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VÍDEO POPULAR

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^<br />

<strong>VÍDEO</strong> <strong>POPULAR</strong><br />

BOLETIM DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE <strong>VÍDEO</strong> <strong>POPULAR</strong><br />

ABVP CHEGA A<br />

REGIÃO NORTE DO PAÍS<br />

Pag. 7<br />

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iõana<br />

Oficina em Rio Branco, no Acre: editando com<br />

dois VTs VHS e um monitor de TV<br />

Membros da Sub-regional Sul/Sudeste do Pará<br />

JULHO<br />

AGOSTO<br />

m<br />

1993<br />

ENCONTRO NACIONAL<br />

DE OLINDA<br />

A ABVP começa sua contagem<br />

regressiva rumo ao IX Encontro<br />

Nacional e ao III Seminário de Vídeo<br />

Popular. Inscrições até 15/10/93.<br />

Veja na pág. 3 a programação<br />

dos dois eventos.<br />

O TRABALHADOR NA TV<br />

Um programa da TVT, que vai ao ar<br />

na TV Record todos os domingos,<br />

mostra a realidade brasileira sob o<br />

olhar do trabalhador.<br />

Pag. 14<br />

OLHO VIVO<br />

Nesta edição, algumas dicas para<br />

você que quer montar uma videoteca.<br />

Pág. 6<br />

CRITICA E PENSAMENTO<br />

Traz um artigo de Alberto López<br />

Mejía, que fala sobre o<br />

gigantesco desafio de se discutir,<br />

num país tão heterogêneo como<br />

o Brasil, a democratização da<br />

comunicação.<br />

Pág. 8


EDITORIAL<br />

BALANÇO E DESAFIOS DO FUTURO<br />

"M "T"o Encontro Nacional realizado em agosto de 1991, a<br />

/^L / ABVP discutiu o quadro da comunicação popular no<br />

2 yf Brasil,mapeousuascarênciaseexpecíativaseredeftniu<br />

o seu papel junto aos movimentos sociais.<br />

A partir de então, realizou diversas ações a fim de descentra-<br />

lizar suas atividades, qualificar suasdiretrizesbásicase fortalecer<br />

as regionais.<br />

Para isso, começou a trabalhar nos projetos dos Centros de<br />

Comunicação Popular (CCPs) e das Videotecas Regionais.<br />

Estas, que contam com o apoio da Fundação Mac Arthur, vão<br />

estar presentes em quase todos os estados do país. Elas facili-<br />

tarão o acesso ao acervo da ABVP, valorizando inclusive a<br />

distribuição das produções locais.<br />

Os CCPs se constituirão em centros de formação permanente,<br />

o que significa um enorme salto de qualidade na Formação<br />

(superando as limitações atuais de cursos pontuais, com pouca<br />

continuidade e muito breves para um grau de qualificação<br />

profissional), além de um efeito multiplicador mais concreto, já<br />

que os CCPs serão as sedes físicas das regionais e, portanto<br />

referências irradiadoras nas regiões.<br />

Os Centros estão passando por um cuidadoso processo, mar-<br />

cado pela preocupação da ABVP em estabelecer parcerias e<br />

adquirir equipamentos os mais apropriados possíveis para<br />

atingir seus objetivos.<br />

Vídeo Popular n 0 20<br />

Ano IX<br />

julho/agosto 1993<br />

Preparação/redação<br />

Cármen Lígia Ludovice Moura<br />

Sandra Silvério<br />

Renata Saraiva<br />

Projeto gráfico<br />

Maria Angélica Pacheco<br />

Jornalista responsável<br />

Cármen Lígia Ludovice Moura<br />

MTb 13.599<br />

COORDENADOR GERAL DA ABVP<br />

Alberto López Mejía (021) 285 29 98<br />

EXPEDIENTE<br />

DIRETORES REGIONAIS<br />

Alberto López Mejía (021) 285 29 98 - Sudeste<br />

Caetano Scannavino Filho (091) 523 10 83- Norte<br />

Cristiana Tramonte (0482) 22 88 95 - Sul<br />

Nilson de Araújo (061) 226 35 12 - Centro-oeste<br />

Vilma Alcântara (086) 222 81 21 - Nordeste<br />

COORDENADORES ESTADUAIS<br />

Regional Sul<br />

PR- Rodolfo Silva (041) 225 52 11<br />

RS- Luciane Schommer (051) 233 19 01<br />

SC- Márcio Vieira de Souza (0482) 22 88 95<br />

Regional Sudeste<br />

MG- Cristina Ferreira (031) 463 63 57<br />

RJ- Márcia Corrêa e Castro (021) 622 24 51<br />

Regional Centro-oeste<br />

DF- Ruy Godinho (061) 225 45 67<br />

GO- Ricardo Salles Caixeta (062) 225 28 01<br />

MS- Ricardo Luiz de Castro (067) 382 51 18<br />

TO- Belchior Cabral (063) 851 37 64<br />

Regional Nordeste<br />

BA- Tatiana Lima (071) 321 21 39<br />

CE- Ana Angela Farias (085) 252 42 66<br />

PB- José Barbosa (083) 221 50 55<br />

PE- Amaro Fiiho (081) 427 23 75<br />

PI- Mario Roessler (086) 222 81 21<br />

RN- Roberto Monte (084) 221 59 32<br />

Regional Norte<br />

AC- André Alves de Souza Neto (068) 224 82 31<br />

Bico do Papagaio - Albertina Sandra Moreira dos<br />

Reis (091) 324 16 98 (rec.)<br />

Coordenação executiva de projetos<br />

Valéria Guimarães<br />

Coordenação administrativa<br />

Maria Augusta Nedachi<br />

Associação Brasileira de Vídeo Popular<br />

Rua Treze de Maio, 489<br />

01327-000 - Sáo Paulo (SP) - Brasii<br />

Tei: (011) 284 78 62 - Fax: (011) 287 22 59<br />

Tiragem<br />

3 mil exemplares<br />

Apoio<br />

Fundação Mac Arthur<br />

Arte/paginação<br />

Paulo Baptista (011) 511 92 47<br />

Impressão<br />

Paz (011) 280 05 45<br />

Os CCPs estarão interligados por uma rede de correio eletrôni-<br />

co, que muito contribuirá para a agilização da informação e<br />

coletivização de experiências, fundamentais para a futura rede<br />

de TVsPopulares.<br />

Aliás, nessa perspectiva, a ABVP está acompanliandodeperto<br />

o movimento pela democratização efim do monopólio das comuni-<br />

cações no Brasil. Apoia o Projeto de Lei da Informação De-<br />

mocrática (LID), que pela primeira vez na história do país aponta<br />

paraarealpossibilidadedesefazeratãoesperada "reformaagrária<br />

do ar". Em 92, inclusive, a ABVP promoveu um debate sobre o<br />

Projeto de Lei entre os associados epassou a integrar a Coorde-<br />

nação Nacional do Fórum pela Democratização da Comunicação.<br />

Como se vê, os objetivos da ABVP caminham não só no sentido<br />

da sua própria descentralização, mas também de integrar tudo<br />

isso à expectativa de aprovação da LID (que deverá ser votada<br />

na Câmara dos Deputados no final de setembro).<br />

Nesse sentido, a ABVP realiza em Olinda (dias 30 e 31 de<br />

outubro), antes do seu Encontro Nacional, o Seminário-oficina<br />

"O vídeo popular na TV", que se constitui na primeira experiên-<br />

cia concreta dos novos desafios colocados para o vídeo popular:<br />

como invadir o espaço da TV sem perder o vínculo já conquis-<br />

tado do telão na rua, do contato direto com a população. O<br />

futuro émais ousado: além da emissão por antena, queremos o<br />

uso social do satélite!<br />

LID, a um passo da<br />

concretização<br />

A Lei da Informação<br />

Democrática (LID) será<br />

votada na Câmara dos<br />

Deputados no final de<br />

setembro.<br />

No dia 24, haverá um<br />

comício com show pela<br />

democratização das<br />

comunicações na<br />

Praça da Sé, São Paulo,<br />

a partir das 18h00.<br />

Participe.


