DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO - Unisalesiano
DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO - Unisalesiano
DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO - Unisalesiano
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UNISALESIANO<br />
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium<br />
Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Gerência Contábil,<br />
Auditoria e Finanças.<br />
Horácio Ramos Malheiros<br />
Vilma Aparecida Alves Matheos<br />
<strong>DEMONSTRAÇÃO</strong> <strong>DO</strong> <strong>VALOR</strong> ADICIONA<strong>DO</strong><br />
LINS - SP<br />
2009
HORÁCIO RAMOS MALHEIROS<br />
VILMA APARECIDA ALVES MATHEOS<br />
<strong>DEMONSTRAÇÃO</strong> <strong>DO</strong> <strong>VALOR</strong> ADICIONA<strong>DO</strong><br />
LINS - SP<br />
2009<br />
1<br />
Monografia apresentada à Banca<br />
Examinadora do Centro Universitário<br />
Católico Salesiano Auxilium, como<br />
requisito parcial para obtenção do<br />
título de especialista em Gerência<br />
Contábil, Auditória e Finanças, sob a<br />
orientação dos Professores M.Sc. Irso<br />
Tófoli e M.Sc. Heloisa Helena Rovery<br />
da Silva.
Malheiros, Horácio Ramos; Matheos, Vilma Aparecida Alves<br />
Demonstração do valor adicionado / Horácio Ramos Malheiros; Vilma<br />
Aparecida Alves Matheos. – – Lins, 2009.<br />
55p. il. 31cm.<br />
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano<br />
Auxilium – UNISALESIANO, Lins, SP para Pós-Graduação “Lato Sensu” em<br />
Gerência Contábil, Auditoria e Finanças, 2009<br />
Orientadores: Irso Tófoli; Heloisa Helena Rovery da Silva<br />
1. Balanço Social. 2. Demonstração do Valor Adicionado. 3. Empresa.<br />
I Título.<br />
CDU 657<br />
2
HORÁCIO RAMOS MALHEIROS<br />
VILMA APARECIDA ALVES MATHEOS<br />
<strong>DEMONSTRAÇÃO</strong> <strong>DO</strong> <strong>VALOR</strong> ADICIONA<strong>DO</strong><br />
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,<br />
para obtenção do título de especialista em Gerência Contábil, Auditoria e<br />
Finanças.<br />
Aprovada em _____/_____/_____<br />
Banca Examinadora<br />
Prof. M.Sc. Irso Tófoli<br />
Mestre em Administração pela CNEC/FACECA – MG<br />
______________________________________________________________<br />
Profª M.Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva<br />
Mestre em Administração pela CNEC/FACECA - MG<br />
______________________________________________________________<br />
LINS - SP<br />
2009<br />
3
Dedico este trabalho aos meus<br />
filhos, Lorena e Gabriel Lorenzo,<br />
razões da minha vida, da minha<br />
garra, da minha vitória pessoal,<br />
acadêmica e profissional. A Deus,<br />
eu dedico toda gratidão e amor<br />
como filha abençoada que sou<br />
porque somente Ele é o Deus<br />
único e digno de receber a honra e<br />
a glória, a força e o poder.<br />
E mais ainda à memória de minha<br />
amada e inesquecível mãe adotiva<br />
e avó paterna que deu a mim uma<br />
vida nova, carinho, educação e<br />
dignidade.<br />
Aos demais amigos que<br />
indiretamente colaboraram para<br />
que este trabalho tivesse o<br />
diferencial necessário para a<br />
apresentação deste trabalho,<br />
meus sinceros agradecimentos.<br />
Vilma Aparecida Alves Matheos<br />
4
Dedico este trabalho à minha<br />
esposa e à minha família, que<br />
tiveram paciência e calma me<br />
esperando nos finais de semana<br />
para ali celebrar com eles poucos<br />
momentos agradáveis, mas que<br />
valeram a pena. E a Deus,<br />
agradeço imensamente por tudo<br />
que sou nesta vida.<br />
Horácio Ramos Malheiros<br />
5
AGRADECIMENTOS<br />
Ao professor Irso Tófoli, pela orientação deste trabalho e pela atenção<br />
dispensada no convívio acadêmico.<br />
A todos os professores do curso em especial a Heloisa Helena Rovery<br />
da Silva, que souberam transmitir seus conhecimentos e, sobretudo sabedoria.<br />
À nossa família, pela compreensão em nossos momentos de ausência e<br />
o total apoio em nossa vida acadêmica e profissional.<br />
E soberanamente a DEUS, pela sua infinita plenitude.<br />
Horácio e Vilma<br />
6
7<br />
“A capacidade definitiva de<br />
um homem não está nos<br />
momentos de conforto e<br />
conveniência, mas nos períodos<br />
de desafios e controvérsias”.<br />
(Martin Luther King)
RESUMO<br />
O presente trabalho teve por objetivo principal estudar os principais aspectos e<br />
conceitos da Demonstração de Valor Adicionado, pois, gradativamente, mais e<br />
mais empresas vêm procurando atender aos anseios da sociedade,<br />
implantando programas de qualidade para seus produtos e serviços, adquirindo<br />
equipamentos que protegem o meio ambiente e investindo em programas<br />
sociais para atender aos funcionários e à comunidade onde a empresa está<br />
instalada. A Demonstração do Valor Adicionado tem a função de divulgar e<br />
identificar o valor da riqueza gerada pela entidade, e como essa riqueza foi<br />
distribuída entre os diversos setores que contribuíram, direta ou indiretamente,<br />
para a sua geração. A riqueza gerada pela empresa, medida no conceito de<br />
valor adicionado é calculada a partir da diferença entre o valor de sua produção<br />
e o dos bens e serviços produzidos por terceiros utilizados no processo de<br />
produção da empresa. A DVA está implicitamente contida no Balanço Social,<br />
que provavelmente será em futuro próximo obrigatório, pois é peça<br />
fundamental para informações sociais, ambientais e econômicas à sociedade.<br />
Palavras-chave: Balanço Social; Demonstração de Valor Adicionado; Empresa.<br />
8
ABSTRACT<br />
The present work had for main objective to study the principal aspects and<br />
concepts of the Demonstration of Added Value, therefore, gradativaty, more<br />
and more companies are trying to assist to the longings of the society,<br />
implanting quality programs for your products and services, acquiring<br />
equipments that protect the environment and investing in social programs to<br />
assist the employees and the community where the company is installed. The<br />
Demonstration of the Added Value has the function of to publish and to identify<br />
the value of the wealth generated by the entity, and as that wealth it was<br />
distributed among the several sections that contributed, direct or indirectly, for<br />
your generation. The wealth generated by the company, measure in the<br />
concept of added value is calculated starting from the difference between the<br />
value of your production and the one of the goods and services produced by<br />
third used in the process of production of the company. DVA is implitaty<br />
contained in the Social Swinging, that will probably be in obligatory close future,<br />
because it is fundamental piece for information social, environmental and<br />
economical to the society.<br />
Key-word: I Balance Social; demonstration of added Value; company.<br />
9
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS<br />
BNB Banco do Nordeste do Brasil<br />
CVM Comissão de Valores Mobiliários<br />
DVA Demonstração do Valor Adicionado<br />
DRE Demonstrativo de Resultado do Exercício<br />
FEBRABAN Federação Brasileira de Bancos<br />
PIB Produto Interno Bruto<br />
10
SUMÁRIO<br />
INTRODUÇÃO ............................................................................................ 12<br />
CAPÍTULO I – A CONTABILIDADE ........................................................... 15<br />
1 RESPONSABILIDADE SOCIAL DA EMPRESA .......................... 15<br />
1.1 Contabilidade: Instrumento Gerencial .......................................... 17<br />
1.2 Contabilidade Comercial e a Contabilidade Social (Nacional)<br />
Evidenciando a Ciência da Informação ........................................ 23<br />
1.3 Contabilidade e a Tomada de Decisões ....................................... 25<br />
CAPÍTULO II – O BALANÇO SOCIAL ........................................................ 26<br />
2 DESENVOLVEN<strong>DO</strong> O BALANÇO SOCIAL ................................. 26<br />
2.1 Motivos que Justificam Fazer o Balanço Social ........................... 28<br />
2.2 Os Benefícios do Balanço Social ................................................. 29<br />
2.3 O Balanço Social e a DVA ............................................................ 30<br />
CAPÍTULO III – <strong>DEMONSTRAÇÃO</strong> <strong>DO</strong> <strong>VALOR</strong> ADICIONA<strong>DO</strong> ................ 32<br />
3 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ............................................... 32<br />
3.1 Valor Adicionado: Noções Conceituais ........................................ 32<br />
3.1.1 Aspectos Conceituais no Cálculo do Valor Adicionado ................ 34<br />
3.2 Demonstração: Definição Preliminar ............................................ 36<br />
3.3 DVA: Considerações Gerais ......................................................... 36<br />
3.3.1 A Importância da DVA .................................................................. 37<br />
3.3.2 Objetivos da DVA ......................................................................... 41<br />
3.3.3 Componentes da DVA .................................................................. 42<br />
3.3.3.1 Cálculo do Valor Adicionado (Agregado) ..................................... 42<br />
3.3.3.2 Distribuição do Valor Adicionado (Agregado) ............................... 43<br />
3.4 Aplicação da DVA para Fins de Análises Macroeconômicas ....... 43<br />
3.4.1 Aplicação para Cálculo do PIB ..................................................... 43<br />
3.5 Aplicação para Análises de Investimento ..................................... 44<br />
3.6 Aplicação para Avaliação de Projetos de Instalação de<br />
Empresas Transnacionais ............................................................<br />
3.7 A DVA e o Processo de Tomada de Decisão ............................... 46<br />
3.8 Representação Gráfica da DVA ................................................... 46<br />
3.9 Comentário da Representação Gráfica ........................................ 47<br />
CONCLUSÃO .............................................................................................. 50<br />
