18.04.2013 Views

Gnose em Revista - Intranet - Uemg

Gnose em Revista - Intranet - Uemg

Gnose em Revista - Intranet - Uemg

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Um estudo sobre o amor romântico e sua representação para os gêneros f<strong>em</strong>inino e masculino<br />

Sendo assim, um tipo de aprendizag<strong>em</strong> muito comum<br />

nas relações é a aprendizag<strong>em</strong> observacional, na qual se<br />

aprende através da observação dos comportamentos<br />

de outras pessoas. E de acordo com Hockenbury<br />

e Hockenbury “os seres humanos desenvolv<strong>em</strong> a<br />

capacidade de aprender pela observação muito cedo”<br />

(HOCKENBURY, D. H.; HOCKENBURY, S. E., 2003,<br />

p. 193). Assim, é possível constatar que as relações<br />

estabelecidas na família tend<strong>em</strong> a ser repetidas pelos<br />

filhos na infância ou na vida adulta. Ou seja, a maneira<br />

pela qual os pais se relacionam entre si e com os filhos<br />

exerc<strong>em</strong> grande influência no comportamento dos<br />

filhos, que muito aprend<strong>em</strong> pela imitação.<br />

É importante considerar que desde o nascimento, os<br />

homens são educados para viver <strong>em</strong> sociedade, porém,<br />

de forma diferente caso seja menino ou menina.<br />

Portanto, as experiências e os modelos aos quais os<br />

indivíduos são submetidos exerc<strong>em</strong> grande influencia<br />

sobre o papel que irão adotar, visto que as vivencias<br />

modificam a estrutura e as funções cerebrais para<br />

criar<strong>em</strong> m<strong>em</strong>órias dessas experiências.<br />

Ribeiro (2005) propõe que no início, como os homens<br />

eram obrigados a caçar para alimentar a família, eles<br />

tornaram-se menos sensíveis a fim de tolerar as lutas<br />

com animais valentes. Assim, seu convívio com a família<br />

era menor, impedindo-o de compreender sinais nãoverbais<br />

de comunicação. Em contrapartida, as mulheres<br />

aprenderam a notar pormenores nos comportamentos<br />

alheios, pois como cuidadora da prole, precisavam<br />

perceber mudanças sutis nos comportamentos. Isso<br />

fez com que elas reconhecess<strong>em</strong> os sentimentos com<br />

mais facilidade.<br />

De acordo com Costa (2005), à medida que o hom<strong>em</strong><br />

começou a produzir seus próprios alimentos, iniciou-se<br />

a definição de papéis para homens e mulheres. Como<br />

consequência disso, a função reprodutora da mulher<br />

favoreceu a subordinação ao hom<strong>em</strong>, pois a mesma<br />

passa a ser considerada como frágil e incapaz de assumir<br />

a liderança da família. Em contrapartida, o hom<strong>em</strong> passa<br />

a ser associado à ideia de autoridade devido à sua força<br />

física, assumindo o poder dentro da sociedade.<br />

Outro aspecto a ser considerado é que há muitos<br />

anos a mulher é vista como sensível e destinada ao<br />

amor. É como se ela fosse valorizada pela sua ternura<br />

e dedicação a esse sentimento. Inicialmente a mulher<br />

era tida como submissa e dependente do hom<strong>em</strong>.<br />

Com o decorrer dos anos, ela começa a ser valorizada<br />

unicamente como mãe e esposa. Com as diversas<br />

transformações ocorridas no século XX, inicia-se<br />

a inserção das mulheres no mercado de trabalho,<br />

tornando-as independentes. Até mesmo os métodos<br />

contraceptivos contribuíram com tais mudanças,<br />

visto que a sexualidade f<strong>em</strong>inina pôde desligar-se da<br />

reprodução e ser vivida de maneira prazerosa.<br />

Sendo assim, Rego postula que “a cultura é, portanto,<br />

parte constitutiva da natureza humana” (REGO, 2007,<br />

p. 42). Portanto, a construção social determina papéis<br />

e comportamentos específicos para cada gênero.<br />

Esses parâmetros estabelecidos influ<strong>em</strong> de maneira<br />

significativa no modo como cada gênero deve agir,<br />

modificando a sua maneira de ser, de perceber e<br />

consequent<strong>em</strong>ente de comportar-se no mundo.<br />

É possível propor também que as diferenças sexuais<br />

são ainda baseadas nas diferenças biológicas. Assim,<br />

o organismo do hom<strong>em</strong> é diferente do organismo<br />

da mulher. Segundo Tress, a principal diferença entre<br />

os gêneros se deve ao fato de que “os cérebros não<br />

cresceram exatamente da mesma maneira, o que seria<br />

de esperar, tendo <strong>em</strong> vista que os sexos enfrentam<br />

desafios evolutivos diferentes” (TRESS, 2009, p. 81).<br />

Pode-se dizer que as diferenças biológicas entre<br />

homens e mulheres talvez tenham se iniciado desde<br />

o princípio da espécie, visto que s<strong>em</strong>pre tiveram<br />

obrigações diferentes. Assim, enquanto os homens<br />

iam à caça e protegiam a família, as mulheres, por sua<br />

vez, ficavam e cuidavam das crianças. Como resultado,<br />

“seus corpos e cérebros se transformaram para se<br />

adaptar melhor às suas funções específicas” (RIBEIRO,<br />

2005, p. 6).<br />

Ainda segundo Ribeiro, “o cérebro da mulher é<br />

um pouco menor que o do hom<strong>em</strong>”, porém tal fato<br />

não influi <strong>em</strong> seus comportamentos, o que realmente<br />

interfere é a maneira de funcionamento do cérebro de<br />

cada um (RIBEIRO, 2005, p. 27).<br />

Na visão de Trees (2009), homens têm maior<br />

capacidade para a mat<strong>em</strong>ática, enquanto as mulheres<br />

revelam mais facilidade com a linguag<strong>em</strong>. Contudo, isso<br />

não deve ser entendido como uma regra.<br />

As mulheres possu<strong>em</strong> cerca de 11% a mais de<br />

neurônios do que os homens na parte relacionada à<br />

linguag<strong>em</strong> e audição e ainda apresentam um aumento<br />

no hipocampo, região de grande importância que<br />

compõe o sist<strong>em</strong>a límbico. Em contrapartida, os<br />

homens geralmente têm áreas com maiores volumes<br />

voltadas à ação. Outro aspecto relevante é que “o<br />

cérebro masculino dedica um espaço 2,5 vezes maior<br />

que os das mulheres ao sexo” (TRESS, 2009, p. 82).<br />

Seguindo essa ideia, o programa Globo Repórter<br />

trouxe na reportag<strong>em</strong> sobre a química do amor (2010)<br />

que homens e mulheres processam as <strong>em</strong>oções de<br />

maneira diferente um do outro. Vale l<strong>em</strong>brar que a<br />

sede <strong>em</strong>oção, no hom<strong>em</strong>, se posiciona no h<strong>em</strong>isfério<br />

direito do cérebro, enquanto na mulher, a mesma está<br />

presente nos dois h<strong>em</strong>isférios cerebrais e pode estar<br />

<strong>em</strong> ação ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que outras funções<br />

cerebrais (RIBEIRO, 2005), justificando assim a maior<br />

v. 1 - n. 1 - Fevereiro 2011 - p. 107-120<br />

113

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!