Por Exemplo, Com O Recente Caso - Visão Judaica
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2<br />
editorial<br />
VISÃO JUDAICA • março 2006 Adar/Nissan 5766<br />
Publicação mensal independente da<br />
EMPRESA JORNALÍSTICA VISÃO<br />
JUDAICA LTDA.<br />
Redação, Administração e Publicidade<br />
visaojudaica@visaojudaica.com.br<br />
Curitiba PR Brasil<br />
Fone/fax: 55 41 3018-8018<br />
Dir. de Operações e Marketing<br />
SHEILLA FIGLARZ<br />
Dir. Administrativa e Financeira<br />
HANA KLEINER<br />
Diretor de Redação<br />
SZYJA B. LORBER<br />
Publicidade<br />
DEBORAH FIGLARZ<br />
Arte e Diagramação<br />
SONIA OLESKOVICZ<br />
Webmaster<br />
RAFFAEL FIGLARZ<br />
Colaboram nesta edição:<br />
Andrew Klavan, Aristide Brodeschi,<br />
Breno Lerner, Bruce S. Ticker, Daniel<br />
Pipes, Edda Bergmann, Gustavo<br />
Erlichman, Jacob Dolinger, Joseph<br />
Eskenazi Pernidji, Pilar Rahola, Sérgio<br />
Feldman, Shelomo Alfassa, Ted Feder,<br />
Tila Dubrawsky, Tom Gross e Yossi<br />
Groisseoign<br />
Esta publicação pode conter termos sagrados.<br />
<strong>Por</strong>tanto, trate-a com respeito.<br />
Os artigos assinados não representam<br />
necessariamente a opinião do jornal,<br />
mas a dos autores e colaboradores<br />
www.visaojudaica.com.br<br />
as últimas semanas assistimos<br />
sistematicamente a uma inversão<br />
de valores, em que o relativismo<br />
moral, claudica e engoda<br />
muita gente. Assim foi,<br />
por exemplo, com o recente caso<br />
do filme palestino Paradise Now (Paraíso<br />
Agora), concorrente ao Oscar<br />
de 2006 como melhor filme estrangeiro,<br />
e que [felizmente] não levou<br />
a cobiçada estatueta. É certo que se<br />
pressionou para que o filme fosse<br />
excluído pela Academia de Hollywood.<br />
Houve até um abaixo-assinado<br />
com 32 mil assinaturas recolhidas,<br />
mas a Academia, que nunca<br />
retirou um filme indicado (à exceção<br />
de um único caso, por fraude na<br />
inscrição), preferiu deixá-lo disputar<br />
e não levar nada. O mais provável<br />
é que os que elegem os filmes tenham<br />
feito um exame de consciência, ana-<br />
Inversão de valores e o engodo<br />
Nossa capa<br />
lisando os aspectos nocivos da película,<br />
que relata a trajetória de dois<br />
jovens palestinos cooptados para se<br />
tornarem homens-bomba até a cena<br />
final quando embarcam num ônibus<br />
cheio de crianças que irão explodir.<br />
Nesse caso, prevaleceu o bom senso<br />
e não se chancelou com o Oscar a<br />
“obra de arte” que glorifica o terrorismo<br />
e a morte.<br />
Outro exemplo é que mesmo sem<br />
ter nada a ver com a crise das charges,<br />
o povo judeu foi escolhido<br />
pelo Irã para “ser culpado” pelas<br />
caricaturas supostamente difamatórias<br />
publicadas na Dinamarca. O<br />
Irã decidiu promover um concurso<br />
com ilustrações que neguem ou minimizem<br />
o Holocausto. Para surpresa<br />
geral, na emissora BandNews, de<br />
São Paulo, dia 7/2, às 6h32, o<br />
apresentador da rádio disse que a<br />
iniciativa iraniana era uma “resposta<br />
adequada às provocações européias”.<br />
Uma estranha fusão de ignorância<br />
e anti-semitismo! E para<br />
não perder o costume de culpar os<br />
judeus por todos os males da humanidade,<br />
a Síria distribuiu notícia<br />
afirmando que Israel é o responsável<br />
pela gripe aviária! E tem mais:<br />
O verborrágico Mahmoud Ahmadinejad,<br />
presidente do Irã culpa quem<br />
pela destruição da mesquita xiita do<br />
domo dourado no Iraque? Israel e<br />
os Estados Unidos! Já o aiatolá Ali<br />
Khamenei, detentor da última palavra<br />
em todas as questões relativas<br />
ao Estado do Irã, fez um apelo aos<br />
xiitas para que eles não se vinguem<br />
nos muçulmanos sunitas [que efetivamente<br />
a destruíram] pelo ataque<br />
à mesquita, mas nos “criminosos<br />
sionistas, americanos e ociden-<br />
A capa reproduz a obra de arte cujo título é “Rainha Esther” com raashan (reco-reco), elaborada<br />