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 51<br />
11<br />
45
INTRODUÇÃO<br />
Tendo em vista o crescente desenvolvimento empresarial verificado ao<br />
longo dos anos como decorrentes do próprio desenvolvimento social, as<br />
necessidades do homem cresceram consideravelmente, ao ponto que a<br />
Contabilidade enquanto ciência responsável pelo patrimônio, precisou se<br />
estruturar para responder de maneira eficiente a estas exigências e ainda,<br />
ampliar seu campo de atuação por ocasião do surgimento de novos usuários.<br />
Nesse cenário, além das tradicionais formas de demonstrações<br />
contábeis, a contabilidade utiliza-se de outros instrumentos úteis e necessários<br />
para melhor atender a essas necessidades dos novos usuários, principalmente<br />
quanto às informações sobre o desempenho sócio-econômico da empresa e<br />
seu relacionamento com a sociedade. Com a ênfase atualmente dada às<br />
questões relacionadas ao Balanço Social, abre-se grande e nova perspectiva<br />
de utilização do instrumental proporcionado pela Contabilidade para o<br />
entendimento das relações empresa-sociedade.<br />
O balanço social é um demonstrativo publicado anualmente pela<br />
empresa, reunindo um conjunto de informações cuja função principal é tornar<br />
pública a responsabilidade social empresarial, construindo maiores vínculos<br />
entre a empresa, a sociedade e o meio ambiente.<br />
A combinação de Responsabilidade Social da Empresa e Balanço Social<br />
evidencia a atuação das empresas quanto à aplicação de benefícios fiscais,<br />
contribuindo para a ampliação da consciência coletiva sobre o seu papel na<br />
melhoria da qualidade de vida e na preservação do meio ambiente.<br />
Dentre os instrumentos hábeis encontra-se o Balanço Social cuja<br />
finalidade é mostrar o desempenho da política social existente na empresa e,<br />
como parte deste conjunto de informações, encontra-se a Demonstração do<br />
Valor Adicionado (DVA), objeto deste trabalho, que apresenta aos gestores da<br />
organização empresarial, importantes dados econômicos referentes à criação<br />
de riqueza e a distribuição aos fatores que contribuíram para a sua criação.<br />
Nesse enfoque, uma das vertentes possíveis está calcada na DVA, pois<br />
é essa a demonstração que será capaz de atender às necessidades relativas a<br />
12
informações sobre a riqueza gerada e a forma de sua distribuição em cada<br />
empresa.<br />
Além da DVA, como fonte de informação da geração e distribuição de<br />
renda da empresa, a análise se volta à apreciação do principal elemento para<br />
medir a produção nacional, que é o Valor Adicionado, enfocando seu conceito<br />
doutrinário e seu papel no processo de produção do país. Noutros termos,<br />
evidenciar o Valor Adicionado, ou seja, o valor econômico agregado de bens ou<br />
serviços produzidos pela empresa num determinado período.<br />
Relatar a importância da DVA, que gera informações sociais e<br />
econômicas à sociedade, com a finalidade de enfatizar o valor da riqueza<br />
gerada pela empresa, bem como, se essas informações interferem no processo<br />
de tomada de decisões são pontos que merecem abordagem neste contexto.<br />
Desta forma, o presente trabalho teve como objetivos:<br />
Relatar a importância da DVA, capaz de gerar informações sócioeconômicas<br />
à sociedade,<br />
A divulgação da DVA, enfatizando sua importância para a ciência<br />
contábil.<br />
Ilustrar e comparar as diferenças entre a DVA e as demonstrações<br />
financeiras.<br />
Utilizou-se como método de pesquisa a revisão bibliográfica e por meio<br />
da pesquisa exploratória surgiu o seguinte questionamento que norteia o<br />
trabalho:<br />
A utilização da DVA como indicador econômico e social interfere na<br />
atuação da empresa?<br />
Desta feita, no capítulo I é apresentada a questão da responsabilidade<br />
social das empresas, assunto cada vez mais presente no mundo dos negócios,<br />
haja vista que a empresa, assim como figura de agente econômico produtor de<br />
riquezas, é também agente social e, como tal, deve prestar contas aos<br />
membros da sociedade oferecendo respostas quanto aos problemas<br />
decorrentes do desempenho da empresa e os impactos de sua atividade no<br />
meio ambiente.<br />
O capítulo II foi objeto de apreciação a ciência da Contabilidade,<br />
inicialmente situando o leitor no seu conceito enquanto instrumento gerencial e<br />
13
sistema de informações, cuja função é demonstrar a vida econômica e as<br />
constantes mutações pela qual a organização passa.<br />
O capítulo III evidencia os objetivos do Balanço Social, os processos de<br />
preparação e limitações, a estrutura de apresentação sugerida por diversos<br />
órgãos e sua leitura, análise e interpretação, como ferramenta criada para que<br />
as empresas prestem contas dos impactos de sua atuação na área social, que<br />
tem a capacidade de explicitar e medir a preocupação da empresa com as<br />
pessoas e a vida no planeta.<br />
Este capítulo vem efetivamente tratar o objeto deste trabalho, a questão<br />
da DVA, desde o conceito de valor adicionado, a aplicação da demonstração<br />
para fins de análises econômicas e como elemento norteador do processo de<br />
tomada de decisões.<br />
Dividido em várias partes, dedica-se uma delas ao exame da estrutura<br />
das demonstrações contábeis e do significado de seu conteúdo, possibilitando<br />
o conhecimento da empresa a ser analisada. Outra parte trata de métodos e<br />
procedimentos para a análise completa da situação da empresa, seu<br />
desempenho passado e suas perspectivas futuras. E outra apresenta as<br />
diversas aplicações das técnicas estudadas.<br />
Busca-se assim, desmistificar, sem por fim ao debate, a DVA, um tema<br />
que vem merecendo especial atenção por muitas empresas e, especialmente<br />
pelos autores contábeis.<br />
14
CAPÍTULO I<br />
A CONTABILIDADE<br />
1 RESPONSABILIDADE SOCIAL DA EMPRESA<br />
As organizações empresariais ao longo dos anos evoluíram<br />
consideravelmente ampliando sua visão de forma a compreender o seu real<br />
significado no mundo dos negócios, passou a enfatizar melhor as relações com<br />
o meio ambiente e, principalmente, com a sociedade em que está inserida.<br />
Em contrapartida, deveras a sociedade tem exigido das empresas um<br />
comprometimento com as ações sociais e uma responsabilidade ética que<br />
propicie proteção ao meio ambiente, evitando poluir o ar ou a água, melhores<br />
condições de trabalho aos seus empregados e colocação de produtos<br />
confiáveis no mercado.<br />
Gradualmente, outras empresas vêm procurando atender a estes<br />
anseios sociais, de maneira que, cada vez mais, implantam programas de<br />
qualidade para seus produtos e serviços, adquirem equipamentos e investem<br />
em projetos sociais que protegem o meio ambiente, tudo com o pensamento<br />
voltado para atender as necessidades da comunidade onde a empresa está<br />
instalada.<br />
Sendo assim, como o pensamento voltado também para os fins sociais,<br />
as organizações empresariais que aderiram a este novo perfil necessitam<br />
mostrar o montante dos benefícios gerados, além dos lucros que incorporam<br />
seu patrimônio ao público.<br />
A organização empresarial enquanto unidade produtora que visa criar<br />
riquezas se estabelece como um conjunto organizado de recursos econômicos,<br />
sociais e humanos, com o objetivo de oferecer produtos ou serviços para a<br />
satisfação das necessidades dos consumidores.<br />
Empresa, segundo Mosimann e Fisch é:<br />
15<br />
Um agrupamento humano hierarquizado que põe em ação meios<br />
intelectuais, físicos e financeiros, para extrair, transformar, transportar<br />
e distribuir riquezas ou produzir serviços, conforme objetivos definidos<br />
por uma direção, individual ou de colegiado, fazendo intervir em
diversos graus, motivação de benefício e de utilidade social.<br />
(MOSIMANN; FISCH, 1999, p. 17).<br />
A Empresa, strictu sensu, de acordo com Figueiredo e Caggiano (2006,<br />
p. 23), é uma instituição econômica criada somente para prover a sociedade<br />
dos produtos e serviços necessários ou desejados pela coletividade. Segundo<br />
seus ensinamentos, aos olhos dos consumidores não há nenhuma outra razão<br />
para a existência de um negócio, exceto pelo serviço que é prestado ou pelo<br />
produto que é oferecido.<br />
Mais que isso, a empresa, no atual contexto econômico, tendo por<br />
propósito a obtenção de lucros, tem desafios ainda maiores a enfrentar. A<br />
qualidade dos produtos ou serviços oferecidos no mercado, produção de<br />
diferenciais que garantam vantagem competitiva, preocupações com gestão<br />
ambiental, antecipação do futuro da organização, entre outros pontos<br />
relevantes como consciência, cidadania e respeito fazem parte da<br />
responsabilidade social de uma empresa.<br />
Atualmente, a responsabilidade social é o diferencial de sobrevivência<br />
de uma organização empresarial, de modo que, quem não estiver atento a este<br />
diferencial, será excluído do mercado global.<br />
Empresas preocupadas que investem e seguem as tendências<br />
mercadológicas, tanto no aspecto produtivo, quanto no aspecto legal, estão<br />
modificando este conceito vislumbrado acima, criando seus próprios conceitos.<br />
As empresas brasileiras têm revelado importantes mudanças no que<br />
concerne a estratégia de relacionamento com a sociedade, seus consumidores<br />
e com outras instituições. Tais mudanças na concepção dos paradigmas<br />
sociais só demonstram o esforço praticado pelos gestores nas empresas para<br />
concretizar os objetivos e missão da organização, e principalmente, para a sua<br />
continuidade.<br />
A missão de uma empresa necessita de um propósito para que seu<br />
produto ou serviço atinja o grau de satisfação do cliente, o bem estar da<br />
sociedade.<br />
16<br />
A missão significa finalidade, objetivo ou propósito básico e<br />
permanente da existência de uma empresa; está ligada ao<br />
oferecimento de produtos e serviços para satisfação das<br />
necessidades do consumidor. (FIGUEIRE<strong>DO</strong>; CAGGIANO, 2006, p.<br />
24).
