III ENCONTRO CIENTÍFICO E SIMPÓSIO DE EDUCAÇÃO UNISALESIANO Educação e Pesquisa: a produção <strong>do</strong> conhecimento e a formação de pesquisa<strong>do</strong>res Lins, 17 – 21 de outubro de 2011 maternal, porque agora ela pode ser a “mãe”, e ela procura agir como uma mãe age. Brinque<strong>do</strong>, na concepção de Brougère (2004), é um objeto que a criança pode manipular livremente, sem estar condicionada às regras ou princípios de utilização. É através <strong>do</strong> brincar que a criança constrói seu espaço e estabelece suas relações entre o mun<strong>do</strong> real e o imaginário ou fantasia, pois tem seu espaço para pensar, descobrir, viver e experimentar situações novas ou <strong>do</strong> seu dia a dia, que irão contribuir para o desenvolvimento social, cognitivo, afetivo e motor e é assim que, ao se constituir em uma forma importante, para que a criança se desenvolva, é também um instrumento para a construção <strong>do</strong> conhecimento infantil (Ventura, 2010). CONSIDERAÇÕES FINAIS Por se tratar de uma pesquisa em andamento, os resulta<strong>do</strong>s ainda são parciais, embasa<strong>do</strong>s na revisão de literatura e discuti<strong>do</strong>s conforme os autores que abordam a temática. De acor<strong>do</strong> com Campagne, apud Andrade (1994), o brinque<strong>do</strong> é considera<strong>do</strong> o suporte <strong>do</strong> jogo, é o objeto que desperta a curiosidade, exercita a inteligência, permite a invenção e a imaginação e possibilita que a criança descubra suas próprias capacidades de apreensão da realidade. Ele permite ainda à criança, testar situações da vida real ao seu nível de compreensão, sem riscos e com controle próprio. Já de acor<strong>do</strong> com Brougère (2004), o brinque<strong>do</strong> não é a experiência infantil, mas um objeto entre outros, um elemento, e sem dúvida, não o mais importante, da experiência complexa e multiforme que vivenciam todas as crianças. A influencia dele só pode ser relativa a outras influencias, através de complexas oposições ou associações de momentos e significa<strong>do</strong>s. O universo <strong>do</strong> brinque<strong>do</strong> é diversifica<strong>do</strong>; ele nunca passa uma única mensagem. Kishimoto (1996), coloca que, utilizan<strong>do</strong> o brinque<strong>do</strong> como instrumento para suas brincadeiras, a criança reproduz o mun<strong>do</strong> que a cerca, os personagens desse mun<strong>do</strong>, poden<strong>do</strong> desse mo<strong>do</strong>, construir seus conceitos e firmar suas convicções a respeito da realidade onde está inserida. O brinque<strong>do</strong>, portanto, exerce uma forte influência na formação da personalidade infantil, pois ele está associa<strong>do</strong> às necessidades das crianças, durante a infância, e não é apenas uma atividade simbólica, uma vez que, mesmo envolven<strong>do</strong> uma situação imaginária, ele de fato baseia-se em regras, pois contém regras de comportamento pré- estabeleci<strong>do</strong>s. A mediação de um adulto, de outras crianças, ou <strong>do</strong>s próprios objetos que se encontram à disposição da criança faz a diferença nas brincadeiras. O olhar <strong>do</strong> adulto para o senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> brincar da criança deve ir ao encontro <strong>do</strong> significa<strong>do</strong> e <strong>do</strong> interesse que este desperta na criança. REFERENCIAS ANDRADE, C. M. R. J. “Vamos Dar Meia Volta, Volta e Meia Vamos Dar: O Brincar na Creche”, in Educação Infantil: Muitos Olhares. São Paulo : Cortez, 1994, p. 69- 106. BENJAMIN, W. Refexões: A criança, o brinque<strong>do</strong>, a educação. São Paulo: Summus, 1989. 4/5
III ENCONTRO CIENTÍFICO E SIMPÓSIO DE EDUCAÇÃO UNISALESIANO Educação e Pesquisa: a produção <strong>do</strong> conhecimento e a formação de pesquisa<strong>do</strong>res Lins, 17 – 21 de outubro de 2011 BROUGÉRE, G. Brinque<strong>do</strong> e companhia. Guilles Brougère: tradução de Maria Alice A. Sampaio Dória; revisão técnica de Gisela Wajskop – São Paulo: Cortez, 2004. BUENO, J.M. Psicomotricidade, Teoria e Prática: Estimulação, Educação e Reeducação Psicomotora com Atividades Aquáticas. Porto Alegre. Lovisc, 1998. FREIRE, J.B. Educação de corpo inteiro: teoria e pratica da educação física. São Paulo: Scipione, 1987. KSHIMOTO,T.M Jogo, brinque<strong>do</strong>, brincadeira e a educação .São Paulo:Cortez, 1996. PIAGET, J. A representação <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> da criança. Rio de Janeiro: Record, 1990. VENTURA, M.M. S. Jogar e brincar promovem o desenvolvimento <strong>do</strong> pensar da criança. Revista <strong>do</strong> professor. Porto Alegre, ano 26: n.133. julh/set.,2010. 5/5