vTtimas, ainda temos as graves con<br />

seqüências sobre o meio ambiente. Rios sem<br />

vida, lagos contaminados, morte <strong>de</strong> animais,<br />

solos contaminados e alimentos com alto<br />

grau <strong>de</strong> toxi<strong>de</strong>z.<br />

Quem não se lembra do caso da Eletro-<br />

morte, digo Eletronorte, com seu agente Ia<br />

ranja? Pois em Erexim foi <strong>de</strong>nunciada, por<br />

OHmpio Zanin - membro da AGAPAN <strong>de</strong> Ere-<br />

xim -, acomercialização <strong>de</strong> Tordon-101. '<br />

que contém elementos do agente laranja(vi<br />

<strong>de</strong> TERRAGENTE n9 26).<br />

Ainda bem que tem gente que <strong>de</strong>nuncia.<br />

Depois do que ocorreu na Io<br />

calida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Mateus, agora<br />

foi a vez <strong>de</strong> São Borja.<br />

A barragem <strong>de</strong> Sainburá - 38<br />

ha - está morta. Envenenada'<br />

possivelmente por Endrin e En<br />

dossufan. O local que antes ser<br />

via jara abastecimento <strong>de</strong> ã-<br />

gua [jara o gado, irrigação pa<br />

ra as lavouras, pesca e lazer<br />

provavelmente cairá em <strong>de</strong>suso<br />

por 30 anos.<br />

Esse é o tempo que a natu-<br />

reza precisa para absorver os<br />

efeitos do Endrin e do Endos-<br />

sufan - organoclorados.<br />

Realizou-se, nos dias 15 e 16 <strong>de</strong> março, em IjuT, no<br />

CTC da COTRIJUl, o Encontro Regional <strong>de</strong> Tecnologias Alter<br />

nativas. Foi organizado pela FIDENE e teve coor<strong>de</strong>nação na<br />

cional a cargo da FASE-Fe<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> Órgãos para Assistên"<br />

cia Social e Educacional.<br />

Este encontro foi uma das resoluções tomadas duran-<br />

te o Encontro <strong>de</strong> Tecnologias Alternativas, realizadoem <strong>de</strong><br />

zembro do ano passado em Campinas. São Paulo.<br />

Participaram do encontro 17 instituições e 47 pes-<br />

soas, 11 das quais agricultores. No primeiro dia foram tro<br />

cadas experiências <strong>de</strong> trabalho entre as entida<strong>de</strong>s e a ..7<br />

COTRIJUl fez um relato sobre a aplicação <strong>de</strong> tecnologias aí<br />

ternativas. ~<br />

Pela manhã do dia 16 se fez uma visita aos experimen<br />

tos levados pela COTRIJUl. A tar<strong>de</strong>, ocoreu a partemais im<br />

portante do encontro.Foi discutido o que seria "tecnolo"<br />

gia alternativa". Se i um conjunto <strong>de</strong> técnicas visando uma<br />

maior produtivida<strong>de</strong> em harmonia com a natureza ou se não<br />

são borja:<br />

BARRAGEM MORTA<br />

mas infelizmente, tem pessoas que "dão pa-<br />

ra trás", t o caso <strong>de</strong> Orgenio Rott, atual<br />

vice-presi<strong>de</strong>nte da FETAG, que disse q^ue a<br />

lei dos agrotóxicos não <strong>de</strong>veria sertaoH<br />

gorosa. A ntvel <strong>de</strong> curiosida<strong>de</strong> é bom sa-<br />

ber a multa que leva quem aplica veneno<br />

proibido: a exorbitância <strong>de</strong> Cr$ 1,00!!<br />

Com esse panorama <strong>de</strong>solador são erra<br />

das, pelos órgãos oficiais, medidas ate-<br />

nuantes do problema. Estas medidas visam<br />

uma melhor fiscalização na comercializa-<br />

ção e o ensino do manejo dos agrotóxicos.<br />

Mas isso não basta. 0 que e necessá-<br />

rio é que seja reorientada toda nossa agn<br />

cultura. Precisamos <strong>de</strong> muitas pesquisaT<br />

em formas alternativas <strong>de</strong> produção. Al-<br />

ternativas que venham a tornar o agricul^<br />

tor in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte dos interesses capita-<br />

listas, t lógico que não ha interesse nú<br />

so, o que só conseguiremos com muita lu-<br />

ta por parte dos interessados, os agri-<br />

cultores.<br />

MM-TOXiCCS..<br />

®<br />

Tudo isso por causa da ga-<br />

nância da empresa Herbitécni-<br />

ca, que ccmercializou o produ<br />

to, e por causa da irresponsa<br />

bilida<strong>de</strong> dos irmãos Secoo,que<br />

utilizaram o produto.<br />

Não bastando os animais que<br />

morreram intoxicados, há ain-<br />

da o perigo <strong>de</strong> contaminação '<br />

do rio Uruguai e, conseqüente<br />

mente, do ponto <strong>de</strong> captação da<br />

água que abastece o município<br />

<strong>de</strong> São Borja.<br />

Fica a pergunta: AgrotÕxi-<br />

cos para matar o quê ou QUEM?<br />

se limita a questão técnica e aorange os problemas socia-<br />

is. Para quem serviria a agricultura alternativa? Conti-<br />

nuaria enchendo osbolsos dos gran<strong>de</strong>s capitalistas ou vi<br />

saria uma in<strong>de</strong>pendência do pequeno agricultor? Questiona"<br />

Ha a estrutura fundiária? Mais outras questões foram le-<br />

vantadas e as pessoas chegaram ã conclusão <strong>de</strong> que tecnolo<br />

gia alternativa só ganha importância quando se alia ã lu~<br />

ta <strong>de</strong>. trabalhadores.<br />

Foram levantados problemas e necessida<strong>de</strong>s, sendo uma<br />

multo importante o intercâmbio <strong>de</strong> material entre as enti-<br />

da<strong>de</strong>s que atuam nesta área. Isto ficou por encargo da ...<br />

FIDENE (centralizará as informações).<br />

Foi formada uma coor<strong>de</strong>nação regional a partir das<br />

representações estaduais. Ficou composta por representan-<br />

te» da FIDENE/UNIJUI-RS, Instituto São João Batista Via-<br />

nel-SC e ASSESSOAR-PR. Além <strong>de</strong>stas três instituições,a co<br />

or<strong>de</strong>nação contara com três entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> agricultores.<br />

o O O o<br />

Vários setores da socieda<strong>de</strong> têm se mobilizado, promo-<br />

vendo encontros para discutir forma» <strong>de</strong> alterar o sistema<br />

<strong>de</strong> produção agrícola, diminuindo, ou mesmo, eliminando a<br />

<strong>de</strong>pendência do agricultor ao uso <strong>de</strong> agrotóxicos, <strong>de</strong> adu-<br />

bos, corretivos e outro» insumo».<br />

IMi <strong>de</strong>stes encontros aconteceu no mês "<strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro(83 ,<br />

em Concordia-SC - 1 Encontro <strong>de</strong> Agricultura Alternativa-.<br />

Foram <strong>de</strong>batidas as questões que envolvem os agrotóxicos e<br />

<strong>de</strong>mais insumos utilizados Intensamente na agricultura atu<br />

ai, que visa basicamente o lucro capitalista.