É bem sabido, que a empresa além de agente econômico é também um<br />
agente social e por ser um dos componentes da sociedade, deve prestar<br />
contas a ela. O seu compromisso social é, sem dúvida, atualmente, muito<br />
maior do que há alguns anos atrás. A transformação da mentalidade<br />
empresarial exige apreciável modificação administrativa, em particular com o<br />
social.<br />
Luca (1998), afirma categoricamente que as inter-relações existentes<br />
entre a empresa e os vários elementos do seu ambiente mostram a grande<br />
dimensão da sua responsabilidade social, o que para muitas empresas, tratase<br />
apenas de dar transparência aos investimentos sociais que faz em silêncio,<br />
enquanto que, para outras, representa a descoberta do sucesso do negócio.<br />
17<br />
A importância da iniciativa está em reconhecer esse novo<br />
ordenamento do processo social, em que o Estado se encolhe e abre<br />
espaço para que os cidadãos tomem parte da construção social. As<br />
empresas que tomaram a decisão de investir na melhoria comunitária<br />
estão rapidamente descobrindo o sucesso do negócio. Destarte, a<br />
empresa não necessita gastar estimáveis somas com marketing para<br />
abocanhar o seu market share, posto que, Know-how todas as<br />
empresas de sucesso têm. Tudo aquilo que elas usam para a gestão<br />
de seus próprios negócios, nas organizações da sociedade civil é<br />
necessário para tornar eficientes suas ações de atendimento à<br />
carência (IOSCHPE, 1997, p. 1-3).<br />
Desta feita, para alcançar com eficácia as metas planejadas pelos<br />
gestores, para o cumprimento da missão e o comprometimento com os<br />
aspectos sociais, a organização empresarial deve apoderar-se de ferramentas<br />
úteis como, por exemplo, a ciência da contabilidade, enquanto ferramenta<br />
administrativa de resultados, assunto que será mais bem estudado nas<br />
próximas linhas deste trabalho.<br />
1.1 Contabilidade: Instrumento Gerencial<br />
Não há como elucidar a Contabilidade de uma forma geral, em especial<br />
a Contabilidade Gerencial, sem antes, tecer comentários sobre a sua origem<br />
bem como a importância do papel do contador não só nos dias de hoje.<br />
Segundo Iudícibus e Marion (2006), na antiguidade, o homem não<br />
conhecia os números e nem a escrita porque exercia a atividade de pastoreio.<br />
Ele se baseava nas estações do ano, experiência obtida pela seca das árvores
e da chegada do frio para preparar a provisão do seu sustento, mesmo nunca<br />
tendo aprendido sobre os meses do ano. Naquela época, o homem já era<br />
ambicioso, tinha desafios com objetivo de aumentar sua riqueza.<br />
A contabilidade existe desde o início da civilização, cerca de 4.000 anos<br />
antes de Cristo, contudo, Iudícibus afirma que:<br />
18<br />
A contabilidade é tão remota quanto o homem que pensa, ou, melhor<br />
dizendo, que o homem conta. A necessidade de se acompanhar a<br />
evolução dos patrimônios foi o grande motivo para seu<br />
desenvolvimento. O surgimento do capitalismo deu impulso definitivo<br />
a esta importante disciplina, potencializando seu uso e aumentando<br />
sua eficácia. (IUDÍCIBUS, 2000, p.44).<br />
Inclusive na Bíblia, no capítulo 42, versículo 12 do Livro de Jó mostra a<br />
existência da Contabilidade, conforme comentários de Iudícibus e Marion<br />
(2006, p. 33), que diz: “E assim abençoou o Senhor o último estado de Jó, mais<br />
do que o primeiro; porque teve quatorze mil ovelhas, e seis camelos, e mil<br />
juntas de bois e mil jumentas.”<br />
Não há como esquecer do grande mestre do mundo contábil, o<br />
conhecido Frei Luca Pacioli que contribui grandemente com o chamado registro<br />
por partidas dobradas, que embora não inventada por ele, em1494 publicou<br />
sua obra intitulada Summa de arithemtria, geometria et proportionalita.<br />
(SANTOS, 2003, p.13).<br />
“Pacioli decifrou um enigma que permitiu, pela primeira vez, que<br />
pessoas tomassem decisão e previssem o futuro com a ajuda dos números”<br />
(IUDÍCIBUS; MARION, 2006, p. 38).<br />
Interessante comentário citado por Anthony (1970),<br />
A contabilidade também se parece com uma linguagem e que<br />
algumas de suas regras são definidas, ao passo que outras não, e há<br />
diferenças de opinião entre os contadores de como um dado fato<br />
deva ser registrado, assim como há diferenças de opinião entre os<br />
gramáticos quanto a muitas questões de estrutura da sentença,<br />
pontuação e escolha das palavras. Não obstante, há muitas práticas<br />
que são claramente “inglês pobre”, e há muitas práticas que são<br />
definitivamente “contabilidade pobre”. (ANTHONY, 1970, p. 30).<br />
Estudiosos como Sá (2007, p.15), relata que “a contabilidade nasceu<br />
com a civilização e jamais deixará de existir em decorrência dela; talvez, por
isso, seus progressos quase sempre tenham incindido com aqueles que<br />
caracterizavam os da própria evolução do ser humano”.<br />
Marion (2004) descreve que até 2004 o profissional contábil era<br />
chamado por técnico em contabilidade, aquele que cursou o nível técnico em<br />
Contabilidade. O chamado contador e também bacharel em Ciências Contábeis<br />
é reconhecido após término do curso superior de contabilidade. Ambos podem<br />
ser chamados contabilistas, analistas de balanços, pesquisadores contábeis<br />
etc.<br />
Hoje, as funções do contabilista não se restringem ao âmbito meramente<br />
fiscal, tornando-se vital para as empresas que necessita de profissionais<br />
altamente capacitados e com as informações mais precisas possíveis para a<br />
tomada de decisões e para atrair os investidores. Ainda de acordo com Marion<br />
(2004), o contador está habilitado a exercer mais funções que o técnico em<br />
contabilidade como: auditoria, perícia contábil, professor de contabilidade pós<br />
graduado. Sendo que é necessário estar habilitado pelo Conselho Regional de<br />
Contabilidade (CRC).<br />
Definir um instituto é o ponto crucial para a compreensão de um estudo<br />
organizado acerca de determinado tema, por esta razão, inicialmente compete<br />
abordar um breve conceito de contabilidade, já que esta ciência é peça chave<br />
de uma empresa, face aos inúmeros avanços tecnológicos a aos ditames da<br />
responsabilidade social.<br />
19<br />
A Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e<br />
avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e<br />
análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade<br />
com relação à entidade objeto de contabilização. [...] Os objetivos da<br />
Contabilidade, pois, devem ser aderentes, de alguma forma explícita<br />
ou implícita, àquilo que o usuário considera como elementos<br />
importantes para seu processo decisório. Não tem sentido ou razão<br />
de ser a Contabilidade como uma disciplina “neutra” que se contenta<br />
em perseguir esterilmente uma “sua” verdade ou beleza. A verdade<br />
da Contabilidade reside em ser um instrumento útil para a tomada de<br />
decisões pelo usuário, tendo em vista a entidade. (IUDÍCIBUS;<br />
MARTINS; GELBCKE, 2003, p.48 e 49).<br />
Nesta mesma linha de raciocínio, Marion (1997, p. 135) menciona que<br />
“Contabilidade pode ser considerada como sistema de informação destinado a<br />
prover seus usuários de dados para ajuda-los a tomar decisão”.
Pode se dizer que é um Sistema de Informação é baseado no registro,<br />
na classificação, na medição e no resumo de valores expressos basicamente<br />
em termos monetários, que mostra o estado das operações e transações<br />
realizadas por uma entidade econômica contabilística.<br />
Ainda sobre o sistema de informação, Padoveze (2004a, p.52) diz que<br />
“Três pontos são fundamentais para que um sistema de informação contábil<br />
tenha validade perene dentro de uma entidade. São os seguintes:<br />
operacionalidade, integração e custo da informação”.<br />
A Contabilidade, como bem frisado anteriormente é a ciência que estuda<br />
e controla o patrimônio da empresa, objetivando representá-lo graficamente,<br />
bem como evidenciar suas variações e estabelecer normas para sua<br />
interpretação, além é claro de servir como aparato básico para o processo<br />
decisório da empresa.<br />
A moderna definição de contabilidade a tem caracterizado como uma<br />
das ferramentas mais úteis que tem nas mãos os gestores administrativos para<br />
a otimização do processo de tomada de decisões, como sistema de<br />
informações e mensuração de eventos que afetam a tomada de decisões,<br />
possibilita que, partindo do conhecimento de fatos passados, procedimentos<br />
futuros sejam delineados de forma perfeita, seja, senão alcançados totalmente<br />
e com eficácia, buscado com segurança.<br />
O objeto-fim de uma ciência é delimitar o seu campo de abrangência, e<br />
no tocante ao campo de atuação da contabilidade temos o patrimônio da<br />
empresa, constituído, basicamente desde os primórdios da humanidade em<br />
acompanhar o desenvolvimento das atividades realizadas, no sentido de<br />
controlar o comportamento evolutivo de seus patrimônios.<br />
A Contabilidade considerada como campo de pesquisa e estudo tem-se<br />
ocupado com regularidade a tratar de oferecer respostas a necessidade de<br />
informações. A finalidade geral da Contabilidade é assegurar o controle do<br />
Patrimônio, fornecer informações sobre a composição e as variações<br />
patrimoniais bem como, apurar o resultado das atividades econômicas<br />
desenvolvidas para alcançar seus fins, que podem ser lucrativos ou sociais.<br />
Para Padoveze (2004b), a contabilidade gerencial é criada pela empresa<br />
a fim de executar as informações obtidas.<br />
20
21<br />
Em nosso entender, não existe Contabilidade Gerencial em uma<br />
entidade, como existe a Contabilidade Financeira, Contabilidade de<br />
Custos e Administração Financeira. Em todas as entidades as<br />
aplicações dessas disciplinas são visíveis, e, dependendo do porte da<br />
companhia, existem departamentos distintos que são responsáveis<br />
por sua execução. (PA<strong>DO</strong>VEZE, 2004b, p.41).<br />
A informação dentro do sistema de uma empresa pode ser definida<br />
como uma rede cujos fluxos alimentam o processo de tomada de decisões, não<br />
apenas da empresa como um todo, mas também de cada área de<br />
responsabilidade. Algumas empresas demonstrando interesse num sistema de<br />
informação de melhor qualidade vêm desenvolvendo trabalhos para isso, como<br />
o aperfeiçoamento de seus relatórios e informações.<br />
Além de gerar informações, permite explicar os fenômenos patrimoniais,<br />
construir modelos de prosperidade, efetuar análises, controlar e também prever<br />
e projetar exercícios seguintes, entre tantas outras funções.<br />
As empresas estão em constantes mudanças, cada vez mais<br />
necessitam de controles precisos e de informações oportunas sobre seu<br />
negócio para adequar as suas operações às novas realidades, a contabilidade<br />
surgiu então para prestar informação aos diretores da empresa, informações<br />
predizem as circunstâncias e os eventos futuros, para que o gestor possa<br />
comparar se os resultados obtidos condizem com o pretendido.<br />
Com o advento do mercado de capitais, das auditorias, que se<br />
distanciavam da figura do administrador, houve a necessidade de que a<br />
contabilidade reportasse informações para esses novos usuários. As empresas<br />
estão em constantes mudanças, cada vez mais necessitam de controles<br />
precisos e de informações oportunas sobre seu negócio para adequar as suas<br />
operações às novas situações.<br />
A geração de lucro continua sendo uma das características<br />
fundamentais para se garantir a continuidade da empresa, no entanto, sabe-se<br />
que as relações inter-sociais viventes com a globalização de mercados exigem<br />
dos gestores da empresa um conhecimento adicional de como agregar valor,<br />
tornando o acesso a informação um diferencial competitivo.<br />
É aí que se encontra presente o instituto da Demonstração do Valor<br />
Adicionado, conhecido no meio contábil como DVA, cuja função, que será mais<br />
bem estudada em momento oportuno, é divulgar e identificar o valor da riqueza
gerada pela entidade, e como esta riqueza foi distribuída entre os diversos<br />
setores que contribuíram, de maneira direta ou indiretamente, para a sua<br />
geração (LUCA, 1998).<br />
Conforme explica Luca (1998, p.35) “o valor adicionado de uma empresa<br />
representa o quanto de valor ela agrega aos insumos que adquire num<br />
determinado período, o valor da riqueza gerada pela empresa”.<br />
A contabilidade cuja estrutura é essencialmente utilitária, em resposta a<br />
nova ordem estrutural do mercado empresarial, criou mecanismo próprio de<br />
informação setorial e econômica, chamado de Demonstrativo de Valor<br />
adicionado, peça do Balanço Social de uma empresa. Com isso, finaliza<br />
desenvolver conceitos tão-somente econômicos, evidenciando quanto de valor<br />
a empresa agrega durante seu processo produtivo, ampliando assim os<br />
horizontes de seus usuários.<br />
A função da DVA é demasiadamente importante numa empresa, haja<br />
vista que, fornece aos seus usuários a informação precisa acerca da riqueza<br />
criada pela empresa ao longo dos anos de constituição e a forma como esta<br />
riqueza foi ou será aplicada pelos gestores.<br />
E tomando-se como ponto crucial a responsabilidade da contabilidade<br />
com a comunicação de informações úteis para o processo de tomada de<br />
decisão, neste trabalho procura-se analisar a forma de apresentação das<br />
informações na DVA, de forma que possa ser utilizada diretamente no cálculo<br />
do Produto Interno Bruto (PIB).<br />
22<br />
O PIB mede, portanto, a produção gerada no país, entendendo-se por<br />
essa produção a resultante da dedução dos consumos intermediários,<br />
mantida, entretanto, a depreciação do capital fixo. O consumo de<br />
capital fixo (depreciação) representa, em termos gerais, a parcela do<br />
valor da produção necessária para repor o capital fixo consumido no<br />
processo de produção durante um determinado período. (LUCA,<br />
1998, p.54).<br />
Segundo informações fornecidas pela Universidade Federal da Paraíba<br />
(2000), o Valor Adicionado constitui-se da receita de venda deduzida dos<br />
custos dos recursos adquiridos de terceiros. É, portanto, o quanto a entidade<br />
contribuiu para a formação do PIB do país.
