A Família em Mutação - MiniWeb Educação
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legisladores brasileiros tratavam-nas, também fatalisticamente, como<br />
incapaz para prover o próprio sustento. Até à vigência da Lei do<br />
Divórcio, <strong>em</strong> dez<strong>em</strong>bro de 1977, constrangia-a como criatura<br />
necessariamente alimentanda. O Código de Processo Civil, de 1973,<br />
ainda determina no seu art. 1.121, como condição para uma separação<br />
consensual, que a petição contenha, dentre outros itens, "a pensão<br />
alimentícia do marido à mulher, se esta não possuir bens suficientes<br />
para se manter". Ou seja, o codificador processual, como todos os<br />
d<strong>em</strong>ais legisladores brasileiros anteriores presumiu, genérica e<br />
aprioristicamente, a incompetência e a incapacidade laborativa de<br />
qualquer mulher separanda que, na consideração dele, se não ficar, na<br />
partilha, com bens que lhe rendam o suficiente para a sua manutenção,<br />
terá de ser, obrigatoriamente, pensionada. Para todos os legisladores da<br />
matéria, até à mudança da mentalidade deles na Lei do Divórcio, a<br />
mulher permanecia como a histórica criatura frágil e despreparada para<br />
produzir o suficiente para o próprio sustento. Tratavam-na como se<br />
fosse suave donzela, uma débil dama necessariamente protegida pelo<br />
marido travestido de cavaleiro andante dos clássicos de capa e espada...<br />
Vencendo preconceitos, desgastando-se para ocupar seus espaços, para<br />
alcançar a isonomia legal, ela teve de lutar, degrau a degrau<br />
conquistando cada direito então privativo do hom<strong>em</strong>. O direito de votar<br />
e de ser votada. De concorrer, no vestibular, para ingressar nas<br />
universidades e, ano a ano, consegue maior espaço nos bancos<br />
escolares. De disputar o mercado de trabalho, ombro a ombro, com<br />
iguais oportunidades. De crescer como executiva, capitã de <strong>em</strong>presas.<br />
15. A MULHER ATUAL, SENHORA DA VIDA<br />
Afinal, correndo nas raias da sociedade moderna, de consumo,<br />
ultrapassou os obstáculos da tradição, dos usos e costumes, extrapolou<br />
seus próprios limites e saltou daquela antiga e humilhante situação de<br />
dependência e de subordinação ao hom<strong>em</strong>, para ser a surpreendente<br />
senhora absoluta da vida.<br />
Agora - muitas vezes inconscient<strong>em</strong>ente - administra um extraordinário<br />
poder forjado no progresso da engenharia genética, no desenvolvimento<br />
da ciência biológica e na conquista de um enorme espaço social. Este