POLÍTICA AGRÍCOLA'<br />

Corretas são as resoluções tiradas no Encontro, expressas na "Declaração <strong>de</strong> Cancordia",<br />

no sentido <strong>de</strong> alterar a forma <strong>de</strong> produção agrícola, atualmente subordinada a Interesses dos gran<br />

<strong>de</strong>s.<br />

Entretanto, o problema básico que envolve a alteração dos rumos e da forma da produção<br />

agrícola no Brasil não foi sequer mencionado - a questão da terra. Segundo a ABRA (Associação<br />

Brasileira <strong>de</strong> Reforma Agrária) do Paraná, em nota recentemente lançada,"esqueceram" que enquan<br />

to não se modificar a atual estrutura fundiária do Brasil, pouco se fará para resolver a misé-<br />

ria do campo e a pobreza dos pequenos agricultores".<br />

Ainda segundo a ABRA-PR, não foi colocada a realida<strong>de</strong> do trabalho eas dificulda<strong>de</strong>s que<br />

enfrenta o produtor rural quanto ã falta <strong>de</strong> terra, problemas <strong>de</strong> comercialização, preço <strong>de</strong> produ<br />

tos agrícolas, estradas, escolas, saú<strong>de</strong>, etc.<br />

Também lembra que para este encontro os reais interessados não estiveram presentes: os<br />

sindicatos <strong>de</strong> trabalhadores rurais, li<strong>de</strong>ranças dos Sem-Terra e "bÕias-frias".<br />

Por isso, a ABRA-PR espera que no II Encontro <strong>de</strong> Agricultura Alternativa, realizado em<br />

02-06.04.83, em Petrõpolis-RJ, as coisas tenham se modificado. Um encontro <strong>de</strong> tão gran<strong>de</strong> impor-<br />

tância não po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> se manifestar pela Reforma Agrária, permitindo assim a esperança da<br />

Agricultura Alternativa para 12 milhões <strong>de</strong> agricultores sem-terra e 6 milhões <strong>de</strong> "boias-frias "<br />

existentes no Brasil.<br />

So quem lida, dia após dia, com suas<br />

vacas leiteiras sabe como a coisa dá tra-<br />

balho. E também o exato valor do leite ali<br />

produzido.<br />

Mas, na verda<strong>de</strong>, e bem longe dali (lã<br />

no SEAP-Secretaria Especial <strong>de</strong> Abasteci -<br />

mento e Preços, em Brasília) que os pre-<br />

ços sao calculados. E quase sempre sem a-<br />

ten<strong>de</strong>r as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> quem produze <strong>de</strong><br />

quem consome,<br />

E para confirmar este fato, coragem.'<br />

Basta olhar a nova tabela <strong>de</strong> preços:<br />

Preço ao Produtor:<br />

Leite consumo Cr$ 236,00<br />

Leite indústria Cr$ 223,00<br />

Preço ao Consumidor:<br />

RS Cr$ 340,00<br />

0 leite tipo consumo tinha, em janei-<br />

ro, um custo calculado <strong>de</strong> Cr$ 308,00, mas<br />

a SEAP tabelou-o em Cr$ 236, <strong>de</strong>ixando um<br />

prejuízo <strong>de</strong> Cr$ 72,00 por litro ao produ-<br />

tor.<br />

E a gente sabe queesta situação já vem<br />

<strong>de</strong> mais tempo. Por exemplo, <strong>de</strong> fevereiro<br />

<strong>de</strong> 83 a março <strong>de</strong> 84 o total <strong>de</strong> aumentos dos<br />

preços pagos ao produtor foi <strong>de</strong> 168%, en-<br />

quanto que o custo <strong>de</strong> produção no mesmo<br />

período teve um aumento acumulado que che<br />

gou a 252%.<br />

E o consumidor? E para quem ainda con<br />

segue comprar leite (o RS consumiu somen-<br />

te 29 milhões <strong>de</strong> litros em 83) o problema<br />

também é bastante grave.<br />

Em 83, o leite tipo C subiu <strong>de</strong> Cr$...<br />

79,00, em janeiro, para Cr$ 250,00, em <strong>de</strong><br />

zembro. Isto representa 216% <strong>de</strong> aumento<br />

acumulado, superior ã própria inflação que<br />

ao final <strong>de</strong> 83 chegou a 213%.<br />

Que situação, hein! 0 produtor ganha<br />

pouco e o consumidor paga muito.<br />

Olha, essa vida é mais sofrida do que<br />

surra com a tala do mango.<br />

E claro que tem gente lucrando, basta<br />

ver o <strong>de</strong>sempenho das gran<strong>de</strong>s indústrias <strong>de</strong><br />

laticínios e rações.<br />

Produtor e consumidor<br />

• f « am • a conta<br />

Os laticínios transformam boa parte<br />

<strong>de</strong>ste leite que lhecusta tao barato em <strong>de</strong><br />

rivados (leite em po, nata, manteiga,quei<br />

jo, iogurte, leite longa vida, etc) que<br />

irá ven<strong>de</strong>r a preços altíssimos. Por exem-<br />

plo, um pote <strong>de</strong> iogurte <strong>de</strong> 210 g custa ho<br />

je, em média Cr$ 385,00.<br />

E para confirmar as informações é só<br />

olhar o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> duas gran<strong>de</strong>s indús-<br />

trias aqui do RS:<br />

em Cr$ milhões<br />

Empresa Receita<br />

Liquida<br />

Lucro<br />

Patrimônio<br />

Liquido<br />

Lacesa<br />

Mayer<br />

7.187,7<br />

5.573,1<br />

1.525,4<br />

481,1<br />

79,8<br />

154,7<br />

Na produção leiteira as indústrias <strong>de</strong><br />

ração também conseguem bons preços, aumen<br />

tando mais ainda o seu lucro final. Veja-<br />

mos o balanço <strong>de</strong> duas indústrias do setor<br />

durante 83:<br />

em Cr$ milhões<br />

Empresa Receita<br />

Lucro<br />

Patrimônio<br />

Liquida Liquido<br />

Socil<br />

Cargill<br />

14.445,6<br />

3.102,9<br />

1.636,7<br />

1.480,8<br />

138,2<br />

333,1<br />

Enquanto isto, os mais <strong>de</strong> 70.000 pe-<br />

quenos produtores <strong>de</strong> leite do estado vão<br />

<strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> produzir.<br />

Para a entressagra, <strong>de</strong>veriam ser libe<br />

rados Cr$ 75 bilhões ainda no fim do anõ<br />

passado para que as empresas e cooperati-<br />

vas formassem seus estoques. No entanto,<br />

foi liberado apenas 19,5 bilhões, o que<br />

força a importação <strong>de</strong> leite em pó para ga<br />

rantir os estoques. Este ano serão impor-<br />

tados 40 mil toneladas <strong>de</strong> leiteem pó.alem<br />

<strong>de</strong> 20 mil toneladas <strong>de</strong> doação dos Estados<br />

Unidos, que também contribuem para o <strong>de</strong>-<br />

sestTmulo da produção nacional e para nos<br />

manter na <strong>de</strong>pendência.<br />

Continuar assim ninguém agüenta mais,<br />

e ficar só or<strong>de</strong>nhando as vacas não adian-<br />

ta, pois tem muito gato gordo para lamber<br />

o prato.


ECONOMIA<br />

PRODUTOR E CONSUMIDOR<br />

Nos últimos anos a política <strong>de</strong> preços<br />

do governo aos produtos agrícolas vem cau<br />

sando um crescente empobrecimento dos agrT<br />

cultores. Ao mesmo tempo, nas cida<strong>de</strong>s, oi<br />

trabalhadores pagam cada vez mais caro pe<br />

Ia sua alimentação.<br />

A <strong>de</strong>scapitalização dos agricultores i<br />

<strong>de</strong>corrente da baixa remuneração paga_ por<br />

seus produtos, dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong><br />

créditos e outras restrições que o gover-<br />

no vem jmplantando para conseguir cumprir<br />

as exigências feitas pelo FMI, com respe2<br />

to ã economia brasileira.<br />

Como reflexo <strong>de</strong>sta polTtica vemos, a<br />

cada dia que passa, um maior número <strong>de</strong> pro<br />

dutores <strong>de</strong>scapitalizados, que abandonam a<br />

agricultura e engrossam os cinturões <strong>de</strong> mj<br />

seria dos gran<strong>de</strong>s centros urbanos.<br />

Esta criminosa polTtica <strong>de</strong> preços go-<br />

<strong>de</strong> ser comprovada através <strong>de</strong> comparações<br />

feitas entre o que o produtor recebe por<br />

seus produtos e o que ele gasta para pro-<br />

duzi-los. Senão vejamos: se emsetembro<strong>de</strong><br />

1979 um agricultor precisava produzir ...<br />

158,2 toneladas <strong>de</strong> trigo para comprar uma<br />

colheita<strong>de</strong>ira automotriz, hoje ele preci-<br />

sa produzir 219,67 toneladas para comprar<br />

a mesma colheita<strong>de</strong>ira. Há ainda outros exem<br />

pios do empobrecimento dos agricultores:" 1 "<br />

em setembro <strong>de</strong> 1979 um produtor <strong>de</strong> arroz<br />

precisaria produzir 794,72 sacas <strong>de</strong> arroz<br />

para comprar um trator CBT (54,5HP), hoje<br />

este mesmo produtor teria que produzir...<br />

1073,75 sacas para comprar o mesmo trator.<br />

Em relação ã produção <strong>de</strong> frangos,ovos<br />

e produtos <strong>de</strong>ste gênero ocorre a mesma <strong>de</strong><br />