Espontaneamente algumas empresas têm demonstrado interesse ou<br />
desenvolvido trabalhos no sentido de levar aos usuários uma informação de<br />
melhor qualidade, através do aperfeiçoamento dos seus relatórios ou de<br />
informações mais completas, tais como, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB),<br />
Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) e outros, mas havia distorções<br />
em relação a classificação de algumas contas nas suas estruturas, pois não<br />
existia uma padronização definida da estrutura da DVA.<br />
A DVA está implicitamente contida no Balanço Social, que<br />
provavelmente será em futuro próximo obrigatório, pois é peça fundamental<br />
para informações sociais, ambientais e econômicas à sociedade.<br />
A Comissão de Valores Mobiliário (CVM) vem incentivando e apoiando a<br />
divulgação voluntária de informações de natureza social, tendo emitido o<br />
Parecer de Orientação CVM nº 24/92 sobre a divulgação da Demonstração do<br />
Valor Adicionado. Além disso, fez incluir no anteprojeto de reformulação da Lei<br />
nº 6.404/76 a obrigatoriedade da divulgação da DVA e de informações de<br />
natureza social e de produtividade.<br />
1.2 Contabilidade Comercial e Contabilidade Social (Nacional) Evidenciando a<br />
Ciência da Informação<br />
A contabilidade em qualquer uma das ciências a que esta se aplica,<br />
avalia as transações econômicas de uma entidade e, por meio dos relatórios<br />
emitidos, cada usuário pode tomar suas decisões com base precípua nestas<br />
informações consideradas proeminentes. Dessa forma, pode-se dizer que o<br />
objetivo fundamental da contabilidade é fornecer informações aos seus mais<br />
diversos usuários para a tomada de decisões e avaliações de resultados.<br />
De acordo com o Iudícibus; Martins; Gelbcke (2000, p. 42) pode-se<br />
definir usuários: “[...] toda pessoa física ou jurídica que tenha interesse na<br />
avaliação da situação e do progresso de determinada entidade, seja tal<br />
entidade empresa, ente de finalidades não lucrativas, ou mesmo patrimônio<br />
familiar”.<br />
E para atender as finalidades da contabilidade, assumindo o papel de<br />
sistema de informações, com a pretérita função de reportar à sociedade os<br />
esforços desprendidos pela empresa, avalia a aplicação dos planos sociais e<br />
23
evidencia o desempenho da atividade social da empresa através dos<br />
instrumentos contábeis disponíveis e eficazes.<br />
A Contabilidade Comercial é o ramo da ciência contábil que interage<br />
direitamente com as empresas comerciais, voltando sua estrutura para<br />
resultados de exercícios que mensurem se obteve lucro ou prejuízo nas suas<br />
atividades.<br />
Conforme Jacintho: “Contabilidade Comercial é o ramo da Contabilidade<br />
aplicado ao registro, resumo e interpretação dos fenômenos que afetam as<br />
situações patrimoniais, financeiras e econômicas das empresas comerciais.”<br />
(JACINTHO, 1987, p. 12).<br />
Já Contabilidade Nacional, por sua vez, é uma técnica que tem como<br />
objetivo medir a atividade econômica de um país nos seus diversos segmentos,<br />
funcionado como um instrumento de análise da situação econômica do país.<br />
Segundo Luca:<br />
24<br />
Atualmente, uma empresa não pode buscar somente lucros. No seu<br />
relacionamento com a sociedade existem obrigações, tais como a<br />
preservação do meio ambiente, a criação e manutenção de<br />
empregos, a contribuição para a formação profissional, a qualidade<br />
dos bens/serviços e outras que não estão legalmente assumidas,<br />
mas que são importantíssimas até mesmo para a continuidade da<br />
empresa. (LUCA, 1998, p.17).<br />
E para Ariovaldo dos Santos:<br />
A Contabilidade Social ou Nacional tem como principal objetivo o<br />
fornecimento de informações que possam auxiliar na constituição de<br />
base para a tomada de decisão por parte dos gestores<br />
governamentais. Toda a contabilidade nacional está voltada para o<br />
registro sistemático das operações realizadas no país e é um dos<br />
principais instrumentos utilizados no entendimento e medição das<br />
relações básicas ocorridas na atividade econômica. (SANTOS, 2003,<br />
p.17).<br />
As informações contábeis muitas vezes empregam uma terminologia<br />
complexa que se torna pouco acessível à maioria dos usuários.<br />
A contabilidade, como veículo de informação, tem como um de seus<br />
grandes desafios colocar à disposição de seus usuários informações que<br />
retratem as relações das empresas com a sociedade. O Balanço Social, no<br />
todo, e a DVA, como uma de suas vertentes, se apresentam como os
instrumentos capazes de evidenciar tanto os aspectos econômicos, quanto os<br />
sociais, inovando o enfoque utilizado até então, e se constituindo nas mais<br />
ricas demonstrações para aferição dessas relações.<br />
Divulgar a DVA por uma empresa ao público, qualquer que seja seu<br />
ramo de atividade, como passo fundamental para a ciência da contabilidade,<br />
aproxima a contabilidade em sua esfera comercial com a contabilidade na<br />
ceara nacional e viabiliza o entendimento de que esta é a ciência da<br />
comunicação.<br />
1.3 A Contabilidade e a Tomada de Decisões<br />
Encontra-se vertente na doutrina contábil que a Contabilidade é o<br />
grande instrumento de auxílio aos gestores da administração no processo de<br />
tomada de decisões. Na realidade, o que ela faz é coletar dados econômicos,<br />
em seguida mensurando-os monetariamente, registrando-os e sumarizando-os<br />
em forma de relatórios ou de comunicados, que contribuem sobremaneira para<br />
a tomada de decisões.<br />
O processo decisório, evidentemente, decorrente das informações<br />
apuradas pela ciência contábil não se abrevia apenas aos limites da empresa,<br />
aos administradores e gerentes, mas também a outros segmentos como, por<br />
exemplo, os investidores, os fornecedores de bens e serviços, bancos,<br />
entidades governamentais, entidades sindicais e outros interessados.<br />
25
CAPÍTULO II<br />
O BALANÇO SOCIAL<br />
2 DESENVOLVEN<strong>DO</strong> O BALANÇO SOCIAL<br />
O surgimento do balanço Social é bem mais recente do que se possa<br />
pensar. Ele surgiu com o intuito de prestar informações aos empregados e à<br />
sociedade.<br />
Santos (2003) retrata bem o ocorrido em meados dos anos 60 no<br />
panorama internacional:<br />
26<br />
Como se sabe, a Contabilidade tradicional, ao longo de sua história,<br />
esteve voltada inicialmente para o proprietário, posteriormente para<br />
credores, governo e investidores, os movimentos sociais ocorridos na<br />
década de 60 em países da Europa, principalmente Alemanha,<br />
França e Inglaterra, nos Estados Unidos e no Brasil, além de outros,<br />
passaram a exigir e a cobrar mais responsabilidade das empresas<br />
que interagiam com a sociedade. As empresas passaram a ser vistas<br />
não apenas como aquelas que podiam gerar empregos ou contribuir<br />
para a formação da riqueza dos países. (SANTOS, 2003, p.20).<br />
Conforme relata Luca (1998), a idéia começou a ser ventilada no Brasil<br />
somente dez anos depois, na década de 70, entretanto, somente nos anos 80 e<br />
90 é que foram publicados os primeiros relatórios rumo ao verdadeiro balanço<br />
social de empresas que se tem na atualidade. Ainda de acordo com Luca<br />
(1998), somente a partir destas décadas que as corporações de diversos<br />
setores passaram a publicá-lo anualmente, e prestar informações acerca de<br />
assuntos como o nível de emprego, políticas de formação profissional etc.<br />
Contudo a proposta no Brasil, só ganhou visibilidade quando o sociólogo<br />
Herbert de Souza, conhecido como Betinho, lançou, em junho de 1997, uma<br />
campanha em rede nacional e levantou a bandeira pela divulgação voluntária<br />
do balanço social nas empresas, promovendo grande debate entre as<br />
associações de empresas e empresários.<br />
Cabe às empresas oferecer dados sobre as atividades no campo<br />
social a entidades autônomas e independentes da sociedade civil. [...]<br />
O balanço Social não pode ser uma peça de marketing, mas uma<br />
demonstração responsável de investimentos sociais pelas empresas.<br />
(SANTOS, 2003, p.22).
Não só o Betinho se preocupou com a divulgação do Balanço Social,<br />
assim como, a deputada Federal Marta Suplicy conforme elucida Santos<br />
(2003).<br />
27<br />
Outro pronunciamento que deve ser destacado é da ex-deputada<br />
Federal Marta Suplicy, uma das autoras do Projeto de Lei n. 3.116/97,<br />
que propunha a criação do Balanço Social para as empresas no<br />
Brasil, que diz: A informação é um dos pressupostos da cidadania. O<br />
balanço Social é um instrumento de informação. Servirá tanto para os<br />
trabalhadores e a sociedade como para os dirigentes das empresas<br />
na mensuração das suas próprias atividades. Ainda estimulará o<br />
controle da sociedade sobre o uso dos incentivos fiscais e ajudará na<br />
identificação de políticas de recursos humanos. (SANTOS, 2003,<br />
p.23).<br />
Hoje em dia é possível contabilizar o sucesso desta iniciativa e afirmar<br />
que o processo de construção de uma nova mentalidade e de novas práticas<br />
no meio empresarial está em pleno curso. O Balanço Social surgiu para<br />
atender as necessidades de informações dos usuários da contabilidade no<br />
campo social.<br />
Fez que já fora traçado um breve escorço histórico do Balanço Social o<br />
próximo passo é defini-lo, o que o autor Tinoco (2001), faz com maestria:<br />
Um instrumento de gestão e de informações que visa reportar, da<br />
forma mais transparente possível, vale dizer, com evidenciação plena<br />
- full disclosure --, informações econômicas, financeiras e sociais do<br />
desempenho das entidades, aos mais diferentes usuários da<br />
informação, dentre estes usuários os trabalhadores. (TINOCO, 2001,<br />
p. 108).<br />
A clareza desta assertiva leva a crer que o balanço social é um<br />
demonstrativo que as empresas publicam anualmente reunindo um conjunto de<br />
informações sobre os seus projetos, os benefícios e as suas ações sociais<br />
dirigidas aos empregados, investidores, analistas de mercado, acionistas e,<br />
especialmente, a comunidade.<br />
Através do balanço social as organizações empresariais mostram ao<br />
público em geral o que efetivamente fizeram e fazem por seus profissionais e<br />
pela comunidade, propiciando transparência às atividades que buscam<br />
melhorar a qualidade de vida de todos. Ou seja, sua função primordial é tornar<br />
pública a responsabilidade social, de modo a entrelaçar os vínculos com a<br />
sociedade e o meio ambiente.
