Heidegger e a fenomenologia husserliana: apropriação e ... - UFRJ
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Por isto, a primeira tarefa do filósofo face ao psicologismo é a de<br />
desnaturalizar a consciência e, correlativamente, elaborar um método<br />
conseqüente e suficiente para descrevê-la naquilo que lhe é mais<br />
genuíno: sua intencionalidade. É o caráter intencional da vivência<br />
caracterizado como ideal que permite que ela possa visar em atos um<br />
objeto de modo múltiplo, como sendo o objeto identicamente o mesmo.<br />
O que interessa ao filósofo não é o juízo psicológico concreto, mas o<br />
juízo lógico, isto é, a significação idêntica do enunciado que é una em<br />
face das múltiplas vivências do juízo, e que a descrição distingue muito<br />
nitidamente. Isto porque o sentido, o caráter intencional, é ideal e não<br />
empírico – o sentido é um momento ideal da vivência intencional da<br />
consciência.<br />
2.1. - O objeto intencional<br />
Os elementos intencionais não são um complemento real da<br />
vivência. Se analisarmos a vivência concreta, tomando em consideração<br />
o seu aspecto intencional, verificaremos que o objeto visado não se<br />
encontra ele mesmo incluído como um momento real da vivência. O<br />
objeto intencional é visado pela vivência, mas não verdadeiramente<br />
vivido como um ingrediente real da vivência, quer esse objeto seja<br />
empiricamente existente ou inexistente.<br />
O que é vivido propriamente é o modo (Wie) de aparecer do<br />
objeto, a vivência intencional enquanto se dirige a…, isto é, o fenômeno<br />
ele mesmo, mas não o próprio objeto. Vejamos o exemplo de uma esfera<br />
Zuzammenhangsformen kann sie beschrieben, in ihren genetischen Verhältnissen erforscht<br />
werden wie jades psychologische faktum. Andrerseits ist Erkenntnis ihren wesen nach Er –<br />
k e n n t n i s v o n G e g e n s t ä n l i c h k e i t, und sie ist es durch den ihr immanenten<br />
S i n n , mit dem sie sich auf Gegenständlichkeit b e z i e h t.” Idee Phän., Vorlesugen (I): S.19.<br />
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