fasagem entre custos e receita. Dados mo?<br />

tram que enquanto 1 kg <strong>de</strong> ração para fran<br />

go <strong>de</strong> corte subiu 2465,71% entre set./TU<br />

e set./83, um kg <strong>de</strong> frango vivo subiu ape<br />

nas 1564,24% no mesmo período. Mais ainda:<br />

<strong>de</strong> set./79 a set.83 a ração para poe<strong>de</strong>iras<br />

subiu 2444,84%, no mesmo período uma dú-<br />

zia <strong>de</strong> ovos subiu apenas 1905,18%.<br />

Estes dados não <strong>de</strong>ixam dúvidas quanto<br />

ãs dificulda<strong>de</strong>s cada vez maiores que os<br />

agricultores enfrentam. No quadroa seguir<br />

procuramos comparar os aumentos entre al-<br />

guns produtos que o agricultor ven<strong>de</strong> e ou<br />

tros produtos da indústria que são consu"<br />

midos pelos produtores.<br />

Dois lados<br />

do mesmo<br />

exploração<br />

@<br />

Aumento dos Preços - Set./79 a Set./83<br />

PRODUTOS QUE 0 AGRICULTOR<br />

VENDE AUMENTO COMPRA AUMENTO<br />

Arroz<br />

Trigo<br />

Leite<br />

Frango<br />

Ovos<br />

1887%<br />

1825,36%<br />

1909,9%<br />

1564,24%<br />

1905,18%<br />

Adubos<br />

-Colheitad.<br />

Trator<br />

Rac/frang.<br />

Rac/poed.<br />

2405,18%<br />

2573,28%<br />

2584.93%<br />

2465,71%<br />

2444,84%<br />

Média 1818,33% Média 2492.78%<br />

Os produtos agrícolas acima relaciona<br />

das tiveram um aumento médio <strong>de</strong> 1818,33%T<br />

Enquanto isto, no mesmo período <strong>de</strong> tempo<br />

alguns dos produtos industrializados (ra-<br />

ções, maquinaria) que o agricultor compra,<br />

tiveram um aumento médio <strong>de</strong> 2494,78%. Is-<br />

to significa, para estes nossos dados,que<br />

os produtos agrícolas citados na tabela a<br />

cima subiram 676,45% a menos do que os prõ<br />

dutos industrializados.<br />

Mas, enquanto os agricultores rece-<br />

bem cada vez menos pelos seus produtos, ha<br />

cida<strong>de</strong> os trabalhadores pagam cada vez mais<br />

para po<strong>de</strong>rem comprar o que já foi <strong>de</strong>nomi-<br />

nado <strong>de</strong> ração essencial. Sõ para termos<br />

uma idéia: em 1983, a inflação foi <strong>de</strong> 213%<br />

aproximadamente. Neste mesmo período o sa<br />

lario dos trabalhadores subiu apenas ..7<br />

142,54%. Por outro lado, se em fevereiro'<br />

<strong>de</strong> 1983 um trabalhador precisava trabalhar<br />

128 horas e 7 minutos para comprar sua ra<br />

ção essencial, em fevereiro <strong>de</strong> 1984 ele ja<br />

precisa trabalhar 179 horas e 17 minutos.<br />

Isto significa que, um trabalhador urbano<br />

precisa trabalhar hoje 51 horas e 10 minu<br />

tos a mais para compnar a mesma ração es-<br />

sencial que ele comprava há um ano atrás.<br />

Pelo que vemos, produtor e consumidor,<br />

apesar <strong>de</strong> terem realida<strong>de</strong>s diferentes, fa<br />

zem parte <strong>de</strong> um mesmo grupo: o grupo dos<br />

explorados por esta terrível polTtica re-<br />

cessiva do governo.<br />

Na verda<strong>de</strong>, o atual mo<strong>de</strong>lo econômico<br />

explora produtores, explora consumidores'<br />

e impõe a uns e outros uma recessão bru-<br />

tal. Tudo isto para que possamos cumprir<br />

compromissos assumidos pelos "nossos"(?I)<br />

governantes junto aos banqueiros interna-<br />

cionais.


^ LUTA PELA TERRA'<br />

O colono<br />

na boca da onça<br />

COMO CONSEQÜÊNCIAS DA POLÍTICA DO GOVERNO PARA A AGRICULTURA,A CON<br />

CENTRAÇAO DA TERRA E DA RENDA CONTINUA EXPULSANDO DA COLÔNIA UM GRANDE NÍJ<br />

MERO DE AGRICULTORES QUE VAO SE MARGINALIZAR NAS CIDADES OU ENGROSSAR O<br />

NUMERO DE COLONOS SEM TERRA.NO RS, DE 1970 a 1980, 1 MILHAOE400 MIL PES<br />

SOAS DEIXARAM O CAMPO GAÜCHO. SÕ NOS ÜLTIMOS DEZ ANOS, A METADE DA POPU-<br />

LAÇÃO BRASILEIRA NO CAMPO, OS 50% MAIS POBRES, BAIXARAM SUA PARTICIPAÇÃO<br />

NA RENDA DO SETOR, CAINDO DE 24,4% PARA 14,9%. ENQUANTO ISSO, OS 1% MAIS<br />

RICOS TRIPLICARAM SEUS RENDIMENTOS, PASSANDO DE 10,5% PARA 29,5%,<br />

AGORA, NO ENTANTO, A CRISE ECONÔMICA GERA O DESEMPREGO E AS CIDADES<br />

ESTÃO EXPULSANDO OS MIGRANTES DE VOLTA PARA O INTERIOR, QUAL É A SAlDA '<br />

QUE RESTA?<br />

^dJ^Üídia&Peape<br />

Para o governo, interessado em manter<br />

a socieda<strong>de</strong> oono está - <strong>de</strong>sigual e injus-<br />

ta - a saída é levar esta_população, que<br />

aqui representa uma pressão social pela<br />

terra, para a Amazônia. A colonização trans-<br />

fere para longe, junto cctn os colonos, os<br />

problemas que eles po<strong>de</strong>riam causar por aqui<br />

se resolvessem ficar e lutar por terra pa<br />

ra trabalhar.<br />

Por outro lado, a colonização é um ne<br />

gócio que interessa muita gente gran<strong>de</strong>.Os<br />

latifundiários do estado po<strong>de</strong>m dormir tran<br />

quilos. As colonizadoras lucram bastante,<br />

pois recebem vantagens, incentivos e mui-<br />

tas vezes, a própria terra. Existem hoje<br />

no Brasil mais <strong>de</strong> 30 projetos <strong>de</strong> coloniza<br />

ção nas mãos <strong>de</strong> empresas particulares,ocu<br />

pando uma área <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 3 milhões <strong>de</strong> hec<br />

tares <strong>de</strong> terra. Os gran<strong>de</strong>s proprietários' 1 '<br />