TRÊS TEMPOS<br />

III SEMINÁRIO NACIONAL DE <strong>VÍDEO</strong> <strong>POPULAR</strong><br />

E IX ENCONTRO NACIONAL DA ABVP<br />

O III Seminário Nacional de Vídeo Popular e o IX<br />

Encontro acontecerão em Olinda (PE).<br />

O Seminário é o ponto de partida, em 30 e 31 de<br />

outubro. E dele poderão participar todos os interessados. Na<br />

seqüência, acontece o Encontro nos dias 1 e 2 de novembro, com<br />

a participação exclusiva dos associados.<br />

No centro da cena, mais uma vez, está a perspectiva da demo-<br />

cratização do acesso aos meios de comunicação em nosso país,<br />

que nos remete a reflexões sobre o papel de uma TV popular.<br />

Para discutir linguagem e conteúdo programático, contaremos<br />

com convidados especiais. Temos já confirmada a presença de<br />

De 30 de outubro a 2 de novembro<br />

Jorge Furtado, roteirista premiadíssimo, autor de O Diaem que<br />

Dorival Encarou a Guarda, Ilha das Flores, Esta Não é a<br />

Sua Vida, entre outros. Atualmente vem fazendo adaptações<br />

de obras da literatura brasileira para especiais e mini-séries<br />

da TV Globo.<br />

Além disso, a ABVP, no encontro, põe em foco a gestão da<br />

atual diretoria e planeja o eixo estratégico da futura, que será<br />

eleita no último dia do evento. Reserva, ainda, um espaço para<br />

ampliar a discussão sobre o processo de implantação dos CCPs<br />

( Centros de Comunicação Popular).<br />

Veja abaixo a programação:<br />

III SEMINÁRIO NACIONAL<br />

DE <strong>VÍDEO</strong> <strong>POPULAR</strong><br />

• Tarde<br />

Trabalho em grupo: de 14h00 às 14h30<br />

Cultura no programa de debate ao vivo<br />

Pedro Paulo na TV<br />

Tema: "0 Vídeo Popular na TV"<br />

Local: Centro de Convenções<br />

Complexo Rodoviário de Salgadinho s/n<br />

Temas: ficção, documental, programa de<br />

auditório, câmera aberta<br />

Plenária de sistematização: 14h30às 17h00<br />

Horário: das 13h00 às 14h30<br />

* Co-produção dos associados da ABVP.<br />

2<br />

Salgadinho - Olinda - PE • Noite<br />

Cada regional deverá enviar até 05 de<br />

outubro, 15 min. de material bruto à TV<br />

Dia30/out/93<br />

Jantar: de 18h00 às 19h30<br />

Mostra de Rua: de 20h00 às 21h00 (no Pátio<br />

Viva, que apoiará operacionalmente a edição.<br />

Informe-se com o diretor ou coordenador de<br />

• Manhã<br />

de São Pedro) sua região.<br />

Abertura oficial: de 9h30 às lOhOO<br />

Palestra: "AEstruturaProgramática de uma<br />

TV no Contexto do Vídeo Popular"<br />

Horário: de lOhOO às IlhOO<br />

Debate: de IlhOO às 12h30<br />

IX ENCONTRO NACIONAL DA ABVP<br />

Dia01/nov/93<br />

Obs.: Este programa será transmitido através<br />

de um telão instalado no Centro de<br />

Convenções, para que todos os presentes no<br />

encontro possam participar pelo telefone.<br />

Almoço: de 12h30 às 14h00 • Manhã • Tarde<br />

Evento cultural: de 14h00 às 14h30 (no hall<br />

do Centro de Convenções)<br />

Abertura: Apresentação da pauta<br />

Horário: das 9h30 às 10h30<br />

Discussão sobre o programa apresentado na<br />

TV PE<br />

• Tarde<br />

Trabalho em grupo: de 14h30 às 16h30<br />

Temas: a produção/tipos de programa;<br />

emissão; programação em rede;<br />

identidades entre o vídeo e a TV popular;<br />

Trabalho em grupo: das 10h30 às 12h30<br />

Almoço: das 12h30 às 14h00<br />

Evento cultural: das 14h00 às 14h30<br />

• Tarde<br />

Plenária sobre os Centros de Comunicação<br />

Horário: das 14h30 às 16h00<br />

Assembléia Geral e eleição da nova diretoria<br />

Horário: das 16h00às 18h00<br />

Encerramento Festivo<br />

o papel de uma TV popular Plenária de avaliação e planejamento • Noite<br />

Plenária de sistematização: de 16h30 às 18h00<br />

• Noite<br />

Horário: 14h30às 18h00<br />

Jantar: das 18hOÜ às 19h30<br />

Festa de con fratern ização<br />

Jantar: de 18h30 às 19h30<br />

Mostra de Vídeo na Rua: de 19h30 às 20h30<br />

Festa-Show: A partir das 21h00 (Em frente à<br />

sede da Pitombeira dos 4 Cantos)<br />

• Noite<br />

Mostra de rua na comunidade/Evento<br />

Cultural<br />

Horário: das 20h00 às 21h30<br />

EM TEMPO:<br />

Inscrições até 15 de outubro de 1993<br />

Taxa: US$ 25 (hospedagem/alimentação)<br />

O pagamento deverá ser feito no ato da<br />

Dia31/out/93 Dia02/nov/93 inscrição, através de cheque nominal à<br />

Associação Brasileira de Vídeo Popular.<br />

• Manhã<br />

Palestra: "A Linguagem da TV no Contexto<br />

do Vídeo Popular"<br />

• Manhã<br />

Trabalho em grupo: 9h30 às 12h00<br />

Tema: Centro de Comunicação (forma de<br />

■ A ABVP conseguiu 40% de desconto de<br />

uma companhia aérea. Informe-se conosco.<br />

Horário: de 9h30 às 10h3() implantação, tipos de parcerias, autogestão)<br />

Debate: 10h30àsllh30 Almoço: das 12h00 às 13h00 ABVP- Rua Treze de Maio,489.<br />

Almoço: de llh30 às 13h00 Veiculação do programa "Criança e 01327-000. São Paulo (SP). Brasil.<br />

Evento Cultural: de 13h30 às 14h00 Trabalho"* pela TV Pernambuco/TV Tel.: (011) 284 78 62. Fax: (011) 287 22 59.


TRÊS TEMPOS<br />

CENTROS DE COMUNICAÇÃO <strong>POPULAR</strong>,<br />

UMA REDE DE INFORMAÇÕES<br />

Com tecnologia de ponta, os CCPs começam a se desenhar na geografia do país<br />

AABVP dá maisum passo rumo à efetivação de suapolítica<br />

de descentralização, ocupando espaços nos quatro cantos<br />

do país. Isso é possível graças à implantação dos CCPs, um<br />

em cada regional. O projeto tem apoio do Centro Internacional<br />

Crocevia, uma ONG italiana.<br />

Inicialmente estava prevista a implantação de dois CCPs "pio-<br />

neiros" (Sul e CO) mas, pelo desenvolvimento do projeto, os cinco<br />

CCPs poderão ser implantados de forma quase simultânea, depen-<br />

, dendo do grau de coesão e articulação em cada regional, ou seja, do<br />

consenso em relação ao Estado e local onde será instalado e da<br />

definição clara das parcerias em relação à sede física.<br />

Os CCPs receberão equipamento depós-produção de vídeo. Uma<br />

ilha de edição S-VHS estará ligada a um computador dotado da placa<br />

e do software Video Machine, um dos últimos avanços no campo da<br />

edição de vídeo {leia no box ao lado a descrição dos equipamentos).<br />

Preparando-se para o futuro<br />

A definição do equipamento foi uma das principais preocupações<br />

da ABVP e do Centro Crocevia, que se empenharam em fazer um<br />

estudo para combinar tecnologia de ponta e preços acessíveis. Esse<br />

estudo demorou algunsmeses, provocando um atraso no processo de<br />

implantação do CCP na Regional Sul, que desde o início do ano<br />

estava preparada para estruturá-lo, através de parceria com a ONG<br />

Diálogo - Cultura e Comunicação, de Florianópolis.<br />

A idéia era adquirir uma infra-estrutura que além de enfatizar a<br />

política de descentralização da ABVP preparasse os movimentos<br />

sociais, com tecnologia apropriada, para a futura implantação das<br />

TVs Populares, que se tomam cada vez mais viáveis com a<br />

perspectiva de aprovação da LID.<br />

Os Centros estarão interligados por uma rede de telemática,<br />

chamada Rede Nacional de Vídeo Popular, com a instalação de um<br />

computador e um modem em cada um dos Centros. Essa rede de<br />

correio eletrônico agilizará a troca de informações e racionalizará<br />

sobremaneira os custos da ABVP. Possibilitará a formação de um<br />

banco de dados do vídeo popular, incluindo imagens; facilitará o<br />

controle dos vídeos em distribuição; ajudará na programação e<br />

gestão de cursos e na publicação de material pedagógico; intensi-<br />

ficará a comunicação entre produtores e agilizará a comunicação<br />

entre colaboradores do Brasil e exterior. Permitirá, ainda, alterar<br />

substancialmente a forma de gestão da ABVP: o fato de poder<br />

realizar reuniões da direção (ou qualquer outra instância, com livre<br />

intercomunicação de associados) à distância permitirá uma gestão<br />

mais horizontal e transparente, além de uma gestão administrativa<br />

mais racional em todas as regionais.<br />

Uma política de parcerias<br />

A implantação dos CCPs acontecerá através de parcerias da<br />

ABVP com ONGs, movimentos sociais, grupos organizados e<br />

entidades da sociedade civil. As regionais estão hoje promovendo<br />

articulações nesse sentido e até o final do ano deveremos ter<br />

definições em cada uma delas.<br />

Um dos critérios de escolha é detectar locais carentes de equipa-<br />

mentos de pós-produção e que sejam geograficamente estratégicos<br />

para o acesso ao equipamento. A ABVP não tem interesse em<br />

sobrepor estruturas, mas reunir esforços. "A idéia", diz Márcio<br />

Vieira de Souza, coordenador de Santa Catarina - Regional Sul, "é<br />

reforçar os trabalhos em conjunto e aglutinar os grupos, não<br />

competir com eles."<br />

As entidades entrarão nas parcerias com sedes físicas e outros<br />

equipamentos de produção e terão acesso a todo o equipamento de<br />

edição e ao microcomputador, que, entre muitas outras coisas,<br />

abrem perspectivas para a multimídia.<br />

Os Centros vão prestar serviços com preços acessíveis e diferen-<br />

ciados para o movimento popular. Mas a tecnologia a ser adquirida<br />

faz parte também de uma estratégia de auto-sustentação da ABVP.<br />

Ela pertence a um padrão de equipamento que permite oferecer<br />

trabalhos em condições de mercado.<br />

A busca de estratégias no sentido da auto-suficiência é uma meta<br />

incorporada pela ABVP, que julga imperativo diminuir a dependên-<br />

cia de financiamentos externos, que a cada dia se tornam mais<br />

difíceis de conseguir. Além disso, define um patamar de "maio-<br />

ridade política" da ABVP por afirmar-se como perspectiva a longo<br />

prazo. Também poderá garantir o efeito multiplicador ao possibilitar<br />

o investimento de futuros lucros na criação de novos CCPs.<br />

Configuração técnica dos Centros<br />

Os CCPs serão equipados com uma ilha de edição em<br />

formato S-VHS, com dois "players" e um "recorder". O<br />

sistema tem como coração um computador PC 486 IBM,<br />

compatível com o ambiente operacional Windows 3.1, e<br />

é dotado de placa e software Video Machine, um dos<br />

últimos avanços no campo da edição de vídeo. Ele pode<br />

ser usado como um controlador de edição complexo<br />

(para quem jatem experiência em sistema profissional,<br />

trabalha com um editor tipo GMX ou BVE) ou como um<br />

geradorde efeitos especiais (tipo Dissolve, Wipe, Totation<br />

etc). Além disso, permite a utilização em vídeo dos<br />

diferentes softwares gráficos tradicionais. E como se<br />

não bastasse, o Video Machine faz parte de uma nova<br />

idéia na produção de vídeo, que se caracteriza pela<br />

utilização de recursos abaixo do custo.<br />

AopçãopelosistemaVHS/S-VHSsedeuemfunçãode<br />

sua grandedifusão.Jáa interface graficado Windows, de<br />

fácil aprendizagem, através dos menus e do mouse, fará<br />

com que a incorporação do equipamento se dê<br />

rapidamente e com que o usuário logo possa utilizar os<br />

recursostécnicos inovadores do sistema, quesão bastante<br />

diferentes dos usados na edição tradicional de vídeo.


