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VÍDEO POPULAR

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tipo de atividade e a discutir, junto ao Conselho de.<br />

Comunicação Federal (FCC), as leis que regulamentam a<br />

cabodifusão e os programas de acesso público em TVs a<br />

cabo dos Estados Unidos. George Stoney esteve envolvido<br />

no projeto Challangc for Change, da National Film Board<br />

do Canadá, de 1968 a 1970. Em 1971, ao voltar para Nova<br />

York, íundou na universidade o grupo Alternate Media<br />

Centcr. Destes grupos saíram as bases para a regulamenta-<br />

ção da cabodifusão nos Estados Unidos e Canadá, e,<br />

posteriormente, o modelo para a implantação das TVs a<br />

cabo em outras partes do mundo.<br />

Dentre as TVs a cabo que estive visitando, cito como<br />

exemplo umaTV na região de Staten Island, a Statcn Island<br />

Community Television. Essa emissora mantém em funcio-<br />

namento, além de seus canais pagos, um canal para uso da<br />

comunidade. Ela oferece um estúdio e toda a inlra-estrutu-<br />

ra para que a população da região produza e veicule seus<br />

próprios programas. E ainda abre espaço para a veiculação<br />

de produção independente e de grupos organizados, como<br />

os de mulheres, negros, homossexuais, adolescentes, etc.<br />

Além das "'TVs de acesso público", há também as "TVs<br />

comunitárias" e os produtores independentes, que fazem<br />

seus próprios programas, buscam formas alternativas de<br />

veiculação e utilizam os espaços nas TVs de acesso públi-<br />

co. E o caso da Downtown Community Television, da<br />

Paper Tiger e da Deep Dish TV.<br />

A Deep Dish TV é um caso muito especial. Ela veicula<br />

seus programas (e de outras TVs comunitárias e produ-<br />

tores independentes) via satélite, para todos os Estados<br />

Unidos. Seu sinal é captado e retransmitido por mais de 200<br />

retransmissoras de "'TV Pública" e por todas as "TVs de<br />

acesso público" e "TVs comunitárias" (além de ser captado<br />

pelos usuários particulares de parabólicas) de todo o país.<br />

No Japão, embora não esteja no zero, esse tipo de<br />

atividade de interação e acesso público está ainda em sua<br />

primeira fase. Sendo esta uma cultura ainda não muito<br />

sedimentada como se verifica nos Estados<br />

Unidos, por exemplo.<br />

Desde o início da década<br />

de 50 (com o descobrimen-<br />

to da tecnologia do cabo<br />

coxial em 1948), o Japão,<br />

assim como os Estados<br />

Unidos, vinha utilizando a<br />

cabodifusão para suprir de-<br />

ficiências em locais em que<br />

y*li/ #// se tornava difícil a chegada<br />

^r^YT» fi/ de sinal de TV via ondas,<br />

1, i/ P II f devido a fortes barreiras físi-<br />

•f^» #1 1 cas, como, por exemplo, em<br />

regiões montanhosas. Mas a<br />

cabodifusão, nos moldes<br />

comerciais como é praticada hoje, é<br />

um fenômeno novo na sociedade japonesa. Portanto, os<br />

debates em torno de uma regulamentação por parte do<br />

governo, bem como a implantação de experiências de<br />

"TVs comunitárias" e "TVs de acesso público", estão<br />

vindo à tona neste momento.<br />

Tive a oportunidade de visitar e entrevistar os dois únicos<br />

canais japoneses que estão se aventurando nessa área. Um<br />

deles é uma TV a cabo chamada City Cablevision Fuchu,<br />

na região de Fuchu, periferia de Tóquio. Eoutro é um canal<br />

mixer de TV via satélite e TV a cabo, chamado Eisei<br />

Chaneru ("Eisei" em japonês quer dizer "satélite"). Essa<br />

TV veicula os programas via satélite a partir de Tóquio<br />

para todo o Japão e o sinal, depois de captado por suas<br />

residências. Essas duas TVs possuem, cada uma, um único<br />

programa de acesso público de 30 minutos.<br />

Entrevistei também o senhor Takashi Yuguchi, um dos<br />

principais defensores dos canais de acesso público naquele<br />

país. Yuguchi organizou um seminário em Tóquio, no<br />

início do ano passado, em que se discutiram os rumos das<br />

TVs a cabo no Japão.<br />

Mesmo incipiente, a "TV acabo" já começa a fazer parte<br />

do dia-a-dia do povo japonês, apesar de ainda não oferecer<br />

um grande número de opções de canais.<br />

Já nos Estados Unidos, o telespectador conta com um<br />

leque de mais de 150 canais e poderá contar, nos próximos<br />

anos, com algo em torno de 500 canais.<br />

No Brasil, esse é um momento importante para profis-<br />

sionais, pesquisadores elegisladorespensarem sobre como<br />

e para onde iremos caminhar. Precisamos aproveitar o que<br />

de bom foi e está sendo desenvolvido nessa área em outras<br />

partes do planeta e readaptar isso à realidade brasileira. Por<br />

outro lado, temos uma atividade muito grande em torno das<br />

"TVs de rua" e projetos de "vídeos comunitórios e popu-<br />

lares", que é característica do Brasil, e, penso eu, pode estar<br />

aí a chave para começarmos a desenvolver nossa cultura de<br />

"acesso público".<br />

Almir Almas - é produtor e diretor de vídeo e TV, foi<br />

coordenador de produção da TVAnhembi (TV de Rua de<br />

São Paulo) até janeiro de 1993.<br />

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