<strong>de</strong> terra da Amazônia também lucram: os oo<br />

lonos <strong>de</strong>rrubam a mata, preparam a terra e<br />

<strong>de</strong>pois são expulsos, indo realizar este<br />

mesmo trabalho mais adiante. Os gran<strong>de</strong>s to<br />

mam conta da terra e do trabalho realiza-<br />

do usando para isso <strong>de</strong> muita violência,co<br />

mo nos mostram as notícias sobre as mor-<br />

tes , perseguições e prisões injustas <strong>de</strong> pe<br />

quenos agricultores na Amaàônia (vi<strong>de</strong> ma-<br />

téria neste TERRAGENTE sobre a violência<br />

no campo).<br />

Os colonos expulsos procuram outras<br />

terras mais adiante, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> vão ser ex-<br />

pulsos <strong>de</strong> novo, numa contínua luta. Assim,<br />

muitos acabam virando mão-<strong>de</strong>-obra barata<br />

DOS latifúndios ou nos gran<strong>de</strong>s projetos<br />

do governo e das empresas capitalistas,oo<br />

mo Carajás, Tucuruí, Alcoa, Babaçu,Pró-al<br />

cool, Jari, etc, on<strong>de</strong> são superexplorados.<br />

®<br />

Exenplo <strong>de</strong>sta "saída" para "resolver "<br />

os problemas da terra, se vê no Alto Uru-<br />

guai do_Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, principalmente<br />

na região <strong>de</strong> Santa Rosa e municípios vizi<br />

nhos, on<strong>de</strong> as colonizadoras estão em graíT<br />

<strong>de</strong> movimento tentando convencer os colo-<br />

nos das "vantagens" da colonização.<br />

Vila Rica, Tucumã, Eldorado, Co<strong>de</strong>mat,<br />

são algumas das colonizadoras que estão a<br />

gindo por lá, com total apoio do govemü<br />

e do PDS. Foi o que vimos no encontro rea<br />

lizado no ano passado em Campinas das Mis<br />

Ho <strong>de</strong>senho acima a<br />

propaganda da Tucumã<br />

soes, on<strong>de</strong> o Secretário da Agricultura João<br />

Jardim, os <strong>de</strong>putados do PDS Irineu Colla-<br />

to e Antônio Carlos Borges, os prefeitos<br />

e vioe-prefeitos <strong>de</strong> Campinas e <strong>de</strong> Cândido<br />

Godói, o INCRA, a COTRIRDSA e as coloniza<br />

doras Tucumã e Vila Rica se esmeraram em<br />

elogios à colonização e em convencer os co<br />

lonos <strong>de</strong> que a solução está no norte. So<br />

se for a solução para o governo e para o<br />

PDS, pois para os agricultores certamente<br />

não é.<br />

Agora, a tática das colonizadoras é<br />

procurar os lí<strong>de</strong>res sindicais da região ,<br />

tentando cotiprometê-los com seus negócios,<br />

on<strong>de</strong> certamente estes também lucrariam ai<br />

guma coisa. E o pior <strong>de</strong> tudo é que alguns<br />

parece que estão caindo na conversa. Será<br />

que acreditam que esta é a saída para os<br />

agricultores sem terra e com pouca terra<br />

da região? O próprio governo, no entanto,<br />

provou que existe outra saída, só que ela<br />

está "engavetada".<br />

I


^A LUTA PELA TERRA<br />

Há um estudo, publicado em 1978, fei-<br />

to pelo governo do estado em convênio com<br />

o Ministério da Agricultura e o BNDE, que<br />

busca soluções para os problemas da terra<br />

aqui no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.<br />

Este estudo, chamado "Programa <strong>de</strong> In-<br />

vestimentos Integrados para o Setor Agro-<br />

pecuário doRio Gran<strong>de</strong>do Sul", conclui que:<br />

"uma estratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento pára o<br />

setor agrícola, visando a melhoria <strong>de</strong> vi-<br />

da das maiorias rurais, não po<strong>de</strong> prescin-<br />

dir da reformulação da estrutura fundiá-<br />

ria".<br />

0 estudo chegou a conclusões como:<br />

• Existem terras subutilizadas no Rio<br />

Gran<strong>de</strong> do Sul, passíveis <strong>de</strong> utilização in<br />

tensiva que permitam um uso mais a<strong>de</strong>quado<br />

Estudo do próprio governo confirmo-<br />

Aqui tem terra para todos iEilGMUÊMUl<br />

das suas potencialida<strong>de</strong>s;<br />

• E possível o assentamento, no pró-<br />

prio Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, <strong>de</strong> todas as famí-<br />

lias <strong>de</strong> sem terra e carentes <strong>de</strong> terras,<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> que sejam utilizados os solos do esta-<br />

do <strong>de</strong> acordo com suas potencialida<strong>de</strong>s;<br />

I Para isso, propòe-se a intervenção<br />

governamental, tanto por <strong>de</strong>sapropriação pa<br />

ra parcelamento das gran<strong>de</strong>s proprieda<strong>de</strong>s<br />

como por concessão <strong>de</strong> crédito fundiário;<br />

• Quanto ãs possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> assen-<br />

tar os colonos sem terra e com pouca ter-<br />

ra aqui no próprio estado, o estudo <strong>de</strong>mons<br />

tra que aproximadamente 130 mil famílias<br />

po<strong>de</strong>riam ser <strong>de</strong>slocadas das regiões <strong>de</strong> mi<br />

nifundio para as regiões latifundiárias<br />

<strong>de</strong>ntro do RS, e teria terra para todos.<br />

Este estudo está "engavetado", bem como o Estatuto da Terra, pois não aten<strong>de</strong> au<br />

interesse <strong>de</strong> quem hoje está no po<strong>de</strong>r. Mas <strong>de</strong>pois que o próprio governo admite que a-<br />

qui tem terra para todos, não tem como sustentar as propostas <strong>de</strong> colonização. Al^ni<br />

disso, os sem-terras estão se organizando e os sindicatos autênticos já não admitem<br />

que a única saída seja largar o colono na boca da onça. E assim, na prática, a luta<br />

pela Reforma Agrária vai crescendo cada vez mais.<br />

UUVÉNCIO MAZAROLLO, ENF1M.EM LIBERDADEB<br />

Ao oatpletar 18 meses <strong>de</strong> prisão, o jornalista Juvêncio Mazarollo, último<br />

preso político do país, iniciou uma greve <strong>de</strong> fctne. "Liberda<strong>de</strong> ou rrorte é a mi-<br />

nha esoolha. Se eu morrer, não será suicídio e sim homicídio cuja responsabili<br />

da<strong>de</strong> todos saberão <strong>de</strong> quem é", dizia ele.<br />

Com isso, cresceu a mobilização por sua libertação e contra a Lei <strong>de</strong> Se-<br />

gurança Nacional (LSN), agora reformada, que o con<strong>de</strong>nou a 4 anos <strong>de</strong> prisão.<br />