MAO DUPLA<br />

LEI DA INFORMAÇÃO DEMOCRÁTICA<br />

José Carlos Rocha<br />

Quatro datas de setembro para a explosão da campanha da LID<br />

A concentração de quatro datas alusivas aos principais<br />

veículos da mídia, em setembro —10, Dia da Imprensa,<br />

18, Dia da Televisão, 21, Dia do Radialista, e 25, Dia do<br />

Rádio—, oferece a oportunidadepara a 2 a Quinzena Nacional da<br />

Lei da Informação Democrática — LID. Logo após, a Câmara<br />

dos Deputados estará votando a matéria, segundo o cronograma<br />

da Comissão de Comunicação do Congresso.<br />

As federações de trabalhadores da mídia, outras federações e<br />

grande número de entidades começam a planejar atividades<br />

para o período. A CUT poderá reeditar a "quinzena de comuni-<br />

cação da CUT" (a primeira foi em 91). A UNE e a UBES<br />

tencionam realizar uma paralisação das universidades e escolas<br />

de 2 a grau. Tudo pela democratização da comunicação em geral<br />

e pela LID, em especial, com atividades, atos e trabalhos de<br />

campanha em todo país.<br />

O programa surgiu dia 19/07, no Recife, na terceira audiência<br />

pública do Relator da Comissão de Comunicação da Câmara<br />

Federal, deputado Pinheiro Landim, PMDB-CE, durante as<br />

falas ao microfone de representantes da UNE, FENAJ, dos<br />

radialistas e numerosas entidades da sociedade organizada. A<br />

campanha da LID vem crescendo desde a I a Quinzena Nacional,<br />

a partir de 5 de maio último, Dia Mundial das Comunicações,<br />

realizada sobretudo por entidades religiosas, à frente a UCBC<br />

- União Brasileira de Comunicação, com a distribuição de<br />

20.000 livri-nhos pelo país. Depois de empunharem a bandeira<br />

da liberdade da comunicação, muitas entidades estão agora<br />

passando ao trabalho prático da campanha e planejando ir às<br />

ruas receber o apoio e a adesão da sociedade.<br />

Conteúdos de percurso<br />

O deputado Pinheiro Landim presidiu duas reuniões com as<br />

categorias profissionais e empresariais da comunicação (no-<br />

vembro e dezembro do ano passado), realizou três audiências<br />

públicas (Brasília, 20/05, Fortaleza, 16/07 e Recife, 19/07),<br />

planeja novas audiências para São Paulo, Rio, Porto Alegre e<br />

Manaus e está mantendo contatos políticos com diversas áreas.<br />

Seu objetivo maior c costurar um acordo mínimo possível para<br />

regulamentar a Constituição de 88, que tem um capítulo sobre<br />

a comunicação social, proibindo o monopólio e o oligopólio em<br />

rádio e televisão, estabelecendo o direito de comunicar e o<br />

direito à informação, determinando a regionalização da produção<br />

em rádio e tevê e apoiando a produção independente.<br />

O trabalho do relator Pinheiro Landim começa com a análise<br />

do chamado Substitutivo José Fogaça, já aprovado pelo Senado,<br />

que preconiza uma corporativa "lei de imprensa" para jornalis-<br />

tas e empresários. Até agora, em todas as reuniões e audiências,<br />

o relator Pinheiro Landim somente pode recolher a impressão<br />

de que toda a sociedade quer a LID como projeto referência do<br />

seu trabalho. Do outro lado, as corporações patronais fincando<br />

o pé: "Ou o Substituto Fogaça, ou não haverá lei nenhuma".<br />

Apesar de convidadas, as patronais não compareceram à<br />

audiência pública no Recife, onde houve unanimidade lotando<br />

o plenário e as galerias da Câmara de Vereadores. "Eles não<br />

vieram porque essa grande festa de você, desculpem a expressão,<br />

para eles não passa de titica de galinha" — saiu no discurso<br />

aplaudidíssimo da noite. "O que importa, numa questão como<br />

esta, é trabalhar a mobilização geral da sociedade. Pensar que o<br />

Relator é valente e hábil não basta. Cadê a mobilização, que nós<br />

sabemos que é possível?"<br />

O Relator, no Recife, falou de uma lei possível para a<br />

informação e para a comunicação, se disse contra qualquer tipo<br />

de monopólio e descreveu os esforços que realiza para chegar a<br />

um bom resultado no fim de setembro. Da Câmara, a matéria<br />

volta para o Senado.<br />

José Carlos Rocha - Coordenador e membro da Executiva do<br />

Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação<br />

í<br />

§<br />

CL


OLHO VIVO<br />

MAIS DO QUE BIBLIOTECAS DE <strong>VÍDEO</strong><br />

Para quem quer implantar uma videoteca, vão aí algumas dicas...<br />

Na última edição do Boletim da ABVP, Elaine Leite,<br />

responsavelpela videotecamunicipal deSantos, levantou<br />

uma boa bola: videotecas são apenas bibliotecas de vídeo?<br />

Essa discussão é fundamental para quem está querendo<br />

organizar uma videoteca. Segundo Elaine, mais do que bibliotecas<br />

de vídeo, as videotecas são um espaço de contato entre osprodutores<br />

e o público e, principalmente, um lugar de divulgação da linguagem<br />

do vídeo. Por isso, para se organizar uma videoteca, a primeira dica<br />

é manter-se bem informado. "As pessoas", diz Jane Meire<br />

Scomparim, da videoteca municipal de Santo André, "devem<br />

procurar as videotecas já existentes para se orientar e montar<br />

corretamente as suas próprias."<br />

O conselho de Jane serve para evitar o que tem acontecido com<br />

muita gente que vai pedir "dicas" em Santo André. "Muitas vezes as<br />

pessoas vêm aqui", dizela, "com as videotecasjá em funcionamento,<br />

mas com idéias completamente erradas, até sobre conservaçã o. Aí as<br />

fitas se estragam e elas ficam desesperadas."<br />

É importante também se preocupar com o público que vai usar a<br />

videoteca. "A gente tem que saber claramente", diz Elaine Leite, de<br />

Santos, "qual o nosso público-alvo, para formar o acervo a partir<br />

dele." Em Santos, o público tinha uma expectativa grande de ver filmes<br />

comerciais. Por isso, uma parte do acervo da videoteca é de longa-<br />

metragens. "Eu senti que não dava para quebrar de cara a expectativa<br />

do pessoal que queria ver Ghost, por exemplo", comenta Elaine.<br />

Vídeo e educação<br />

Não só de filmes comerciais vive a videoteca de Santos. As<br />

escolas da cidade são a maior demanda do acervo. Em breve, 700<br />

fitas, com um banco de imagens sobre a cidade, vão estar à disposição<br />

delas. Outra parte do acervo é dedicada exclusivamente para<br />

produções independentesbrasileiras.<br />

Em São Paulo, a Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP) tem<br />

uma videoteca funcionando junto com a biblioteca. Professores,<br />

funcionários e alunos podem assistir às fitas. "A videoteca da PUC<br />

também funciona como um centro de divulgação e discussão de<br />

vídeo", diz Ana Salles, coordenadora da videoteca. Além da<br />

comunidade da universidade, as escolas de l c e 2 S graus podem se<br />

cadastrar para retirar fitas e exibir para os alunos. No ano passado,<br />

a biblioteca promoveu, mensalmente, encontros com professores da<br />

rede municipal, para discutir o uso do vídeo na sala de aula.<br />

Em Santo André, a videoteca pública deixa, nos fins-de-semana,<br />

um auditório à disposição dos professores, a fim de que eles possam<br />

exibir vídeos para os alunos. Uma boa chance de complementar o<br />

que foi visto em classe<br />

Cuidado com os direitos<br />

Alguns cuidados com direitos autorais são importantes em uma<br />

videoteca. Em Santo André, exibições de cinevídeo foram<br />

interrompidas a pedido de uma grande produtora. "Nem eram fitas<br />

do acervo", diz Jane Meire, "e apesar de serem exibições gratuitas,<br />

fomos obrigados a parar. Aprodutora alegou que estávamos ferindo<br />

os direitos autorais."<br />

Na PUC, nunca houve um problema desse tipo, mas a preocupação<br />

com a pirataria é grande. "Muitos programas de TV são solicitados<br />

pelos professores e a gente copia", diz Ana Salles, "mas isso é uma<br />

pirataria, de certa forma, consentida."<br />

Para evitar problemas com direitos autorais, a videoteca de<br />

Santos só exibe fitas compradas do produtor. Quando a fita é<br />

trazida por alguém ou emprestada, a videoteca pede autorização<br />

do autor para exibir.<br />

Tire suas dúvidas<br />

* Quantos títulos são necessários para se começar uma videoteca ?<br />

A questão é controversa. A PUC teve dez títulos iniciais. Já a<br />

videoteca de Santos começou com 400.<br />

* Quais as melhores estratégias de divulgação?<br />

Para o público de fora, o ideal é ter contato com a imprensa e divulgar<br />

nos principais cadernos que têm agenda cultural. Para um público<br />

mais próximo, podem ser usados cartazes e malas-diretas.<br />

* Como as pessoas podem se vincular à videoteca?<br />

O ideal é fazer um cadastramento. As pessoas levam R.G. e um<br />

comprovante de endereço e recebem uma carteirinha para empréstimo.<br />

* Qual a melhor maneira de guardar as fitas?<br />

As fitas devem ser guardadas na vertical, em um ambiente de 18 Q C<br />

a 2WC, com uma umidade de cerca de 50%. Além disso, devem ser<br />

rebobinadas de seis em seis meses. É interessante ter sempre uma<br />

cópia de segurança, no caso de perda de fitas.<br />

* Qual a melhor maneira de organizar o acervo?<br />

O ideal é ter o banco de dados informatizado desde o começo.<br />

* Como fazer uma avaliação da videoteca?<br />

Algumas videotecas, como a de Santo André, fazem uma avaliação<br />

com o público de seis em seis meses. Quando aspessoas vão retirar<br />

fitas, respondem a um questionário.<br />

* Como sustentar uma videoteca ?<br />

Em geral, as videotecas não são auto-suficientes, mesmo as que<br />

cobram taxa de aluguel das fitas, sendo necessário um fundo de<br />