28<br />
As informações das atividades da empresa relacionadas com o meio<br />
ambiente devem ser divulgadas pela Contabilidade. Algumas<br />
informações podem ser divulgas nas tradicionais demonstrações<br />
contábeis. (LUCA, 1998, p.27).<br />
Em síntese pode-se afirmar que o balanço social é, pois, uma<br />
ferramenta que, quando construída por diversos profissionais, tem a<br />
capacidade de apontar e medir a preocupação da empresa com vida das<br />
pessoas no planeta, como mecanismo estratégico para multiplicar o exercício<br />
da responsabilidade social corporativa.<br />
Entretanto, é muito importante que os aspectos qualitativos dessas<br />
informações sejam divulgados juntamente com as informações sobre<br />
o desempenho social da empresa. Assim, devem ser divulgadas no<br />
Balanço Social informações, tais como: os projetos que estão sendo<br />
desenvolvidos para a proteção e preservação do meio ambiente, as<br />
melhorias já realizadas para controle da poluição de ar, água, etc.,<br />
medidas físicas, quantitativas e qualitativas e seus impactos etc.<br />
(LUCA, 1998, p.27).<br />
No Brasil, sua elaboração ainda não é obrigatória e não existem<br />
modelos e indicadores oficiais de divulgação. Entretanto, um número cada vez<br />
maior de entidades de diversos setores está adotando esta prática,<br />
comprometidas com a responsabilidade social, de modo a se pensar que é<br />
errônea a noção de que o empresário brasileiro ainda não despertou para a<br />
cidadania.<br />
Por fim, insta salientar que o Balanço Social é uma demonstração que<br />
foi criada com a finalidade de tornar pública a responsabilidade social das<br />
organizações.<br />
2.1 Motivos que justificam fazer o Balanço Social<br />
Diversos motivos justificam fazer um Balanço Social, sendo que alguns<br />
devem ser destacados pelo fato de que agrega valores e traz um diferencial<br />
para a imagem da empresa e também que vem sendo cada vez mais<br />
valorizado por investidores e consumidores no Brasil e no mundo.<br />
Ainda diminui os riscos num mundo globalizado, onde informações sobre<br />
empresas circulam o mundo em pouco espaço de tempo e que uma conduta
ética e transparente tem que fazer parte da estratégia de qualquer organização<br />
nos dias atuais.<br />
Por ser um moderno instrumento de gestão, o balanço social é uma<br />
valiosa ferramenta para a empresa gerir, medir e divulgar o exercício da<br />
responsabilidade social em seus empreendimentos e também por ser um<br />
instrumento de avaliação utilizado pelos analistas de mercado, investidores e<br />
órgãos de financiamento, como exemplo o BNDES, que já o incluem na lista<br />
dos documentos necessários para se conhecer e avaliar os riscos e as<br />
projeções de uma empresa.<br />
O balanço social realizado e publicado anualmente é inovador e<br />
transformador trazendo mudanças a antiga visão, indiferente à satisfação e o<br />
bem-estar dos funcionários e clientes, para uma visão moderna em que os<br />
objetivos da empresa incorporam as práticas de responsabilidade social e<br />
ambiental.<br />
E além de todos os motivos retratados, o balanço social é explicitamente<br />
ético.<br />
2.2 Os Benefícios do Balanço Social<br />
Ao pensar nos benefícios trazidos pela realização do Balanço Social<br />
pela empresa anualmente, são contemplados com isso tanto os fornecedores<br />
ou investidores quanto os consumidores, haja vista que este instrumento<br />
contábil favorece a todos os grupos que interagem com a empresa.<br />
Em todos os segmentos envolvidos no processo produtivo os agentes<br />
são beneficiados pelo Balanço Social, conforme: aos gestores da empresa<br />
porque fornece informações úteis ao processo de tomada de decisões<br />
correlatas aos programas sociais que a empresa esta desenvolvendo. O<br />
processo de realização estimula a participação dos funcionários, a medida que<br />
se interagem com dirigentes na escolha das ações e projetos sociais; aos<br />
fornecedores e investidores, porque é um meio de informar como a empresa<br />
encara suas responsabilidades em relação aos recursos humanos e ao meio<br />
ambiente.<br />
E sem dúvidas para os consumidores, porque confere a idéia de qual é a<br />
postura dos dirigentes e a qualidade do produto ou serviço oferecido,<br />
29
demonstrando o caminho que a empresa escolheu para construir sua marca e,<br />
se a empresa esta cumprindo com seu papel em face da responsabilidade<br />
social e ao Estado, porque ajuda na identificação e na formulação de políticas<br />
públicas.<br />
2.3 O Balanço Social e a DVA<br />
Até bem pouco tempo, as empresas têm se preocupado em evidenciar,<br />
como principal agente econômico produtor de riquezas em nossa sociedade,<br />
que seu objetivo não é simplesmente gerar lucros para seus sócios e<br />
acionistas.<br />
É cada vez maior o número de empresas e mais comum que estas se<br />
preocupem com a responsabilidade para com a sociedade e o meio ambiente<br />
na localidade em que estão inseridas, e para concretizar essa atuação social,<br />
além das demonstrações contábeis tradicionais, algumas empresas tem<br />
elaborado o Balanço Social.<br />
Pode-se citar, conforme Neves e Viceconti (2005) como áreas de<br />
atuação social da empresa:<br />
a) responsabilidade na geração e manutenção de empregos;<br />
b) responsabilidade no pagamento de salários condignos a seus<br />
trabalhadores;<br />
c) responsabilidade de assegurar condições de higiene e segurança no<br />
ambiente de trabalho;<br />
d) respeito aos consumidores, providenciando serviço de atendimento e<br />
assistência adequada;<br />
e) responsabilidade pelo recolhimento de tributos;<br />
f) responsabilidade supletiva à do Estado na preservação do meio<br />
ambiente;<br />
g) fornecimento de alimentação aos trabalhadores;<br />
h) assegurar participação dos trabalhadores em seus lucros;<br />
i) papel supletivo do Estado de fornecimento de educação e<br />
capacidade tecnológica e gerencial de seus trabalhadores;<br />
30
j) papel supletivo do Estado de fornecimento de planos de previdência<br />
e assistência, que assegurem tratamento de saúde e aposentadoria<br />
adequada aos trabalhadores.<br />
Ainda conforme Neves e Viceconti (2005), como sedimentado<br />
inicialmente nas definições de Balanço Social, as entidades estarão fornecendo<br />
com este demonstrativo informações que permitem ao usuário externo aquilatar<br />
a profundidade e a qualidade de sua atuação social, que entre elas incluem:<br />
a) dispêndio realizado com trabalhadores relativos a programa de:<br />
alimentação, assistência médica e previdenciária, treinamentos,<br />
segurança no trabalho, participação nos lucros e resultados, ações<br />
destinadas à proteção dos consumidores, preservação do meio<br />
ambiente, contribuições para entidades beneficentes e patrocínios a<br />
atividades culturais e preservação de áreas municipais.<br />
b) valor médio de salários pagos;<br />
c) número de empregados no início e final do período;<br />
d) folha de pagamento bruta da empresa.<br />
Como foi indicado anteriormente a DVA é um instrumento poderoso e<br />
auxiliar do Balanço Social, pois, a empresa estará disponibilizando<br />
publicamente para a sociedade o quanto contribui para a geração de riquezas<br />
no país e, principalmente, como as parcelas por ela agregadas são distribuídas<br />
pelos diversos agentes econômicos que a ajudaram a efetivar a produção, que<br />
são: trabalhadores, governo e capitais de terceiros.<br />
31
CAPÍTULO III<br />
<strong>DEMONSTRAÇÃO</strong> <strong>DO</strong> <strong>VALOR</strong> ADICIONA<strong>DO</strong><br />
3 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS<br />
Antes de analisar efetivamente a DVA com fonte de informação da<br />
geração e distribuição de renda da empresa, além de sua importância no<br />
ambiente macroeconômico, merece apreciação, de antemão, alguns pontos<br />
conceituais inerentes aos demonstrativos contábeis complementares. A<br />
começar esta explanação pelo principal elemento para se medir a produção<br />
nacional que é o Valor Adicionado.<br />
De acordo com o Boletim IOB: “Deve ser entendido que, no fundo a DVA<br />
nada mais é do que uma readaptação dos próprios itens da DRE.” (MARTINS,<br />
1997, p. 3).<br />
Ainda em conformidade com o Boletim IOB: “A DVA não deve ser<br />
confundida com a DRE e tampouco com a demonstração do EVA®, pois essas<br />
duas têm informações voltadas para os sócios”. (Boletim IOB Temática<br />
Contábil 48/97, p. 3).<br />
3.1 Valor Adicionado: Noções Conceituais<br />
Ao se pensar na economia embasada por estudos estatísticos colhe-se<br />
que esta divulga anualmente através do Produto Interno Bruto informações<br />
acerca do nível de atividade em todos os setores da economia calculado<br />
através da somatória da produção do país no ano indicando desta forma o que<br />
foi produzido e o desempenho da economia.<br />
Com fulcro nesta diretriz, este tópico do trabalho aborda as noções<br />
conceituais de Valor adicionado que se constitui, via de regra, da receita de<br />
venda deduzida dos custos dos recursos adquiridos de terceiros. É, portanto, o<br />
quanto a entidade contribuiu para a formação do PIB de seu país.<br />
Este demonstra, noutros termos, a efetiva contribuição da empresa,<br />
dentro de uma visão global de desempenho, para a geração de riqueza da<br />
32
economia na qual está inserida, sendo resultado do esforço conjugado de<br />
todos os seus fatores de produção.<br />
Luca (1998), por sua vez, define Valor Adicionado como sendo:<br />
33<br />
[...] a remuneração dos esforços desenvolvidos para a criação da<br />
riqueza da empresa. Tais “esforços” são, em geral, os empregados<br />
que fornecem a mão-de-obra, os investidores que fornecem o capital,<br />
os financiadores que emprestam os recursos e o governo que fornece<br />
a lei e a ordem, infra-estrutura sócio-econômica e os serviços de<br />
apoio. (LUCA, 1998. p. 13)<br />
Já para o autor Mario Henrique Simonsen, valor adicionado denomina-se<br />
como sendo:<br />
À diferença entre o valor bruto da produção e os consumos<br />
intermediários nessa etapa. Assim, o produto nacional pode ser<br />
concebido como a soma dos valores adicionados, em determinado<br />
período de tempo, em todas as etapas dos processos de produção do<br />
país. (SIMONSEN, 1975, p. 83)<br />
Na mesma linha deste raciocínio, Neves e Viceconti (2005) acrescentam<br />
que Valor Adicionado representa a riqueza criada por uma entidade num<br />
determinado período de tempo que normalmente dura um ano. Podendo<br />
afirmar que a soma das importâncias agregadas representa, na verdade, a<br />
soma das riquezas criadas.<br />
O que vale a pena registrar é que o conceito de Valor Adicionado, ou<br />
valor agregado como também pode ser encontrado na literatura contábil, é<br />
utilizado na macroeconomia para a avaliação do chamado Produto Nacional ou<br />
ainda Produto Interno Bruto que é usualmente conhecido como PIB.<br />
Nesse horizonte compreende-se que a riqueza total de um país pode ser<br />
obtida pela soma dos valores agregados pelos seus agentes econômicos, ou<br />
seja, pelas pessoas físicas, pelas pessoas jurídicas com fins lucrativos, pelos<br />
órgãos governamentais, as associações, fundações, e demais entidades sem<br />
fins lucrativos, sendo que a somatória dos valores agregados por todos esses<br />
agentes é o próprio PIB nacional.