Na sexta-feira, dia 3 <strong>de</strong> abril, Juvêncio Mazarollo, terminou sua greve <strong>de</strong><br />

fome: foi absolvido por unanimida<strong>de</strong> pelo Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral. A <strong>de</strong>cisão<br />

do Tribunal, embora tardia, é mais uma vitória da luta por direitos humanos e<br />

políticos que cresce em todo o país. A LSN, no entanto, continua existindo e<br />

nossa luta contra ela tem que continuar.<br />

Que fundo <strong>de</strong> terra nos interessa?<br />

Sentindo que a mobilização dos Sem-Ter<br />

ra no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul cresce em força e<br />

organização e tentando "ajeitar" um palia<br />

tivo para esta situação, o governador es-<br />

tá encaminhando à Assembléia Legisltativa<br />

um projeto <strong>de</strong> lei instituindo o FUNDEPRO-<br />

Fundo para o Desenvolvimento <strong>de</strong> Pequenos<br />

Produtores Rurais. No enten<strong>de</strong>r do governa<br />

dor, tal fundo seria <strong>de</strong>stinado a promover<br />

o assentamento e reassentamento <strong>de</strong> peque-<br />

nos produtores sem terras, <strong>de</strong>slocando-os'<br />

para terras <strong>de</strong>volutas do estado, imóveis<br />

públicos subutilizados, etc.<br />

Ao mesmo tempo, o <strong>de</strong>putado Jauri<strong>de</strong>Oli<br />

veira (PMDB) encaminhou plano sememlhante,<br />

como veto ao do governador: este parece es<br />

tar um pouco mais próximo da realida<strong>de</strong>, T<br />

pois prevê assistência técnica, limita a<br />

área, estimula a diversificação, <strong>de</strong>fine<br />

formas e prazos <strong>de</strong> pagamento, etc.<br />

Nenhum dos projetos serve aos agricul<br />

tores, pois não modificam (nem tentam fa-<br />

zer isto) a estrutura fundiária do estado,<br />

ccmo do resto do nosso país. A implementa<br />

ção <strong>de</strong> um fundo <strong>de</strong> terras só tem sentido<br />

na medida que objetiva uma reforma agrá-<br />

ria, <strong>de</strong>stinando terra, assistência técni-<br />

ca, recursos, a quem verda<strong>de</strong>iramente nela<br />

trabalha.<br />

O Fundo <strong>de</strong> Terras, se <strong>de</strong>stinado a <strong>de</strong>-<br />

mocratizar a posse da terra no nosso esta<br />

do, <strong>de</strong>veria ser antecedido <strong>de</strong> anplo <strong>de</strong>ba-<br />

te nas bases dos sindicatos, cooperativas,<br />

cotrunida<strong>de</strong>s rurais etc. Um Fundo que vise<br />

<strong>de</strong>slocar sem-terras para reg lões marginais<br />

e duvidosas não está interessando aos que<br />

conhecem bem os interesses do governo.


■«■ 'A LUTA PELA TERRA-<br />

A CPTftiz um bolonco <strong>de</strong> 83<br />

Aumenta a violência no campo<br />

Em 1983, mais <strong>de</strong> 100 trabalhadores ru<br />

rais, entre os quais iT<strong>de</strong>res sindicals.fõ<br />

ram assassinados, ou tiveram mortes vio~<br />

lentas em <strong>de</strong>sastres <strong>de</strong> trabalho, motiva-<br />

dos pelo <strong>de</strong>sprezo dos patrões e das empre<br />

sas com a segurança dos trabalhadores. -<br />

Segundo relatório preparado pela Equi<br />

pe Nacional da CPT-Comissão Pastoral da Ter<br />

ra, ocorreram em 83, em todo o pais, 315<br />

conflitos por terra, envolvendo 38.507 fa<br />

milias ou 217.171 pessoas. ~<br />

A CPT relacionou 92 casos <strong>de</strong> grilagem,<br />

35 expulsões <strong>de</strong> áreas, 19 prisões ilegais<br />

e 10 ameaças <strong>de</strong> morte.<br />

E o pior: 72 trabalhadores foram assas<br />

sinados por problemas <strong>de</strong> terra ou traba"<br />

Ihistas, mais^l garimpeiros foram massa-<br />

crados e 57 boias-frias foram mortos em<br />

aci<strong>de</strong>ntes rodoviários.<br />

Para pasmar todo mundo e tornar evi-<br />

<strong>de</strong>nte a conivência das "autorida<strong>de</strong>s" e da<br />

"Justiça", basta lembrar que nenhum <strong>de</strong>i-<br />

tes crimes foram apurados e os responsá-<br />

veis punidos.<br />

Vejamos no quadro abaixo, os nomes,l^j<br />

gares e datas certas <strong>de</strong>stas violências:<br />

ASSASSINATOS<br />

NO ANO DE<br />

1983 POR<br />

ESTADO<br />

ESTADO TOTAL<br />

SC 1<br />

PR 8<br />

SP 35<br />

MG 4<br />

MS 3,<br />

MT 2'<br />

OO 6<br />

BA 16<br />

PB 3<br />

MA 3<br />

PA 26<br />

CE 1<br />

RN 1<br />

PE 2<br />

AC 1<br />

[TOTAL DO ANO I<br />

l. "6<br />

o<br />

DATA NOME<br />

JANEIRO<br />

05 5 bolas-frias<br />

17 9 boias frlaa<br />

28 Isidoro Pereira dos Santos<br />

FEVEREIRO<br />

02 Cassianc Dlonlslo Lopes<br />

06 Leopoldlno Inácio da Abdla<br />

23 Arlstl<strong>de</strong>s Teixeira dos Santos<br />

25 Rufino Coalho Neto<br />

25 Manoel Alves Ferreira<br />

MARÇO<br />

02 Ananias Oliveira da Silva<br />

07 José Cândido dos Santos<br />

07 Jorge da Conceição<br />

08 Manoel Ricardo da Silva<br />

06 M Anoel Ricardo Silva Júnior<br />

10 2 bolas-frias<br />

10 Tarcísio Satli <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros<br />

10 Otaciollo<br />

14 Napoieâo A. <strong>de</strong> Lima<br />

ABRIL<br />

17 Josó Soares <strong>de</strong> Lima<br />

25 Lourenço Cardoso da Silva<br />

29 2 bolas-frias<br />

José Oleiro<br />

Boaventura<br />

Antônio Montemazzo<br />

Manoel Cantldlo<br />

JUNHO<br />

28 José Pereira<br />

JULHO<br />

06 24 bolas-frias<br />

10 Alci<strong>de</strong>s Maxacall<br />

12 Aparecida Pereira da Silva<br />

19 JoAo Oliveira dos Santos<br />

21 João <strong>de</strong> Paula<br />

27 Dalmlr Henrique Nascimento<br />

OS MÂRTÍRES DA TERRA<br />

MUNICÍPIO<br />

Cambará<br />

Adamantina<br />

Irecé<br />

Una<br />

Bela Vista<br />

Brejo<br />

Tamburll<br />

PA 150<br />

Barreiros<br />

UNA<br />

SimOes Filho<br />

Bodoquana<br />

Bodoquena<br />

Ibateral<br />

Itaberai<br />

Bom Jesus da Lapa<br />

Araguaina<br />

Araguaina<br />

Ital<br />

Una<br />

Itapebl<br />

Anita Garibaldi<br />

Canavleiras<br />

Xinguara (Pacu)<br />

Assis<br />

Teotilo Otonl<br />

Riacho <strong>de</strong> Santana<br />

Canasvielras<br />

Marmelalro<br />

EST<br />

PR<br />

SP<br />

BA<br />

BA<br />

GO<br />

MA<br />

GO<br />

PA<br />

BA<br />

BA<br />

BA<br />

M8<br />

MS<br />

PR<br />

GO<br />

GO<br />

BA<br />

GO<br />

GO<br />

SP<br />

BA<br />

BA<br />

8C<br />

BA<br />

PA<br />

SP<br />

MG<br />

BA<br />

BA<br />

PR<br />

DATA NOME<br />

AGOSTO<br />

04 Clemente Francisco <strong>de</strong><br />

12 Margarida Alves<br />

16 «Bragança»<br />

15 «Ceará»<br />

15 Vilmar Costa Marinho<br />

18 Geraldo Alves<br />

28 Domingos<br />

15<br />

24<br />

10<br />

25<br />

José Calixto<br />

Arilndo<br />

Custódio Fi<strong>de</strong>lis <strong>de</strong> Lana<br />

João José da Lima<br />

Raimundo Nonato Lopes<br />

Josias Paulino<br />

SETEMBRO<br />

Gabriel <strong>de</strong> Oliveira<br />

Amaro Vicente da Silva<br />

Onliton Oliveira<br />

Carlos Alberto Evangelistt<br />

OUTUBRO<br />

Francisco José da Silva<br />

José Pereira <strong>de</strong> Souza<br />

um cortador <strong>de</strong> cana<br />

.NOVEMBRO<br />

Tony Vicente<br />

Marcai <strong>de</strong> Souza<br />

Aliton Pereira Xavlar<br />

josé Otacilio Cavalcanti<br />

DEZEMBRO<br />

02 Jesus Matlas<br />

4 coletores <strong>de</strong> castanha<br />

14 coletores <strong>de</strong> castanha<br />

João Honôrio Gomes Silva<br />

2 índios Guaranis<br />

1 índio Caiona<br />

19 José do Carmo<br />

Denúncia: em três meses, o assassinato <strong>de</strong> 16 trabalhadores rurais<br />