contribuição de alguma fundação ou, no caso das videotecas<br />

públicas, das administrações.<br />

Leia o principal conselho dos especialistas<br />

"Toda videoteca deve ser vista como uma possibilidade de informação<br />

entre as outras, como o livro, os multimeios, o áudio, etc. E todas<br />

essas áreas devem se relacionar."<br />

Ana Salles, da PUC<br />

"É importante tornar claro para as pessoas o que é a linguagem do<br />

vídeo, quais as diferenças com o cinema, etc."<br />

Elaine Leite, videoteca de Santos<br />

"As pessoas devem procurar videotecas como a de Santos, a de<br />

Santo André ou a da ABVP, para ir se orientando."<br />

Jane Meire Scomparim


VIDEOMEIO<br />

A ABVP ATINGE A LINHA DO EQUADOR<br />

Apoiada por entidades do Norte, a ABVP abre espaço para<br />

a organização do vídeo popular nos ares amazonenses<br />

A Amazônia está em ritmo de vídeo. A implantação da<br />

Regional Norte da ABVP tem agitado os movimentos<br />

sociais da região. Diversas instituições têm se<br />

aproximado para participar da formação da Regional e<br />

promover a integração dos grupos em torno do vídeo popular.<br />

Devido ao vasto território da região e às dificuldades de<br />

transporte, a Regional optou por descentralizar suas atividades<br />

através de cinco Sub-rcgionais: a do Sul do Pará (Bico do<br />

Papagaio), a do Acre e Rondônia, a do Baixo e Médio Amazonas,<br />

a do Norte do Pará e Amapá e a do Amazonas e Roraima.<br />

O que já foi feito<br />

Até agora, foram realizados dois encontros sub-regionais,<br />

seguidos de oficinas básicas de vídeo. O do Sul do Pará aconteceu<br />

nos dias 7 e 8 de junho e o do Acre e Rondônia, nos dias 25 e 26<br />

dejunho de 1993.0 objetivo era fazeruma primeira aproximação<br />

entre a ABVP e os movimentos sociais amazônicos. Dos<br />

encontros, saíram coordenadores sub-regionais para o Acre e<br />

Bico do Papagaio e interlocutores informais para o Amazonas,<br />

Norte do Pará, Rondônia e Roraima (veja no box ao lado os<br />

nomes dos coordenadores e interlocutores).<br />

No primeiro dia dos eventos, discutiram-se temas como vídeo<br />

popular e educação, cultura, conjuntura política, etc. Já no segundo<br />

dia, foramtraçadas as estratégias da Regional e das Sub-regionais.<br />

Em Marabá, nenhuma das entidades participantes atua<br />

exclusivamente na área de vídeo popular. Mas o interesse em<br />

fortalecer o seu uso fez com que as discussões fossem bastante<br />

ricas. Desse encontro, saiu uma Comissão Coordenadora para<br />

organizar o movimento de vídeo na região. Ela se reunirá toda<br />

última quinta-feira do mês, para atualizar as discussões. Além<br />

disso, será feito um levantamento de todo material em vídeo<br />

disponível nas entidades, para se organizarum banco de imagens<br />

da Sub-regional. As entidades quepossuem algum equipamento<br />

de vídeo dispuseram-se, ainda, a prestar serviços a outras, com<br />

preços acessíveis.<br />

No Acre e Rondônia, a Sub-regional da ABVP tem, além do<br />

apoio das entidades da região, um amplo incentivo da Prefeitura<br />

de Rio Branco. No encontro, foi eleita uma Comissão, que fará<br />

uma visita a todas as entidades "em potencial" da região, para<br />

divulgação da ABVP. Serão levantados também os recursos<br />

disponíveis de produção e pós-produção no município.<br />

Construindo imagens<br />

Asofícinas, queseseguiram aos encontros,serviram para estimular<br />

a criação coletiva, integrar os grupos e promover a capacitação.<br />

Da oficina de Marabá, que aconteceu de 9 a 11 de junho,<br />

nasceram os vídeos Vídeo-carta ao Movimento e TJFantasma.<br />

O primeiro é um making o/do evento; o segundo, uma sátira da<br />

Assembléia Legislativa de Marabá. Nesse encontro, muitas<br />

pessoas que não tinham experiência com vídeo descobriram que<br />

o sucesso de uma produção de vídeo depende basicamente de<br />

uma planejamento.<br />

Em Rio Branco, a oficina durou quatro dias, de 28 dejunho a<br />

l s de julho. Os vídeos produzidos foramA i?oto daBanana,\ima<br />

reportagem sobre o comércio de banana em Rio Bianco;Passareto,<br />

umrelato da polêmica que apopulação do Estado está levantando<br />

sobre uma passarela construída pelo governo c Esculpir o Tempo,<br />

making o/da oficina realizada na capital acreana.<br />

Comunicação rotativa<br />

Os próximos passos para a fixação da ABVP na região Norte<br />

serão encontros e oficinas nas demais Sub-regionais, a<br />

implantação de quatro videotecas e deum Centro de Comunicação<br />

e, no início do próximo ano, um Encontro Regional.<br />

As videotecas se localizarão prioritariamente em cidades que<br />

têm grande demanda social e que não dispõem de experiências<br />

desse tipo. Nesse sentido, Marabá e Rio Branco sediam as<br />

primeiras videotecas na região. Em Rio Branco, a parceria será<br />

feita com o Centro dos Trabalhadores da Amazônia (CTA), com<br />

o apoio do Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), da SOS<br />

Amazônia e do Centro de Defesa dos Direitos Humanos e<br />

Educação Popular do Acre (CDDHEP).<br />

A implantação do Centro de Comunicação acontecerá em<br />

1994, após a articulação em todas as Sub-regionais. Ele ficará em<br />

um local estratégico, a ser definido pelo coletivo regional e terá<br />

um equipamento de edição móvel, podendo ser deslocado para<br />

qualquerparte, atendendo, assim, às características geográficas<br />

da região. A idéia é fazerum Centro de Comunicação Rotativo.<br />

Diretor Regional do Norte:<br />

Caetano Scannavino Filho - fone: (091) 523 10 83<br />

Coordenadores sub-regionais:<br />

Acre - André Alves de Souza Neto -<br />

fone: (068) 224 82 31 fax: (068) 224 63 29<br />

Bico do Papagaio - Albertina Sandra Moreira dos Reis ■<br />

fone/fax: (091) 324 16 98<br />

Interlocutores (informais) sub-regionais:<br />

Amazonas - André Palladino<br />

fone: (092) 233 80 72 fax: (092) 233 86 36<br />

Norte do Pará: Matheus Oterloo<br />

fone/fax: (091) 229 73 23<br />

Rondônia - Carlos Augusto Tuyama<br />

fone/fax: (069) 442 24 77<br />

Roraima - Fátima Ribeiro de Almeida<br />

fone: (095) 224 37 41fax: (095) 224 69 76


CRITICA & PENSAMENTO<br />

PERIFERIA PARABÓLICA<br />

O crescimento e a modernização da comunicação de<br />

massa no Brasil e na América Latina acompanha a<br />

lógica do modelo de desenvolvimento imposto ao<br />

longo dasúltimas décadas, fundamentado no fortalecimento dos<br />

monopólios privados e no aumento das desigualdades sociais.<br />

Mesmo num capitalismo tardio como o brasileiro, numa con-<br />

juntura política onde os espaços democráticos vão se abrindo<br />

confrontados com uma crise econômica profunda, a consoli-<br />

dação da diversidade dessa sociedade democrática se dá no<br />

embate de projetos, na formulação de propostas e na sua ca-<br />

pacidade de articulação.<br />

O campo da comunicação, cada-vezmais impregnado na vida<br />

cotidiana, não escapa desse processo. Na véspera deuma revisão<br />

constitucional discutível, o Projeto de Lei da Informação De-<br />

mocrática (LID) ocupa o terreno da disputa de interesses. De um<br />

lado os monopólios privados defendem uma posição conserva-<br />

dora, de manutenção das regras do jogo, e de outro, setores<br />

organizados da sociedade civil reivindicam a horizontalidade do<br />

direito de emissão. É na amplitude desse poder de controle e<br />

transparência da informação que se situa o epicentro do confronto.<br />

A inexistência de antecedentes no debate público sobre o<br />

direito e a ética na comunicação, coloca um espectro perigosa-<br />

mente amplo de questões a serem regulamentadas. Só para citar<br />

umexemplo ainda pouco divulgado, a cabodifusão é muito mais<br />

complexa do que as TVs a cabo; envolve interesses econômicos<br />

e estratégias geopolíticas na implantação de redes com fibra ótica<br />

com múltiplas funções (integrando a TV, o telefone e o computa-<br />

dor), substituindo a já obsoleta rede telefônica. Na França e no<br />

Japão esta implantação se deu através do poder público; nos<br />

Estados Unidos o debate atual (1) é se esta implantação se dará<br />

através do poder público ou investimentos privados, o que<br />

implica o acesso público ou privado a estes serviços, confrontan-<br />

do os conceitos de direito e mercadoria. Esta sobreposição de<br />

conceitos dilui o exercício da cidadania, condicionando o princí-<br />

pio da igualdade de direitos ao poder aquisitivo do usuário. Éesta<br />

lógica privativista que norteia a estratégia neoliberal em curso no<br />

continente, a responsável pelo recrudescimento dos processos de<br />

apartação social. Se levarmos em conta que somente a cabodi-<br />

fusão comporta toda esta complexidade, discutir a democratiza-<br />

ção da comunicação no seu conjunto é um desafio gigantesco.<br />

Ahegemonia de audiência d as redesprivadas numa sociedade<br />

como a brasileira, onde o estado de miserabilidade de grande<br />

parcela da população aumenta assustadoramente a cada ano,<br />

evidencia o poderdepersuasão deuma TVperanteumpúblico que<br />

tem nela sua única opção de lazer cotidiano; nãopor acaso estima-<br />

se que nas grandes capitais do continente, as pessoas assistem de<br />

3 a 5 horas de televisão diariamente; este quadro se agrava ao<br />

analisar aprogramação: na América Latina, 77% da programação<br />

8<br />

Alberto López Mejía<br />

das televisões nacionais provém dos Estados Unidos (2).<br />

As emissoras privadas investem muito pouco em produções<br />

externas, desestimulando a produção independente no país. O<br />