3.1.1 Aspectos Conceituais no Cálculo do Valor Adicionado<br />
Denota-se pelas considerações até aqui formuladas que o valor<br />
Adicionado de uma empresa representa o quanto de valor ela agrega aos<br />
insumos que adquire num determinado período, isto vem a ser, o valor de<br />
riqueza gerado pela empresa durante um lapso de tempo.<br />
É de um modo geral um cálculo matemático em que se encontram as<br />
diferenças entre as vendas brutas e o total de insumos adquiridos de terceiros,<br />
como, matéria prima, serviços de outras empresas e o custo das mercadorias<br />
vendidas, por exemplo.<br />
Em outras palavras, segundo Gray e Mauders (1980), o Valor<br />
Adicionado deve representar, em termos monetários e para certo período, a<br />
riqueza líquida da empresa, ou seja, a diferença entre o valor de seus<br />
rendimentos incluindo a receita de vendas e o valor dos materiais e serviços<br />
obtidos de outras empresas.<br />
Já para o autor Osmar Reis Azevedo relata que:<br />
34<br />
O valor adicionado ou agregado corresponde à riqueza gerada por<br />
uma entidade durante determinado período, a qual poderá ser<br />
representada pelo valor das “vendas menos os consumos de<br />
materiais e serviços”, num determinado período. (AZEVE<strong>DO</strong>, 2008, p.<br />
121).<br />
E segundo comentários de Morley (1979), a relação entre o valor<br />
adicionado e o lucro da empresa pode ser expressa algebricamente. O lucro<br />
retido na empresa representa a diferença entre as vendas e os custos,<br />
impostos e dividendos como pode ser visualizado pelo exemplo ilustrativo<br />
conforme segue:
Cálculo do Valor Adicionada (S – B):<br />
Vendas (S) 5.000.000<br />
Menos (B): Matérias-primas 500.000<br />
Serviços de terceiros 600.000<br />
Outros materiais 400.000 (1.500.000)<br />
Valor Adicionado 3.500.000<br />
Fonte: Morley (1979, p. 36)<br />
(A letra S significa sales revenue, que vem a ser receitas de vendas,<br />
enquanto que B deriva da expressão bought-in materiais and service, que na<br />
língua portuguesa se traslada como compra de materiais e serviços).<br />
Conforme Luca (1998), apesar da simplicidade do cálculo do Valor<br />
Adicionado, vale ressaltar alguns pontos são polêmicos quando relacionados<br />
ao tratamento de alguns itens, tais como:<br />
a) produção x vendas;<br />
b) remuneração;<br />
c) encargos com pessoal;<br />
d) arrecadação de impostos, taxas e contribuições aos entes<br />
governamentais, Federal, Estadual, Municipal.<br />
e) depreciação;<br />
f) remuneração do capital;<br />
Diz o autor Azevedo (2008), que:<br />
35<br />
O valor adicionado constitui-se da receita de venda deduzido dos<br />
custos dos recursos adquiridos de terceiros como: matéria-prima,<br />
mercadorias para revenda, serviços de terceiros, energia elétrica,<br />
enfim todos os insumos adquiridos de terceiros e consumidos durante<br />
o processo operacional. O resultado representa o que a empresa<br />
adicionou aos insumos/serviços adquiridos de terceiros para chegar<br />
ao seu produto/serviço final; corresponde, portanto, à riqueza gerada.<br />
(AZEVE<strong>DO</strong>, 2008, p. 8).
3.2 Demonstração: Definição Preliminar<br />
Demonstrar significa, apresentar, exibir. Em se tratando de<br />
demonstração contábil, representa a exibição das informações relativas ao<br />
ativo e passivo da empresa, suas variações, seus resultados, enfim, todas as<br />
informações relativas ao seu patrimônio. Provar mediante raciocínio<br />
concludente; comprovar. (FERREIRA, 2000, p. 208)<br />
Um demonstrativo num sistema de informações contábeis detalha todos<br />
os dados necessários para que o administrador da empresa possa planejar<br />
ações e concretizar suas metas e objetivos, sem que ocorram desvios com o<br />
advento do resultado.<br />
As Demonstrações Contábeis são o conjunto de informações que devem<br />
ser divulgadas anualmente pela administração de uma sociedade por ações e<br />
representa a sua prestação de contas para os sócios e acionistas.<br />
3.3 DVA: Considerações Gerais<br />
O cenário mundial contemporâneo vem sendo caracterizado por<br />
significativas mudanças nas áreas: social, política e econômica, com reflexos<br />
diretos no ambiente empresarial, através da imposição de novos padrões de<br />
competitividade e uma necessidade de alterações nos processos de trabalho e<br />
nas práticas de gestão. Neste contexto, a informação contábil tradicional não<br />
responde totalmente às demandas novas dos usuários com interesses<br />
diferentes daqueles contemplados nos relatórios contábeis clássicos.<br />
A DVA é parte integrante deste novo grupo de relatórios desenvolvidos<br />
pela contabilidade para assistir melhor essas necessidades emergentes,<br />
visando, principalmente, a evidenciar o papel social das empresas,<br />
apresentando claramente a riqueza gerada, para que toda a sociedade<br />
conheça sua função positiva na criação de valor para a comunidade.<br />
Como integrante do Balanço Social, constitui desse modo, uma<br />
importante fonte de informações à medida que apresenta esse conjunto de<br />
elementos que permitem a análise do desempenho econômico da empresa,<br />
evidenciando a geração de riqueza, assim como dos efeitos sociais produzidos<br />
pela distribuição dessa riqueza.<br />
36
Esta é elaborada a partir da coleta dos dados contidos na Demonstração<br />
do Resultado do Exercício, sendo que nesta é destacado o valor adicionado<br />
pela empresa e a sua distribuição, recomendando a contribuição da empresa<br />
para a formação do lucro e para outros itens tais como: arrecadação de<br />
impostos, taxas e contribuições, pessoal e encargos, juros e alugueis.<br />
Conforme Azevedo (2008), dentre as suas funções dentro da empresa, a<br />
DVA visa demonstrar:<br />
a) o quanto a entidade agrega de valor à economia da sociedade na<br />
qual está inserida, relativamente à sua produção; e<br />
b) como a riqueza será distribuída entre os principais componentes<br />
dessa sociedade (empregados, acionistas, financiadores e governo).<br />
De uma maneira geral a DVA evidencia o valor das riquezas criadas pela<br />
sociedade, bem como sua efetiva distribuição. Esta evidenciação, que se<br />
mencionou, representa ferramenta importante tanto para o usuário interno<br />
quanto para o externo (acionistas, fornecedores, clientes, governo, etc.) e, não<br />
podem ser obtidos com clareza pelos meios tradicionais de demonstrações<br />
financeiras.<br />
Estreitamente relacionada com o conceito de responsabilidade social, a<br />
DVA surgiu, como já salientado, para atender as necessidades de informações<br />
dos usuários sobre o valor da riqueza criada pela empresa e sua utilização. É,<br />
pois, a DVA um conjunto de informações de natureza econômica. É um<br />
relatório contábil que visa demonstrar o valor da riqueza gerada pela empresa<br />
e a distribuição para os elementos que contribuíram para a sua geração.<br />
3.3.1 A Importância da DVA<br />
37<br />
A DVA serve ainda para orientar os investidores que tenham como<br />
objetivo conhecer informações de natureza social e de produtividade.<br />
A exigência da apresentação do DVA está relacionada como o<br />
chamado balanço social, que apresentado em conjunto com as<br />
demonstrações contábeis, amplia o conhecimento sobre as atividades<br />
econômicas e o seu valor para a sociedade. (AZEVE<strong>DO</strong>, 2008, p.<br />
120).<br />
Algumas nações exigem que as empresas internacionais que tenham o<br />
propósito de instalar-se no país demonstram qual o valor adicionado que
pretendem gerar. Para estes países não é interessante à empresa produzir<br />
muito, importando muito, o fundamental é medir a nova riqueza gerada pela<br />
empresa, bem como a forma de distribuição dessa riqueza.<br />
A par disso a DVA indica de forma clara e precisa a parte da riqueza que<br />
pertence aos sócios ou acionistas, a que pertence os demais capitalistas que<br />
financiam a entidade (capital de terceiros), a que pertence aos empregados e<br />
finalmente a parte que ficará com o governo.<br />
Deveras tem enfoque diferenciado da Demonstração do resultado do<br />
Exercício, mas ambos os demonstrativos objetivam fornecer informações,<br />
todavia, estas informações são vislumbradas sob óticas diferentes, o que as<br />
torna complementares e imprescindíveis, haja vista que a elaboração e<br />
divulgação de ambos atende de maneira eficaz a necessidade que os usuários<br />
possuem de informações adicionais às atuais demonstrações contábeis de<br />
caráter obrigatórias.<br />
De acordo com Santos (2003), a população mundial e a crescente<br />
preocupação com o meio ambiente e os impactos sobre ele, indicam que<br />
muitas empresas estão demonstrando a interação neste meio através das<br />
seguintes demonstrações:<br />
a) Balanço Ambiental, que reflete a postura da empresa em relação aos<br />
recursos naturais, compreendendo gastos com a preservação,<br />
proteção e recuperação: investimentos com equipamentos,<br />
tecnologias e campanhas voltadas para a área ambiental. Pode<br />
também ser demonstradas as quantidades comparativas de<br />
poluentes produzidos em um período e outro.<br />
b) Balanço de Recursos Humanos, visa mostrar o perfil da força de um<br />
trabalho, remuneração, benefícios recebidos e gastos com<br />
treinamento de funcionários, além da discriminação dos gastos em<br />
benefícios da sociedade na qual está inserida, como centros de<br />
recreação e entidades assistenciais.<br />
Conforme Yoshioka (1998) há uma diferença entre uma demonstração<br />
de resultado e uma demonstração do valor adicionado, mas que ambos<br />
apresentam enfoques diferentes e são complementares. Ainda comenta sobre<br />
os objetivos de cada demonstração: de resultados e do valor adicionado:<br />
38
39<br />
O principal objetivo da primeira é mostrar o lucro líquido que, em<br />
última instância, é a parte do valor adicionado que pertence aos<br />
sócios como investidores de capital de risco. Por outro lado, a<br />
demonstração do valor adicionado mostra a parte que pertence aos<br />
sócios, a que pertence aos demais capitalistas que financiaram a<br />
empresa com capital a juros, a parte que pertence aos empregados e<br />
que fica com o governo. (YOSHIOKA, 1998, p. 1-5).<br />
Fica bastante claro que embora a DVA seja extraída da DRE, a<br />
construção perfeita da DVA somente será possível se o trabalho for realizado<br />
internamente nas empresas. Isso porque a DRE não esclarece, por exemplo,<br />
qual o valor da mão-de-obra embutida no custo.<br />
Existe a possibilidade de construir uma DVA “olhando” os valores de<br />
uma DRE; mas, para isso é necessário que a DRE esteja detalhada e<br />
sem feitos alguns ajustes, a exemplo do CMV – Custo da Mercadoria<br />
Vendida, enquanto que para a DRE este valor será lançado sem<br />
impostos, para a DVA deverá ser computado com os impostos. No<br />
“CVM”, deve-se excluir os valores dos salários e respectivos encargos<br />
para a DVA, enquanto que para a DRE tais valores são computados.<br />
(AZEVE<strong>DO</strong>, 2008, p. 121).<br />
Não há um modelo padrão obrigatório de DVA a ser seguido. Mesmo<br />
assim, como se pode imaginar, seu formato lembrará muito a DRE, entretanto<br />
são dois focos muito distintos.<br />
Santos (2003) diz que a DVA é considerada a caçula das<br />
demonstrações contábeis e que será de muita valia em futuras discussões<br />
sociais.<br />
[...] pois é essa demonstração que será capaz de atender às<br />
necessidades relativas às informações sobre a riqueza gerada e à<br />
forma de sua distribuição em cada empresa. [...] comparada às<br />
demonstrações contábeis tradicionais, a DVA é ainda pouco<br />
conhecida e difundida entre os preparadores e usuários da<br />
Contabilidade no Brasil. . (SANTOS, 2003, p. 11).<br />
Cita Azevedo (2008), que a DVA foi criada a partir de 01.01.2008 pela<br />
Lei nº 11.638/2007 e que em vista da publicação dessa lei, a DVA passa a ser<br />
obrigatória para as companhias abertas (S/A) e pelo fato de ainda não ter sido<br />
publicado oficialmente um modelo dessa demonstração, recomenda-se utilizar<br />
modelo aprovado pela Resolução CFC nº. 1.010/2005, com as respectivas<br />
instruções para o seu preenchimento de ofício circular de CVM nº 01/2000.
