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A História Secreta dos Jesuítas - Edmond Paris - Entre Irmãos

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suficiente para fechar o debate. Vamos considerar, no entanto as boas razões invocadas para a<br />

inocência do bispo de Zagreb. Antes de tudo, porém, o monsenhor Stepinac era de verdade o<br />

prelado metropolitano da Croácia e da Eslovênia? O livro de Dragoun não responde a esta<br />

pergunta. Em suas páginas, podemos ver o seguinte, das próprias declarações de Stepinac<br />

diante do tribunal: 'A Santa Sé enfatizou que as pequenas nações e as minorias nacionais têm o<br />

direito de serem livres. Não deveria eu, como "bispo e prelado metropolitano", ter o direito de<br />

discutir isto?" Quanto mais lemos, menos entendemos!<br />

Não faz mal! Como somos lembra<strong>dos</strong> repetidamente, o monsenhor Stepinac não poderia<br />

influenciar de forma alguma o comportamento de seu rebanho e do clero. Para aqueles que<br />

trazem à tona os artigos da imprensa católica louvando as realizações de Pavelitch e seus<br />

assassinos contrata<strong>dos</strong>, eles responderam assim: "É simplesmente ridículo tornar o monsenhor<br />

Stepinac responsável pelo que um jornal escreveu".<br />

Mesmo quando este jornal era o Katolicki List, a mais importante publicação católica em<br />

Zagreb, diocese do monsenhor Stepinac! Nessas condições, não nos incomoda mencionar o<br />

Andjeo Cuvar (O Anjo da Guarda), pertencente aos franciscanos, o Glasnik Sv. Ante (A Voz de<br />

Santo Antônio) <strong>dos</strong> conventuais, o Katolicki Tjednik (O Semanário Católico de Sarajevo), o bispo<br />

Saritch, nem, é lógico, o Vjesnik Pocasne Straze Srca Isusova (A Publicação da Guarda de Honra<br />

do Coração de Jesus), pertencente aos jesuítas.<br />

Estas poucas linhas do <strong>dos</strong>siê, no entanto, são muito mais esclarecedoras: "O próprio<br />

promotor, em seu processo de indiciamento, cita o Secretário de Estado da Santa Sé, cardeal<br />

Maglione, que havia, ern 1942, aconselhado o arcebispo Stepinac a estabelecer relações mais<br />

cordiais e sinceras com as autoridades "Oustachi". Isto é suficiente para colocar um ponto final<br />

em qualquer outra evasiva.<br />

As ligações entre o Vaticano e os assassinos da Oustachi são claras. A própria Santa Sé<br />

incentivava o monsenhor Stepinac a colaborar com eles, e o representante pessoal de Pio XII, ao<br />

tomar o seu lugar junto à mesa de Pavelitch, estava simplesmente seguindo as instruções papais<br />

à letra: sinceridade e cordialidade nas relações com os assassinos <strong>dos</strong> fiéis ortodoxos, judeus e<br />

protestantes.<br />

Isso não nos surpreende! O que, no entanto, os jesuítas pensam, pois afirmam<br />

obstinadamente que a cooperação constante dada pelos prela<strong>dos</strong> aos ditadores era uma "opção"<br />

inteiramente pessoal, e não determinada pelo Vaticano?<br />

Quando o cardeal Maglione enviou as recomendações acima mencionadas ao arcebispo de<br />

Zagreb, isso seria sua "opção pessoal" a ser exprimida, sob o selo do secretário de Estado? A<br />

prova da conivência entre a Santa Sé e os "Oustachis" fornecida por Dragoun, que já foi<br />

mencionada, coloca um ponto final neste capítulo, mas aqui surge uma nova confirmação <strong>dos</strong><br />

sentimentos "evangélicos" que floresciam, e ainda florescem, entre os fiéis da Igreja Católica<br />

Croata em relação aos sérvios ortodoxos. A "Federation Ouvrière Croate en France" (Federação<br />

<strong>dos</strong> Trabalhadores Croatas na França) enviou um convite para a reunião solene organizada para<br />

o domingo, 19 de abril de 1959, na sede da Confederação Geral <strong>dos</strong> Trabalhadores Cristãos, em<br />

<strong>Paris</strong>, para celebrar o 18e aniversário da fundação do Estado croata "Oustachi". Dizia: 'A<br />

cerimônia começará com a santa missa na Igreja de NotreDame-de-Lorette". O leitor, entretanto<br />

edificado pelo "santo" começo do convite, ficava ainda mais perplexo quando, em seguida, via a<br />

seguinte exortação: "Morte aos sérvios!"<br />

Assim, este documento não tão banal expressa os pesares por não se ver mais destes<br />

"irmãos em Cristo" mortos. O livro de Dragoun, reitor da Missão Croata na França, sugere que as<br />

boas-vindas dadas pelos franceses católicos aos refugia<strong>dos</strong> croatas não foram suficientemente<br />

calorosas.

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