. @ ___<br />

MUNICÍPIO<br />

Eldorado<br />

Alagoa Gran<strong>de</strong><br />

Concraina<br />

Concraina<br />

Pacu<br />

Senador Pompeu<br />

Paou<br />

São Bento do Norte<br />

Ouro Ver<strong>de</strong><br />

Jauru<br />

Bacana!<br />

Passo do Lumlar<br />

Iblmirim<br />

Vitória da Conquista<br />

Catuama<br />

Canavleiras<br />

Canavieiru<br />

União dos Palmares<br />

Sta Maria da Vitória<br />

Alagoinhaa<br />

Antônio Joio<br />

Porto A do Norte<br />

Porto A. do Norte<br />

Xapuri<br />

Marabá<br />

Marabá/Vlzeu<br />

Cone do Araguaia<br />

Atui<br />

EST<br />

MS<br />

PB<br />

PA<br />

PA<br />

PA<br />

CE<br />

PA<br />

RN<br />

MG<br />

MT<br />

MA<br />

MA<br />

PE<br />

BA<br />

PE<br />

BA<br />

BA<br />

PB<br />

BA<br />

PB<br />

BA<br />

MT<br />

MG<br />

MG<br />

AC<br />

PA<br />

PA<br />

PA<br />

PA<br />

I


^A LUTA PELA TERRA<br />

Os mortos <strong>de</strong> 84<br />

A CONTAG-Confe<strong>de</strong>raçao Nacional dos Tra<br />

balhadores na Agricultura divulgou, duran<br />

te o lançamento da Campanha Nacional pela<br />

Reforma Agraria, em Brasília, um documen-<br />

to <strong>de</strong>nunciando que so "nos primeiros 3 me<br />

ses <strong>de</strong> 84, já foram assassinados no meio<br />

rural 16 trabalhadores rurais e li<strong>de</strong>res<br />

sindicais.<br />

Em outras palavras, isto quer dizer,<br />

que em media, a cada 5 dias e meio, caiu<br />

um trabalhador na luta pela terra. Um da-<br />

do assustador que s5 nao preocupa as nos-<br />

sas autorida<strong>de</strong>s que ficam criando órgãos'<br />

para supostamente resolver os problemas<br />

(INCRA, Ministério <strong>de</strong> Assuntos Fundiários,<br />

GETAT, GEBAN, etc), mas acabam virando ca<br />

bidê <strong>de</strong> empregos, aliados dos latifundiá-<br />

rios e grileiros nesta escalada <strong>de</strong> concen<br />

tração <strong>de</strong> terra e <strong>de</strong> aumento da violência<br />

no meio rural.<br />

AÇÚCAR COM<br />

GOSTO DE SANGUE<br />

Os 50 mortos da<br />

Eram 80 homens, mulheres e crianças /<br />

que voltavam do trabalho agora no começo<br />

do mês <strong>de</strong> abril^ dos quais 50 morreram /<br />

quando o caminhão em que viajavam tombou,<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma barragem no municTpio <strong>de</strong> I-<br />

tuiutaba em Minas Gerais.<br />

Os aci<strong>de</strong>ntes com bõias-frias, sempre<br />

com muitas mortes, tem sido constantemen-<br />

te notificadas pela imprensa sem que isto<br />

mu<strong>de</strong> qualquer coisa nas péssimas condi,-<br />

çoes <strong>de</strong> trabalho a uqe são submetidos es-<br />

tes trabalhadores.<br />

São pessoas expulsas da terra, que<br />

Em todo Brasil sao largamente conhecidas '<br />

as violências contra os trabalhadores canavie<br />

iros por parte dos senhores <strong>de</strong> engenho no nor<br />

<strong>de</strong>ste. Para protestar contra estas violências<br />

foi que 7 mil camponeses se reuniram no dia<br />

18 <strong>de</strong> março e fizeram uma longa passeata pe<br />

Ias ruas <strong>de</strong> Carpina, cida<strong>de</strong> do interior dê<br />

Pernanbuco.<br />

Os canavieiros estão <strong>de</strong>nunciando, com o a-<br />

poio da FETAPE (Fe<strong>de</strong>ração dos Trabalhadores '<br />

Rurais <strong>de</strong> Pernanbuco), a ação dos senhores <strong>de</strong><br />

engenho que estão formando milTcias particula<br />

res <strong>de</strong> jagunços afim <strong>de</strong> dominar pela força os<br />

trabalhadores.<br />

Outra providência dos canavieiros foi <strong>de</strong><br />

encaminhar ã OIT - Organização Internacional'<br />

do Trabalho - órgão da ONU - Organização das<br />

Nações Unidas - um documento com o tTtulo<br />

"Açúcar com Gosto <strong>de</strong> Sangue", expondo todas*'<br />

estas violências que sofrem os canavieiros<br />

que ao longo <strong>de</strong>sses anos já <strong>de</strong>u cabo ã vida'<br />

<strong>de</strong> muitos.<br />

Eo_que mais provoca indignação aos canavie<br />

iros ê que o preço do açúcar que ê exportado" 1-<br />

graças a tantas violências, vale a pena 1/3 '<br />

do custo <strong>de</strong> produção. 0 resto - os outros 2/3<br />

e subsidiado pelo governo. SubsTdio esses que<br />

estão sendo utilizados, na prática, para ali-<br />

mentar esta maquina violenta e assassina.<br />

fazenda Esperança JBÊÊSÊÊÊB<br />

moram nas periferias das cida<strong>de</strong>s e que em<br />

épocas <strong>de</strong> plantio e colheita são levados,<br />

em caminhões para as fazendas, como gado,<br />

sem asjiiTnimas condições <strong>de</strong> segurança.<br />

Além disso, os bóias-frias normalmen-<br />

te nao tem direitos trabalhistas e fazem<br />

jornadas <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> 12 a 15 horas por<br />

dia, fora o tempo <strong>de</strong> transporte.<br />

Os 50 mortos neste aci<strong>de</strong>nte em Minas<br />

Gerais voltavam da colheita <strong>de</strong> algodão nu<br />

ma fazenda chamada "Boa Esperança". Boã<br />

Esperança^ <strong>de</strong>certo para os patrões, não<br />

para os bóia-frias.


