VÍDEO POPULAR
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VIDEOEXPERIENCIA<br />
TV, Rádio e Imprensa Escrita.<br />
Alguns exemplos são os<br />
debates em torno da "Lei<br />
de Imprensa", do "Projeto<br />
de Lei Zaire Rezende" e,<br />
mais recentemente, da<br />
"Lei do Audiovisual". Esses<br />
debates têm um único<br />
objetivo: buscar uma regulamentação<br />
da interação informação/público.<br />
Dentre os<br />
tópicos de maior destaque, estão<br />
a "concessão de canais", o "acesso<br />
público" à informação e a "regulamentação<br />
do uso e exploração de novas tecnologias". Um dos<br />
aspectos que está na pauta do dia, tanto para os órgãos do<br />
governo quanto para profissionais e pesquisadores da área<br />
de comunicação, é a implantação da "TV acabo". Unidos<br />
pontos fundamentais é encontrar mecanismos gerenciados<br />
por lei que permitam, junto de sua exploração comercial,<br />
um uso livre e comunitário do cabo.<br />
Desde 1988, venho desenvolvendo meu trabalho dentro<br />
das novas experiências de "TV comunitária" e "TV de<br />
rua", tendo sido, inclusive, de abril de 1990 a janeiro de<br />
1993, produtor e coordenador de uma das mais expressivas<br />
experiências de "TV de rua" do Brasil, a TV Anhembi, de<br />
São Paulo.<br />
Partindo da experiência brasileira e buscando aprimorar<br />
meus conhecimentos a respeito dessas atividades, sua<br />
legislação e regulamentação, bem como visando enriquecer<br />
os debates no Brasil, resolvi pesquisar como andam<br />
essas experiências nos EUA e no Japão, tendo como<br />
objeto de análise as "TVs comunitárias", os "programas<br />
de acesso público" nas TVs a cabo e os grupos<br />
organizados de produção independente, procurando<br />
ver de que forma esses três países se influenciam c<br />
se diferenciam.<br />
A razão dessa pesquisa envolver EUA e<br />
Japão, além do Brasil, está nos seguintes<br />
fatos:<br />
r±<br />
* Os Estados Unidos foram um dos primeiros<br />
países do mundo a desenvolver essas<br />
experiências, e foi lá que elas se implementaram<br />
com mais dinamismo. Por sua<br />
vez, as atividades americanas serviram<br />
como parâmetros para o de-senvolvimento<br />
de experiências seme-lhantes em<br />
outros países.<br />
* O Japão é um grande desconhecido<br />
para os brasileiros. Temos informações<br />
a respeito dos Estados Unidos, do ^<br />
12<br />
Canadá e da Europa, mas não<br />
contamos com muitos dados a<br />
respeito do Oriente. Isto se<br />
deve particularmente à<br />
distância lingüística,<br />
geográfica e cultural entre<br />
nossos países. Como te-<br />
nho um interesse particu-<br />
lar pelo Japão, procurei<br />
fazer essa conecção e<br />
buscar informações sobre<br />
como se desenvolve a<br />
comunicação de massa, em espe-<br />
cial a experiência de "acesso público",<br />
daquele outro lado do mundo.<br />
* Vivemos hoje, no Brasil, a implantação da TV a cabo<br />
e estamos buscando fórmulas para um aproveitamento<br />
dessa nova mídia, tanto em nível técnico quanto lingüísti-<br />
co. Como não temos ainda qualquer tipo de regulamenta-<br />
ção, é importante, neste momento, levantarmos tópicos<br />
que nos orientem nessas discussões.<br />
Nossas experiências de TV de ma, TV e rádio comu-<br />
nitários e vídeo popular são, na verdade, iniciativas que<br />
visam permitir àpopulação um "acesso público" aos meios<br />
de comunicação, tanto no processo de elaboração da men-<br />
sagem quanto no de sua recepção. Esse tipo de atividade<br />
tem características próprias de Brasil, as quais acabam<br />
diferenciando-a das atividades de "acesso público" em<br />
países como EUA e Japão.<br />
Nos Estados Unidos, a TV acabo, desde seu nascimento<br />
comercial (há mais ou menos 25 anos), já trazia em seu<br />
bojo, via Lei Federal do Congresso Americano, dispositi-<br />
vos que permitiam e incentivavam a participação popular,<br />
através de programas e emissoras de "acesso público".<br />
Além dos dispositivos em lei, controlados pelo Conselho<br />
Federal de Comunicação (ECC), há uma espécie de "acor-<br />
do de cavalheiros" entre as empresas exploradoras dos<br />
serviços de cabodiiüsão e a população.<br />
O que se verifica naquele país é uma<br />
gama muito variada de opção de inter-<br />
atividade e uma cultura muito bem sedi-<br />
mentada da necessidade de paiticipação<br />
no processo de comunicação em todos<br />
os seus níveis.<br />
A pessoa mais tarimbada nessa<br />
questão em todos os Estados Unidos<br />
é o professor George Stoney, da New<br />
York University. Stoney é considera-<br />
do o pai das TVs de acesso público em<br />
todos os Estados Unidos e foi ele um<br />
dos primeiros a desenvolver esse