resultado disto é que os brasileiros conhecem muito mais da<br />

história e cultura dos Estados Unidos do que a sua própria.<br />

No caso do Brasil, o monopólio das redes privadas tem sido<br />

fruto de acordos políticos escusos, estabelecendo uma forte<br />

aliança entre o poder político e a informação; a negociação do<br />

mandato decinco anos no governo Samey, concedendo inúmeros<br />

canais de rádio e televisão, é um exemplo patético desse<br />

fisiologismo.<br />

A margem da mídia, seja por impedimento político no acesso<br />

à programação, seja pela necessidade de configuraruma iden-<br />

tidade própria, setores da sociedade civil acabaram constituindo<br />

ao longo da década de 80 sistemas alternativos de comunicação.<br />

Independente do contexto sócio-cultural no qual está inserida,<br />

qualquerforma de expressão que completa o ciclo compreendido<br />

entre a criação e a veiculação, representa um sistema comunica-<br />

cional. Na sociedade contemporânea inúmeras formas de ex-<br />

pressão constituem universos autônomos com tênues cruzamen-<br />

tos entre si. Os vídeos autorais, por exemplo, buscam sua<br />

legitimidade em espaços de valoração artística; outro tipo de<br />

vídeo, denominado popular por estar inserido no contexto dos<br />

movimentos sociais, se cristaliza em grande parte em espaços<br />

abertos, com forte concentração coletiva, estimulando o debate<br />

de idéias e busca de alternativas para as problemáticas sociais que<br />

(1) New York Times, 28/01/93<br />

(2) Regina Festa, in PG/IBASE 71, julho/agosto 91


enfrentam. Ao contrário da TV, que irradia pulverizadamente<br />

universos domésticos (o privado por excelência), o vídeo popu-<br />

lar privilegiou os espaços públicos, onde uma coletividade<br />

aglutinada em torno da exibição interage de forma verdadeira-<br />

mente participativa.<br />

A partir da abertura democrática, a comunicação alternativa<br />

procurou ocupar espaços pontuais na mídia, numa estratégia de<br />

ampliação do espaço político, antes circunscrito aos segmentos<br />

organizados, para estabeleceruma relação com a opinião pública<br />

em geral. Se antes, na lógica de ocupação pontual de espaços na<br />

mídia, o objetivo central consistia no aumento da visibilidade, o<br />

desafio atual vai além da ocupação desses espaços pontuais<br />

reivindicando canais próprios, mesmo em nível localizado, com<br />

outro objetivo mais complexo: consolidar valores fundamenta-<br />

dos na justiça social, no exercício da cidadania e na qualificação<br />

das identidades culturais. Estes valores não seriam nada além<br />

de referências emblemáticas se não levarmos em conta a con-<br />

traposição entre o discurso predominante dos monopólios pri-<br />

vados, que privilegiam uma visão individualista e um novo<br />

discurso que valorize a solidariedade e a participação social.<br />

Há uma diferença quase antagônica entre o acesso pontual ao<br />

espaço da mídia, seja como autor independente, seja como ator<br />

social numprocesso histórico e, do outro lado, a sociedade civil<br />

ter um espaço próprio de expressão e debate de idéias. A<br />

apropriação de canais autônomos da sociedade civil evidencia<br />

um grande desafio para o futuro: apropriar-se do conhecimento<br />

relativo à linguagem de cada um dos meios de comunicação; a<br />

qualificação deste "saber" irá constituir — ou não — uma<br />

identidadeprópria,diferenciando-adasjá existentes, sejam elas<br />

estatais ou privadas. O monopólio atual da comunicação de<br />

massa já detémum saber constmído ao longo de décadas, criando<br />

uma referência (de tratamento da linguagem e acabamento dos<br />

produtos) no seu formato de programação. Os novos espaços da<br />

mídia alternativa têm como perspectiva construir um saber<br />

próprio, fundamentado em outra lógica (e valores) completa-<br />

mente diferente.<br />

Apossibilidade do direito à emissão por canal aberto de baixa<br />

potência coloca para a sociedade civil o duplo desafio de combi-<br />

nar o público (TVs de ma) e o privado (canal aberto). O<br />

pressuposto democrático das novas TVs populares, baseado no<br />

livre acesso de realizadores independentes, ONGs e movimentos<br />

sociais as caracteriza pela sua diversidade. Esta diversidade,<br />

aliada à enorme precariedade financeira para sustentaros custos<br />

de uma TV, irá exigir uma articulação de vários tipos de realiza-<br />

dores, além daqueles que já atuam de forma organizada no<br />

contexto do vídeo popular. Esta articulação vai além do acesso<br />

horizontal à programação; deverá confrontar essa diversidade<br />

comuma estrutura deprogramação orgânica, que possa disputar<br />

a audiência das grandes redes porestar mais integrada na vida da<br />

comunidade local. Por outro lado, o direito deemissão localizada<br />

é insuficiente para contrapor-se aos grandes monopólios priva-<br />

dos; desta forma a comunicação alternativa estaria destinada à<br />

periferia da comunicação de massa, atuando deforma atomizada.<br />

Areivindicação de espaços próprios em rede nacional, atravésdo<br />

uso social do satélite, define um patamar mais adequado para<br />

disputar audiência com as grandes redes.<br />

O fato de uma TV local ser potencialmente uma formadora de<br />

opinião, antenada nas demandas do seu público-alvo, coloca<br />

desafios ético-políticos que irão incidirno tratamento da lingua-<br />

gem e da informação, contrapondo-se à lógica privada dos<br />

receptores domésticos, presente na emissão por antena.<br />

Uma TV democrática é ao mesmo tempo um canal aberto de<br />

livre acesso e uma formadora de opinião. No caso do canal<br />

aberto, uma referência curiosa é a experiência do OffenerKanal<br />

("Canal aberto"), uma TV alternativa de Berlim onde não existe<br />

programação própria; qualquer usuário tem direito a 1 hora por<br />

dia na programação, desde que o horário solicitado não tenha<br />

sido preenchido até o momento da inscrição. Esta TV fornece<br />

cursos gratuitos e empresta equipamentos para a produção de<br />

programas; os custos da TV são sustentados pela Prefeitura. A<br />

questão da auto-sustentação econômica é decisiva para as futuras<br />

emissoras de TV e rádio da sociedade civil. Atualmente só<br />

existem 2 tipos de emissores por canal aberto: os canaisprivados<br />

de caráter comercial e os canais estatais, de caráter educativo ou<br />

cultural, denominados "públicas". O terceiro tipo de emissão,<br />

proposto na LID foi denominado "comunitário", correspondente<br />

à sociedade civil. O mais correto seria denominar as emissoras<br />

governamentais de "estatais" e as da sociedade civil de "públi-<br />

cas", caracterizando assim sua verdadeira amplitude. A deno-<br />

minação "comunitária" expressa na verdade a limitação do seu<br />

recorte inicial, de baixa potência e/ou âmbito local. No entanto,<br />

seu cará ter de utilidadepública as credencia a reivindicar verbas<br />

públicas para sua auto-sustentação. Se isto não ocorrer, na<br />

verdade as futuras TVs e rádios comunitárias serão uma prolon-<br />

gação periférica das redes privadas ou serão absorvidas por elas.<br />

Por outro lado, o fato de uma TV popular ser formadora de<br />

opinião resgata na sociedade brasileira a sua referência mais<br />

nítida: a necessidade de expressão que a sociedade civil vem<br />

manifestando desde a campanha das diretas.<br />

O direito de emissão em baixa potência é apenas o ponto de<br />

partida para a construção de um saber próprio dos meios de<br />

comunicação de massa. Seja existe, no caso do vídeo, o domínio<br />

da câmera aberta com telão na praça numa ação direta ou<br />

produções acabadas que expressam de forma transparente a vida<br />

local, falta ao vídeo popular incorporar o aspecto mais intimista<br />

da "comunicação privada" (e não necessariamente comercial) no<br />

universo doméstico. O documental-público se contrapõe ao<br />

ficcional-privado. Este adensamento psicológico é semelhante<br />

ao ocorrido na década de 30 com o aparecimento do cinema<br />

sonoro. O impacto do som direto exigiu uma sofisticação em<br />

termos de dramaturgia. O micro-universo da cotidianidade pro-<br />

vocou uma grande depuração na elaboração do roteiro, de modo<br />

a adquirir a veracidade necessária para sustentar a trama.<br />

No plano da linguagem, a construção deste saber apropriado a<br />

cada um dos meios de comunicação colocou para os setores<br />

organizados da sociedade a necessidade de ampliar o repertório<br />

do seu discurso, muitas vezes dogmático, aproximando-se do<br />

universo cotidiano das pessoas. José Nun expressa claramente<br />

este desafio: "Na tragédia Grega o centro do cenário era ocupado<br />

quase sempre pelos heróis, os únicos que estavam em contato


CRITICA & PENSAMENTO<br />

direto cornos deuses. A vida cotidiana tinha reservado, em troca,<br />

um espaço subalterno e sem rosto: o coro. Era formado pelas<br />

mulheres, as crianças, os escravos, os mendigos, os inválidos;<br />

enfim, todos aqueles que ficavam na cidade quando os demais<br />

partiam em busca da aventura, do poder e da glória" (3).<br />

Analisar as características da linguagem em cada um dos<br />

meios (impressos ou audiovisuais) seria uma tarefa excessiva-<br />

mente ampla para ser desenvolvida neste texto. No entanto, é<br />

importante selecionarum destes meios, no caso o vídeo (enten-<br />

dendo-o na sua dimensão maisgeral que abrange tanto a exibição<br />

direta como a emissão por canal aberto), para compreender a<br />