A luta dos sem terra<br />

em São Paulo<br />

Acampados do Pontal:<br />

em condições precárias <strong>de</strong>s<strong>de</strong> novembro<br />

O <strong>de</strong>semprego<br />

A cerca nos<br />

A frase acima sintetiza bem o espiri-<br />

to da VII Romaria da Terra realizada em 6<br />

<strong>de</strong> março. A vila Santo Operário, em Cano-<br />

as, local escolhido para a Romaria,é o es<br />

pelho fiel <strong>de</strong>sta triste realida<strong>de</strong>. Esta vT<br />

Ia surgiu no final <strong>de</strong> 1981, da invasão <strong>de</strong><br />

uma fazenda da família Matias Velho, on<strong>de</strong><br />

há anos atrás era plantado arroz, Delãpa^<br />

ra cá já tem umas 5,000 famílias morando<br />

nela, o que dá mais <strong>de</strong> 20,000 pessoas. Es<br />

tes números são todos imprecisos porque_ a<br />

cada dia chegam mais familias. De on<strong>de</strong> vêm?<br />

Placas colocadas nas casas por on<strong>de</strong> pas-<br />

sou a procissão se encarregavam <strong>de</strong> respoji<br />

<strong>de</strong>r: "Somos <strong>de</strong> Livramento", "Viemos <strong>de</strong> En<br />

cruzilhada do Sul", "Natural <strong>de</strong> SãoGabrieT<br />

e por ai afora, diziam elas,<br />

Quer dizer, são tudo gente do interi-<br />

or, que expulsos <strong>de</strong> suas terras, invadi-<br />

ram a granja para terem um chão para morar,<br />

Mas, se a terra eles tomaram, o trabalho<br />

está mais difícil. Segundo a Associação <strong>de</strong><br />

A LUTA PELA TERRA=<br />

As 450 famílias <strong>de</strong> agricultores acam-<br />

pados há mais <strong>de</strong> 3 meses na beira da es-<br />

trada em São Paulo, no Pontal do Parariapa<br />

nema, enfim conseguiram a terra.<br />

No Pontal, um total <strong>de</strong> 271.686 hecta-<br />

res <strong>de</strong> terra, localizados em três municí-<br />

pios - Presi<strong>de</strong>nte Epitácio, Marabá Paulis<br />

ta e a maior parte, em Teodoro Sampaio - e<br />

disputado pelo Estado e gran<strong>de</strong>s fazen<strong>de</strong>i-<br />

ros <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 50.<br />

O problema da terra se agravou nos úl<br />

timos anos com a chegada <strong>de</strong> centenas do mi<br />

grantes e cem o aumento dos sem terras na<br />

região.<br />

Além das 450 famílias acanrçpadas, esta<br />

vam na mesma situação mais 250 famílias T<br />

na Fazenda Santa Rita (<strong>de</strong> 2,4 mil hecta-<br />

res, <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> do ex-prefeito local)<br />

e outros 100 em Ribeirão Bonito e Cachoei.<br />

ra do Estreito, on<strong>de</strong> viviam <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1977.<br />

Agora, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> se organizarem na lu<br />

ta por terra, conseguiram do estado a <strong>de</strong>-<br />

sapropriação <strong>de</strong> 10 mil hectares <strong>de</strong> terra,<br />

on<strong>de</strong> será <strong>de</strong>senvolvido um projeto agríco-<br />

la para produção <strong>de</strong> arroz, -ei^ão, mandio<br />

ca e milho.<br />

nos traz a fome<br />

rouba a terra<br />

Moradores, mais <strong>de</strong> 30% dos moradores da v^<br />

Ia em condições <strong>de</strong> trabalhar não têm em-<br />

prego. E dos que têm, muitos são operári-<br />

os da construção civil que hoje tem traba<br />

lho e amanhã já estão na rua.<br />

Por isto, a Romaria transformou-se nu<br />

ma verda<strong>de</strong>ira manifestação daqueles mais<br />

pobres e mais explorados pelo sistema vi-<br />

gente, A Reforma Agrária, a falta <strong>de</strong> tra-<br />

balho, o massacre dos índios, as ameaças<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo contra os moradores das áreas<br />

<strong>de</strong> invasão,a discriminação do negro e prin-<br />

cipalmente as Eleições Diretas foram os te<br />

mas mais discutidos na manifestação pelos<br />

mais <strong>de</strong> 45,000 presentes.<br />

Por outro lado, o simples fato da rea^<br />

lização da Romaria <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma vila ja<br />

tem uma gran<strong>de</strong> importância. Os colonos vi^<br />

ram <strong>de</strong> perto como vivem os operários. Os<br />

operários e colonos se apoiaram mutuamen-<br />

te nas suas lutas. E isto aumenta sua união<br />

e os torna mais fortes.


Em 1964.<br />

^ os militares<br />

<strong>de</strong>ram um golpe no Brasil<br />

í Entre 64 e 65 cassaram o mandato <strong>de</strong>6go<br />

vernadores, 20 prefeitos, 10 vereadores,<br />

62 <strong>de</strong>putados estaduais, 69 <strong>de</strong>putados fe<br />

<strong>de</strong>rais e suspen<strong>de</strong>ram por 10 anos os di-<br />

reitos polTticos <strong>de</strong> outras 219 pessoas.<br />

I Entre 66/67, 238 pessoas tiveram seus<br />

mandatos cassados e mais 67 seus direi-<br />

tos polTticos suspensos.<br />

Em 1968, o Ato Institucional n95 cassou<br />

mais 434 e puniu 1.547 pessoas.<br />

i Entre 64 e 76, "<strong>de</strong>sapareceram" nada me-<br />

nos que 88 presos polTticos, mais 67 guer<br />

nlheiros do Araguaia, junto com outros<br />

1/3 oposiconistas que foram assassina -<br />

dos. Sem contar os que foram exilados.<br />

De 64 para cã o governo interviu em:<br />

- 70% dos sindicatos com mais <strong>de</strong> 5.000<br />

membros;<br />

- 19% dos sindicatos com menos<strong>de</strong> 5.000<br />

membros.<br />

Nestes 20 anos<br />

os militares<br />

enterraram o país<br />

Em 1961, para um trabalhador comprar ra<br />

çao alimentar mTnima num mês, precisava<br />

trabalhar 71 horas, hoje precisa traba-<br />

lhar 170 horas.<br />

AH, JA' SOCARAM<br />

OOTRO JGiTO DC<br />

^)tAR O MOMêM<br />

AO CAí^PO^<br />

\<br />

• Existe hoje no paTs 12 milhões <strong>de</strong> traba<br />

lhadores rurais sem terras.<br />

• Há 25 milhões <strong>de</strong> menores carentes ou aban<br />

donados.<br />

• Dos 4,5 milhões <strong>de</strong> crianças que nascem<br />

por ano, 450 mil morrem antes <strong>de</strong> comple<br />

tar 1 ano <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.<br />

• Fizeram uma dTvida externa <strong>de</strong>mais <strong>de</strong> 100<br />

bilhões <strong>de</strong> dólares.<br />

Eles comeram a carne<br />

e não querem<br />

entregar o osso<br />

Logo <strong>de</strong>pois que os militares assumi-<br />

ram, em 1965 houve eleições para governa-<br />

dores em 11 estados. A ditadura per<strong>de</strong>u nos<br />

principais e por isso suprimiu as eleições<br />

diretas para presi<strong>de</strong>nte da República.<br />

Em 1966, para não per<strong>de</strong>r nos_ estados<br />

restantes, o regime suprimiu também as elei<br />

çoes para governador e para prefeito das<br />

capitais.<br />

De lã para cã, fizeram uma"chacrinha"<br />

e quando um saTa <strong>de</strong> cena, puxava o outro<br />

para continuar a "obra".<br />

Os golpes são o oxigênio<br />

da ditadura<br />

Até 1974, a oposição, representada pe<br />

Io antigo MDB,era insignificante. Nas eleT<br />

ções <strong>de</strong> 74,, a coisa mudou. Saindo do "mi-<br />

lagre econômico", a população <strong>de</strong>scontente<br />

<strong>de</strong>u vitória ao MDB em 16 dos 22 estados.<br />

Assustado, novamente o governo golpe-<br />

ou.Jnstituiu a "Lei Falcão" e probiu aos<br />

polTticos o acesso aos meios <strong>de</strong> comunica-<br />

ção, principalmente ao radio e ã televi-<br />

são.<br />

Em 1977, um novo golpe: como em 78 <strong>de</strong><br />

veriam ser renovados os mandatos <strong>de</strong> 44 sê<br />

nadores, o Gal. Geisel impôs 22 senadores<br />

sem eleição alguma (biônicos), foi o "paço<br />

te <strong>de</strong> abril".<br />

Prã nao per<strong>de</strong>r o costume, a menos <strong>de</strong><br />

cinco meses das eleições <strong>de</strong> 82 o governo<br />

aprontou outra, <strong>de</strong>terminou que o Colégio<br />

Eleitoral seria formado por <strong>de</strong>putados fe-<br />

<strong>de</strong>rais e senadores e por 6 representantes<br />

<strong>de</strong> cada Assembléia Legislativa, a serem<br />

indicados pelo partido <strong>de</strong> maior bancada<br />

em cada Assembléia. Isso, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do<br />