Demonstração do valor adicionado dos exercícios findos<br />
em 31 de dezembro, em milhares de reais<br />
....................................................................... 20X1 % 20X00 %<br />
1 – RECEITAS<br />
1.1. Vendas de mercadoria, produtos e serviços xxx xxx<br />
1.2. (+/-) Provisão para devedores duvidosos xxx xxx<br />
1.3. (+/-) Resultados não-operacionais xxx xxx<br />
2 – INSUMOS ADQUIRI<strong>DO</strong>S DE TERCEIROS<br />
2.1. Vendas de mercadoria, produtos e serviços (xxx) (xxx)<br />
2.2. Outros custos de produtos e serviços vendidos (xxx) (xxx)<br />
2.3. Energia, serviços de terceiros e outras despesas (xxx) (xxx)<br />
operacionais<br />
2.4. Perda na realização de ativos (xxx) (xxx)<br />
3 – RETENÇÕES<br />
3.1. (-) Depreciação, amortização e exaustão xxx (xxx)<br />
4 – <strong>VALOR</strong> ADICIONA<strong>DO</strong> LÍQUI<strong>DO</strong> PRODUZI<strong>DO</strong><br />
PELA ENTIDADE xxx (xxx)<br />
5 – <strong>VALOR</strong> ADICIONA<strong>DO</strong> RECEBI<strong>DO</strong> EM TRNSFERÊNCIA<br />
5.1. (+/-) Resultado de equivalência patrimonial e<br />
dividendos de investimento avaliado ao custo xxx xxx<br />
5.2. Receitas financeiras xxx xxx<br />
5.3. Aluguéis e royalties xxx xxx<br />
6 – <strong>VALOR</strong> ACIDIONA<strong>DO</strong> TOTAL A DISTRIBUIR xxx 100% xxx 100%<br />
7 – DISTRIBUIÇÃO <strong>DO</strong> <strong>VALOR</strong> ADICIONA<strong>DO</strong><br />
7.1. Empregados<br />
Salários xxx y% xxx y%<br />
Comissões sobre vendas<br />
40
Honorários da diretoria xxx y% xxx y%<br />
Participação dos empregados nos lucros xxx y% xxx y%<br />
Planos de aposentadoria e pensão xxx y% xxx y%<br />
7.2. Tributos<br />
Federais xxx y% xxx y%<br />
Estaduais xxx y% xxx y%<br />
Municipais xxx y% xxx y%<br />
Menos: incentivos fiscais (xxx) y% (xxx) y%<br />
7.3. Financiadores<br />
Despesas Financeiras/Juros xxx y% xxx y%<br />
Aluguéis e Leasing xxx y% xxx y%<br />
7.4. Juros sobre capital próprio e dividendos xxx y% xxx y%<br />
7.5. Lucros retidos/prejuízos do exercício xxx y% xxx y%<br />
(=)Total 100% 100%<br />
Fonte: Azevedo, 2008 p.129<br />
É fundamental entender a grande importância da DVA. Com base nesse<br />
relato, o autor Ariovaldo dos Santos salienta:<br />
3.3.2 Objetivos da DVA<br />
41<br />
Quanto à importância da DVA, parece que é inquestionável seu<br />
auxílio no cálculo do PIB e de indicadores sociais extremamente<br />
importantes. As decisões de investimentos por áreas, regiões,<br />
Estados etc. terão nessa demonstração excelente instrumental para<br />
auxiliar na solução de conflitos. (SANTOS, 2003, p. 36).<br />
Insta salientar neste ponto, quando uma sociedade efetua a produção<br />
cria riqueza, a qual é representada pela diferença obtida pela subtração do<br />
valor das vendas como o valor pago a terceiros a título de insumos para a<br />
obtenção dos produtos, mercadorias ou serviços, que na verdade, os<br />
fornecedores de insumos também geraram riquezas quando os produziram.<br />
Dados este elementos tem-se a razão pela qual são diminuídos, na parte<br />
inicial da DVA, o valor pago a terceiros para a aquisição das mercadorias e<br />
serviços vendidos e pela utilização de insumos e materiais (de limpeza, de
escritório, de propaganda e publicidade), bem como pelos demais consumos<br />
administrativos.<br />
Nas palavras de Neves e Viceconti (2005) é de se notar que a<br />
transferência da riqueza aparece na parte inferior da demonstração,<br />
evidenciando a sua efetiva distribuição na forma de pagamento de impostos<br />
para a Administração Pública (tributos), ou como remuneração do trabalho ou<br />
do capital (de terceiros pela obtenção do capital sob a forma de emprestimo<br />
proprio, na forma de risco assumido pelos proprietários).<br />
O que vale a pena registrar é que a DVA, via de regra, fornece uma<br />
visão bem agrangente sobre a capacidade real de uma sociedade produzir<br />
riqueza (no sentido de agregar ou adicionar valor em seu patrimonio) e sobre a<br />
forma como distribui essa riqueza entre os diversos fatores da produção<br />
(trabalho, capital proprio ou de terceiros, órgãos do govero).<br />
Um tremendo contra senso, embora seja incipiente a utilização e<br />
divulgação da produção de riquezas por um empresa, no Brasil, ela tãosomente<br />
costuma ser inserida por um grupo seleto de empresas<br />
comprometidas com a responsabilidade social.<br />
3.3.3 Componentes da Demonstração<br />
Conforme Azevedo (2008), a DVA deve evidenciar os seguintes<br />
componentes:<br />
a) a receita bruta e as outras receitas não operacionais;<br />
b) os insumos adquiridos de terceiros;<br />
c) os valores retidos pela entidade;<br />
d) os valores adicionados recebidos (dados) em transferência a outras<br />
entidades;<br />
e) valor total adicionado a distribuidor; e<br />
f) distribuição do valor adicionado.<br />
3.3.3.1 Cálculo do Valor Adicionado (Agregado),<br />
Grosso modo, o valor adicionado bruto pode ser calculado pela<br />
diferença entre o valor das receitas e o valor total dos insumos adquiridos de<br />
terceiros, conforme cita Santos (2003);<br />
42
3.3.3.2 Distribuição do Valor Adicionado (Agregado),<br />
Conforme Santos (2003), neste componente, alguns valores devem ser<br />
considerados, tais como:<br />
a) pessoal e encargos;<br />
b) impostos, taxas e contribuições;<br />
c) juros e aluguéis;<br />
d) juros sobre o capital próprio e dividendos;<br />
e) lucros retidos/prejuízo do exercício.<br />
3.4 Aplicação da DVA para fins de Análises Macroeconômicos<br />
Nas considerações preliminares deste apresentou-se os aspectos<br />
conceituais e os parâmetros da DVA enquanto instrumento poderoso e auxiliar<br />
do Balanço Social, uma vez que as empresas, na atualidade, tem se<br />
preocupado em evidenciar publicamente que seu objetivo vai além da geração<br />
de lucro.<br />
Neste tópico a análise se volta para as aplicações da DVA para fins de<br />
avaliações macroeconômicas, cujos objetivos desta ciência, se concentram em<br />
observar, principalmente questões como: a estabilidade de preços, a inflação, o<br />
índice de empregos, entre outros.<br />
3.4.1. Aplicação para Cálculo do PIB<br />
43<br />
A DVA é uma demonstração bastante útil, inclusive do ponto de vista<br />
macroeconômico, uma vez que, conceitualmente, o somatório dos<br />
valores adicionados (ou valores agregados) de um país representa,<br />
na verdade, o seu Produto Interno Bruto - PIB. (AZEVE<strong>DO</strong>, 2008, p.<br />
120).<br />
Nas palavras de Luca (1998), o PIB é um indicador econômico do país<br />
útil para que se saiba o grau de desenvolvimento deste, e representa a soma<br />
em valores numéricos de todos os bens e serviços finais produzidos por todos<br />
os agentes econômicos daquele país em determinada região, durante certo<br />
período como trimestre ou ano, noutros termos, representa, a “riqueza da<br />
nação”,
Ainda segundo Luca (1998), o cálculo do PIB pode ser realizado sob três<br />
enfoques: produto, renda e despesa.<br />
É o indicador mais utilizado pela ciência da macroeconomia, pois seu<br />
objetivo é mensurar a atividade econômica de um país.<br />
44<br />
O produto nacional de um país ou de uma economia deve ser<br />
entendido como a expressão em unidades monetárias de todos os<br />
bens e serviços produzidos em um determinado período.<br />
Normalmente, o período considerado é de um ano e não se pode<br />
esquecer de que nessa medição deverão ser eliminadas as duplas<br />
contagens relativas aos produtos intermediários [...] farinha de trigo<br />
na fabricação de pães, bolachas, macarrão etc. (SANTOS, 2003, p.<br />
31)<br />
Se todos os agentes econômicos, compreendido: as empresas, pessoas<br />
físicas, entidades sem fins lucrativos de cada país realizassem religiosamente<br />
o cálculo de seus valores adicionados, poderia dizer com certeza que o PIB<br />
seria mais facilmente calculado através da soma de valores.<br />
A DVA além de maior facilidade no processo de obtenção dos dados e<br />
de maior precisão dos dados que são utilizados no trabalho de apuração do<br />
produto nacional, a DVA evidencia alguns elementos, como, por exemplo, a<br />
depreciação, que, nos dias de hoje, é calculada com base em estimativas<br />
absolutamente aleatórias.<br />
3.5 Aplicação para Análises de Investimento<br />
Neste ponto a DVA pode ser utilizada dentro de um contexto social bem<br />
mais abrangente que no caso da sua aplicação para cálculo do PIB,<br />
apresentado nos parágrafos anteriores.<br />
Por meio deste instrumento é possível entre outros pontos, verificar os<br />
seguintes: a contribuição da empresa à sociedade em geral através de<br />
pagamentos de impostos ao governo, o nível de participação da mão-de-obra<br />
na geração de sua riqueza, bem como, a sua contribuição para a riqueza<br />
regional de onde estiver instalada.