diferença entre o estágio atual, centrado na capacidade organiza-<br />

tiva para exercer um poder de pressão na conquista dos direitos<br />

democráticos na comunicação, e o estágio seguinte onde o<br />

principal desafio é o exercício desse direito. Saber o que fazer<br />

com um canal próprio implica compreender sua linguagem.<br />

A articulação das diversas vertentes do vídeo em torno das<br />

futuras TVs locais, desde as experiências não-narrativas da<br />

vídco-arte até os documentários mais ortodoxos abordando<br />

temáticas sociais, representa um avanço substancial não só na<br />

expressão mais nítida da pluralidade social, masprincipalmente<br />

no processo de construção de uma linguagem própria do vídeo.<br />

Historicamente o vídeo expressa a sua condição híbrida de um<br />

veículo "mestiço", herdeiro do cruzamento de outros meios: é ao<br />

mesmo tempo uma prolongação do cinema, do teatro, do rádio,<br />

da literatura. Arlindo Machado, numa análise bastante minucio-<br />

sa sobre este tema (4), aponta três tendências gerais que se<br />

impõem no universo do vídeo: "Em primeiro lugar (...) a imagem<br />

de vídeo — pelo menos a aíwa/imagem do vídeo, aquela que é<br />

obtida nos níveis atuais de tecnologia — tem uma definição<br />

precária, em função do número de linhas de varredura que ela<br />

comporta. Trata-se de uma imagem inadequada para anotar<br />

informações abundantes, uma imagem que não aceita detalha-<br />

mentos minuciosos e oíHle a profundidade de campo é continua-<br />

mente desmantelada pelas linhas de varredura". Segundo Macha-<br />

do, "a arte do vídeo se presta muito pouco a uma utilização<br />

naturalista"; no entanto, quando destaca como segunda tendên-<br />

cia "a estrutura circular e reiteradva de sua forma sintagmáti-<br />

ca", esta afirmação adquire um outro significado se analisada à<br />

luz do processo histórico no qual o vídeo (e principalmente TV)<br />

se incorporou na vida cotidiana: a reiteração e seqüencialidade<br />

do vídeo evidencia todo umpotencial de interação como real; um<br />

telejomal ou uma telenovela, por exemplo, interagem com o real,<br />

independentemente do universo simbólico do vídeo concorrer<br />

com o ambiente circundante. A questão é como (e a quais<br />

interesses atende) esse reordenamento da realidade é intencio-<br />

nalmente manipulado (a Guerra do Golfo provoca sempre uma<br />

reação de perplexidade).<br />

Ao contrário do discurso hegemônico da mídia, que privilegia<br />

o efeito ao invés da causa ou a descrição à análise, a comunicação<br />

democrática inverte esses mecanismos; a própria horizontali-<br />

dade no acesso dos realizadores à programação se estende à<br />

participação do usuário, transferindo a relação já praticada no<br />

vídeo popular entre produção e uso ou, em outro nível, entre<br />

processo e. produto (5).<br />

10<br />

A terceira tendência apontada por Machado diz respeito à<br />

"meí(7ffto/-/o5e da imagem (...) ela éumavirtualidade,qiiedespon-<br />

ta apenas quando invocada por alguma máquina de 'leitura',<br />

atualizadora de suas potencialidades visíveis (...) Diferente-<br />

mente das imagens fotográficas e cinematográficas, rígidas e<br />

resistentes em sua fatalidade figurativa, a imagem eletrônica<br />

resulta muito mais elástica, diluível e manipulável como uma<br />

massa de moldar". Apesar da imagem videográfica serde baixa<br />

definição e, em princípio, "trata-se de uma imagem inadequada<br />

para anotarinformaçõesabundantes",poroutrolado, a quantidade<br />

ilimitada de recursos de pós-produção e computação gráfica,<br />

acabou incorporando na cultura de massa e principalmente no<br />

vídeo, a leitura simultânea de múltiplas grafias. Se, de um lado,<br />

o marinheiro deprimeira viagemfacilmente se afoga deslumbra-<br />

do no oceano da parafernália eletrônica, de outro, quem domina<br />

o metier tem à mão um imenso e, de certa forma, inusitado<br />

vocabulário videográfico para construir novos discursos e consti-<br />

tuir uma linguagem singular do vídeo. Como diz Machado, "o<br />

que faz um verdadeiro criador éjustamente subverter a função da<br />

máquina, manejá-la no sentido contrário de sua produtividade<br />

programada (...) um dos papéis mais importantes do vídeo<br />

alternativo seja justamente a recusa sistemática de submeter-se<br />

à lógica do instrumento (...) reinventando, em contrapartida, a<br />

sua função e suas finalidades". Mais do que tendências, os três<br />

níveis apontados por Machado são na verdade elementos consti-<br />

tutivos da linguagem do vídeo.<br />

Aevolução dastelecomunicações evidencia a coexistência de<br />

duas tendências opostas: a primeira é a planetarização, confi-<br />

gurando uma rede arterial que irriga desde os grandes centros<br />

urbanos até os recantos mais capilares do tecido social; a segunda<br />

aponta uma ênfase no universo local. Se na primeira a visão<br />

"macro" do planeta se materializa na esfera essencialmente<br />

privada do receptor doméstico, a tendência "micro" da emissão<br />

local valoriza o aspecto orgânico da coletividade. Nãopor acaso,<br />

a proposta apresentada pelo vídeo popular através da ABVP (6)<br />

à L1D integra o telão ao satélite, expressando a necessidade vital<br />

do exercício da democracia num nível amplo, saindo desta forma<br />

da sua condição de marginalidade comunicacional ou periferia<br />

parabólica imposta pelos regimes autoritários.<br />

A Iberto LópezMejía é coordenador da área de Comunicação da<br />

Fase e Coordenador Geral da ABVP.<br />

(3) José Nun; La Rebelión dei Coro: estúdios sobre Ia<br />

racionalidad política y ei sentido común; Ediciones Nueva<br />

Visión/Buenos Aires; 1989<br />

(4) Arlindo Machado; O vídeo e sua linguagem; Revista USP<br />

n Q 16 (dez/92 - fev/93); Universidade de São Paulo<br />

(5) Alberto López Mejía; Umnovo conceito de comunicação:<br />

o destinatário é o sujeito; Revista Proposta/Fase n £ 43; nov/89<br />

(6) Associação Brasileira de Vídeo Popular


VIDEOEXPERIENCIA<br />

ACESSO PUBLICO EM TV NOS<br />

EUA, JAPÃO E BRASIL<br />

Nas últimas décadas, vimos surgir no planela várias<br />

experiências no campo da comunicação, visando<br />

ampliar o leque das transmissões de sinal de TV,<br />

como, por exemplo, a TV de baixa freqüên-<br />

cia, a TV a cabo e as libras óticas. Juntan-<br />

do-se a isso, os avanços da informática trou<br />

xeram novos rumos, com uma maior in-<br />

teração entre público e mídia, criando as-<br />

sim um canal de "acesso" do cidadão ao<br />

processo de comunicação.<br />

Hoje, em toda parte do mundo, há uma<br />

preocupação muito grande com aquestão<br />

do "acesso" aos meios de<br />

comunicação. Por um lado,<br />

temos o surgimento da TV<br />

in-terativa, que, em última<br />

instância, permite ao<br />

telespectador, conectado<br />

através de um terminal,<br />

participar dos programas de<br />

televisão, interferindo a<br />

partir de sua própria casa.<br />

Por outro lado, os<br />

equipamentos leves de<br />

gravaçãc > em vídeo, 1 ançadt )s<br />

pela Sony no final da década de 70,<br />

possibilitaram osurgimento dos grupf)S<br />

comunitários de vídeo e TV e<br />

conseqüentemente urna popularização<br />

do uso desses equipamentos. Em alguns<br />

lugares, como nos RUA e Canadá, tais<br />

atividades se juntaram às TVs a cabo e<br />

surgiram os programas e emissoras de<br />

"acesso público".<br />

Embora com uma história ainda não<br />

lolalmcnte escrita, e muito menos difundida entre a pop-<br />

ulação mundial, as atividades de "acesso público" vêm<br />

ganhando espaço como forma de participação social e<br />

política c como campo de experimentação de novas<br />

técnicas e linguagens. Apesar de ser uma preocu-<br />

Almir Almas<br />

pação global, cada país tem uma história própria e<br />

um desenvolvimento peculiar desse processo .<br />

No Brasil, nos últimos dois anos, tem-se discutido, tanto<br />

no Congresso Nacional quanto entre a população, vários<br />

aspectos das leis de regulamentação da Comunicação em<br />

11


VIDEOEXPERIENCIA<br />

TV, Rádio e Imprensa Escrita.<br />

Alguns exemplos são os<br />

debates em torno da "Lei<br />

de Imprensa", do "Projeto<br />

de Lei Zaire Rezende" e,<br />

mais recentemente, da<br />

"Lei do Audiovisual". Esses<br />

debates têm um único<br />

objetivo: buscar uma regulamentação<br />

da interação informação/público.<br />

Dentre os<br />

tópicos de maior destaque, estão<br />

a "concessão de canais", o "acesso<br />

público" à informação e a "regulamentação<br />

do uso e exploração de novas tecnologias". Um dos<br />

aspectos que está na pauta do dia, tanto para os órgãos do<br />

governo quanto para profissionais e pesquisadores da área<br />

de comunicação, é a implantação da "TV acabo". Unidos<br />

pontos fundamentais é encontrar mecanismos gerenciados<br />

por lei que permitam, junto de sua exploração comercial,<br />

um uso livre e comunitário do cabo.<br />

Desde 1988, venho desenvolvendo meu trabalho dentro<br />

das novas experiências de "TV comunitária" e "TV de<br />

rua", tendo sido, inclusive, de abril de 1990 a janeiro de<br />

1993, produtor e coordenador de uma das mais expressivas<br />

experiências de "TV de rua" do Brasil, a TV Anhembi, de<br />

São Paulo.<br />

Partindo da experiência brasileira e buscando aprimorar<br />

meus conhecimentos a respeito dessas atividades, sua<br />

legislação e regulamentação, bem como visando enriquecer<br />

os debates no Brasil, resolvi pesquisar como andam<br />

essas experiências nos EUA e no Japão, tendo como<br />