n9 <strong>de</strong> leitores <strong>de</strong> cada estado.<br />

Com isso, o governo conseguiu diminu-<br />

ir o peso dos estados mais populosos, tra<br />

dicionalmente <strong>de</strong> oposição, pois por exem-<br />

plo o Acre vai ter direito aos mesmos 6 re<br />

presentantes que o estado <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Colégio Eleítorah<br />

a minoria vira maioria<br />

Fruto <strong>de</strong> toda esta alquimia é que o<br />

PDS que teve_5 milhões <strong>de</strong> votos a menos<br />

que a oposição em 82, alcançando somente'<br />

36,68% dos votos tem no Colégio Eleitoral<br />

uma representação <strong>de</strong> 52,47% dos <strong>de</strong>legados<br />

com 32 votos a mais que a oposição.<br />

Dá prã enten<strong>de</strong>r ?<br />

0 Colégio Eleitoral, é formado por<br />

359 representantes do PDS, 275 do PMDB,30<br />

do PDT, 14 do PTB e 8 do PT, assim distri<br />

buidos:<br />

PARTIÜCT DELEGADOS UtHUlAÜOS SENADORES TOTAL<br />

ESTADUAIS FEDERAIS<br />

PDS 78 235 46 359<br />

PMDB 57 200 21 275<br />

PDT 6 23 1 30<br />

PTB - 13 1 14<br />

PT - 8 - 8


Este i o"legitimo" Colégio Eleitoral'<br />

que os Machezans da vida ficam <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>nüo<br />

por aT.<br />

Na verda<strong>de</strong> este "Colégio" e um "legi-<br />

timo" absurdo pois 686 "<strong>de</strong>legados" tomam'<br />

a si a tarefa que é <strong>de</strong> 60 milhões <strong>de</strong> eleji<br />

tores em todo Brasil.<br />

O último suspiro<br />

Na base da repressão e do golpe este<br />

regime militar se encastelou no po<strong>de</strong>r du-<br />

rante 20 anos.<br />

Hoje existe no Brasil perto <strong>de</strong> 40 mi-<br />

lhões <strong>de</strong> pessoas em ida<strong>de</strong> eleitoral que ja<br />

mais votaram para presi<strong>de</strong>nte. Quem nascell<br />

<strong>de</strong> 1943em diante, ou seja, quem_fez ateJU<br />

anos em 84 não sabe ainda o queé eleições<br />

diretas para presi<strong>de</strong>nte.<br />

0 golpe <strong>de</strong> 64 não conseguiu resolver<br />

nenhum dos problemas do paTs, pelo contra<br />

rio, os militares foram incompetentes em<br />

todos os sentidos: a miséria aumentou e<br />

corrupção nunca se viu tanto como agora.<br />

0 povo cansou, e mais <strong>de</strong> 90% da popu-<br />

lação exige ELEIÇÕES DIRETAS JA, para pre<br />

si<strong>de</strong>nte. E i importante <strong>de</strong> se notar que iji<br />

clusive largos setores da burguesia, que<br />

inicialmente apoiaram o golpe, hoje tam-<br />

bém querem eleições.<br />

Em resumo: ESTE REGIME FOI UM FRACAS-<br />

SO TOTAL E ABSOLUTO.<br />

A campanha pelas Eleições Diretas já<br />

e o maior movimento <strong>de</strong> massas ocorrido no<br />

Brasil. Nunca uma idéia levou tantas pes-<br />

soas ãs ruas. Des<strong>de</strong> Santa Rosa e Cruz Al-<br />

ta, no interior do Rio Gran<strong>de</strong>, até Carua-<br />

ru, no interior do Ceará, ja são vários nn<br />

IhÕes gue fizeram o seu protesto contra es<br />

te Colégio Eleitoral espúrio e ilegítimo.<br />

Mas a teimosia dos que dominam é gran<br />

<strong>de</strong> e até na hora da morte eles resistem." 1 '<br />

Têm medo que o povo venha cobrar esta cn<br />

minosa conta <strong>de</strong> 20 anos <strong>de</strong> arbítrio, <strong>de</strong>s-<br />

mando, corrupção e miséria.<br />

Que<br />

governo|<br />

queremos?<br />

@<br />

Diante da possibilida<strong>de</strong> concreta <strong>de</strong> ja<br />

agora a 25 <strong>de</strong> abril, o povo brasileiro re<br />

conquistar o direito<strong>de</strong> votar para presi~<br />

<strong>de</strong>nte, com a aprovação da Emenda Dante <strong>de</strong><br />

Oliveira, <strong>de</strong> imediato se coloca a questão<br />

<strong>de</strong> que tipo <strong>de</strong> governo queremos e precisa<br />

mos.<br />

Nos serve um governo do tipo que mui-<br />

tos governadores <strong>de</strong> oposição estão fazen-<br />

do?<br />

Vamos dar uma nova vestimenta para uma<br />

coisa antiga?<br />

Quem romperá os acordos com o FMIe da<br />

rã aumentos gerais nos salários?<br />

Quem promoverá uma ampla Reforma Agra<br />

ria que permita o acesso a terra a milhoe?<br />

<strong>de</strong> agricultores sem terra em todo o Bra-<br />

sil?<br />

Será que os latifundiários que exis-<br />

tem^ãs pencas" <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> partidos <strong>de</strong> opo-<br />

sição aceitariam uma Reforma Agrária <strong>de</strong>s-<br />

te tipo?<br />

E os industriais que apoiaramo Franco<br />

Montoro, concordariam em diminuir seus IJJ<br />

cros para aumentar os salários? E do fim<br />

da lei <strong>de</strong> greve, o que diriam?<br />

E quando os^sindicatos forem <strong>de</strong>satre-<br />

lados do Ministério do Trabalho e o gover<br />

no nao pu<strong>de</strong>r mais intervir e <strong>de</strong>stituir dT<br />

retorias como fazagora, será que os em-<br />

presários que estão nos partidos <strong>de</strong> oposi<br />

ção vao achar isto <strong>de</strong>mocrático e natural7<br />

E os comerciantes, concordarão em con<br />

gelar os preços dos gêneros alimentícios<br />

<strong>de</strong> 1?s necessida<strong>de</strong>s?<br />

E será que um partido comprometido com<br />

todos estes setores, mesmo sendo <strong>de</strong>jDposj^<br />

ção, realizará estas reformas que sao fun<br />

damentais para os trabalhadores do campo" 1 "<br />

e da cida<strong>de</strong>?<br />

Por tudo isto, é importante e necessã<br />

rio que todos nos que realmente queremos<br />

transformar este sistema, comecemos a re-<br />

fletir seriamente sobre estas questões pa<br />

ra <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>stas gran<strong>de</strong>s mobilizações nãõ<br />

se incorra no grave erro <strong>de</strong> simplesmente'<br />

trocar "as moscas".


terragente<br />

publicação do QQQ<br />

Grupo <strong>de</strong> Estudos e Assessoria Agraria<br />

caixa postal: 10.507, PoA - 90.000-RS<br />

IMPRESSOS<br />

CENTRO PASTORAL VERGUEIRO<br />

Opto <strong>de</strong> PUblicaçôes<br />

Rua Sergueiro. 7290<br />

,04.272 - SAO PAULO - SP<br />

vws--<br />

* 35,0 0!<br />

'M.F. 503*3^-i—x? w

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