3.6 Aplicação para Avaliação de Projetos de Instalação de Empresas<br />
Transnacionais.<br />
As relações entre os países e as empresas transnacionais se<br />
caracterizam pela harmonia de interesses existente entre eles, baseada em<br />
concessão de benefícios mútuos decorrentes da promoção de novas atividades<br />
econômicas geradas a partir do fluxo de fatores de produção, bens e serviços,<br />
além das fronteiras nacionais.<br />
Em geral ainda sobre a questão da aplicação da DVA na avaliação de<br />
projetos de investimentos de empresas transnacionais, acrescenta-se que:<br />
E prossegue ainda que:<br />
45<br />
O investidor estrangeiro oferece capital, know-how (tecnológico e<br />
gerencial), novas oportunidades de comercialização e uma certa<br />
estrutura de desenvolvimento econômico (industrial, comercial, etc.)<br />
para o país. O país que recebe o investidor estrangeiro oferece<br />
acesso ao mercado interno, aos recursos naturais e algumas<br />
vantagens determinadas, tais como mão-de-obra específica e isenção<br />
ou redução de impostos. Nesse intercâmbio de benefícios, a<br />
adequada alocação dos recursos deve proporcionar resultados<br />
positivos a ambos participantes, ou seja, investidor estrangeiro e país<br />
receptor. (LUCA, 1998, p. 36).<br />
A avaliação dos benefícios que o investimento estrangeiro pode<br />
trazer para o país receptor pode ser efetuada por meio da análise da<br />
DVA. Com base nessa demonstração podem ser avaliados os<br />
seguintes benefícios: níveis de remuneração da mão-de-obra<br />
empregada; nível de contribuição do investimento estrangeiro para<br />
economia do país (região) onde o investimento foi aplicado; níveis de<br />
remuneração do capital empregado: próprio e de terceiros etc.<br />
(LUCA, 1998, p. 45).<br />
Segundo o autor Eliseu Martins:<br />
Alguns países, como a Índia e vários da África, exigem que qualquer<br />
empresa de fora que queira lá se instalar mostre qual o valor<br />
adicionado que vai gerar. De nada lhes adianta quem vende muito,<br />
mas comprando muito (como alguns montadoras), pouco valor<br />
agregado de riqueza nova. (MARTINS apud LUCAS, 1998, p. 27).
3.7 A DVA e o Processo de Tomada de Decisão<br />
Dentro do processo decisório da empresa várias fases são<br />
determinantes para ao final aperfeiçoar os resultados e garantir a continuidade<br />
da empresa pretensão dos gestores em todos os segmentos.<br />
A DVA tem como função primordial, como já restou salientado neste<br />
contexto, a divulgação e identificação da riqueza gerada pela empresa, bem<br />
como, sua distribuição, resta então identificar de que forma tais informações<br />
interferem no processo de tomada de decisões de uma empresa.<br />
Saber se a empresa está concretizando seus planos objetivados na<br />
constituição da sociedade, se transmite com instrumentos hábeis, como é o<br />
caso do Balanço Social, bastante utilizado para aferir de forma adequada os<br />
resultados da empresa na área socioeconômica, permitindo aos seus gestores<br />
uma perfeita e harmoniosa avaliação dos fatos sociais vinculados à empresa.<br />
Trata-se da DVA que apresenta a riqueza criada pela empresa e sua<br />
distribuição entre os vários elementos que contribuíram para sua criação, que<br />
embasado nestes dados informativos acerca da riqueza o gestor poderá<br />
considerar os pontos que não superaram as expectativas da empresa para, a<br />
partir daí, projetar novos rumos buscando corrigir esses desvios.<br />
3.8 Representação Gráfica da DVA<br />
<strong>DEMONSTRAÇÃO</strong> <strong>DO</strong> <strong>VALOR</strong> ADICIONA<strong>DO</strong> <strong>DO</strong> EXERCÍCIO DE 20X1<br />
continua<br />
1 RECEITAS 10.000<br />
1.1 Vendas de mercadorias, produtos e serviços 10.000<br />
1.2 Provisão para devedores duvidosos reversão/constituição -<br />
1.3 Não operacionais -<br />
2 INSUMOS ADQUIRI<strong>DO</strong>S DE TERCEIROS 1.500<br />
(incluem os valores dos impostos: ICMS e IPI)<br />
2.1 Matérias-primas consumidas -<br />
2.2 Custo das mercadorias e serviços vendidos -<br />
2.3 Materiais, energia, serviços de terceiros e outros 1.500<br />
2.4 Perda/Recuperação de valores ativos -<br />
46
3 <strong>VALOR</strong> ADICIONA<strong>DO</strong> BRUTO (1 - 2) 8.500<br />
4 RETENÇÕES -<br />
4.1 Depreciação, amortização e exaustão -<br />
5 <strong>VALOR</strong> ADICIONA<strong>DO</strong> LÍQUI<strong>DO</strong> PRODUZI<strong>DO</strong> PELA<br />
ENTIDADE (3 - 4) 8.500<br />
6 <strong>VALOR</strong> ADICIONA<strong>DO</strong> RECEBI<strong>DO</strong> EM TRANSFERÊNCIA -<br />
6.1 Resultado de equivalência patrimonial -<br />
6.2 Receitas Financeiras -<br />
7 <strong>VALOR</strong> ADICIONA<strong>DO</strong> TOTAL A DISTRIBUIR (5 + 6) 8.500<br />
8 DISTRIBUIÇÃO <strong>DO</strong> <strong>VALOR</strong> ADICIONA<strong>DO</strong> 8.500<br />
8.1 Pessoal e encargos 3.250<br />
8.2 Impostos, taxas e contribuições 2.372<br />
8.3 Juros e aluguéis 600<br />
8.4 Juros sobre capital próprio e dividendos -<br />
8.5 Lucros retidos/prejuízos do exercício 2.278<br />
Fonte: SANTOS, 2003, p. 58 conclusão<br />
Quadro 1: Representação esquemática da Demonstração do Valor Adicionado.<br />
3.9 Comentário da Representação Gráfica<br />
Um breve comentário será abordado sobre os itens que compõem a<br />
DVA para a formação do Valor Adicionado.<br />
Ariovaldo dos Santos (2003), em sua teoria destaca o seguinte:<br />
1.1 Vendas de mercadorias, produtos e serviços: esse item corresponde à<br />
receita bruta (incluindo o valor do ISS sobre as vendas), bem como outras<br />
receitas não alocadas em outros itens. No exemplo, o valor de R$<br />
10.000,00 refere-se à prestação de serviços.<br />
2.3 Materiais, energia, serviços de terceiros e outros: o valor de R$ 1.500,00<br />
desse item refere-se ao gasto com energia elétrica, água e materiais de<br />
escritório.<br />
3 Valor adicionado bruto: diferença aritmética entre os itens 1 e 2, portanto,<br />
R$ 8.500,00.<br />
5 Valor adicionado líquido produzido pela entidade: diferença aritmética entre<br />
os itens 3 e 4 portanto, R$ 8.500,00.<br />
47
7 Valor adicionado total a distribuir: soma dos itens 5 e 6. No exemplo, o<br />
montante de R$ 8.500,00 deve ser igual à distribuição do valor adicionado.<br />
8 Distribuição do valor adicionado. Nesse item sua composição é formada<br />
pelos sub-itens:<br />
8.1 Pessoal e encargos: gasto com mão-de-obra própria tanto como custo ou<br />
despesa administrativa totalizando o montante de R$ 3.250,00.<br />
8.2 Impostos, taxas e contribuições: Toda riqueza destinada ao governo<br />
corresponde a esse item, sendo exemplificados pelos valores de R$<br />
1.122,00 para o IR/CS, R$ 500,00 para o ISS sobre as receitas e R$<br />
750,00 corresponde ao INSS devido e de responsabilidade da empresa.<br />
8.3 Juros e alugueis: gastos com aluguéis e despesas financeiras do período<br />
faz parte desse item. No exemplo o valor de R$ 600,00 corresponde aos<br />
gastos com aluguel de equipamentos.<br />
8.5 Lucros retidos/prejuízo do exercício: trata-se da parcela do lucro que ficou<br />
retida na empresa. O valor do lucro retido corresponde ao próprio lucro do<br />
exercício de R$ 2.278,00 pelo fato de não ter ocorrido pagamentos a título<br />
de juros sobre capital próprio e dividendos como demonstra o exemplo.<br />
48
CONCLUSÃO<br />
Este trabalho procurou relatar a importância da DVA gerando<br />
informações sociais e econômicas à sociedade, enfatizando o valor da riqueza<br />
gerada pela empresa, e divulgar que este demonstrativo é o passo fundamental<br />
da ciência da contabilidade.<br />
Com este trabalho procurou, inicialmente, mostrar que a<br />
responsabilidade social, tema bastante discutido, revela que a missão de uma<br />
empresa vai além da produção de riquezas, ela é também um agente social e,<br />
como componente da sociedade, deve prestar contas aos demais. O<br />
compromisso social de uma empresa tem como instrumento de aferição dos<br />
seus resultados na área socioeconômica é o Balanço Social.<br />
O Balanço Social mostra o desempenho da política social existente na<br />
empresa e, como parte deste conjunto de informações, encontra-se a DVA, que<br />
apresenta dados econômicos referentes à criação de riqueza pela organização<br />
empresarial e à distribuição aos fatores que contribuíram para a sua criação.<br />
A contabilidade, numa visão social, está intimamente à responsabilidade<br />
social da empresa, de modo, que sua finalidade é fornecer informações para<br />
permitir aos seus usuários uma avaliação dos efeitos das atividades da<br />
empresa sobre a sociedade onde esta inserida.<br />
Tornou-se evidente a importância da contabilidade, e a cada dia com as<br />
profundas mudanças ocorridas na visão empresarial e mercadológica a antiga<br />
preocupação fiscal dá espaço permanente para a estrutura de uma cultura<br />
societária e gerencial, verifica-se ainda mais real a importância desta ciência<br />
para as organizações.<br />
A Contabilidade é uma das ciências mais antigas que se tem<br />
conhecimento e não surgiu em função de qualquer tipo de legislação fiscal ou<br />
societária, tampouco embasada em princípios filosóficos, ou em regras<br />
estipuladas por terceiros, mas pela necessidade prática dos gestores e a<br />
preocupação em encontrar um instrumento que lhes permitisse, entre outros<br />
benefícios, conhecer, controlar, medir resultados.<br />
Esta ciência surge desde o momento em que existe um organismo<br />
econômico e tem como principal objetivo demonstrar a vida econômica e as<br />
mutações pelas quais ele passa. Graças ao crescente volume de transações<br />
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comerciais a contabilidade passou a fornecer as informações que pudessem<br />
servir de suporte ao processo de tomada de decisões.<br />
Dessa forma, o principal objetivo deste estudo foi avaliar o poder de<br />
aferição representado pela DVA no que concerne a informações sobre a<br />
formação de riqueza pelas empresas e sua distribuição aos agentes<br />
econômicos que ajudaram a criá-la, como proprietários, sócios e acionistas,<br />
governo, financiadores externos e empregados.<br />
A DVA, sinteticamente, tem como objetivo-fim informar ao usuário o<br />
valor da riqueza criada pela empresa e a forma de sua distribuição. Não deve<br />
ser confundida com a DRE, pois esta tem suas informações voltadas quase<br />
exclusivamente para os sócios e acionistas, principalmente na apresentação do<br />
lucro líquido, enquanto a DVA está dirigida para a geração de riquezas e sua<br />
perspectiva distribuição pelos fatores de produção (capital e trabalho) e ao<br />
governo. Várias empresas a evidenciam voluntariamente.<br />
Ao final do estudo, tornou-se possível afirmar que os indicadores<br />
retirados da DVA se constituem num excelente avaliador da distribuição da<br />
riqueza, à disposição da sociedade, no entanto, sem nenhuma pretensão de<br />
substituir outros indicadores de riqueza já existentes, ou, até mesmo, rivalizar<br />
com eles, confirmando a pergunta problema e atendendo os objetivos<br />
propostos.<br />
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