objeto de análise as "TVs comunitárias", os "programas<br />

de acesso público" nas TVs a cabo e os grupos<br />

organizados de produção independente, procurando<br />

ver de que forma esses três países se influenciam c<br />

se diferenciam.<br />

A razão dessa pesquisa envolver EUA e<br />

Japão, além do Brasil, está nos seguintes<br />

fatos:<br />

r±<br />

* Os Estados Unidos foram um dos primeiros<br />

países do mundo a desenvolver essas<br />

experiências, e foi lá que elas se implementaram<br />

com mais dinamismo. Por sua<br />

vez, as atividades americanas serviram<br />

como parâmetros para o de-senvolvimento<br />

de experiências seme-lhantes em<br />

outros países.<br />

* O Japão é um grande desconhecido<br />

para os brasileiros. Temos informações<br />

a respeito dos Estados Unidos, do ^<br />

12<br />

Canadá e da Europa, mas não<br />

contamos com muitos dados a<br />

respeito do Oriente. Isto se<br />

deve particularmente à<br />

distância lingüística,<br />

geográfica e cultural entre<br />

nossos países. Como te-<br />

nho um interesse particu-<br />

lar pelo Japão, procurei<br />

fazer essa conecção e<br />

buscar informações sobre<br />

como se desenvolve a<br />

comunicação de massa, em espe-<br />

cial a experiência de "acesso público",<br />

daquele outro lado do mundo.<br />

* Vivemos hoje, no Brasil, a implantação da TV a cabo<br />

e estamos buscando fórmulas para um aproveitamento<br />

dessa nova mídia, tanto em nível técnico quanto lingüísti-<br />

co. Como não temos ainda qualquer tipo de regulamenta-<br />

ção, é importante, neste momento, levantarmos tópicos<br />

que nos orientem nessas discussões.<br />

Nossas experiências de TV de ma, TV e rádio comu-<br />

nitários e vídeo popular são, na verdade, iniciativas que<br />

visam permitir àpopulação um "acesso público" aos meios<br />

de comunicação, tanto no processo de elaboração da men-<br />

sagem quanto no de sua recepção. Esse tipo de atividade<br />

tem características próprias de Brasil, as quais acabam<br />

diferenciando-a das atividades de "acesso público" em<br />

países como EUA e Japão.<br />

Nos Estados Unidos, a TV acabo, desde seu nascimento<br />

comercial (há mais ou menos 25 anos), já trazia em seu<br />

bojo, via Lei Federal do Congresso Americano, dispositi-<br />

vos que permitiam e incentivavam a participação popular,<br />

através de programas e emissoras de "acesso público".<br />

Além dos dispositivos em lei, controlados pelo Conselho<br />

Federal de Comunicação (ECC), há uma espécie de "acor-<br />

do de cavalheiros" entre as empresas exploradoras dos<br />

serviços de cabodiiüsão e a população.<br />

O que se verifica naquele país é uma<br />

gama muito variada de opção de inter-<br />

atividade e uma cultura muito bem sedi-<br />

mentada da necessidade de paiticipação<br />

no processo de comunicação em todos<br />

os seus níveis.<br />

A pessoa mais tarimbada nessa<br />

questão em todos os Estados Unidos<br />

é o professor George Stoney, da New<br />

York University. Stoney é considera-<br />

do o pai das TVs de acesso público em<br />

todos os Estados Unidos e foi ele um<br />

dos primeiros a desenvolver esse


tipo de atividade e a discutir, junto ao Conselho de.<br />

Comunicação Federal (FCC), as leis que regulamentam a<br />

cabodifusão e os programas de acesso público em TVs a<br />

cabo dos Estados Unidos. George Stoney esteve envolvido<br />

no projeto Challangc for Change, da National Film Board<br />

do Canadá, de 1968 a 1970. Em 1971, ao voltar para Nova<br />

York, íundou na universidade o grupo Alternate Media<br />

Centcr. Destes grupos saíram as bases para a regulamenta-<br />

ção da cabodifusão nos Estados Unidos e Canadá, e,<br />

posteriormente, o modelo para a implantação das TVs a<br />

cabo em outras partes do mundo.<br />

Dentre as TVs a cabo que estive visitando, cito como<br />

exemplo umaTV na região de Staten Island, a Statcn Island<br />

Community Television. Essa emissora mantém em funcio-<br />

namento, além de seus canais pagos, um canal para uso da<br />

comunidade. Ela oferece um estúdio e toda a inlra-estrutu-<br />

ra para que a população da região produza e veicule seus<br />

próprios programas. E ainda abre espaço para a veiculação<br />

de produção independente e de grupos organizados, como<br />

os de mulheres, negros, homossexuais, adolescentes, etc.<br />

Além das "'TVs de acesso público", há também as "TVs<br />

comunitárias" e os produtores independentes, que fazem<br />

seus próprios programas, buscam formas alternativas de<br />

veiculação e utilizam os espaços nas TVs de acesso públi-<br />

co. E o caso da Downtown Community Television, da<br />

Paper Tiger e da Deep Dish TV.<br />

A Deep Dish TV é um caso muito especial. Ela veicula<br />

seus programas (e de outras TVs comunitárias e produ-<br />

tores independentes) via satélite, para todos os Estados<br />

Unidos. Seu sinal é captado e retransmitido por mais de 200<br />

retransmissoras de "'TV Pública" e por todas as "TVs de<br />

acesso público" e "TVs comunitárias" (além de ser captado<br />

pelos usuários particulares de parabólicas) de todo o país.<br />

No Japão, embora não esteja no zero, esse tipo de<br />

atividade de interação e acesso público está ainda em sua<br />

primeira fase. Sendo esta uma cultura ainda não muito<br />

sedimentada como se verifica nos Estados<br />

Unidos, por exemplo.<br />

Desde o início da década<br />

de 50 (com o descobrimen-<br />

to da tecnologia do cabo<br />

coxial em 1948), o Japão,<br />

assim como os Estados<br />

Unidos, vinha utilizando a<br />

cabodifusão para suprir de-<br />

ficiências em locais em que<br />

y*li/ #// se tornava difícil a chegada<br />

^r^YT» fi/ de sinal de TV via ondas,<br />

1, i/ P II f devido a fortes barreiras físi-<br />

•f^» #1 1 cas, como, por exemplo, em<br />

regiões montanhosas. Mas a<br />

cabodifusão, nos moldes<br />

comerciais como é praticada hoje, é<br />

um fenômeno novo na sociedade japonesa. Portanto, os<br />

debates em torno de uma regulamentação por parte do<br />

governo, bem como a implantação de experiências de<br />

"TVs comunitárias" e "TVs de acesso público", estão<br />

vindo à tona neste momento.<br />

Tive a oportunidade de visitar e entrevistar os dois únicos<br />

canais japoneses que estão se aventurando nessa área. Um<br />

deles é uma TV a cabo chamada City Cablevision Fuchu,<br />

na região de Fuchu, periferia de Tóquio. Eoutro é um canal<br />

mixer de TV via satélite e TV a cabo, chamado Eisei<br />

Chaneru ("Eisei" em japonês quer dizer "satélite"). Essa<br />

TV veicula os programas via satélite a partir de Tóquio<br />

para todo o Japão e o sinal, depois de captado por suas<br />

residências. Essas duas TVs possuem, cada uma, um único<br />

programa de acesso público de 30 minutos.<br />

Entrevistei também o senhor Takashi Yuguchi, um dos<br />

principais defensores dos canais de acesso público naquele<br />

país. Yuguchi organizou um seminário em Tóquio, no<br />

início do ano passado, em que se discutiram os rumos das<br />

TVs a cabo no Japão.<br />

Mesmo incipiente, a "TV acabo" já começa a fazer parte<br />

do dia-a-dia do povo japonês, apesar de ainda não oferecer<br />

um grande número de opções de canais.<br />

Já nos Estados Unidos, o telespectador conta com um<br />

leque de mais de 150 canais e poderá contar, nos próximos<br />

anos, com algo em torno de 500 canais.<br />

No Brasil, esse é um momento importante para profis-<br />

sionais, pesquisadores elegisladorespensarem sobre como<br />

e para onde iremos caminhar. Precisamos aproveitar o que<br />

de bom foi e está sendo desenvolvido nessa área em outras<br />

partes do planeta e readaptar isso à realidade brasileira. Por<br />

outro lado, temos uma atividade muito grande em torno das<br />

"TVs de rua" e projetos de "vídeos comunitórios e popu-<br />

lares", que é característica do Brasil, e, penso eu, pode estar<br />

aí a chave para começarmos a desenvolver nossa cultura de<br />

"acesso público".<br />

Almir Almas - é produtor e diretor de vídeo e TV, foi<br />

coordenador de produção da TVAnhembi (TV de Rua de<br />

São Paulo) até janeiro de 1993.<br />

13


VIDEOEXPERIENCIA<br />

TRABALHADORES CONQUISTAM<br />

ESPAÇO NAS COMUNICAÇÕES<br />

Olhar Brasileiro, um programa semanal de uma hora, exibido pela TVRecord,<br />

é o primeiro espaço aberto na mídia para os trabalhadores<br />

Pela primeira vez, uma produção independente feita por<br />

trabalhadores conquista um espaço significativo no<br />

monopólio das comunicações do Brasil.<br />

O Olhar Brasileiro, realizado pela TV dos Trabalhadores<br />

(TVT) e exibido em rede nacional pela TV Record, aos domin-<br />

gos, às 8h00 da manhã, não tem apresentador, nem atores<br />

principais. "A idéia", diz Dulce Maria Pereira, coordenadora<br />

geral da TVT, "é justamente que não haja a identificação: o<br />

programa de fulano ou de sicrano." Olhar Brasileiro dá mostras<br />

da realidade brasileira, sob a ótica dos trabalhadores.<br />

Com direção de Sônia Bongiovani, reportagens e quadros<br />

bem-humorados são a marca do Olhar Brasileiro. Mmgpng&m<br />

divertida tem diversos elementos da imprensa sindical, como,<br />

por exemplo, o cartoon. Os temas são os mais diversos possíveis.<br />

O quadro "Natureza Viva" fala de ecologia, o "Outros Tempos"<br />

discute outros momentos da história brasileira, "Panorâmica"<br />

fala de questões culturais e assim por diante.<br />

Uma linha aberta<br />

"O importante é que as pessoas pensem o Olhar Brasileiro<br />