com a técnica pastel seco em uma tela de dimensões 65 X 50 cm, criação de Aristide Brodeschi.<br />
O autor nasceu em Bucareste, Romênia, é arquiteto e artista plástico, e vive em Curitiba desde<br />
1978. Já desenvolveu trabalhos em várias técnicas, dentre elas pintura, gravura e tapeçaria.<br />
Recebeu premiações por seus trabalhos no Brasil e nos EUA. Suas obras estão espalhadas por<br />
vários países e tem no judaísmo, uma das principais fontes de inspiração. É o autor das capas do<br />
jornal <strong>Visão</strong> <strong>Judaica</strong>. (Para conhecer mais sobre ele, visite o site www.brodeschi.com.br).<br />
Datas importantes<br />
11 de março<br />
13 de março<br />
14 de março<br />
15 de março<br />
18 de março<br />
25 de março<br />
1º de abril<br />
8 de abril<br />
Shabat / Parashá<br />
Tetasavê Zachor<br />
Jejum de Esther<br />
Purim<br />
Shushan Purim<br />
Shabat / Parashá Ki<br />
Tissá Pará<br />
Shabat Mevarechim /<br />
Parashá Vayak’el /<br />
Pecudê Hachodesh<br />
Shabat/Parashá Vayicrá<br />
Shabat Hagadol /<br />
Parashá Tsav<br />
Mudança de horários na Sinagoga do CIP<br />
(Curitiba) para as orações em abril:<br />
MATUTINAS (Tefilá Shacharit) dia 13 (1º de Pêssach)<br />
— 7h30; dia 14 (2º de Pêssach) 9h30;<br />
dia 15 (Shabat de Pêssach) 9h30; dia 20 (8º<br />
dia de Pêssach) 9h30 e Izkor 11h; dia 21 (Isru<br />
Chag) 8h30.<br />
VESPERTINAS (Tefilá Minchá) do dia 1º ao dia<br />
14 — 18h e Cabalat Shabat 19h30; dia 15 —<br />
17h30; do dia 16 ao dia 30 —17h45.<br />
Acendimento das<br />
velas em Curitiba<br />
março / abril 06<br />
Véspera de Shabat<br />
DATA HORA<br />
10/3 18h20<br />
17/3 18h12<br />
24/3 18h05<br />
31/3 17h58<br />
7/4 17h50<br />
alecimento<br />
Dia 6/3/2006 (6 de<br />
Adar) – Malka<br />
Racaela Kolber<br />
Mantelmacher, aos<br />
80 anos. Sepultada<br />
no Cemitério Israelita<br />
do Umbará.<br />
tais”! Aí, é preciso que se diga, o<br />
engodo se sobrepõe a tudo mais…<br />
Outro exemplo recente dessa distorção<br />
de valores nos é apresentado<br />
pela jornalista Pilar Rahola, num artigo<br />
que está nesta edição do VJ.<br />
Conta ela que Javier Solana, político<br />
espanhol e representante da Política<br />
Externa e da Segurança <strong>Com</strong>um<br />
da União Européia pediu ao governo<br />
de seu país a equiparação dos<br />
atos de islamofobia — um tipo de<br />
racismo, esclarece Rahola — aos<br />
delitos de anti-semitismo — que é<br />
algo muito mais complexo, acrescenta<br />
ela, explicando em detalhes por<br />
que ambos não são iguais. Equipará-los,<br />
é “rebaixar o Holocausto a<br />
uma pura intolerância, uma banalização<br />
do horror”. VJ convida todos<br />
a lerem seu corajoso texto.<br />
Humor Judaico<br />
A Redação<br />
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />
Os privilegiados<br />
Em Moscou se espalha a notícia de que a cidade<br />
seria abastecida de carne. Imediatamente se<br />
forma uma enorme fila diante do açougue central,<br />
e a multidão passa toda a noite à espera de<br />
que no dia seguinte, o açougue abra.<br />
De manhãzinha, apresenta-se um funcionário<br />
do governo, e adverte:<br />
— Os que forem judeus podem ir embora, porque<br />
a carne não será vendida para os judeus.<br />
A terça parte dos presentes sai das filas e<br />
volta para suas casas.<br />
Três horas depois, o estabelecimento ainda<br />
está fechado. Apresenta-se novamente o funcionário<br />
e anuncia:<br />
— Só há carne para os membros do Partido<br />
<strong>Com</strong>unista. Quem não tiver suas carteiras do partido<br />
pode ir embora.<br />
Boa parte dos presentes se retira. Ficam só os<br />
antigos membros do PC, ainda numerosos.<br />
Mais três horas, com o açougue fechado, o<br />
funcionário reaparece, e diz:<br />
— Camaradas, agora que estamos só nós do<br />
Partido, devo dizer-lhes com franqueza que não<br />
temos carne.<br />
Ouve-se, então, no fim da fila, uma voz que<br />
protesta:<br />
— Esses judeus são sempre favorecidos!<br />
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○