como umprograma do conjunto social e não da TVT." A fala de<br />

Dulce Maria retrata o que o programa dos trabalhadores tem feito<br />

com sucesso: abrir espaço para que todos participem.<br />

A equipe do Olhar Brasileiro pede para que o público envie<br />

sugestões de pauta e material para vários de seus "quadros". "Vão<br />

Livre" é um espaço aberto para produções independentes de<br />

vídeo, de até 12 minutos de duração. Para o quadro "Em Cena",<br />

o telespectador pode mandar pequenos textos que serão interpre-<br />

tados por atores. Uma crônica ainda pode ser enviada para<br />

"Crônica", que encerra o programa. O Olhar Brasileiro sempre<br />

dá crédito para os autores. Além disso, há um espaço aberto para<br />

o relato de experiências comunitárias que deram certo. (Veja no<br />

box abaixo como mandar o seu materialpara o OWiarBmsihiio).<br />

Quem é a TVT<br />

A TVT é uma ONG composta por conselheiros de<br />

diversos sindicatos. Ela produz vídeos ligados aos<br />

movimentos sindical e social, como o Telecurso<br />

Sindical e o Telecurso dos Movimentos Popu-<br />

lares. Tem feito também campanhas políticas, como<br />

a de Luis Inácio Lula da Silva e produziu a vídeo-<br />

revista Ecologia.<br />

O programa Olhar Brasileiro nasceu de uma idéia<br />

antiga de alguns sindicatos de colocar no ar dis-<br />

cussões, entretenimento e informações de acordo<br />

com a visão de mundo dos trabalhadores. A TVT<br />

colocou-o em prática em abril deste ano.<br />

Valeu o suor<br />

A batalha por um espaço numa emissora não é tão fácil para<br />

quem costuma estar fora do controle das comunicações. "Nós<br />

tentamos fazer contrato com várias emissoras", diz Dulce Maria,<br />

"mas foi difícil, até porque quase nenhuma delas está terceirizada<br />

como a Record, ou seja, elas não exibem produções independentes."<br />

Para Dulce, a batalha ainda não está totalmente vencida. Há<br />

ainda o problema do horário — 8h00 da manhã no domingo —<br />

, que é o único disponível na emissora. "Nós temos no contrato<br />

a possibilidade de mudar de horário assim que for possível",<br />

comenta Dulce.<br />

Apesar disso, o Olhar Brasileiro vem aumentando os índices<br />

de audiência da Record nasmanhãs de domingo. A aceitaçãopor<br />

parte do público mostra uma primeira vitória contra o monopólio<br />

da mídia no Brasil. Ou, como diria a coordenadora da TVT, uma<br />

vitória de "um instrumento de briga pela democratização dos<br />

meios de comunicação."<br />

\^eja como participar do programa Olhar Brasileiro. Você pode mandar:<br />

* vídeos - de até doze minutos, em U-Matic e NTSC,<br />

para o espaço "Vão Livre";<br />

* textos - pequenos, mostrando cenas sociais,<br />

para o quadro "Em Cena" e maiores, para a "Crônica";<br />

* relatos - contando experiências comunitárias que deram certo<br />

14<br />

Envie para:<br />

TVT - Coordenação de Projetos<br />

Rua Ouvidor Peleja, 112, São Paulo, SP<br />

cep.: 04128-000 Tel.: 579 22 08, fax.: 275 63 18


79 VIDEOFEST 94<br />

De 10 a 20 de fevereiro de 1994, em Berlim, Alemanha.<br />

Podem ser enviadas produções em U-matic, Lowband,<br />

Highband, S-VHS e VHS. Os textos deverão estar em<br />

francês, inglês ou alemão. Textos em outras línguas<br />

deverão ser acompanhados de versão para uma dessas<br />

três línguas, a fim de que se possa fazer a dublagem.<br />

Inscrições até: l 2 de novembro de 1993<br />

Informações: Medien Operative Berlin,<br />

Postdamer Str.96, 10785, Berlin,<br />

tel.: 49 30 262 87 14, fax.: 49 30 262 87 13.<br />

COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO:<br />

A TECNOLOGIA EDUCACIONAL NA<br />

PERSPECTIVA DO III MILÊNIO<br />

Este é o tema do XXV seminário organizado pela Associação<br />

Brasileira de Tecnologia Educacional - ABT, que acontecerá<br />

de 5 a 8 de outubro, na Universidade do Estado do Rio de<br />

Janeiro - UERJ.<br />

Serão debatidos os seguintes temas: "Identificando Valores e<br />

Desafios: Bases de Projeto Educativo para o Homem do<br />

Século XXI"; "Processando e Comunicando a Informação:<br />

Novas Tecnologias para a Educação do Homem"; "A Escola<br />

do Amanhã: Desafio do Presente"; "Multimídia na Educação:<br />

O boletim da ABVP, de periodicidade bimestral, é um<br />

importante instrumento de análise sobre o vídeo, a comunicação<br />

e a cultura popular. Receba em sua casa informações que não<br />

fazem parte do dia-a-dia da imprensa<br />

Envie o cupom abaixo, acompanhado de cheque nominal<br />

para a Associação Brasileira de Vídeo Popular (ABVP).<br />

Rua Treze de Maio, 489. CEP: 01327-000 - São Paulo (SP).<br />

Tel.: (011) 284-7862. Fax: (011) 287-2259.<br />

AGENDA<br />

a Experiência Brasileira"; "Meios de Comunicação Social na<br />

Escola"; "Ensino Fundamental e Competitividade Empresa-<br />

rial"; "Emissões Educativas e Emissões Públicas de Rádio e<br />

Televisão: Prioridades Educativas e Culturais"; "Linguagem,<br />

Leitura e Informação na Construção do Saber". E ainda serão<br />

feitos estudos complementares sobre: "Educação à Distância<br />

e Auto-formação"; "Comunicação em Movimentos Popu-<br />

lares" e "Informática em Educação".<br />

Inscrições e informações:<br />

Rua Jornalista Orlando Dantas, 56, Botafogo, RJ -<br />

CEP 22231-010<br />

Telefone: (021) 551 7295, Fax (021) 551 67 21.<br />

ASSINE AGORA O BOLETIM DAABVP<br />

ESSA E PRA VOCÊ, PRODUTOR INDEPENDENTE<br />

A Malden Access Television, de Massachusetts, está à caça<br />

de produções independentes brasileiras para colocá-las no ar<br />

em uma emissora de televisão da Grande Boston.<br />

Os trabalhos devem ser enviados já transcodificados para<br />

NTSC e no tamanho VHS.<br />

Não perca essa chance de divulgar seu trabalho nos<br />

Estados Unidos.<br />

Endereço: Malden Access Television, 145 Plesant Street<br />

Malden - MA 02148 - USA.<br />

Informações: Celso Gabriel - Fax: (617) 321 71 21<br />

Valor da Assinatura até 30/09: CR$ 450,00<br />

de 01/10 a 15/10: CR$ 522,00<br />

de 16/10 a 30/10: CR$ 604,00<br />

Para outros países US$ 15<br />

Números avulsos: CR$ 75,00<br />

[ Nome da Entidade: ^<br />

Contato:<br />

Endereço:<br />

Bairro: CEP:<br />

Cidade: Estado: DDD: Tel.:<br />

Data: Assinatura:<br />

v_ J<br />

15


IMPRESSO<br />

AGENDA<br />

RECEBEMOS PUBLICAÇÕES ACONTECEU.<br />

Channels of Resistance -<br />

Global Television and Local Empowerment<br />

Editado pela BFI Publishing e pelo Channel Four Television,<br />

o livro trata do potencial de diferenciação, diversidade e<br />

inovação no mundo da televisão fora do "imperialismo cultu-<br />

ral" criado pela dominação da indústria televisiva norte-<br />

americana. Analisa produções televisivas na Austrália,<br />

Canadá, Leste Europeu, África e Brasil.<br />

Trabalho de Formiga em Terra de Tamanduá<br />

A experiência feminista com vídeo. Jacira Melo, dissertação<br />

de mestrado, ECA-USP, 1993.<br />

Direito à Moradia<br />

Edições Paulinas, 1992. A publicação aborda questões como<br />

os movimentos de moradia de São Paulo, a alternativa dos<br />

mutirões, as favelas, os cortiços, o primeiro projeto de lei de<br />

iniciativa popular, entre outras.<br />

Fundo Juventude Operária Católica e<br />

Igreja e Movimentos Sociais<br />

Publicações originadas no Projeto Igreja e Movimentos So-<br />

ciais: atuação dos cristãos no Brasil República 1920-1980, da<br />

PUC/SP.<br />

Mercosul ou Nossa Integração?<br />

É o terceiro número da publicação organizada pelo Centro de<br />

Assessoria Multiprofíssional (CAMP). Assuntos editoriais:<br />

Histórico, Políticas Econômicas, Negociações Governamen-<br />

tais, Os Trabalhadores e a Integração, Mercosul emNúmeros.<br />

Revista Proposta<br />

Tema: Revisão Constitucional. FASE, Rio de Janeiro, n s 57.<br />

Educação ã Distância<br />

INED, Brasília, n 2 3, junho de 1993. Conteúdo: Educação à<br />

Distância, Movimento Sem Terra, Sabedoria das Ruas, Ex-<br />

clusão Social, Prioridades Nacionais, Fome.<br />

16<br />

Entregue aos Correios<br />

nesta data<br />

* -- S!Ti993 *<br />

{ Mala DLcta e Diste LU»<br />

O 4 a ANIVERSÁRIO DA VIDEOTECA DO SUL<br />

Uma programação com vídeos premiados em recentes festi-<br />

vais internacionais comemorou o 4 2 aniversário de uma<br />

videoteca, em Nova York, que tem como objetivo refletir a<br />

realidade das diferentes culturas latino-americanas. A festa<br />

foi no dia 9 de julho, em Manhattan.<br />

PRÊMIO ROSSELLINI<br />

A 46- edição do Festival de Cannes premiou a EICTV -<br />

Escuela Internacional de Cine x TV — Escuela de Três<br />

Mundos com uma das distinções culturais mais valorizadas<br />

internacionalmente, o Prêmio Rossellini.<br />

Tendo como membros fundadores e jurados figuras de destaque<br />

internacional como Federico Fellini, Bernardo Bertolucci,<br />

Jean-Luc Godard, Louis Malle, Claude Chabrol, René<br />

Clement, Francesco Rossi, Ermano Olmi, Agnes Varda e os<br />

irmãos Vittorio e Paolo Taviani, o Prêmio Rossellini já foi<br />

concedido anteriormente a grandes nomes, como Martin<br />

Scorcese, e ao Channel Four, da Inglaterra.<br />

ABVP - BOLETIM DA<br />

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA<br />

DE <strong>VÍDEO</strong> <strong>POPULAR</strong><br />

RUA TREZE DE MAIO - 489<br />

CEP 01327-000 - SÃO PAULO<br />

PORTE PAGO<br />

DR/SP<br />

PRT/SP 6322/92<br />

CÉNTR0 PAST0RAl... UERGUEIR0<br />

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R.PROF.SEBASTIÃO SOARES DE EARIA 27<br />

SAO PAULO<br />

-■ SP •••• BRASIL<br />

CEP 01390970<br />

e.A

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